Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I MODIFICAÇÃO DE COMPETÊNCIA Prof. Ana Paula L. Sakauie 1 MODIFICAÇÃO DE COMPETÊNCIA • CABIMENTO: somente a competência relativa é passível de modificação DPC I - Prof. ANA PAULA L. SAKAUIE 2 CAUSAS DE MODICAÇÃO DE COMPETÊNCIA ELEIÇÃO DE FORO CONEXÃO CONTINÊNCIA • MOMENTO DA FIXAÇÃO DA COMPETÊNCIA • Art. 43. Determina-se a competência no momento do registro ou da distribuição da petição inicial, sendo irrelevantes as modificações do estado de fato ou de direito ocorridas posteriormente, salvo quando suprimirem órgão judiciário ou alterarem a competência absoluta. (PERPETUATIO JURISDICTIONIS) Prof. Ana Paula L. Sakauie 3 ELEIÇÃO DE FORO Prof. Ana Paula L. Sakauie 4 Art. 63. As partes podem modificar a competência em razão do valor e do território (COMPETÊNCIA RELATIVA), elegendo foro onde será proposta ação oriunda de direitos e obrigações. § 1o A eleição de foro só produz efeito quando constar de instrumento escrito e aludir expressamente a determinado negócio jurídico. § 2o O foro contratual obriga os herdeiros e sucessores das partes. § 3o Antes da citação, a cláusula de eleição de foro, se abusiva, pode ser reputada ineficaz de ofício pelo juiz, que determinará a remessa dos autos ao juízo do foro de domicílio do réu. § 4o Citado, incumbe ao réu alegar a abusividade da cláusula de eleição de foro na contestação, sob pena de preclusão. VALIDADE DA CLÁUSULA DE ELEIÇÃO DE FORO • REQUISITOS: 1. MATERIALIZAR-SE EM INSTRUMENTO CONTRATUAL (SOB A FORMA ESCRITA); 2. INSERIDO DENTRO DE UM NEGÓCIO JURÍDICO PRINCIPAL, SENDO DEFESO POR LEI QUE A ELEIÇÃO DE FORO SUBSISTA POR SI SÓ; 3. VINCULA HERDEIROS E SUCESSORES DAS PARTES. Prof. Ana Paula L. Sakauie 5 INEFICÁCIA DA CLÁUSULA ABUSIVA DE FORO DE ELEIÇÃO • FORO DE ELEIÇÃO E CONTRATO DE CONSUMO - RECONHECIMENTO DA ABUSIVIDADE: 1. SE, NO MOMENTO DA CELEBRAÇÃO, O CONSUMIDOR NÃO DISPUNHA DE INTELECÇÃO SUFICIENTE PARA COMPREENDER O SENTIDO E AS CONSEQUÊNCIAS DA ESTIPULAÇÃO CONTRATUAL; 2. SE RESULTAR INVIABILIDADE OU DIFICULDADE DE ACESSO AO PODER JUDICIÁRIO; 3. SE TRATAR DE CONTRATO DE OBRIGATÓRIA ADESÃO, OU SEJA, AQUELE QUE TENHA OBJETO PRODUTO OU SERVIÇO FORNECIDO COM EXCLUSIVIDADE POR DETERMINADA EMPRESA. Prof. Ana Paula L. Sakauie 6 AGRAVO REGIMENTAL. AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. CAMINHONEIRO. DESTINATÁRIO FINAL. VULNERABILIDADE. CONSUMIDOR. CLÁUSLA DE ELEIÇÃO DE FORO. NULIDADE. SÚMULA 7/STJ.1. É relação de consumo a estabelecida entre o caminhoneiro que reclama de defeito de fabricação do caminhão adquirido e a empresa vendedora do veículo, quando reconhecida vulnerabilidade do autor perante a ré. Precedentes.2. Reconhecida a vulnerabilidade do consumidor e a dificuldade de acesso à Justiça, é nula a cláusula de eleição de foro. Precedentes.3. A condição de vulnerabilidade do recorrido firmada a partir dos elementos de convicção constantes dos autos não pode ser revista em sede de recurso especial, em face do que dispõe a Súmula 7/STJ. Precedentes.4. Agravo regimental a que se nega provimento.[...]De acordo com o entendimento deste Tribunal Superior, quando constatada a vulnerabilidade do consumidor, considera-se nula a cláusula eletiva de foro capaz de dificultas a defesa do hipossuficiente.(STJ; Agravo Regimental nº 426.563-PR; Rel. Min. Luis Felipe Salomão; 4ª Turma; J. Em 3.6.2014) Prof. Ana Paula L. Sakauie 7 MAS... AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL. PROCESSUAL CIVL. INCOMPETÊNCIA RELATIVA. CONTRATO DE DISTRIBUIÇÃO DE BEBIDAS. CLÁUSULA DE ELEIÇÃO DE FORO. INVALIDADE. DESQUILÍBRIO ENTRE AS PARTES. ÓBICE DA SÚMULA 7/STJ. COMPETÊNCIA. LUGAR ONDE A OBRIGAÇÃO FOI CUMPRIDA.1. Nulidade da cláusula de eleição de foro pactuada em contrato de adesão, mesmo sem natureza consumerista, na hipótese em que se verifica grave desequilíbrio entre as partes no que tange ao poder de negociação. Precedente da Segunda Seção, por analogia.2. Inviabilidade de se contrastar, no âmbito desta Corte Superior, o entendimento do Tribunal de origem acerca do desequilíbrio da relação contratual, em razão do óbice da Súmula 7/STJ.3. AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO. (STJ; Agravo Regimental no Recurso Especial nº 1.230.286-SC; Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino; 3ª Turma; J. Em 13.5.2014) Prof. Ana Paula L. Sakauie 8 ALEGAÇÃO DE OFÍCIO DA INCOMPETÊNCIA RELATIVA • RECONHECIDA A ABUSIVIDADE DA CLÁUSULA, O JUIZ SÓ PODERÁ RECONHECÊ-LA DE OFÍCIO ATÉ A CITAÇÃO, POIS, UMA VEZ CITADO, CABERÁ AO RÉU ALEGAR, NA CONTESTAÇÃO, A ABUSIVIDADE DA CLÁUSULA, SOB PENA DE PRECLUSÃO (ART. 63, PAR. 4); • NOS TERMOS DO ART. 10, O JUIZ SÓ PODERÁ DETERMINAR A REMESSA DOS AUTOS AO JUÍZO COMPETENTE APÓS A INTIMAÇÃO DO AUTOR PARA MANIFESTAR ACERCA DESSA DECISÃO, POIS NÃO É POSSÍVEL DECISÃO NA QUAL NÃO FOI DADA OPORTUNIDADE DE A PARTE MANIFESTAR-SE. Prof. Ana Paula L. Sakauie 9 Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento a respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, ainda que se trate de matéria sobre a qual deva decidir de ofício. • CONEXÃO: Art. 55. Reputam-se conexas 2 (duas) ou mais ações quando lhes for comum o pedido ou a causa de pedir. § 1o Os processos de ações conexas serão reunidos para decisão conjunta, salvo se um deles já houver sido sentenciado. § 2o Aplica-se o disposto no caput: I - à execução de título extrajudicial e à ação de conhecimento relativa ao mesmo ato jurídico; II - às execuções fundadas no mesmo título executivo. § 3o Serão reunidos para julgamento conjunto os processos que possam gerar risco de prolação de decisões conflitantes ou contraditórias caso decididos separadamente, mesmo sem conexão entre eles. • CONTINÊNCIA: Art. 56. Dá-se a continência entre 2 (duas) ou mais ações quando houver identidade quanto às partes e à causa de pedir, mas o pedido de uma, por ser mais amplo, abrange o das demais. Prof. Ana Paula L. Sakauie 10 CARACTERISTICAS • OS DOIS INSTITUTOS DEVERÃO SER ESTUDADOS CONJUNTAMENTE; • O OBJETIVO DA CONEXÃO E DA CONTINÊNCIA É PROMOVER A EFICIÊNCIA PROCESSUAL E EVITAR A PROLAÇÃO DE SENTENÇAS CONFLITANTES; • O ART. 55, PAR 1, MANDA QUE O JUIZ REÚNA QUANDO PREENCHIDOS OS REQUISITOS LEGAIS, POIS SE TRATA DE REGRA PROCESSUAL COGENTE; Prof. Ana Paula L. Sakauie 11 No julgamento do REsp n. 1.001.820⁄RJ, DJe 29⁄5⁄2012, esta Quarta Turma já assentou: (LUIZ FUX) A conexão ou a continência, por decorrência da identidade da causa de pedir ou do pedido, tornam convenientes o julgamento conjunto, não só por medida de economia processual, mas também para evitar a possibilidade de prolação de decisões contraditórias, que trariam desprestígio à Justiça: • EXEMPLOS DE CONEXÃO: • AÇÃO DE REPARAÇÃO DE DANOS. ATROPELAMENTO DE DUAS PESSOAS. • AÇÃO DE RESCISÃO CONTRATUAL. CONTRATANTES ALMEJAM O MESMO PEDIDO. • AÇÃO ANULATÓRIA DE DÉBITO FISCAL E AÇÃO DE EXECUÇÃO FISCAL • AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO – PROPOSTA PELO LOCATÁRIO – E AÇÃO DE DESPEJO – PROPOSTA PELO LOCADOR, NA PRIMEIRA OFERTANDO OS ALUGUÉIS; NA SEGUNDA PLEITEANDO-SE A RESCISÃO DO CONTRATO PELA SUPOSTA FALTA DE PAGAMENTO DOS MESMOS ALUGUÉIS • AÇÃO DE EXONERAÇÃO DE ALIMENTOS E AÇÃO REVISIONAL DE ALIMENTOS Prof. Ana Paula L. Sakauie 12 CONTINÊNCIA • O CONCEITO DE CONTINÊNCIA ESTÁ CONTIDO NO CONCEITO DE CONEXÃO, POIS, PARA QUE HAJA CONTINÊNCIA É NECESSÁRIA A IDENTIDADEDE CAUSA DE PEDIR, E SE ISSO OCORRER, JÁ É CONEXÃO; A CONTINÊNCIA É EXEMPLO DE CONEXÃO. • EXEMPLO: AÇÃO DE ANULAÇÃO DE UM CONTRATO, EM UMA DEMANDA, E A AÇÃO DE ANULAÇÃO DE UMA CLÁUSULA DO MESMO CONTRATO, EMBORA DIFERENTES OS PEDIDOS, O PRIMEIRO ENGLOBA O SEGUNDO; • NESTE CASO, A AÇÃO DA 1ª VARA SERÁ APENSADA NA DA 2ª VARA, POIS ESTA "CONTIDA" Prof. Ana Paula L. Sakauie 13 FORMA E MOMENTO DE ALEGAÇÃO • QUALQUER DAS PARTES, INCLUSIVE EX OFFICIO; • O AUTOR, REGRA GERAL, PEDE NA PETIÇÃO INICIAL (DISTRIBUIÇÃO POR DEPENDÊNCIA); • AO RÉU CABE ALEGAR EM PRELIMINAR DE CONTESTAÇÃO; Prof. Ana Paula L. Sakauie 14 PREVENÇÃO • A PREVENÇÃO É CRITÉRIO PARA EXCLUSÃO DOS DEMAIS JUÍZOS COMPETENTES DE UM MESMO FORO OU TRIBUNAL; • ART. 59: A PREVENÇÃO DECORRE DO REGISTRO OU DA DISTRIBUIÇÃO DA PETIÇÃO INICIAL; Prof. Ana Paula L. Sakauie 15 CASO SEJA COMARCA DE VARA ÚNICA SE HOUVER MAIS DE UMA VARA NA COMARCA CONFLITO DE COMPETÊNCIA Prof. Ana Paula L. Sakauie 16 Art. 66. Há conflito de competência quando: I - 2 (dois) ou mais juízes se declaram competentes; (CONFLITO POSITIVO) II - 2 (dois) ou mais juízes se consideram incompetentes, atribuindo um ao outro a competência; (CONFLITO NEGATIVO) III - entre 2 (dois) ou mais juízes surge controvérsia acerca da reunião ou separação de processos. Parágrafo único. O juiz que não acolher a competência declinada deverá suscitar o conflito, salvo se a atribuir a outro juízo. COMPETÊNCIA PARA RESOLUÇÃO DO CONFLITO • SERÁ SEMPRE DE UM TRIBUNAL; • STF: ART. 102, I, “o”, CF: OS CONFLITOS DE COMPETÊNCIA ENTRE O STJ E QUAISQUER TRIBUNAIS, ENTRE TRIBUNAIS SUPERIORES, OU ENTRE ESTES E QUALQUER OUTRO TRIBUNAL (COMPETÊNCIA EM RAZÃO DA PESSOA: PRESENÇA DE UM TRIBUNAL); • STJ: ART. 105, I, “d”, CF: RESOLUÇÃO DE CONFLITOS DE COMPETÊNCIA ENTRE TRIBUNAIS DIVERSOS. • TRIBUNAIS DE JUSTIÇA E TRIBUNAIS REGIONAIS FEDERAIS: RESOLUÇÃO DE CONFLITOS GERADOS ENTRE JUÍZES A ELES VINCULADOS; SE DE TRIBUNAIS DIVERSOS, A COMPETÊNCIA SERÁ DO STJ; Prof. Ana Paula L. Sakauie 17 • 1ª Questão. Joana e Marcos viviam em união estável há 10 anos, na cidade de Curitiba nunca fizeram uma declaração em cartório, durante esse período construíram por esforço mútuo um patrimônio considerável. Entretanto Marcos saiu de casa há aproximadamente dois meses e vem dilapidando o patrimônio do casal. Joana contratou um advogado para ajuizar ação de reconhecimento de união estável cumula com a partilha de bens. O advogado contratado por Joana distribuiu a ação de reconhecimento de união estável c/c partilha bens para uma das Varas Cíveis da Comarca de Curitiba/PR. O advogado de Marcos ao apresentar a sua contestação alegou a incompetência absoluta do juízo. Indaga-se. A) Está correto o critério de competência adotado pelo advogado de Joana? Fundamente e explique a sua resposta. B) Como deverá agir o magistrado diante da incompetência absoluta suscitada pelos réus? Prof. Ana Paula L. Sakauie 18 2ª Questão. Sobre a competência relativa é correto afirmar: a) Todos os critérios de competência de natureza territorial consagrados no CPC são considerados de competência relativa. b) A competência relativa poderá modificar-se pela conexão ou pela continência. c) A competência relativa somente se modificará pela conexão. d) A competência relativa somente se modificará pela continência. Prof. Ana Paula L. Sakauie 19 3ª Questão. Marque a alternativa correta. De acordo com o CPC, não há que se falar em conflito de competência quando: I- 2 (dois) ou mais juízes se declaram competentes. II - 2 (dois) ou mais juízes se consideram incompetentes, atribuindo um ao outro a competência. III- Verificada a incompetência absoluta do juízo A – somente a resposta I está correta B- somente a resposta II está correta C- somente a reposta III está correta D- as repostas I e II estão corretas E- as respostas I e III estão corretas Prof. Ana Paula L. Sakauie 20
Compartilhar