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Da Prescição Penal

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INTRODUÇÃO
Cabe ao Estado, por meio de leis e sanções, compelir a execução das normas, pois é inimaginável a vida em coletividade sem as leis empregadas pelo Estado, visto que elas garantem a sobrevivência pacífica dos cidadãos.
Por isso, é conferido ao Estado o direito-dever, de punir quem violar as leis e, em abordagem de tema criminoso, a finalidade é de aplicar a devida pena ao autor do ato.
O Estado desempenha seu jus puniendi de forma restrita, pois seu direito de punir não é inacabável, é limitado por múltiplas normas que visam garantir os direitos capitais, entre elas está a prescrição que limita o direito de punir em virtude do tempo passado, que estão expostas nos incisos do artigo 107 do Código Penal. O quarto inciso desse artigo aborda justamente sobre a prescrição, que é a perda do poder-dever de punir do Estado pelo não-exercício da pretensão punitiva ou da pretensão executória durante adequado tempo.
A prescrição, segundo a doutrina, pode ser qualificada em dois tipos: prescrição da pretensão punitiva e prescrição da pretensão executória.
DA PRESCRIÇÃO PENAL
O Estado, em meio a todas as suas imputações, tem o poder-dever de punir, que pode ser desmembrado em dois, sendo: direito de punir abstrato e direito de punir concreto. O direito de punir abstrato se dá enquanto a lei penal não for infringida, é a definição de quais infrações e a quais bens jurídicos carecem de ser estimados contravenções penais e as sanções que precisarão ser aplicadas. No direito de punir concreto se dá posteriormente partir da ocasião que é cometida determinada conduta antecipadamente tipificada como criminal em lei penal. Entretanto, o Estado exerce seu ius puniendi de forma limitada, de tal maneira no direito de punir concreto, como no abstrato. Pois ele não pode ser eventual na criação de suas leis ou no emprego das referentes penas, e o seu direito de punir não é eterno. Essa relativização se dá pelas causas extintivas de punibilidade, que estão descritas no artigo 107 do Código Penal.
A prescrição aparece da inércia do Estado e convém como limite de sua atuação jurisdicional, mesmo que Estado almeje punir o agente transgressor, não poderá mais fazê-lo, perante da transcorrência do tempo.
TEORIAS QUE PROCURAM FUNDAMENTAR O INSTITUTO DA PRESCRIÇÃO
Diferentes teorias foram empregadas ao decorrer do tempo a fim de esclarecer o a prescrição, segue algumas delas:
Teoria da expiação moral
Prevê, com o decurso do tempo, que o culpado já padeceu tantas vezes por suas aflições e arrependimento que isso, por si só, já é a sua punição. Por isso, a sanção da lei penal constituiria uma secundária aflição, assim sendo desnecessária.
Teoria da dispersão da prova
Argumenta que o extenso período de tempo decorrido, do fato criminoso, faz com que a valimento probatório atenue.
Teoria do esquecimento
Esta hipótese fundamenta-se que, a sociedade, com o tempo, dependendo da transgressão, se esquece do crime. E com o esquecimento da infração penal, não é mais necessário à sua punição, pois não existe mais o receio movido por seu exercício e não proporcionará ameaça para a sociedade.
Teoria psicológica
Defende que o tempo transforma a formação psíquica da pessoa, pois a conexão psicológica entre o acontecimento e o administrador se rompe.
Teoria da emenda
Entende que o criminoso com o decorrer do tempo se redimiu e o tempo interveio em seu foro e conduta. 
NATUREZA JURÍDICA DA PRESCRIÇÃO
O principal alicerce da natureza material da prescrição, é a sua previsão no Código Penal.
A prescrição é tema de ordem pública, podendo ser reconhecida e declarada de ofício pelo juiz em algum faz do processo, nos termos do artigo 61 do Código Penal.
ESPÉCIES DE PRESCRIÇÃO
Pode ser dividida em duas espécies: a prescrição da pretensão punitiva e a prescrição da pretensão executória. A pretensão punitiva ocorre antes do trânsito em julgado da sentença criminal. Já pretensão punitiva, após o referido trânsito.
Prescrição da pretensão punitiva
Só poderá ocorrer antes do trânsito em julgado da sentença penal e tem como principal implicação o banimento de todos as consequências do crime, como se ele não tivesse havido.
Prescrição da pretensão punitiva abstrata
Tem este nome pois o seu prazo regula-se pela pena em abstrato, pelo maior da pena privativa de liberdade imposta no tipo legal, segundo a tabela do artigo 109 do Código Penal.
Este tipo de prescrição só pode acontecer em meio a a data da consumação do crime e o recebimento da denúncia ou da queixa, ou a partir desse período até a sentença.
Prescrição da pretensão punitiva superveniente (intercorrente)
Considera para o balancete do prazo prescricional a pena sobreposta in concreto. O padrão inicial desse apuramento se dá com a publicação da sentença condenatória recorrível e acaba com o trânsito em julgado decisivo.
Prescrição da pretensão punitiva retroativa 
É medida pela pena em concreto, contraída na sentença penal e é imprescindível o trânsito em julgado para a acusação ou o não fornecimento de seu recurso.
Este tipo de prescrição da aspiração punitiva é ideia da jurisprudência nacional, pois não está expressa no texto judicial. A prescrição retroativa tem somente um lapso prescricional, que é em meio a a data da sentença e o recebimento da denúncia ou queixa.
Prescrição da pretensão executória
A pretensão executória acontece a partir do trânsito em julgado da sentença penal condenatória e pela pena in concreto. O seu acontecimento suscita a perda do Estado de dar cumprimento a pena atribuída ao condenado, perante o decorrer do prazo prescricional estipulado.
Mesmo que o condenado fique livre da execução da pena, a prescrição da pretensão executória não aparta as implicações auxiliares da sentença condenatória.
Prescrição da pena de multa
Está disposto no artigo 114 do Código Penal. Que indica que quando a pena de multa for a única atribuída, ela prescreverá em 2 (dois) anos. Mas for pena alternativa, cumulativamente cominada ou cumulativamente aplicada, prescreverá também no prazo posto para a prescrição da pena privativa de liberdade.
Prescrição da pena restritiva de direitos
A prescrição das penas restritivas de direito ganhou o mesmo tratamento das penas privativas de liberdade, os prazos são os mesmos (artigo 109, parágrafo único do Código Penal)
Prescrição das penas menos graves com as mais graves.
O artigo 118 do Código Penal estabelece que: “as penas mais leves prescrevem com as mais graves”.
CAUSAS MODIFICATIVAS DOS PRAZOS PRESCRICIONAIS
Em algumas circunstâncias os prazos da prescrição podem ser modificados, para mais ou menos.
O artigo 115 do Código Penal antevê os dois motivos que reduzem a metade o prazo prescricional: (i) ao tempo do crime, o criminoso era menor de 21 (vinte e um) anos; (ii) na data da audiência, o criminoso era maior de 70 (setenta) anos. 
Em relação ao aumento do prazo prescricional, o artigo 110 do Código Penal aponta que a reincidência acrescenta um terço o prazo da prescrição após do trânsito em julgado.
	Prazo prescricional na forma do art. 109 do Código Penal
	 
	Penas
	Inciso
	Prazo de prescrição
	Prescrição em face da idade:
Serão reduzidos os prazos de prescrição para os menores de 21 ao tempo do fato e maiores de 70 anos ao tempo da sentença (art. 115 do Código Penal).
Contagem do Prazo em matéria penal:
Na contagem do prazo no direito material deve-se observar que o dia do começo se inclui no cômputo do prazo. Contam-se os dias, os meses e anos pelo calendário comum, por conseguinte, exclui-se o dia do término.
Art. 10 - O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. Contam-se os dias, os meses e os anos pelo calendário comum.
	Superior a 12 anos
	Inciso I
	20 anos
	
	+ de 8 anos até 12 anos
	Inciso II
	16 anos
	
	+ de 4 anos até 8 anos
	Inciso III
	12 anos
	
	+ de 2 anos até 4 anos
	Inciso IV
	8 anos
	
	= a 1 ano até 2 anos
	Inciso V
	4anos
	
	Menor que 1 ano 
(11 meses e 29 dias)
	Inciso VI
	3 anos*
	
	*Com redação pela Lei 12.234/10 a partir de 5.5.2010
 *Para os crimes cometidos até 4.5.2010, se o máximo da pena for inferior a um ano, aplica-se o prazo de 2 anos para prescrição.
	
Causas de interrupção da prescrição 
(art. 117 do Código Penal):
- Recebimento da denúncia
- Pela pronúncia
- Pela decisão confirmatória da pronúncia
- Pela sentença condenatória recorrível.
- Pelo início ou continuação do cumprimento da pena
- Pela reincidência.
	Crimes imprescritíveis:
Encontram-se previstos na Constituição Federal
art. 5º, XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei;
 XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático;
	
	O Conselho Nacional de Justiça preocupado com os excessivos casos de prescrição da pretensão punitiva sem o julgamento das respectivas ações penais, editou a Resolução nº 112, de 06 de abril de 2010  em que determina a adoção por parte de tribunais e juízos dotados de competência criminal de uma série de medidas visando um maior controle sobre as ações criminais para que não se deixe prescrever um processo sem que seu mérito seja julgado.
CAUSAS SUSPENSIVAS (IMPEDITIVAS) DA PRESCRIÇÃO
O artigo 116 do Código Penal apresenta as causas suspensivas, dividindo-as em dois grupos: antes do trânsito em julgado da sentença e após ele. As que ocorrem antes do trânsito em julgado, referem-se à prescrição da pretensão punitiva. Então suspende-se o prazo prescricional até que seja resolvida questão prejudicial, em outro processo, e está sujeito dessa decisão para a consideração da existência do crime; e até o agente cumpre pena no estrangeiro, pois não se alcançará a sua extradição.
A causa suspensiva da prescrição executória acontece quando o condenado ficar preso por distinto motivo, uma vez que essa sua condição evita a satisfação da aspiração executória.
CAUSAS INTERRUPTIVAS DA PRESCRIÇÃO
Sugerem o reinicio da contagem do prazo desde o início, abandonando o tempo já transcorrido. Calcula-se o novo prazo do dia da interrupção até chegar ao seu termo final, ou acontecer distinta causa de interrupção.
O artigo 117 do Código Penal prevê, taxativamente em seus incisos, as causas interruptivas. São elas: I - pelo recebimento da denúncia ou da queixa; II - pela pronúncia; III - pela decisão confirmatória da pronúncia; IV - pela publicação da sentença ou acórdão condenatórios recorríveis; V - pelo início ou continuação do cumprimento da pena; VI - pela reincidência.
.
IMPRESCRITIBILIDADE
A Constituição Federal prevê em seu texto dois crimes imprescritíveis. Quanto a esses crimes, o Estado não tem limite temporal para começar a persecução penal ou executar a pena.
O art. 5º, inciso XLII da Carta Magna põe que: “a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei”. Já o inciso XLIV dispõe: “constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático”.
 CONCLUSÃO
Os processos que tramitam na justiça criminal estão adiando as atividades do judiciário e, por isso, a espera por uma decisão decisiva demora muitos anos.
Por isso é fácil compreender que o instituto da prescrição penal é muito importante, pois aborda uma barreira no poder-dever de punição do Estado. Através da prescrição, são assegurados direitos básicos intrínsecos ao Estado Democrático de Direito, que acontece com o decurso do tempo legitimamente pré-estabelecido para a persecução penal.
A prescrição é uma abdicação ao Direito de Punir, aceitada legitimamente e preventivamente, pelo Estado, por força do tempo. De acordo com nosso Código Penal, no artigo 107, item VIII, a prescrição é uma causa extintiva da punibilidade. A ação corrosiva do tempo, desvia ao esquecimento, ao desapego da sociedade por uma eventual punição.
Bibliografia
http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=9460
https://camilarecouso.jusbrasil.com.br/artigos/150683257/prescricao-penal
https://sites.google.com/site/inaciohenrique/home/legislacao/legislacao-penal/tabela-do-prazo-prescricional-penal
http://www.infoescola.com/direito/prescricao-criminal/
https://jus.com.br/artigos/966/prescricao-penal-extincao-da-pretensao-punitiva-e-pretensao-executoria

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