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Multiparentalidade

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Universidade de Fortaleza – UNIFOR
Aluna: Rosimery Reis Martins Matricula: 1624759-6
Professora: Hérika Janaynna Marques
Disciplina: Direito Civil IV – Família NAB 
ARRAZOADO SOBRE MULTIPARENTALIDADE
Texto 1: Reconhecimento de multiparentalidade está condicionado ao interesse da criança
Superior Tribunal de Justiça (STJ), negou provimento ao pedido de uma mulher que pretendia assegurar que sua filha tivesse o pai socioafetivo e o pai biológico reconhecidos concomitantemente no registro civil.
A menina havia sido registrada pelo homem que vivia em união estável com a mãe, o qual, mesmo sem ter certeza da paternidade, optou por criá-la como filha.
O pai biológico não demonstrou nenhum interesse em registrar a filha ou em manter vínculos afetivos com ela. 
A ação foi movida unicamente porque a mãe pretendia criar uma aproximação forçada com o pai biológico.
De acordo com o relator, ministro Marco Aurélio Bellizze, esse reconhecimento concomitante é válido desde que prestigie os interesses da criança, o que não ficou demonstrado no processo. 
“O melhor interesse da criança deve sempre ser a prioridade da família, do Estado e de toda a sociedade, devendo ser superada a regra de que a paternidade socioafetiva prevalece sobre a biológica, e vice-versa”.
Segundo o ministro, as instâncias ordinárias entenderam que a demanda foi proposta exclusivamente no interesse da mãe, sobrepondo o interesse da genitora ao interesse da menor. Porém, destacou a possibilidade de que a própria filha reivindique na Justiça o reconhecimento da multiparentalidade no futuro, caso o deseje.
Texto 2: Paternidade socioafetiva não exime de responsabilidade o pai biológico, decide STF
Supremo Tribunal Federal (STF) entendeu que a existência de paternidade socioafetiva não exime de responsabilidade o pai biológico. Por maioria de votos, os ministros negaram provimento ao Recurso Extraordinário (RE) 898060, com repercussão geral reconhecida, em que um pai biológico recorria contra acórdão que estabeleceu sua paternidade, com efeitos patrimoniais, independentemente do vínculo com o pai socioafetivo.
Ministro Luiz Fux, considerou que o princípio da paternidade responsável impõe que, tanto vínculos de filiação construídos pela relação afetiva entre os envolvidos, quanto aqueles originados da ascendência biológica, devem ser acolhidos pela legislação. Segundo ele, não há impedimento do reconhecimento simultâneo de ambas as formas de paternidade – socioafetiva ou biológica –, desde que este seja o interesse do filho. 
No caso concreto, o relator negou provimento ao recurso e propôs a fixação da seguinte tese de repercussão geral: “A paternidade socioafetiva, declarada ou não em registro público, não impede o reconhecimento do vínculo de filiação concomitante baseado na origem biológica, salvo nos casos de aferição judicial do abandono afetivo voluntário e inescusável dos filhos em relação aos pais”.
CONCLUSÃO
Por todo exposto, conclui-se que:
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) levou em consideração ao negar o pedido da mãe, o princípio do melhor interesse da criança.
O Supremo Tribunal Federal (STF) usou como base o principio da paternidade responsável ao dar provimento ao recurso.
Entendo que os dois seguiram uma linha de raciocino bastante tênue, visto que o objetivo dos pedidos são os mesmos nos dois casos.
O STJ justifica seu parecer alegado o melhor interesse da criança e negando a pedido da mãe, porém deixa precedente para que isso seja feito futuramente pela menor. 
De acordo com a evolução do conceito família e as responsabilidades que o então genitor teria sobre o filho, não caberia o uso deste principio, pois este fundamenta-se em proteger os vulneráveis e garantir seus direitos fundamentais, ou seja, mesmo a criança tendo sido criada e registrada pelo pai socioafetivo não seria preciso excluir ou negar a paternidade biológica e nem abrir mão dos direitos acarretados por ele. 
Por isto entendo ser mais benéfico a decisão tomada pelo Supremo Tribunal Federal ao reconhecer simultaneamente ambas as formas de paternidade, e negar pedido de genitor que alega preponderância do reconhecimento socioafetivo sobre o biológico. A fundamentação no principio da paternidade responsável deixa bem claro que independente da convivência ou relacionamento dos pais, a eles cabe a responsabilidade pela criação e educação dos filhos.
Ainda justificando a corrente de raciocínio escolhida, cito as palavras da presidente da corte, Ministra Carmen Lúcia:
“Amor não se impõe, mas cuidado sim e esse cuidado me parece ser do quadro de direitos que são assegurados, especialmente no caso de paternidade e maternidade responsável.”

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