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CIENCIA POLITICA CONTRATO SOCIAL

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Nicolau Maquiavel
No inicio da modernidade, o pensamento político sofre uma profunda revolução com o pensamento de Maquiavel. Ele rejeita toda a filosofia política anterior que estava direcionada ao modo de governar. Em sua obra O príncipe, Maquiavel procurou mostrar a verdade efetiva dos fatos, bem como se da de fato a conquista e a manutenção do poder. Para Maquiavel o poder esta distante da ética, ao menos no sentido da teoria política grega.
Maquiavel pode ser considerado o precursor da ciência política, tendo em vista vários aspectos, porem o mais relevante talvez seja o fato do mesmo ser o solo da ação dos governantes. Foi Maquiavel quem primeiro empregou o termo Estado no pensamento político. Maquiavel procurou introduzir a reflexão sobre a "liberdade", bem como a relação do governo com a liberdade do povo. Propunha uma república que considera-se a universalidade dos cidadãos, ou seja, uma ampla participação dos cidadãos no governo.
Autor do século XVI, renascentista, escreveu o livro chamado de o príncipe, onde apresenta a política como ela é, como um político deve agir para se manter no poder. Nesta obra Maquiavel aborda como se conquista o poder e como agir para se manter no poder. Ressalva que o conflito é inerente aos seres humanos. Em seus escritos Maquiavel apresenta a realidade o governante para se manter no poder. O poder gera conflitos, assim Maquiavel alerta que para governar é necessário astúcia e estratégias.
A Virtù trata-se da capacidade do príncipe em controlar as ocasiões e acontecimento do seu governo, das questões do principado. O governante com grande Virtù constrói uma estratégia eficaz de governo capaz de sobrestar as dificuldades impostas pela imprevisibilidade da história. Assim, o político com grande Virtú observa na Fortuna a probabilidade da edificação de uma estratégia para controlá-la e alcançar determinada finalidade, agindo frente a uma determinada circunstancia, percebendo seus limites e explorando as possibilidades perante a mesma. Virtù não se importa com aspectos da compaixão e benevolência da tradição moral cristã.[2]
O príncipe, ainda, não deve sequer se preocupar com a fama de severo que uma eventual decisão lhe traga, quanto mais os preceitos de uma religião. Segundo Maquiavel, quando o príncipe está em campanha, no comando de inúmeros soldados, não deve se preocupar com a fama de cruel, pois a mesma mantém um exército unido e disposto à ação. E essa fama apenas surge de sua forma desumana de crueldade, que juntamente com outras várias formas da Virtù, fazem venerável o príncipe. (2008, pg. 81)[3]
A figura da Fortuna representa, assim como a Virtù, uma das formas de aquisição do poder. Contudo, diversamente da Virtù, ela não garante a estabilidade. Para Maquiavel, aqueles que somente pela Fortuna de outros se tornam príncipes, sem grandes esforços, encontram sérias dificuldades em manter o principado. Tais apóiam-se exclusivamente na vontade e na Fortuna de quem lhes concedeu o poder, situação, segundo o autor, volúvel e instável. Diz Maquiavel que tais homens não sabem nem porque devem manter o principado, sendo que sempre viveram como particulares.[5] Nas palavras do autor (2008, pg. 28):
11. A natureza humana em Maquiavel 
Com bases históricas, Maquiavel começa a expor suas constatações sobre a natureza dos homens. Há, em sua obra, uma Filosofia da História que envolve a compreensão do poder, da moral, dos modos de governar e, sobretudo, do modo de ser dos governados. História e sociedade estão estreitamente ligadas através dos laços da política e da moral. O que freqüentemente choca na leitura de Maquiavel é a crueza com que encara os fatos e os descreve. Para ele, a natureza humana é má. O homem gostaria de agir em consonância com o bem, mas, invariavelmente, ele está mais propenso ao mal, conforme se observa nos exemplos extraí- dos de Roma Antiga e também nos de seus contemporâneos. Os "homens geralmente s
Jean Bodin – Política e Soberania (1530-1596)
Principal obra: Da república (1576) – Seis livros
 	Jean Bodin foi um jurista francês que contribuiu bastante para que o absolutismo ganhasse suas mais importantes justificativas intelectuais. Além de preocupar-se com questões de ordem política, Bodin também era um famoso perseguidor das manifestações heréticas de sua época. Sua ação contra valores religiosos considerados anticristãos acabou deixando-o conhecido como “procurador do Diabo”. Entre suas principais obras damos destaque espacial à “República”. 
 	Convivendo com os intensos conflitos religiosos que tomaram conta da França do século XVI, Bodin vai dedicar boa parte de sua reflexão política à questão da soberania. Nesse sentido, um dos mais marcantes valores pregados pelo seu pensamento consiste em defender a indivisibilidade da soberania.
Bodin e seu Contexto: 1530/1596 – Em teoria política, destaca-se por ser um autor que enaltece o absolutismo, o poder absoluto, e o amplo exercício da soberania. A primeira exposição sistemática da soberania é normalmente atribuída ao jurista francês Jean Bodin. Ele irá defender o fortalecimento do Estado, fato este justificado pelo seu contexto, que era de grande instabilidade política. Mas essa centralização e fortalecimento do poder deverá passar pelas vias objetivas do direito, e não na virtude política (virtú) de um deposta eficaz ou na entrega, pelos indivíduos, dos seus direitos subjetivos a um “Deus mortal” (Estado).
Conceito de Soberania: Bodin preocupa-se em definir o que seja uma república (aqui entendida como Estado). Sua definição virá representando o “conjunto de famílias ou de colégios submetidos a uma só e mesma autoridade”. As famílias (o povo) devem estar reunidos sob a mesma autoridade, de modo que o poder aí já se identifica como uma regência centralizada dos diversos grupos.
Toda república é governada a partir da convivência harmônica de três espécies de leis: a lei moral (foro intimo de cada um), a lei doméstica (aplicada pelo chefe de família) e a lei civil, que se aplica a todos os participes da sociedade política, tendo por âmbito de aplicação as relações entre as famílias.
A soberania é o elemento mais importante caracterizador do Estado, entendida pelo poder supremo sobre os cidadãos e súditos, sem restrições determinadas pelas leis. Segundo ele, a autoridade do rei era concedida por Deus, cabendo aos súditos tão somente a obediência passiva. O direito a soberania é inalienável, pertencente somente ao soberano, ser a representação de um poder absoluto é poder agir com a máxima liberdade possível, no sentido de fazer cumprir as metas do Estado. É preciso que os soberanos possam dar as leis aos súditos e anular ou revogar as leis inúteis para fazer outras. Ter poder absoluto, ser soberano, significa estar acima das leis civis. Ora, nesses termos, a soberania é o cimento das relações sócias sobre o qual se constroem os modos de vida e o convívio em sociedade, sem ela, torna-se impossível a vida organizada politicamente, inviabilizando-se a idéia e o projeto de existência do Estado.
FORMAS DE EXERCÍCIO DA SOBERANIA
A soberania é sempre indivisível , uma e incontrastável , porém o modo pelos quais pode ganhar conformação e ser exercida é que possibilitam essa divisão, em três: uma monarquia, uma aristocracia ou uma democracia.
A sua época a fragilidade e volatilidade do poder estavam evidenciadas. Dos três modos possíveis para se exercer a soberania Bodin prefere a monarquia pelos seguintes argumentos:
a) O monárquico é o Estado mais considerado para a República, pois uma análise histórica revela a predileção dos povos antigos por essa forma de governo.
b) Ela vem das leis de Deus. Grandes personalidade históricas afirmam que a monarquia é o melhor governo e mesmo na lei de Deus é dito.
c) A principal marca da república, que é o direito da soberania, se justifica em um só soberano. Se forem mais de um soberano, ninguém é soberano.
Limitações ao poder soberano
Há algo que a soberania antepõe: são as leis naturais e as leis divinas. O detentor da soberania estásubmetido à lei divina, segundo Bodin, porque é, antes de nada, um súdito de Deus. O soberano não pode transgredi-la em hipótese nenhuma.
As leis divinas e naturais são, portanto, um parâmetro para definir a diferença entre o monárquico e o tirânico.
Mas a acusação de crueldade, de impiedade e de injustiça no exercício da soberania não pode, em hipótese alguma, justificar a resistência, mesmo que o soberano ordene coisas que são consideradas contrárias às leis de Deus e da natureza. Não há autoridade que possa julgar o soberano, pois isso seria uma afronta a soberania.
Bodin não dá ao povo o direito a resistência, sua escolha é pela manutenção do poder soberano, causa e sentido da ordem social, que é melhor do que outro tipo de governo ou mesmo a descentralização do poder. A anarquia, a desordem, o caos e o desgoverno são males que Bodin quer afastar da sociedade. Por isso a idéia de soberania: indivisível, incontrastável e absoluta.
A idéia de poder absoluto de Bodin está ligada à sua crença na necessidade de concentrar o poder totalmente nas mãos do governante; o poder soberano só existe quando o povo se despoja do seu poder soberano e o transfere inteiramente ao governante. Para esse autor, o poder conferido ao soberano é o reflexo do poder divino, e, assim, os súditos devem obediência ao seu soberano.
 	Dessa forma, Jean Bodin também utiliza uma argumentação de traço fortemente religioso para defender o regime monárquico. Segundo o próprio autor, “todas as leis da natureza nos guiam para a monarquia; seja observando esse pequeno mundo que é nosso corpo, seja observando esse grande mundo, que tem um soberano Deus; seja observando o céu, que tem um só Sol”. Por isso, esse teórico absolutista será considerado um dos defensores do “direito divino dos reis”.
Seis Livros sobre a República • Na obra Seis Livros sobre a República, Bodin (1529 – 1596) faz da soberania um elemento essencial do Estado. • Ele escreve: “a República [o Estado] é o justo governo de muitas famílias e do que lhes é comum, com poder soberano”. Segundo Bodin a soberania é um poder supremo, incontrastável, não submetido a nenhum outro poder. 
Características da Soberania 
• Una; Única, Singular.
 • Absoluta;
 • Indivisível;
 • Inalienável; 
• Imprescritível; 
• Irrevogável; 
• Perpétua. 
TEORIA DE GOVERNO EM JEAN BODIN.
1530-1596.
Nasceu na França, filosofo e jurista, autor de um livro famoso, República, que representava a mentalidade do seu tempo, o que seria hoje um pensamento reacionário.
Ele defendeu a seguinte tese, referente ao poder político, o conceito de soberano ligado à realeza por natureza era eterno, essa determinação vinha exatamente de Deus.
O poder político era perpetuo e soberano, absoluto, a justificativa era divina. Isso porque o rei representava a imagem de Deus.
Bodin viveu em pleno iluminismo, período em que representou a mudança de uma forma de Estado a outro, a superação do Antigo Regime, a mudança do feudalismo em beneficência a burguesia nascente, os servos deixavam e ter uma função produtiva em seu lugar nascia o proletariado.
Ele até entendia o etimologia República no seu exato sentido clássico, aquilo que significa coisa pública, que vem exatamente do latim res=coisa.
 Mas não aceitava a nova mentalidade nascente ou seja a superação de uma visão de mundo teocêntrica para o antropocentrismo.
Ele não admitia outra forma de governo se não fosse à monarquia, por ser a única forma que a autoridade representa de fato os interesses de Deus aqui na terra. Naturalmente que isso era uma ideologia do seu tempo histórico.
 Se analisarmos a história, percebemos que o passado em relação ao futuro é sempre uma determinação ideológica. Nesse aspecto o presente também corresponde a essa análise. 
Então para Bodin a forma única de governo admitida só seria possível racionalmente à monarquia, na qual a soberania teria que ser necessariamente absoluta, se concentrava naturalmente na figura do príncipe.
Qualquer outra forma de poder ou modelo de Estado era diabólico. Demo que significa povo, e povo que poderia significar satânico, cracia poder, isso significava para Bodin numa conceituação epistemológica, o conceito de democracia, o poder satânico, o que nascia com a burguesia, formulado pelos novos ideólogos, os filósofos iluministas.
Bodin foi um estudioso de Aristóteles e consequentemente de Tomás de Aquino, o mesmo modelo defendido por São Tomás, afirmava, com efeito, Jean Bodin, ser a monarquia o regime mais correto de acordo com o fundamento das coisas.
Seu fundamento era simplificado, sem teoria política formulada com consistência, dizia ele, no mundo é natural à família ter apenas um chefe, o pai. No céu existe apenas um sol, no universo existe um só Deus criador.
 Ele nunca entendeu que nas sociedades existiram diversidades de deuses, que a ideologia de um Deus único foi fruto da concentração do poder. Fato exatamente do estabelecimento nobre nos Estados antigos.
Dessa forma argumentava ele em defesa da sua teoria do absolutismo, é mais que lógico e justo, que a soberania, força de coesão social do seu tempo, seja realizada naturalmente na monarquia, centralizada totalmente na pessoa de um princípio que é sagrado por Deus, questionar a soberania seria como ofender ao próprio Deus, isso era inadmissível politicamente.
Thomas Hobbes
Westport (Inglaterra) (1588-1679)
CORRENTE FILOSÓFICA
Empirismo
PRINCIPAIS OBRAS
Leviatã; Do Cidadão; Do Corpo; Do Homem; Os Elementos da Lei
FRASE-SÍNTESE
“O homem é o lobo do homem.”
BIOGRAFIA
Thomas Hobbes nasceu na aldeia de Westport, na Inglaterra, em 1588. Em 1608, já formado em arte, passou a trabalhar como preceptor na poderosa família Cavendish, um importante lorde inglês, o que lhe permitiu fazer viagens de aprimoramento cultural. Visitou a França e a Itália em 1610 e estudou literatura e filosofia. Entre 1621 e 1626, trabalhou como secretário de Francis Bacon, para quem traduziu algumas obras.
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Hobbes vivenciou grande parte do longo processo da Revolução Inglesa (1640-1689), quando o povo inglês lutou contra o absolutismo da dinastia Stuart. Fervoroso defensor da Monarquia, escreveu seu primeiro tratado sobre o regime, Elementos da Lei Natural, em 1640, e foi obrigado a se refugiar em Paris. Retornou à Inglaterra pouco tempo depois, mas voltou a se refugiar na França, por causa dos ideais absolutistas expostos em Leviatã, em 1651. Um ano depois, voltou à Inglaterra, então governada por Oliver Cromwell. Morreu em Hardwick, em 1679.
“As paixões que, mais do que quaisquer outras, causam diferenças de espírito são principalmente um maior ou menor desejo de poder, de riquezas, de conhecimento e de honra, as quais podem todas reduzir-se à primeira, isto é, ao desejo de poder. Pois as riquezas, o conhecimento e a honra não são senão formas diversas de poder. Assim, considero como principal inclinação de toda a humanidade um perpétuo e incessante afã de poder, que cessa apenas com a morte.”
A FILOSOFIA DE HOBBES
Em sua obra Leviatã (Leviatã é um bíblico monstro gigantesco que representa o Estado), Hobbes inaugurou um novo modo de pensar a política, refletindo não apenas sobre os paradigmas já existentes, mas questionando-se sobre a origem do Estado, sua função etc. Se, em Maquiavel, o problema era a conservação do poder, em Hobbes, o problema é a conservação do homem. A obra é escrita no bojo da Revolução Puritana Inglesa e sua guerra civil: o texto é uma defesa do absolutismo, justamente, quando ele vivia uma profunda decadência na Inglaterra.
O ponto de partida de Hobbes é a construção de um hipotético estado de natureza. O estado de natureza é um estado de violência, de guerra: Bellum omnium contra omnes(a guerra de todos contra todos). Assim, para Hobbes, o homem é, desde a mais tenra infância, egoísta, parcial, competitivo, orgulhoso, vingativo, vaidoso e ambicioso: homo homini lupus (o homem é o lobo do homem).
O homem não é um animal político ou social, como dizia Aristóteles, mas um lobo egoísta e interesseiro,que sempre quer saciar seu apetite. O desejo de se preservar é a fonte mais abundante dessa guerra, que nos instiga a ver o próximo como um inimigo. Para alcançar nosso insaciável desejo de poder, estaríamos sempre matando, subjugando e repelindo o próximo. Afinal, o homem só encontra a felicidade por comparação com os outros homens, ou seja, sua felicidade depende da miséria do próximo: “Todo o prazer intelectual e toda a felicidade se baseiam no fato de ter uma pessoa com quem se comparar e em relação a quem se sentir superior”. Portanto, a vida anterior ao Estado e à sociedade – no hipotético estado de natureza – seria brutal, violenta, miserável, infeliz e solitária, a guerra de todos contra todos, marcada pelo mais intenso sentimento do homem: o medo da morte.
Dessa forma, qual seria a maneira de conter essa natureza humana e solucionar o problema do medo e da guerra de todos contra todos? Por meio de um contrato, de um pacto, as pessoas atribuem ao Estado poderes absolutos. O ser humano, calculista e que teme a morte, aceita sacrificar sua liberdade em nome de sua segurança. O Estado e a sociedade teriam nascido juntos, representando o fim do estado de natureza, quando o homem renunciou todos os direitos e as liberdades individuais para um soberano, que, em troca, governando com poderes absolutos, conteria o lobo do homem, ou seja, protegeria o homem dos seus semelhantes, evitando o medo e a guerra entre os homens.
O medo da morte, característica humana, é utilizado aqui em favor da paz. O Estado absoluto é a melhor maneira de garantir a liberdade individual. Enquanto os republicanos diziam que o homem só é livre se viver num Estado livre, Hobbes lembra que, ao abdicarmos de nossa liberdade de fazer leis ou escolher representantes periodicamente, ganhamos inúmeras outras liberdades, como a tranquilidade, a busca por enriquecimento sem incômodos, o exercício dos nossos talentos, o aprimoramento individual, a busca da felicidade, entre outros.
Perceba, entretanto, que Hobbes legitima o Estado a partir da função que ele tem de proteger seus súditos; por isso, a maioria dos defensores do absolutismo, na época de Hobbes, não o apoiou, pois, para eles, o soberano legitimava-se pelas Escrituras ou pela Tradição.
Contrato social seria um acordo entre os membros da sociedade, pelo qual reconhecem a autoridade, igualmente sobre todos, de um conjunto de regras, de um regime político ou de um gov “O direito de natureza, a que os autores geralmente chamam jus naturale, é a liberdade que cada homem possui de usa seu próprio poder, da maneira que quiser, para a preservação de sua própria natureza, ou seja, de sua vida; e conseqüentemente de fazer tudo aquilo que seu próprio julgamento e a razão lhe indiquem como maios adequados a esse fim” (Ibidem, Cap. XIV, p. 78). ernante.
O Leviatã de Thomas Hobbes
É precisamente esse monstro que Hobbes equipara ao Estado (monstro nem tanto pelo poder absoluto, mas pelo seu caráter artificial) – que simboliza o poder do estado absoluto. Lembre-se que Hobbes foi um defensor do absolutismo, e sua justificativa para essa forma de governo é estritamente racional, isto é: livre de qualquer tipo de religiosidade e sentimentalismo. Ele criou, assim, uma teoria que fundamenta a necessidade de um Estado Soberano como forma de manter a paz civil.
Já no que diz respeito ao aspecto político e social, Hobbes é considerado um contratualista, ou seja, é um daqueles filósofos que afirmaram na modernidade que a origem do Estado e/ou da sociedade está em um contrato social (MATTEUCCI, 1998; OAKESHOTT, 1992; POLIN, 1953): “[...] os homens viveriam, naturalmente, sem poder e sem organização – que somente surgiriam depois de um pacto firmado por eles, estabelecendo as regras de convívio social e de subordinação política” (RIBEIRO, 2001, p. 53). Contratualismo “[...] é a doutrina que abarca as teorias políticas que situam a origem da sociedade e a fundamentação do poder político [...] em um pacto social, também chamado contrato, dando o termo contratualismo” (VILALON, 2011, p. 49). Tal pacto representa um acordo entre os indivíduos de uma mesma localidade geográfica e que farão parte do mesmo corpo político.
Leia mais: http://www.portalconscienciapolitica.com.br/filosofia-politica/filosofia-moderna/os-contratualistas/hobbes/
CONTRATO SOCIAL-THOMAS HOBBES
Mas, afinal de contas, o que seria o “direito de natureza”? Trata-se da liberdade que todo homem tem de usar o poder que possui, do modo que quiser, para se (auto)preservar, sem que haja um impedimento exterior a ele.
Deste modo, pelo fato de sermos egoístas e entrarmos em conflito uns com os outros (o homem é uma eterna ameaça aos outros. Sendo assim, a conseqüência inevitável é que a guerra se torna geral, temos então a chamada “guerra de todos contra todos” (bellum omnia omnes).
Fundamental ressaltar que, apesar de egoísta, o homem, movido pelo “medo da morte violenta” e pela racionalidade (afinal o homem é racional, pois pensa!), chega à conclusão que o bem maior e mais importante, a vida, está em risco constante (nesse “estado de natureza”). Eis que para defendê-la verdadeiramente só existe um caminho possível: abrir mão da liberdade total e irrestrita, realizando um pacto, um contrato, (o “Contrato social”), pelo qual os homens, saindo desse contexto natural, passam a viver juntos, sob a proteção de um poder Soberano, num “estado civil”.
Porém, para que este “contrato” produza efeitos corretamente, há a necessidade perene de que (os homens/contratantes) respeitem o pacto, nomeadamente aquilo que prometeram uns aos outros e, em última análise respeitem a decisão do Soberano. Assim, este poder Soberano impõe o cumprimento do pacto (nem que se for pela força ou pelo medo).
Evidente que, uma vez institucionalizado o Estado, o homem deixa de ser “lobo do homem” e passa a controlar suas paixões, pois agora se submete a contratos, leis – regramentos que estavam ausentes no estado de natureza.
  Ao analisar a natureza humana, Hobbes entende que o homem é movido por suas paixões; que a sua vontade resulta apenas da soma dessas paixões e a liberdade nada mais é do que a ausência de impedimento para a ação. É esse constante estado de insegurança e medo, bem como o desejo de paz, que leva os homens a estabelecerem um pacto e fundar um Estado social, abdicando de seus direitos em favor de um soberano cuja autoridade terá um poder absoluto, encarregado de prescrever leis, julgar, recompensar, punir, escolher seus conselheiros, de fazer a guerra e a paz, enfim
Hobbes dá preferência à monarquia absolutista baseado no princípio de que o poder, para ser eficaz, deve ser exercido de forma absoluta, e não baseado nas teorias tradicionais do direito divino dos reis (é o que podemos chamar de absolutismo não teológico). Este poder absoluto é o resultado da transferência dos direitos dos indivíduos ao soberano através de um pacto social, mas esse poder absoluto só pode ser considerado legítimo enquanto assegura a paz civil e não para a realização da vontade pessoal do soberano
Política e Religião
            O absolutismo hobbesiano de tipo não teológico, isto é, em que o poder do soberano não é um direito que lhe é atribuído por uma certa autoridade divina, mas o resultado de uma acordo criado e estabelecido entre os homens, promove uma rígida distinção entre poder temporal e poder espiritual
O objetivo de Hobbes é claro: dar cabo à disputa política entre o Estado e a Igreja, submetendo a Igreja ao poder do Estado, mas sem negar a importância da Igreja ou mesmo a existência do poder espiritual. Fato que é compreensível se levarmos em consideração que estamos tratando de uma época em que o poder da Igreja procurava influenciar de alguma forma o poder do Estado. Não raro a autoridade do poder da Igreja procurava determinar como deveria ser conduzido o poder do Estado.
Leia mais: http://www.portalconscienciapolitica.com.br/filosofia-politica/filosofia-moderna/os-contratualistas/hobbes/
Considerações Finais
            Por tudo oque vimos até aqui podemos entender como a filosofia política é o estudo do “corpo social” e o poder soberano em Hobbes existe para impedir as consequências do estado de natureza (impedir que os homens se destruam uns aos outros), permitindo, com isso, a coexistência entre os homens. Para delegar este poder a um soberano é preciso que os indivíduos cedam uma parte de seus direitos e o transfiram a um soberano por meio de um contrato ou pacto social através do qual se institui e se organiza a sociedade civil e se evita a “guerra de todos contra todos”. Através deste pacto os indivíduos elegem um representante de seus interesses dotado de poder absoluto.
7. Qual a característica do poder legítimoresultante do acordo? 
Que tipo de soberania opacto garante?
Para Hobbes o poder do soberano deve serabsoluto, isto é, ilimitado. A transmissão dopoder dos indivíduos – pelo pacto social – deveser total, caso contrário, corre-se o risco de cairno Estado de Guerra (Estado de natureza)novamente.
-Julgar sobre o bem e o mal, o justo e o injusto;-Ninguém pode discordar dele, pois tudo o queo soberano faz é resultado do da autoridadeconcedida a ele pelos súditos;-Se não há limites para a ação do governante,não é sequer possível ao súdito julgar se osoberano é justo ou injusto, tirano ou não, poisé contraditório dizer que o governante abusa dopoder: não há abuso quando o poder éILIMITADO.
John Locke
John Locke (1632-1704) foi filósofo inglês, um dos mais importantes filósofos do empirismo. Exerceu grande influência sobre vários filósofos de sua época, entre eles, George Berkeley e David Hume.
Seu discípulo Francês, Etienne Condilac, usou sua teoria empírica para criticar a metafísica, no século seguinte. Como representante do individualismo liberal, defendeu a monarquia constitucional e representativa, que foi a forma de governo estabelecida na Inglaterra, depois da Revolução de 1688.
Uma monarquia constitucional ou monarquia parlamentarista é um tipo de regime político que reconhece um monarca eleito ou hereditário como chefe do Estado, mas em que uma constituição (série de leis fundamentais) limita os poderes do monarca.
FILOSOFIA
John Locke
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John Locke (1632-1704) foi filósofo inglês, um dos mais importantes filósofos do empirismo. Exerceu grande influência sobre vários filósofos de sua época, entre eles, George Berkeley e David Hume.
Seu discípulo Francês, Etienne Condilac, usou sua teoria empírica para criticar a metafísica, no século seguinte. Como representante do individualismo liberal, defendeu a monarquia constitucional e representativa, que foi a forma de governo estabelecida na Inglaterra, depois da Revolução de 1688.
Biografia
John Locke nasceu em Wrington, Somerset, Inglaterra, no dia 29 de agosto de 1632. Filho de um pequeno proprietário de terras, que serviu como capitão de cavalaria. Estudou Filosofia, Medicina e Ciência Naturais na Universidade de Oxford, onde depois lecionou filosofia, retórica e grego. Estudou as obras de Frances Bacon e René Descartes.
Em 1683, Locke muda-se para a Holanda, e só retorna à Inglaterra em 1688, após o restabelecimento do protestantismo e a subida ao trono de Guilherme, Príncipe de Orange. Em 1695, foi nomeado membro do Parlamento, permanecendo no cargo até 1700. John Locke faleceu em Harlow, Inglaterra, no dia 28 de outubro de 1704.
A Filosofia de John Locke
Um dos maiores empiristas britânicos, Locke afirmava que o conhecimento era proveniente da experiência, tanto de origem externa, nas sensações, quanto nas internas, através das reflexões.
Explicava que antes de percebermos qualquer coisa, a mente é como uma folha de papel em branco mas, depois que começamos a perceber tudo em volta, surgem as "ideias sensoriais simples".
Essas sensações são trabalhadas pelo pensamento, pelo conhecimento, pela crença e pela dúvida, resultando no que Locke chamou de "reflexão". A mente não é um mero receptor passivo. Ela classifica e processa todas as sensações à medida que vai formando nossos conhecimentos e nossa personalidade.
A Política segundo John Locke
Locke defendia a liberdade intelectual e a tolerância. Foi precursor de muitas ideias liberais, que só floresceram durante o iluminismo francês no século XVII. Locke criticou a teoria de direito divino dos reis, formulada pelo filósofo Thomas Hobbes.
Para Locke, a soberania não reside no Estado, mas sim na população. Afirmava que, para assegurar um Estado de direito, os representantes do povo deviam promulgar as leis e o rei ou o governo executá-las.
Foi o primeiro a apresentar o princípio da divisão dos três poderes, segundo o qual o poder do estado se divide entre instituições distintas: O Poder Legislativo, ou Parlamento, o Poder Judiciário, ou o Tribunal, e o Poder Executivo, ou o Governo.
Obras
Cartas sobre a tolerância (1689)
Dois tratados sobre o governo (1689)
Ensino a cerca do entendimento humano (1690)
Pensamentos sobre a educação (1693)
Para Locke, a soberania não reside no Estado, mas sim na população. Embora admitisse a supremacia do Estado, Locke dizia que este deve respeitar as leis natural e civil.
Locke também defendeu a separação da Igreja do Estado e a liberdade religiosa, recebendo por estas ideias forte oposição da Igreja Católica.
A FILOSOFIA DE LOCKE
Retrato de John Locke (Reprodução/Reprodução)
Em seu 2º Tratado sobre o Governo Civil, Locke contraria Hobbes ao defender que o estado de natureza não poderia ser uma guerra de todos contra todos, mas um estado de perfeita liberdade, sem nenhuma forma de subordinação ou sujeição, sendo todos os homens iguais em poder. Nesse estado, os homens gozariam dos chamados direitos naturais: vida, liberdade, igualdade e propriedade privada – essa última seria derivada do trabalho e, portanto, natural.
No estado de natureza, não havendo polícia ou leis para impedir que os indivíduos se molestem, põe-se nas mãos de todos os homens o poder de preservar sua propriedade contra os danos de outros homens. É claro que, numa situação em que todos têm o direito de castigar um infrator, surgem inconvenientes: sendo os homens juízes de seus próprios casos, o amor próprio, a paixão e a vingança os levariam longe demais na punição de outrem, daí seguindo a confusão e a desordem. Além disso, caso um homem não tenha força para punir seu ofensor, ou defender-se dele, não há apelo a fazer senão aos céus.
Por causa desses inconvenientes, os homens, por “necessidade e conveniência”, decidiram reunir-se fazendo um pacto para a mútua conservação da vida, da liberdade e dos bens. Assim, a sociedade política nasce quando os indivíduos renunciam ao seu poder natural de justiça, passando-o às mãos do governo, com o objetivo único de conservar a si próprio, sua liberdade e sua propriedade – o chamado “Contrato Social”.
Em outras palavras, para Locke, o governo não surge para restringir liberdades individuais, mas para preservá-las. Todo governo que não preservar esses direitos pode ser derrubado pelos indivíduos, uma vez que todo o poder político tem origem no consentimento da maioria. A revolução armada é, dessa forma, legitimada e justificada por Locke. Eis aqui o nascimento do chamado liberalismo político, em oposição ao absolutismo da época.
O apreço por Locke às liberdades individuais também dá o tom em Carta sobre a Tolerância, o principal texto moderno acerca da tolerância religiosa. Quando Locke afirma que a religião deve permanecer na esfera individual –  o que é, aliás, um dos baluartes do pensamento liberal  –, ele cria a fórmula do Ocidente para evitar as guerras religiosas.
John Locke descreve o estado de natureza como um lugar onde não há governo exercendo qualquer poder sobre as pessoas como ocorre nas sociedades políticas, pois ainda que naturalmente o homem não devesse prejudicar a outrem em sua vida, saúde, liberdade ou posses (II, § 6), não há uma lei conhecida por todos ou imposta pelos homens para que sirva de parâmetro. Cada um está livre para decidir suas ações e colocar a disposição tudo que possuida forma que achar correto ou conveniente (II, § 4), sem estar vinculado a nenhuma outra vontade ou permissão para agir de tal forma. Assim, como não há um poder concentrado nem uma jurisdição definida que possa dar poder a um indivíduo sobre os outros, este estado sem sujeição e nem subordinação, pressupõe a perfeita liberdade e igualdade.
Ao imaginar o estado de natureza desta forma, John Locke confere aos indivíduos alguns direitos, que são (II, § 11): 1) o de castigar o crime e preveni-lo e, 2) reivindicar ou obter reparação do dano causado, que caberá somente a parte prejudicada.
2.2 A superação do estado de natureza Ao descrever o estado de natureza como este ambiente de perfeita liberdade e igualdade entre os indivíduos, e que cada um tem o legítimo direito de decidir suas ações, defender a conservação da espécie e as leis da natureza com castigos aos infratores proporcionais aos delitos cometidos e com severidade suficiente para ele entender que agiu errado e também para servir de lição para os demais, Locke atribui ao homem o poder executivo da lei da natureza, mas também uma responsabilidade que pode ser muito perigosa,
Deve-se entender, portanto, que todos aqueles que abandonam o estado de natureza para se unirem a uma comunidade abdicam, em favor da maioria da comunidade, a todo o poder necessário aos fins pelos quais eles se uniram à sociedade, a menos que tenham expressamente concordado em qualquer número superior à maioria. E isso ocorre simplesmente pela concordância em unir-se em uma sociedade política, em que consiste todo o pacto existente, ou que deve existir, entre os indivíduos que ingressam num corpo político ou o formam. Por conseguinte, o que inicia e de fato constitui qualquer sociedade política não passa do consentimento de qualquer número de homens livres capazes de uma maioria no sentido de se unirem e incorporarem a uma tal sociedade. E é isso, e apenas isso, que dá ou pode dar origem a qualquer governo legítimo no mundo (LOCKE, 1998, p.472, grifo nosso). Eis como o homem dá seu primeiro passo para superar os problemas do estado de natureza: o pacto social!5
É importante recordar que John Locke atribui à formação de um governo civil, e a submissão dos homens a ele, um motivo principal: a conservação da propriedade privada! (II, § 124). E propriedade não é um termo estrio: ... a mútua conservação de suas vidas, liberdades e bens, aos quais atribuo o termo genérico de propriedade (II, § 123)
Embora as leis naturais são percebidas por todos os seres racionais, o homem por ser influenciado pelas suas ambições não consegue reconhecê-las de forma correta, assim, o governo civil ao obrigá-las através da lei formal, proporciona estabilidade em relação às expectativas da aplicação do direito, ou seja, a lei estabelecida dirá ao homem qual será a reprovação ou que tipo de sanção ele sofrerá para seus atos criminosos, as pessoas saberão de antemão, antes de cometer um delito qual será o seu castigo, ao contrário do que ocorre no estado de natureza, onde um indivíduo movido pelas suas paixões poderia repelir uma ofensa contra sua pessoa de forma imparcial, aplicando um castigo desproporcional a ofensa sofrida. O governo civil também oferece um juiz conhecido e imparcial, uma pessoa que conhece a norma positivada, e que por ser terceiro, poderá julgar sem estar influenciado pelo calor da relação litigiosa, aplicando a regra com justiça e equidade. O fato das pessoas saberem quem é o juiz e ele estar investido de autoridade pelo próprio pacto social traz uma segurança e um alento para ambas as partes de uma demanda, pois estarão cientes que o juiz não privilegiará ninguém a não ser pela imposição da lei.
O governo civil institucionalizado desta forma age em prol da lei e da justiça, pois individualmente o homem se move por interesses, e nunca seria totalmente justo e imparcial. John Locke ainda faz uma interessante observação, que embora o pacto social crie esta força superior, não implica que aquele está submisso a este, ou seja, se a sociedade organizada não trouxer as garantias que o homem pagou com a sua liberdade que tinha no estado de natureza; se ela não resolver os problemas que existem neste estado, os homens também têm o direito de revolta, depondo qualquer governante que utilize as forças legítimas do governo em prol de interesses que sejam divergentes daqueles propostos pelo pacto social, que são: garantir a propriedade e a segurança da pessoa.
CONCLUSAO
Para superar esta instabilidade existente no estado de natureza e trazer uma expectativa de justiça que garanta seus direitos adquiridos, os indivíduos convencionam um pacto social para criar uma sociedade organizada politicamente e que traga as respostas e soluções para as carências apontadas no estado natural. John Locke chama esta sociedade politicamente organizada de governo civil, que surge pelo pacto entre as pessoas, que consentem em abdicar as suas liberdades irrestritas pela submissão da lei clara e conhecida por todos; de um juiz imparcial para aplicá-las; e de um poder legítimo para dar apoio às sanções, pois somente desta forma as suas vidas, liberdades e bens (que são as propriedades privadas, II, § 123.), poderão ser garantidas.
Pensamento social de Rousseau
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Rousseau, filósofo do século XVIII, pode ser considerado como um dos inspiradores do pensamento liberal e socialista
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Por Cláudio Fernandes
Por Me. Cláudio Fernandes
O pensamento do filósofo iluminista francês Jean-JacquesRousseau (1712-1778) foi um dos mais comentados e, por isso mesmo, mais polêmicos da filosofia moderna. Há diversos autores que evidenciam inúmeras contradições entre as propostas que Rousseau elaborava para a transformação da moralidade, da sociedade e da política e a sua própria conduta pessoal.
 Rousseau foi um dos mais influentes para a geração de filósofos e cientistas sociais dos séculos XIX e XX que se propôs a refletir sobre os fundamentos da sociedade, bem como suas contradições, como a exploração, a violência e a desigualdade.
Os aspectos principais que definiram o pensamento social de Rousseau foram: a concepção de que a natureza humana é boa (o que o colocou frontalmente em oposição ao filósofo do século XVI Thomas Hobbes) e de que, derivada dessa concepção, a sociedade é quem a corrompe. A bondade natural do homem seria então, para esse filósofo francês, paulatinamente destruída e corrompida pela civilização. Seria necessário, portanto, uma redução do poder do Estado soberano sobre os cidadãos livres, que se organizariam sobre a forma do contrato social, livres das imposições do Estado e articulados nos princípios da sociedade civil. Seu pensamento inspirou tanto liberais quanto socialistas do século XIX, além de ter sido uma das bases para o processo revolucionário francês do fim do século XVIII.
A questão que se colocava era a seguinte: como preservar a liberdade natural do homem e ao mesmo tempo garantir a segurança e o bem-estar da vida em sociedade? Segundo Rousseau, isso seria possível através de um contrato social, por meio do qual prevaleceria a soberania da sociedade, a soberania política da vontade coletiva.
Rosseau percebeu que a busca pelo bem-estar seria o único móvel das ações humanas e, da mesma, em determinados momentos o interesse comum poderia fazer o indivíduo contar com a assistência de seus semelhantes. Por outro lado, em outros momentos, a concorrência faria com que todos desconfiassem de todos. Dessa forma, nesse contrato social seria preciso definir a questão da igualdade entre todos, do comprometimento entre todos. Se por um lado a vontade individual diria respeito à vontade particular, a vontade do cidadão (daquele que vive em sociedade e tem consciência disso) deveria ser coletiva, deveria haver um interesse no bem comum.
Este pensador acreditava que seria preciso instituir a justiça e a paz para submeter igualmente o poderoso e o fraco, buscandoa concórdia eterna entre as pessoas que viviam em sociedade. Um ponto fundamental em sua obra está na afirmação de que a propriedade privada seria a origem da desigualdade entre os homens, sendo que alguns teriam usurpado outros. A origem da propriedade privada estaria ligada à formação da sociedade civil. O homem começa a ter uma preocupação com a aparência. Na vida em sociedade, ser e parecer tornam-se duas coisas distintas. Por isso, para Rousseau, o caos teria vindo pela desigualdade, pela destruição da piedade natural e da justiça, tornando os homens maus, o que colocaria a sociedade em estado de guerra. Na formação da sociedade civil, toda a piedade cai por terra, sendo que “desde o momento em que um homem teve necessidade do auxílio do outro, desde que se percebeu que seria útil a um só indivíduo contar com provisões para dois, desapareceu a igualdade, a propriedade se introduziu, o trabalho se tornou necessário” (WEFFORT, 2001, p. 207).
Daí a importância do contrato social, pois os homens, depois de terem perdido sua liberdade natural (quando o coração ainda não havia corrompido, existindo uma piedade natural), necessitariam ganhar em troca a liberdade civil, sendo tal contrato um mecanismo para isso. O povo seria ao mesmo tempo parte ativa e passiva deste contrato, isto é, agente do processo de elaboração das leis e de cumprimento destas, compreendendo que obedecer a lei que se escreve para si mesmo seria um ato de liberdade.
Dessa maneira, tratar-se-ia de um pacto legítimo pautado na alienação total da vontade particular como condição de igualdade entre todos. Logo, a soberania do povo seria condição para sua libertação. Assim, soberano seria o povo e não o rei (este apenas funcionário do povo), fato que colocaria Rousseau numa posição contrária ao Poder Absolutista vigente na Europa de seu tempo. Ele fala da validade do papel do Estado, mas passa a apontar também possíveis riscos da sua instituição. O pensador avaliava que da mesma forma como um indivíduo poderia tentar fazer prevalecer sua vontade sobre a vontade coletiva, assim também o Estado poderia subjugar a vontade geral. Dessa forma, se o Estado tinha sua importância, ele não seria soberano por si só, mas suas ações deveriam ser dadas em nome da soberania do povo, fato que sugere uma valorização da democracia no pensamento de Rousseau.
O contrato social, que tem por base a vontade geral, deve, pois, ser a síntese e a essencia de todas as vontades (e nao simplesmente a soma) que cada ser em particular tenha.
Duas Formas de Consenso: a vontade geral e a vontade de todos
A vontade geral È um consenso absoluto e de base natural que traduz ‡ essência de todas as vontades. Este consenso È qualitativo, pois nao se limita apenas a soma dos votos dos indivíduos particulares na assembleia do povo, nem tampouco a soma das vontades particulares dos entes contratantes. Ele È qualitativo porque expressa a vontade publica que, ao mesmo tempo, È geral e particular, isto È, presente em cada um e em todos simultaneamente. Por outro lado, È também quantitativo porque não admite qualquer exclusao, tanto na elaboração quanto na execução
Citando Rousseau, ele assim enuncia: H· comumente muita diferença entre a vontade de todos e a vontade geral. Esta se prende somente ao interesse comum; a outra, ao interesse privado, e nao passa da soma das vontades particulares (ROUSSEAU; CS, 2000, p. 91).
Esclarecendo isso, poderíamos dizer que todos os indivíduos num primeiro momento apresentam desejos particulares que pretendem sejam realizados conforme suas vontades particulares. 55 Essas vontades só inicialmente apenas aspirais pessoais. Quando, porém, só externadas e entram na rela-o com as outras e se percebem as diferenças por entrarem em conflito, se evidencia o que È a vontade de todos, pois nao se trata de buscar a essência mas apenas o interesse particular.
Do Contrato Social ou O Contrato Social (em francês: Du Contrat Social ou Principes du droit politique, lit. "Do contrato social ou princípios do direito político") é uma obra do autor suíço Jean-Jacques Rousseau, considerada por muitos como uma de suas obras-primas; parte de uma obra mais extensa, as Instituições Políticas, que, por não ter sido completada, teve suas partes menos importante destruídas pelo autor. Trecho "mais considerável" e "menos indigno de ser oferecido ao público" (segundo Rousseau, na "Advertência" de "Do contrato social").
Nesta obra, Rousseau expõe a sua noção de contrato social, que difere muito das de Hobbes e Locke: para Rousseau, o homem é naturalmente bom, sendo a sociedade, instituição regida pela política, a culpada pela "degeneração" dele. O contrato social para Rousseau é um acordo entre indivíduos para se criar uma sociedade, e só então um Estado, isto é, o contrato é um pacto de associação, não de submissão.
Significado de Contratualismo
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O que é o Contratualismo:
Contratualismo é um conjunto de correntes filosóficas que tentam explicar a origem e a importância da construção das sociedades e das ordens sociais para o ser humano.
De um modo geral, o contrato social ou contratualismo consiste na ideia de um acordo firmado entre os diferentes membros de uma sociedade, que se unem com o intuito de obterem as vantagens garantidas a partir da ordem social.
Assim, os indivíduos abdicam de certos direitos ou liberdades para que possam organizar um governo, liderado por um poder maior ou um conjunto de autoridades.
De acordo com a maioria das correntes teóricas do contratualismo, o medo, a insegurança e a instabilidade da natureza humana garantiu com que os indivíduos pudessem conceder poderes a determinadas pessoas em específico para que pudesse ser organizada uma ordem em suas vidas, garantindo estabilidade e segurança, principalmente.
Neste sentido, surge o compromisso coletivo de obedecer e acatar as normas estabelecidas pelo governo, assim como este também deve estar ciente das suas obrigações para garantir o bem-estar do povo.
Teorias do Contratualismo
Teorias que tentam explicar o contratualismo emergiram durante os séculos XVI e XVIII, sendo que os principais representantes e filósofos contratualistas da historia foram: Thomas Hobbe, John Locke e Jean-Jacques Rousseau.
Contratualismo de Hobbes
Para Thomas Hobbe (1588 – 1679), o contrato social se originou a partir da necessidade do homem de controlar a si mesmo. De acordo com o filósofo e teórico político, o “estado de natureza” humano é de dominação sobre os demais, sendo capazes de destruir os seus iguais para atingir os seus desejos pessoais.
Este estado provoca uma constante sensação de insegurança e medo entre as pessoas, que também desejam sair da condição de “guerra eterna” e atingir a paz.
Levando isso em consideração, segundo Hobbes, os indivíduos procuraram se fortalecer em grupos e seguir normas sociais, que acabavam por restringir a liberdade absoluta das pessoas e garantir a segurança geral.
Hobbes foi o primeiro filósofo moderno a explicar de modo mais aprofundado o contratualismo.
Contratualismo de Locke
Para John Locke (1632 – 1704), o contrato social surgiu pela necessidade de criar um método de julgamento parcial dos interesses das pessoas.
Locke era um crítico ferrenho aos regimes de governo ditatoriais ou monárquicas. Ele defendia um sistema mais democrático, onde os “homens livres” tinham o direito de eleger os seus representantes e as decisões tomadas deviam se basear a partir da deliberação comum, e não unicamente pela vontade de um soberano.
Contratualismo de Rousseau
Ao contrário das premissas do “estado de natureza” descrito por Hobber e Locke, Jean-Jacques Rousseau (1712 – 1778) defende a ideia de que o ser humano é essencialmente bom, mas a sociedade é responsável pelo seu corrompimento.
Rousseau acredita que todo poder se forma a partir do povo e deve ser governado por ele. Assim, o povo deve escolher seus representantes para governar, pessoas que devem exercer o poder em nome dos interesses gerais da população.
Neste contexto, os cidadãoslivres renunciam à vontade própria em prol da vontade comum (vontade geral).
As Teorias Contratualistas - Hobbes, Locke e Rousseau
Três grandes pensadores modernos marcaram a reflexão sobre a questão política: Hobbes, Locke e Rousseau. Um ponto comum perpassa o pensamento desses três filósofos a respeito da política: a idéia de que a origem do Estado está no contrato social. Parte-se do princípio de que o Estado foi constituído a partir de um contrato firmado entre as pessoas. Aqui entende-se o contrato como um acordo, consenso, não como um documento registrado em cartório. Além disso, a preocupação não é estabelecer um momento histórico (data) sobre a origem do Estado. A idéia é defender que o Estado se originou de um consenso das pessoas em torno de alguns elementos essenciais para garantir a existência social. Porém, existem algumas divergências entre eles, que veremos a seguir:
Hobbes (1588-1679) acreditava que o contrato foi feito porque o homem é o lobo do próprio homem. Há no homem um desejo de destruição e de manter o domínio sobre o seu semelhante (competição constante, estado de guerra). Por isso, torna-se necessário existir um poder que esteja acima das pessoas individualmente para que o estado de guerra seja controlado, isto é, para que o instinto destrutivo do homem seja dominado. Neste sentido, o Estado surge como forma de controlar os "instintos de lobo" que existem no ser humano e, assim, garantir a preservação da vida das pessoas. Para que isso aconteça, é necessário que o soberano tenha amplos poderes sobre os súditos. Os cidadãos devem transferir o seu poder ao governante, que irá agir como soberano absoluto a fim de manter a ordem.
Locke (1632-1704) parte do princípio de que o Estado existe não porque o homemé o lobo do homem, mas em função da necessidade de existir uma instância acima do julgamento parcial de cada cidadão, de acordo com os seus interesses. Os cidadãos livremente escolhem o seu governante, delegando-lhe poder para conduzir o Estado, a fim de garantir os direitos essenciais expressos no pacto social. O Estado deve preservar o direito à liberdade e à propriedade privada. As leis devem ser expressão da vontade da assembléia e não fruto da vontade de um soberano. Locke é um opositor ferrenho da tirania e do absolutismo, colocando-se contra toda tese que defenda a idéia de um poder inato dos governantes, ou seja, de pessoas que já nascem com o poder (por exemplo, a monarquia). 
Rousseau (1712-1778) considera que o ser humano é essencialmente bom, porém, a sociedade o corrompe. Ele considera que o povo tem a soberania. Daí, conclui que todo o poder emana (tem sua origem) do povo e, em seu nome, deve ser exercido. O governante nada mais é do que o representante do povo, ou seja, recebe uma delegação para exercer o poder em nome do povo. Rousseau defende que o Estado se origina de um pacto formado entre os cidadãos livres que renunciam à sua vontade individual para garantir a realização da vontade geral. Um tema muito interessante no pensamento político de Rousseau é a questão da democracia direta e da democracia representativa. A democracia direta supõe a participação de todo o povo na hora de tomar uma decisão. A democracia representativa supõe a escolha de pessoas para agirem em nome de toda a população no processo de gerenciamento das atividades comuns do Estado

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