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Aula 10 Direito Penal ÚLTIMA

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Aula 10
Direito Penal p/ MP-PB (Técnico Ministerial - Sem Especialidade)
Professor: Renan Araujo
 
Direito Penal ʹ MP-PB (2015) 
TÉCNICO MINISTERIAL 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Renan Araujo ʹ Aula 10 
 
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 1 de 106 
AULA 10: ABUSO DE AUTORIDADE (LEI 
4.898/65). CRIMES AMBIENTAIS (LEI 9.605/98). 
 
SUMÁRIO PÁGINA 
Apresentação da aula e sumário 01 
I ± Do Abuso de Autoridade 02 
II ± Crimes ambientais 21 
Questões para praticar 46 
Questões comentadas 65 
Gabarito 105 
 
Olá, meu povo! 
 
Hoje, dando sequência à nossa maratona de estudos, vamos 
estudar os crimes de abuso de autoridade, previstos na Lei 
4.898/65. 
Trata-se de uma lei relativamente pequena, mas que possui alguns 
pontos que merecem nossa atenção! 
Veremos, ainda, a Lei de crimes ambientais. Esta lei, por outro 
lado, é bem mais extensa que a primeira. Entretanto, seu valor para 
concursos deste nível é bem menor. Ou seja, sugiro que direcionem os 
estudos para a primeira Lei (abuso de autoridade). Com relação à 
lei de crimes ambientais, eu daria ênfase apenas na parte ³geral´ da lei, 
sem me preocupar muito com os crimes em espécie, pois acho muito 
improvável que sejam cobrados. 
Como esta é nossa última aula, desejo a todos uma excelente 
prova! 
 
Bons estudos! 
Prof. Renan Araujo 
 
 
 
Direito Penal ʹ MP-PB (2015) 
TÉCNICO MINISTERIAL 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Renan Araujo ʹ Aula 10 
 
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 2 de 106 
I ± DO ABUSO DE AUTORIDADE 
 
A Lei de Abuso de Autoridade (Lei 4.898/65) prevê sanções de 
natureza civil, administrativa e penal: 
Art. 1º O direito de representação e o processo de responsabilidade 
administrativa civil e penal, contra as autoridades que, no exercício de suas 
funções, cometerem abusos, são regulados pela presente lei. 
 
As sanções de natureza penal chegam a ser ridículas, eis que a 
penalidade máxima prevista é de seis meses de detenção. Coincidência ou 
não, a Lei foi editada no auge da DITADURA MILITAR (Que 
coincidência...). 
Assim, essa lei tem caráter meramente simbólico, pois as condutas 
tipificadas, quase sempre, serão absorvidas por outras condutas previstas 
na Legislação Penal, e que possuam sanção mais grave. 
O art. 2° trata do direito de representação às autoridades, de forma 
a relatar algum ato de abuso de autoridade. Vejamos: 
Art. 2º O direito de representação será exercido por meio de petição: 
a) dirigida à autoridade superior que tiver competência legal para aplicar, à 
autoridade civil ou militar culpada, a respectiva sanção; 
b) dirigida ao órgão do Ministério Público que tiver competência para iniciar 
processo-crime contra a autoridade culpada. 
Parágrafo único. A representação será feita em duas vias e conterá a 
exposição do fato constitutivo do abuso de autoridade, com todas as suas 
circunstâncias, a qualificação do acusado e o rol de testemunhas, no máximo 
de três, se as houver. 
 
 
Direito Penal ʹ MP-PB (2015) 
TÉCNICO MINISTERIAL 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Renan Araujo ʹ Aula 10 
 
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 3 de 106 
É pacífico na Doutrina que esse termo ³UHSUHVHQWDomR´ nada tem a 
ver com a ³UHSUHVHQWDomR´ prevista no CPP, que possui natureza 
jurídica de condição de procedibilidade da ação penal pública 
condicionada. 
Essa ³UHSUHVHQWDomR´ é apenas um meio de se comunicar a 
ocorrência do ato de abuso de autoridade, se assemelhando à delatio 
criminis, ou seja, com o ato de informar à autoridade, a ocorrência do 
crime. 
Desta forma, caso a autoridade tome conhecimento da ocorrência de 
algum ato abusivo, poderá promover a responsabilização do infrator 
independentemente da concordância do ofendido, pois não se trata de 
crime de ação penal pública condicionada. 
Os requisitos exigidos pela lei para o oferecimento da representação 
são os mínimos necessários para a instrumentalização do procedimento, 
para que se possa identificar o fato e o infrator. NÃO SE EXIGE 
CAPACIDADE POSTULATÓRIA, ou seja, NÃO É NECESSÁRIA A 
PRESENÇA DE ADVOGADO. 
A lei exige, no entanto, que a petição contendo a representação seja 
confeccionada em DUAS VIAS e, se possível, a indicação de TRÊS 
TESTEMUNHAS. 
 
A) DAS CONDUTAS TIPIFICADAS 
 
Vocês podem perceber, claramente, da leitura do art. 3°, que se 
trata de um tipo penal bastante diferente, que enumera em alíneas, uma 
série de condutas, todas bastante abstratas. Vejamos: 
Art. 3º. Constitui abuso de autoridade qualquer atentado: 
a) à liberdade de locomoção; 
 
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b) à inviolabilidade do domicílio; 
c) ao sigilo da correspondência; 
d) à liberdade de consciência e de crença; 
e) ao livre exercício do culto religioso; 
f) à liberdade de associação; 
g) aos direitos e garantias legais assegurados ao exercício do voto; 
h) ao direito de reunião; 
i) à incolumidade física do indivíduo; 
j) aos direitos e garantias legais assegurados ao exercício profissional. 
(Incluído pela Lei nº 6.657,de 05/06/79) 
 
Essa disposição legal incriminadora é muito questionada 
(obviamente), em razão de seu alto grau de abstração, o que permitiria 
uma amplitude muito grande das condutas incriminadas, o que, ao fim e 
ao cabo, OFENDERIA O PRINCÍPIO DA LEGALIDADE, pois não se 
estaria definindo, claramente, quais as condutas incriminadas, deixando 
isso ao livre arbítrio do julgador, no caso concreto. 
Esses tipos penais genéricos são doutrinariamente chamados de tipos 
penais abertos. 
Discute-se a constitucionalidade desse art. 3°, em razão dos motivos 
que acabei de falar a vocês, mas prevalece o entendimento de que ESSE 
ARTIGO É CONSTITUCIONAL. 
O objeto jurídico tutelado nessas condutas é, primeiramente, o 
correto funcionamento da administração pública, que não deve agir de 
maneira autoritária frente aos administrados. Secundariamente, tutelam-
se os direitos daqueles que foram afetados pelo ato de abuso de 
autoridade. 
 
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Também prevê condutas que se configuram como crime de abuso de 
autoridade o art. 4° da Lei. Vejamos: 
Art. 4º Constitui também abuso de autoridade: 
a) ordenar ou executar medida privativa da liberdade individual, sem as 
formalidades legais ou com abuso de poder; 
b) submeter pessoa sob sua guarda ou custódia a vexame ou a 
constrangimento não autorizado em lei; 
c) deixar de comunicar, imediatamente, ao juiz competente a prisão ou 
detenção de qualquer pessoa; 
d) deixar o Juiz de ordenar o relaxamento de prisão ou detenção ilegal que 
lhe seja comunicada; 
e) levar à prisão e nela deter quem quer que se proponha a prestar fiança, 
permitida em lei; 
f) cobrar o carcereiro ou agente de autoridade policial carceragem, custas, 
emolumentos ou qualquer outra despesa, desde que a cobrança não tenha 
apoio em lei, quer quanto à espécie quer quanto ao seu valor; 
g) recusar o carcereiro ou agente de autoridade policial recibo de importância 
recebida a título de carceragem, custas, emolumentos ou de qualquer outra 
despesa; 
h) o ato lesivo da honra oudo patrimônio de pessoa natural ou jurídica, 
quando praticado com abuso ou desvio de poder ou sem competência legal; 
i) prolongar a execução de prisão temporária, de pena ou de medida de 
segurança, deixando de expedir em tempo oportuno ou de cumprir 
imediatamente ordem de liberdade. (Incluído pela Lei nº 7.960, de 21/12/89) 
 
Essas condutas previstas no art. 4° são mais voltadas para 
autoridades com algum poder decisório, pois se refere a atos de decisão 
(deixar de ordenar, ordenar, etc.). 
 
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Em todas as condutas (tanto as do art. 3° quanto as do art. 4°), o 
sujeito ativo é a AUTORIDADE. Mas quem pode ser considerado 
autoridade para os fins desta lei? Vejamos o que diz o art. 5° da Lei: 
Art. 5º Considera-se autoridade, para os efeitos desta lei, quem exerce cargo, 
emprego ou função pública, de natureza civil, ou militar, ainda que 
transitoriamente e sem remuneração. 
 
A definição é bastante similar à do art. 327 do CP, que traz o 
conceito de funcionário público para fins penais. 
Temos aqui, portanto, UM CRIME PRÓPRIO, pois se exige do 
sujeito ativo alguma qualidade específica. 
CUIDADO! É POSSÍVEL, no entanto, que um PARTICULAR PRATIQUE 
UMA DESTAS CONDUTAS, desde que o faça em CONCURSO com uma 
das autoridades previstas na Lei, e CONHEÇA ESTA CONDIÇÃO DO 
comparsa, nos termos do art. 30 do CP. 
 
CUIDADO MASTER! No caso de o Juiz deixar de determinar, sem justa 
causa, a liberdade imediata de ADOLESCENTE APREENDIDO (não 
estamos falando de adulto preso!), ele NÃO PRATICARÁ o delito de abuso 
de autoridade (art. 4º, d da Lei), mas crime previsto no ECA (art. 234). 
Da mesma forma, aquele que privar criança ou adolescente de sua 
liberdade, de forma ilegal, também pratica crime previsto no ECA (em 
seu art. 230). Vejamos: 
Art. 230. Privar a criança ou o adolescente de sua liberdade, procedendo à 
sua apreensão sem estar em flagrante de ato infracional ou inexistindo 
ordem escrita da autoridade judiciária competente: 
Pena - detenção de seis meses a dois anos. 
[...] 
 
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Art. 234. Deixar a autoridade competente, sem justa causa, de ordenar a 
imediata liberação de criança ou adolescente, tão logo tenha conhecimento 
da ilegalidade da apreensão: 
Pena - detenção de seis meses a dois anos. 
 
O sujeito passivo, como sabemos, divide-se em MEDIATO E 
IMEDIATO. O sujeito passivo mediato é sempre o Estado, pois a prática 
de um delito ofende, sempre, a ordem jurídica estabelecida pela 
sociedade. 
O sujeito passivo IMEDIATO é o titular do bem jurídico lesado. Nas 
condutas previstas nesta Lei, o sujeito passivo IMEDIATO, em primeiro 
lugar, é a administração pública, pois ela é lesada quando a autoridade 
pratica uma destas condutas, pois o serviço público não está sendo 
realizado do modo que deveria, já que houve ABUSO. 
O sujeito passivo imediato, em segundo lugar é o particular que 
sofre o abuso, ou seja, aquele contra quem o ato é diretamente 
praticado. 
O elemento subjetivo exigido é SEMPRE O DOLO. Não se admite 
abuso de autoridade CULPOSO. 
Assim, por exemplo, o policial que prende alguém em flagrante 
delito, por acreditar, sinceramente, que a conduta é um crime, não 
comete crime de abuso de autoridade culposo. Entretanto, se o policial 
sabe que a conduta do particular não é crime, e mesmo assim o prende 
em flagrante, comete um ato de abuso de autoridade, nos termos do art. 
3°, a da Lei. 
A discussão acerca da consumação e da tentativa das condutas 
incriminadas na Lei é irrelevante na prática, pois a mera tentativa é 
considerada crime, na medida em que a Lei considera crime qualquer 
³DWHQWDGR´ aos direitos ali previstos. 
Assim, nessas condutas, ocorrendo a tentativa de lesão a um dos 
direitos previstos, não teremos um crime tentado, nos moldes do art. 14, 
 
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II do CP, mas um crime consumado, pois o crime se consuma com a mera 
prática do ato atentatório a um desses direitos, ainda que não haja 
qualquer violação efetiva ao bem jurídico. 
 
 
Vou colocar aqui alguns pontos polêmicos: 
9 O STF entende que o art. 322 do CP NÃO FOI REVOGADO pela 
conduta prevista no art. 3°, i da Lei 4.898/65, persistindo sua 
aplicação; 
9 Se do ato atentatório à incolumidade física (art. 3°, i) resultar lesão 
corporal, o agente responde por ambos os crimes (o de abuso de 
autoridade e o de lesões corporais), em CONCURSO MATERIAL 
(penas são cumuladas), pois entende-se que derivam de intenções 
diversas (a primeira, a de extrapolar os limites que lhe são 
estabelecidos, e a segunda, a de lesionar a pessoa); 
9 Se o agente lesiona o particular com o intuito de torturá-lo, a 
Doutrina entende que o crime de tortura ABSORVE o crime de 
abuso de autoridade; 
9 O uso de algemas só é permitido em casos excepcionais, quando 
não seja possível a realização do ato sem essa prática. O 
descumprimento dessa norma configura ato de abuso de 
autoridade. Atualmente, o STF editou a súmula vinculante n° 11, 
que regula o uso das algemas. Vejamos sua redação: 
Só é lícito o uso de algemas em casos de resistência e de fundado 
receio de fuga ou de perigo à integridade física própria ou alheia, por 
parte do preso ou de terceiros, justificada a excepcionalidade por 
escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do 
 
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agente ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual 
a que se refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do Estado. 
 
9 A Doutrina é uníssona ao afirmar que o delito do art. 350 do CP foi 
COMPLETAMENTE REVOGADO pela Lei 4.898/65, através do seu 
art. 4°, a. Vejamos a redação do revogado art. 350 do CP: 
Art. 350 - Ordenar ou executar medida privativa de liberdade individual, sem 
as formalidades legais ou com abuso de poder: 
Pena - detenção, de um mês a um ano. 
 
 
B) SANÇÕES 
 
As sanções estão previstas no art. 6° da Lei: 
Art. 6º O abuso de autoridade sujeitará o seu autor à sanção administrativa 
civil e penal. 
§ 1º A sanção administrativa será aplicada de acordo com a gravidade do 
abuso cometido e consistirá em: 
a) advertência; 
b) repreensão; 
c) suspensão do cargo, função ou posto por prazo de cinco a cento e oitenta 
dias, com perda de vencimentos e vantagens; 
d) destituição de função; 
e) demissão; 
f) demissão, a bem do serviço público. 
 
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§ 2º A sanção civil, caso não seja possível fixar o valor do dano, consistirá no 
pagamento de uma indenização de quinhentos a dez mil cruzeiros. 
§ 3º A sanção penal será aplicada de acordo com as regras dos artigos 42 a 
56 do Código Penal e consistirá em: 
a) multa de cem a cincomil cruzeiros; 
b) detenção por dez dias a seis meses; 
c) perda do cargo e a inabilitação para o exercício de qualquer outra função 
pública por prazo até três anos. 
§ 4º As penas previstas no parágrafo anterior poderão ser aplicadas 
autônoma ou cumulativamente. 
§ 5º Quando o abuso for cometido por agente de autoridade policial, civil ou 
militar, de qualquer categoria, poderá ser cominada a pena autônoma ou 
acessória, de não poder o acusado exercer funções de natureza policial ou 
militar no município da culpa, por prazo de um a cinco anos. 
 
Assim, as sanções podem ser: 
9 Civis ± Relativas à reparação civil dos danos causados; 
9 Administrativas ± Relativas às penalidades funcionais a 
serem aplicadas ao servidor público (autoridade); 
9 Penais ± Relativas às penalidades mais graves, podendo 
consistir, inclusive, em prisão (de 10 dias a seis meses de 
detenção). 
 
Vejamos o que dispõe o art. 6° da Lei: 
Art. 6º O abuso de autoridade sujeitará o seu autor à sanção administrativa 
civil e penal. 
 
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§ 1º A sanção administrativa será aplicada de acordo com a gravidade do 
abuso cometido e consistirá em: 
a) advertência; 
b) repreensão; 
c) suspensão do cargo, função ou posto por prazo de cinco a cento e oitenta 
dias, com perda de vencimentos e vantagens; 
d) destituição de função; 
e) demissão; 
f) demissão, a bem do serviço público. 
§ 2º A sanção civil, caso não seja possível fixar o valor do dano, consistirá no 
pagamento de uma indenização de quinhentos a dez mil cruzeiros. 
§ 3º A sanção penal será aplicada de acordo com as regras dos artigos 42 a 
56 do Código Penal e consistirá em: 
a) multa de cem a cinco mil cruzeiros; 
b) detenção por dez dias a seis meses; 
c) perda do cargo e a inabilitação para o exercício de qualquer outra função 
pública por prazo até três anos. 
 
Estas penas podem ser aplicadas de maneira autônoma (uma ou 
outra) ou cumulativas (todas). Não nenhum impedimento a que o agente 
seja penalizado nas TRÊS ESFERAS (cível, administrativa e penal). Nos 
termos do §4°: 
§ 4º As penas previstas no parágrafo anterior poderão ser aplicadas 
autônoma ou cumulativamente. 
 
 
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Com relação à penalidade de multa, vocês devem estar atentos ao 
fato de que A LEI 7.209/84, que alterou toda a Parte Geral do CP, aboliu 
toda e qualquer menção ao ³YDORU�GDV�PXOWDV´, previstos no CP ou na 
Legislação Especial. 
Assim, atualmente, o disposto nesta Lei com relação à 
SHQDOLGDGH� GH� PXOWD� GHYH� VHU� HQWHQGLGR� DSHQDV� FRPR� ³PXOWD´��
DEVWUDLQGR�D�PHQomR�DR�³YDORU�GD�PXOWD´. A multa deverá ser fixada 
nos moldes previstos para a aplicação da pena de multa estabelecido no 
art. 49 do CP. 
Com relação à penalidade de perda do cargo e inabilitação para o 
exercício de outra função pública, MUITO CUIDADO! 
Em regra, esta penalidade é um mero efeito extrapenal da 
condenação, previsto no art. 92 do CP. No entanto, no que se 
refere aos crimes de abuso de autoridade, esta é uma 
PENALIDADE PRINCIPAL, ou seja, um efeito penal principal da 
condenação, não um mero efeito extrapenal da condenação. 
MUITO, MAS MUITO CUIDADO COM ISSO! 
O §5°, este sim, traz um efeito da condenação, de natureza 
extrapenal, específico para os crimes de abuso de autoridade praticados 
por autoridade policial. Vejamos: 
§ 5º Quando o abuso for cometido por agente de autoridade policial, civil ou 
militar, de qualquer categoria, poderá ser cominada a pena autônoma ou 
acessória, de não poder o acusado exercer funções de natureza policial ou 
militar no município da culpa, por prazo de um a cinco anos. 
 
C) PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO 
art. 7º recebida a representação em que for solicitada a aplicação de sanção 
administrativa, a autoridade civil ou militar competente determinará a 
instauração de inquérito para apurar o fato. 
 
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§ 1º O inquérito administrativo obedecerá às normas estabelecidas nas leis 
municipais, estaduais ou federais, civis ou militares, que estabeleçam o 
respectivo processo. 
§ 2º não existindo no município no Estado ou na legislação militar normas 
reguladoras do inquérito administrativo serão aplicadas supletivamente, as 
disposições dos arts. 219 a 225 da Lei nº 1.711, de 28 de outubro de 1952 
(Estatuto dos Funcionários Públicos Civis da União). 
§ 3º O processo administrativo não poderá ser sobrestado para o fim de 
aguardar a decisão da ação penal ou civil. 
 
Sabem o que esse art. 7° diz? Absolutamente NADA de 
produtivo... 
 
Eehehe, calma, povo. Eu sei que dá raiva ler o artigo e depois 
descobrir que ele não serve pra nada. Na verdade, o que a lei diz é que, 
havendo prática deste ato de abuso de autoridade, o agente será punido, 
administrativamente, mediante o procedimento previsto na sua legislação 
própria. 
No caso dos servidores públicos federais, essa lei é a Lei 8.112/90. 
Lá está previsto todo o procedimento que se deve adotar para a aplicação 
de sanções funcionais aos servidores regidos por aquele estatuto. Assim, 
podemos dizer que a Lei 4.898/65 NÃO ESTABELECEU UM 
PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO PARA APLICAÇÃO DAS 
SANÇÕES FUNCIONAIS. Gravem isto! 
Realizado o procedimento administrativo, e aplicada a sanção, será 
esta anotada na ficha funcional do infrator. Paralelo a isto, poderá a 
vítima ingressar com ação cível de reparação de danos, de forma 
 
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completamente autônoma da representação administrativa, pois as 
ESFERAS SÃO INDEPENDENTES! Nos termos dos arts. 8° a 11°: 
Art. 8º A sanção aplicada será anotada na ficha funcional da autoridade civil 
ou militar. 
Art. 9º Simultaneamente com a representação dirigida à autoridade 
administrativa ou independentemente dela, poderá ser promovida pela vítima 
do abuso, a responsabilidade civil ou penal ou ambas, da autoridade culpada. 
Art. 10. Vetado 
Art. 11. À ação civil serão aplicáveis as normas do Código de Processo Civil. 
 
Com relação à ação de reparação de danos civis, ela segue o disposto 
no CPC e no CC, de forma que não está prevista na Lei e também não se 
refere ao nosso estudo, bastando que vocês saibam que a própria Lei 
prevê a possibilidade de responsabilização civil. 
 
D) PROCEDIMENTO CRIMINAL 
D.1) Competência 
 
A competência para o processo e julgamento destes crimes é 
dos Juizados Especiais Criminais, eis que a pena máxima cominada é 
de apenas seis meses, ou seja, tratam-se de infrações de menor potencial 
ofensivo, de competência dos JECRins, pois estes possuem competência 
para processar e julgar as infrações cuja pena máxima cominada seja de 
até dois anos de privação da liberdade. 
Vejamos o que dispõe o art. 61 da Lei 9.099/95: 
Art. 61. Consideram-se infrações penais de menor potencial ofensivo, para os 
efeitos desta Lei, as contravenções penais e os crimes a que a lei comineDireito Penal ʹ MP-PB (2015) 
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pena máxima não superior a 2 (dois) anos, cumulada ou não com multa. 
(Redação dada pela Lei nº 11.313, de 2006) 
 
Mas e se houver conexão entre um crime de abuso de 
autoridade e um crime de competência do Júri? 
Nesse caso, pela vis atractia (força atrativa) da competência do 
Tribunal do Júri, ambos serão julgados pelo Tribunal do Júri, mas ao 
crime de abuso de autoridade serão aplicados os institutos 
despenalizadores previstos na Lei do Juizados. Vejamos o disposto no art. 
60, § único da Lei 9.099/95: 
Parágrafo único. Na reunião de processos, perante o juízo comum ou o 
tribunal do júri, decorrentes da aplicação das regras de conexão e 
continência, observar-se-ão os institutos da transação penal e da composição 
dos danos civis. (Incluído pela Lei nº 11.313, de 2006) 
 
D.2) Ação Penal 
 
Os arts. 12 e 13 tratam da ação penal nos crimes de abuso de 
autoridade: 
Art. 12. A ação penal será iniciada, independentemente de inquérito policial 
ou justificação por denúncia do Ministério Público, instruída com a 
representação da vítima do abuso. 
Art. 13. Apresentada ao Ministério Público a representação da vítima, aquele, 
no prazo de quarenta e oito horas, denunciará o réu, desde que o fato 
narrado constitua abuso de autoridade, e requererá ao Juiz a sua citação, e, 
bem assim, a designação de audiência de instrução e julgamento. 
§ 1º A denúncia do Ministério Público será apresentada em duas vias. 
 
 
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Percebam que o art. 12 fala em ³LQVWUXtGD�FRP�D�UHSUHVHQWDomR�
GD� YtWLPD���´. Mais uma vez, reitero a vocês, essa representação É 
DESNECESSÁRIA. Se ela existir (se a vítima foi lá e representou), deve 
a denúncia ser instruída com cópia desta representação. Caso o MP tenha 
tomado conhecimento do fato por outros meios, não tendo havido 
representação da vítima, A DENÚNCIA PODE SER OFERECIDA SEM 
ELA, não há óbice algum! 
Como disse a vocês anteriormente, temos aqui um crime de AÇÃO 
PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA, de forma que o MP não depende 
de representação da vítima para ajuizar a ação penal, pois esta 
representação não tem natureza jurídica de condição de procedibilidade 
da ação penal, mas apenas é um meio de se levar o fato ao conhecimento 
da autoridade competente. 
 
Com relação ao delito previsto no art. 3°, i, (atentado à incolumidade 
física do indivíduo), a Doutrina entende que a ação penal é pública 
CONDICONADA À REPRESENTAÇÃO DO OFENDIDO, pois o art. 88 da 
Lei 9.099/95 estabeleceu que nos crimes de lesões corporais, a ação 
penal seria pública condicionada à representação. Vejamos: 
Art. 88. Além das hipóteses do Código Penal e da legislação especial, 
dependerá de representação a ação penal relativa aos crimes de lesões 
corporais leves e lesões culposas. 
Isso não é pacífico, pois, como disse a vocês, uma coisa é o delito de 
abuso de autoridade (que pode ou não causar lesões corporais), outra 
coisa é o delito de lesões corporais propriamente dito (art. 129 do CP). 
 
 
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Caso o MP não promova a ação penal no prazo previsto na Lei, 
a Lei 4.898/65 prevê a possibilidade de ajuizamento da AÇÃO 
PENAL PRIVADA SUBSIDIÁRIA DA PÚBLICA. Vejamos: 
Art. 16. Se o órgão do Ministério Público não oferecer a denúncia no prazo 
fixado nesta lei, será admitida ação privada. O órgão do Ministério Público 
poderá, porém, aditar a queixa, repudiá-la e oferecer denúncia substitutiva e 
intervir em todos os termos do processo, interpor recursos e, a todo tempo, 
no caso de negligência do querelante, retomar a ação como parte principal. 
 
Mas o que é isso? Nada mais é que uma ação penal promovida pelo 
próprio ofendido quando o MP não a ajuíza no prazo legal. Ou seja, a Lei 
concede ao ofendido o direito de ajuizar a ação penal privada caso o MP 
não ajuíze a ação penal pública no prazo correto. 
Mas isso somente será possível se, transcorrido o prazo previsto na 
Lei, o MP tiver ficado INERTE. Se o membro do MP tiver requerido o 
arquivamento da representação (ou do Inquérito Policial, caso instaurado, 
embora dispensável), NÃO HÁ POSSIBILIDADE DE MANEJO DA AÇÃO 
PENAL PRIVADA SUBSIDIÁRIA DA PÚBLICA, pois, nesse caso, não 
terá havido inércia do MP, mas simplesmente manifestação no sentido de 
que não há elementos para o ajuizamento da ação penal. Nos termos do 
art. 15 da Lei: 
Art. 15. Se o órgão do Ministério Público, ao invés de apresentar a denúncia 
requerer o arquivamento da representação, o Juiz, no caso de considerar 
improcedentes as razões invocadas, fará remessa da representação ao 
Procurador-Geral e este oferecerá a denúncia, ou designará outro órgão do 
Ministério Público para oferecê-la ou insistirá no arquivamento, ao qual só 
então deverá o Juiz atender. 
 
 
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Vejam que o MP requer ao Juiz o arquivamento. Caso o Juiz não 
concorde, deverá remeter os autos ao PGJ (Chefe do MP), que decidirá a 
questão em definitivo. 
Essas duas regrinhas (ação penal subsidiária e remessa ao PGJ) já 
estavam previstas no CPP, motivo pelo qual também são absolutamente 
desnecessárias nesta Lei. 
 
D.3) Procedimento propriamente dito 
 
Embora a competência para o julgamento destes crimes seja dos 
JECrims, o rito a ser seguido é o previsto nesta Lei 4.898/65, e, 
subsidiariamente, o rito do CPP. 
Recebendo a ação penal, o Juiz a despachará em até 48 horas, 
designando data para a audiência, mandando citar o réu, por mandado 
sucinto. Nos termos do art. 17: 
Art. 17. Recebidos os autos, o Juiz, dentro do prazo de quarenta e oito horas, 
proferirá despacho, recebendo ou rejeitando a denúncia. 
§ 1º No despacho em que receber a denúncia, o Juiz designará, desde logo, 
dia e hora para a audiência de instrução e julgamento, que deverá ser 
realizada, improrrogavelmente. dentro de cinco dias. 
§ 2º A citação do réu para se ver processar, até julgamento final e para 
comparecer à audiência de instrução e julgamento, será feita por mandado 
sucinto que, será acompanhado da segunda via da representação e da 
denúncia. 
 
As testemunhas poderão ser apresentadas independentemente de 
terem sido intimadas, não sendo deferidos pedidos de intimação ou 
precatória (carta precatória) para a audiência. Também não serão 
 
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deferidas diligências, salvo a hipótese de prova pericial, prevista no art. 
14, b da Lei: 
Art. 18. As testemunhas de acusação e defesa poderão ser apresentada em 
juízo, independentemente de intimação. 
Parágrafo único. Não serão deferidos pedidos de precatória para a audiência 
ou a intimação de testemunhas ou, salvo o caso previsto no artigo 14, letra 
"b", requerimentos para arealização de diligências, perícias ou exames, a 
não ser que o Juiz, em despacho motivado, considere indispensáveis tais 
providências. 
 
A verdade é que esta Lei é bastante antiga e retrógrada e, embora 
preze pela CELERIDADE, deixa muito a desejar no quesito AMPLA 
DEFESA, de forma que se admite o requerimento de diligências, 
intimação por carta precatória, etc. Isso é o que ocorre na prática, mas 
vocês devem saber o que consta na literalidade da lei. 
Com relação à audiência de instrução e julgamento: 
Art. 19. A hora marcada, o Juiz mandará que o porteiro dos auditórios ou o 
oficial de justiça declare aberta a audiência, apregoando em seguida o réu, as 
testemunhas, o perito, o representante do Ministério Público ou o advogado 
que tenha subscrito a queixa e o advogado ou defensor do réu. 
Parágrafo único. A audiência somente deixará de realizar-se se ausente o 
Juiz. 
Art. 20. Se até meia hora depois da hora marcada o Juiz não houver 
comparecido, os presentes poderão retirar-se, devendo o ocorrido constar do 
livro de termos de audiência. 
Art. 21. A audiência de instrução e julgamento será pública, se 
contrariamente não dispuser o Juiz, e realizar-se-á em dia útil, entre dez (10) 
e dezoito (18) horas, na sede do Juízo ou, excepcionalmente, no local que o 
Juiz designar. 
 
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Art. 22. Aberta a audiência o Juiz fará a qualificação e o interrogatório do réu, 
se estiver presente. 
Parágrafo único. Não comparecendo o réu nem seu advogado, o Juiz nomeará 
imediatamente defensor para funcionar na audiência e nos ulteriores termos 
do processo. 
Art. 23. Depois de ouvidas as testemunhas e o perito, o Juiz dará a palavra 
sucessivamente, ao Ministério Público ou ao advogado que houver subscrito a 
queixa e ao advogado ou defensor do réu, pelo prazo de quinze minutos para 
cada um, prorrogável por mais dez (10), a critério do Juiz. 
Art. 24. Encerrado o debate, o Juiz proferirá imediatamente a sentença. 
Art. 25. Do ocorrido na audiência o escrivão lavrará no livro próprio, ditado 
pelo Juiz, termo que conterá, em resumo, os depoimentos e as alegações da 
acusação e da defesa, os requerimentos e, por extenso, os despachos e a 
sentença. 
Art. 26. Subscreverão o termo o Juiz, o representante do Ministério Público 
ou o advogado que houver subscrito a queixa, o advogado ou defensor do réu 
e o escrivão. 
Fiquem atentos a uma coisa: $� PHQomR� GR� DUW�� ��� j� ³������
DXGLrQFLD� VHUi� S~EOLFD�� VH� FRQWUDULDPHQWH� QmR� GLVSXVHU� R� -XL]� �����´� p�
completamente inconstitucional, não tendo sido recepcionada pela 
Constituição de 1988, que prevê, em seu art. 93, IX, a necessidade de 
publicidade dos atos processuais, só podendo ser restringida esta 
publicidade nos casos ali previstos. Vejamos: 
Art. 93 (...) 
IX todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e 
fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar 
a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, 
ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à 
intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à 
informação; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 
 
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A audiência será realizada ainda que não tenha comparecido o autor 
ou o réu e, neste último caso, não comparecendo nem o réu nem seu 
defensor, deverá ser nomeado defensor dativo, ou, caso haja Defensoria 
Pública, ser dada vista dos autos à Defensoria para que atue no caso. 
CUIDADO! Embora a Lei diga que a audiência somente não será 
realizada se estiver ausente o Juiz, numa interpretação sistemática, não 
poderá ser realizada a audiência, também, sem a presença do defensor 
do réu, pois isso seria violação ao contraditório e à ampla defesa. No 
entanto, fiquem com a LITERALIDADE DA LEI. 
 
O Juiz poderá aumentar os prazos previstos na Lei, até o dobro, nas 
comarcas onde o transporte seja dificultoso (art. 27). 
Aplicam-se, subsidiariamente a este procedimento, as regras 
previstas no CPP (art. 28), no que for compatível. Os recursos previstos 
para cada ato judicial praticado neste processo serão os previstos no CPP 
(art. 28, § único). 
 
II ± DOS CRIMES CONTRA O MEIO AMBIENTE 
 
A) Considerações iniciais 
A Lei de Crimes Ambientais surgiu para tutelar de forma mais 
eficiente o Meio Ambiente, protegendo-o de condutas extremamente 
lesivas, que, exatamente por isso, merecem a tutela jurídico-penal. 
Trata-se de um comando que já estava previsto na própria 
Constituição de 1988. Vejamos: 
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, 
bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-
 
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se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá- lo para 
as presentes e futuras gerações. 
 
O conceito de meio-ambiente se encontra no art. 3°, I da Lei 
6.938/81. Vejamos: 
Art 3º - Para os fins previstos nesta Lei, entende-se por: 
I - meio ambiente, o conjunto de condições, leis, influências e interações de 
ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas 
as suas formas; 
 
Este conceito abrange o meio-ambiente natural, o cultural, o artificial 
e o do trabalho. Portanto, o meio-ambiente é composto de elementos 
naturais, artificiais e culturais. 
 
B) Responsabilidade Penal e Considerações Gerais 
A responsabilidade penal significa responder à pergunta: Quem 
pode ser punido pelos crimes contra o meio ambiente? Ou seja, 
quem pode ser sujeito ativo destas infrações penais? 
O art. 2° da Lei 9.605/98, em redação parecida com a do art. 29 do 
CP, estabelece que: 
Art. 2º Quem, de qualquer forma, concorre para a prática dos crimes 
previstos nesta Lei, incide nas penas a estes cominadas, na medida da sua 
culpabilidade, bem como o diretor, o administrador, o membro de conselho e 
de órgão técnico, o auditor, o gerente, o preposto ou mandatário de pessoa 
jurídica, que, sabendo da conduta criminosa de outrem, deixar de impedir a 
sua prática, quando podia agir para evitá-la. 
 
 
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Mas, a Lei foi além, permitindo a responsabilidade penal das 
PESSOAS JURÍDICAS, em seu art. 3°: 
Art. 3º As pessoas jurídicas serão responsabilizadas administrativa, civil e 
penalmente conforme o disposto nesta Lei, nos casos em que a infração seja 
cometida por decisão de seu representante legal ou contratual, ou de seu 
órgão colegiado, no interesse ou benefício da sua entidade. 
Parágrafo único. A responsabilidade das pessoas jurídicas não exclui a das 
pessoas físicas, autoras, co-autoras ou partícipes do mesmo fato. 
 
Trata-se de regulamentação do §3° do art. 225 da Constituição 
Federal. Vejamos: 
 § 3º - As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente 
sujeitarão os infratores, pessoasfísicas ou jurídicas, a sanções penais e 
administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos 
causados. 
 
A Jurisprudência do STJ é no sentido de ADMITIR a 
responsabilidade penal da pessoa jurídica, exigindo, entretanto, a 
punição simultânea da pessoa física causadora do dano, no que se 
convencionou chamar de TEORIA DA DUPLA IMPUTAÇÃO. 
CUIDADO! Há uma decisão isolada e recente do STF admitindo que a 
pessoa jurídica seja processada sem que a pessoa física também seja 
(em descompasso, portanto, com o princípio da dupla imputação). 
Contudo, trata-se de decisão isolada e que não foi tomada pelo Plenário 
da Corte. 1mR� SRGHPRV�� DLQGD�� FRQVLGHUDU� LVWR� XPD� ³Murisprudência 
FRQVROLGDGD´�GR�67)��PDV�WDOYH]�VHMD�R�LQGLFDWLYR�GH�XPD�SRVLomR�IXWXUD�
da Corte (RE 548181, informativo 714 do STF). 
 
 
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2� DUW�� �ƒ� GD� /HL� SHUPLWH�� DLQGD�� TXH� VHMD� ³GHVFRQVLGHUDGD´� D�
personalidade jurídica da pessoa jurídica quando esta ficção jurídica 
estiver atrapalhando o ressarcimento do dano. Vejamos: 
Art. 4º Poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica sempre que sua 
personalidade for obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados à 
qualidade do meio ambiente. 
 
Isso se dá porque, em alguns casos, os sócios depredam o 
patrimônio da pessoa jurídica, passando os bens para seus patrimônios 
pessoais, de forma a impossibilitar o ressarcimento do dano. 
Mas como aplicar pena criminal à pessoa jurídica? O art. 21 da 
Lei estabelece as penas aplicáveis às pessoas jurídicas: 
Art. 21. As penas aplicáveis isolada, cumulativa ou alternativamente às 
pessoas jurídicas, de acordo com o disposto no art. 3º, são: 
I - multa; 
II - restritivas de direitos; 
III - prestação de serviços à comunidade. 
Art. 22. As penas restritivas de direitos da pessoa jurídica são: 
I - suspensão parcial ou total de atividades; 
II - interdição temporária de estabelecimento, obra ou atividade; 
III - proibição de contratar com o Poder Público, bem como dele obter 
subsídios, subvenções ou doações. 
§ 1º A suspensão de atividades será aplicada quando estas não estiverem 
obedecendo às disposições legais ou regulamentares, relativas à proteção do 
meio ambiente. 
 
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§ 2º A interdição será aplicada quando o estabelecimento, obra ou atividade 
estiver funcionando sem a devida autorização, ou em desacordo com a 
concedida, ou com violação de disposição legal ou regulamentar. 
§ 3º A proibição de contratar com o Poder Público e dele obter subsídios, 
subvenções ou doações não poderá exceder o prazo de dez anos. 
Art. 23. A prestação de serviços à comunidade pela pessoa jurídica consistirá 
em: 
I - custeio de programas e de projetos ambientais; 
II - execução de obras de recuperação de áreas degradadas; 
III - manutenção de espaços públicos; 
IV - contribuições a entidades ambientais ou culturais públicas. 
Art. 24. A pessoa jurídica constituída ou utilizada, preponderantemente, com 
o fim de permitir, facilitar ou ocultar a prática de crime definido nesta Lei terá 
decretada sua liquidação forçada, seu patrimônio será considerado 
instrumento do crime e como tal perdido em favor do Fundo Penitenciário 
Nacional. 
 
Na imposição da pena (tanto para a pessoa física quanto para a 
pessoa jurídica), o Juiz deve observar algumas circunstâncias, de forma a 
aplicar uma pena justa e individualizada de acordo com o fato e com o 
infrator: 
Art. 6º Para imposição e gradação da penalidade, a autoridade competente 
observará: 
I - a gravidade do fato, tendo em vista os motivos da infração e suas 
conseqüências para a saúde pública e para o meio ambiente; 
II - os antecedentes do infrator quanto ao cumprimento da legislação de 
interesse ambiental; 
 
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III - a situação econômica do infrator, no caso de multa. 
 
No caso de penas restritivas de direitos, elas não são previstas 
isoladamente, sendo SUBSTITUTIVAS das penas privativas de liberdade 
e AUTÔNOMAS em relação a elas, seguindo a linha traçada pelo próprio 
Código Penal. Possuem o mesmo período de duração da pena privativa de 
liberdade aplicada. Vejamos o art. 7° da Lei: 
Art. 7º As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as 
privativas de liberdade quando: 
I - tratar-se de crime culposo ou for aplicada a pena privativa de liberdade 
inferior a quatro anos; 
II - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do 
condenado, bem como os motivos e as circunstâncias do crime indicarem que 
a substituição seja suficiente para efeitos de reprovação e prevenção do 
crime. 
Parágrafo único. As penas restritivas de direitos a que se refere este artigo 
terão a mesma duração da pena privativa de liberdade substituída. 
CUIDADO! Em se tratando de pessoas jurídicas, pode ser aplicada 
inicialmente a pena restritiva de direitos, não sendo necessária a 
aplicação de pena privativa de liberdade e sua conversão em restritiva de 
direitos (por questões óbvias). 
 
A Lei prevê, ainda, circunstâncias atenuantes e agravantes da pena. 
Elas estão previstas nos arts. 14 e 15 da Lei: 
Art. 14. São circunstâncias que atenuam a pena: 
I - baixo grau de instrução ou escolaridade do agente; 
 
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II - arrependimento do infrator, manifestado pela espontânea reparação do 
dano, ou limitação significativa da degradação ambiental causada; 
III - comunicação prévia pelo agente do perigo iminente de degradação 
ambiental; 
IV - colaboração com os agentes encarregados da vigilância e do controle 
ambiental. 
Art. 15. São circunstâncias que agravam a pena, quando não constituem ou 
qualificam o crime: 
I - reincidência nos crimes de natureza ambiental; 
II - ter o agente cometido a infração: 
a) para obter vantagem pecuniária; 
b) coagindo outrem para a execução material da infração; 
c) afetando ou expondo a perigo, de maneira grave, a saúde pública ou o 
meio ambiente; 
d) concorrendo para danos à propriedade alheia; 
e) atingindo áreas de unidades de conservação ou áreas sujeitas, por ato do 
Poder Público, a regime especial de uso; 
f) atingindo áreas urbanas ou quaisquer assentamentos humanos; 
g) em período de defeso à fauna; 
h) em domingos ou feriados; 
i) à noite; 
j) em épocas de seca ou inundações; 
l) no interior do espaço territorial especialmente protegido; 
m) com o emprego de métodos cruéis para abate ou captura de animais; 
 
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n) mediante fraude ou abuso de confiança; 
o) mediante abuso do direito de licença, permissão ou autorização ambiental; 
p) no interesse de pessoa jurídica mantida, total ou parcialmente, por verbaspúblicas ou beneficiada por incentivos fiscais; 
q) atingindo espécies ameaçadas, listadas em relatórios oficiais das 
autoridades competentes; 
r) facilitada por funcionário público no exercício de suas funções. 
 
A suspensão condicional da pena (Sursis) pode ser aplicada 
quando a condenação não for superior a TRÊS ANOS, e sua aplicação 
está condicionada aos demais requisitos do art. 77 do CP. A REPARAÇÃO 
DO DANO é uma das condições previstas no CP, e no caso de crimes 
ambientais será verificada através de LAUDO DE REPARAÇÃO DE 
DANO AMBIENTAL. Vejamos os arts. 16 e 17: 
Art. 16. Nos crimes previstos nesta Lei, a suspensão condicional da pena 
pode ser aplicada nos casos de condenação a pena privativa de liberdade não 
superior a três anos. 
Art. 17. A verificação da reparação a que se refere o § 2º do art. 78 do 
Código Penal será feita mediante laudo de reparação do dano ambiental, e as 
condições a serem impostas pelo juiz deverão relacionar-se com a proteção 
ao meio ambiente. 
 
A pena de multa é calculada nos mesmos termos do CP, 
podendo, no entanto, ser aumentada até o TRIPLO, no caso de ser 
considerada insuficiente, ainda que aplicada no máximo: 
Art. 18. A multa será calculada segundo os critérios do Código Penal; se 
revelar-se ineficaz, ainda que aplicada no valor máximo, poderá ser 
 
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aumentada até três vezes, tendo em vista o valor da vantagem econômica 
auferida. 
 
A ação penal nos crimes ambientais será sempre PÚBLICA 
INCONDICIONADA, nos termos do art. 26 da Lei: 
Art. 26. Nas infrações penais previstas nesta Lei, a ação penal é pública 
incondicionada. 
 
A competência para o processo e julgamento dos crimes ambientais 
é, em regra, da JUSTIÇA ESTADUAL. No entanto, quando o fato lesar 
ou ameaçar bens, interesses ou serviços da União, autarquias ou 
empresas públicas federais ou, quando o sujeito ativo for integrante 
destes entes, a competência será da JUSTIÇA FEDERAL, nos termos do 
art. 109 da Constituição Federal. 
Quando a infração for considerada DE MENOR POTENCIAL 
OFENSIVO, será admitida a TRANSAÇÃO PENAL, prevista no art. 76 
da Lei 9.099/95. A transação penal só poderá ser oferecida pelo MP se 
tiver sido reparado o dano ou tiver o autor comprovado a impossibilidade 
de repará-lo. Vejamos o art. 27 da Lei: 
Art. 27. Nos crimes ambientais de menor potencial ofensivo, a proposta de 
aplicação imediata de pena restritiva de direitos ou multa, prevista no art. 76 
da Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995, somente poderá ser formulada 
desde que tenha havido a prévia composição do dano ambiental, de que trata 
o art. 74 da mesma lei, salvo em caso de comprovada impossibilidade. 
 
Admite-se, AINDA, a SUSPENSÃO CONDICIONAL DO 
PROCESSO, que nada mais é que a suspensão do processo por um 
GHWHUPLQDGR� SHUtRGR�� QR� TXDO� R� LQIUDWRU� ILFDUi� ³VRE� SURYD´�� GHYHQGR�
³DQGDU�QD�OLQKD´��VRE�SHQD�GH�UHWRPDU�R�DQGDPHQWR�GR�SURFHVVR��6H��DR�
 
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final, não tiver havido a revogação do benefício, é declarada extinta a 
punibilidade. A suspensão é cabível para crimes cuja pena MÍNIMA NÃO 
EXCEDA UM ANO. 
Entretanto, a extinção da punibilidade só será decretada se o 
dano for integralmente reparado: 
Art. 28. As disposições do art. 89 da Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 
1995, aplicam-se aos crimes de menor potencial ofensivo definidos nesta Lei, 
com as seguintes modificações: 
I - a declaração de extinção de punibilidade, de que trata o § 5° do artigo 
referido no caput, dependerá de laudo de constatação de reparação do dano 
ambiental, ressalvada a impossibilidade prevista no inciso I do § 1° do 
mesmo artigo; 
II - na hipótese de o laudo de constatação comprovar não ter sido completa a 
reparação, o prazo de suspensão do processo será prorrogado, até o período 
máximo previsto no artigo referido no caput, acrescido de mais um ano, com 
suspensão do prazo da prescrição; 
(...) 
V - esgotado o prazo máximo de prorrogação, a declaração de extinção de 
punibilidade dependerá de laudo de constatação que comprove ter o acusado 
tomado as providências necessárias à reparação integral do dano. 
E se o dano não for completamente reparado ao final do prazo 
de suspensão? Neste caso, o prazo deve ser prorrogado. Se ao final 
do prazo máximo de prorrogação, ainda assim o dano não tiver sido 
reparado, não poderá ser decretada a extinção da punibilidade. 
 
C) Crimes Contra a Fauna 
Art. 29. Matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes da fauna 
silvestre, nativos ou em rota migratória, sem a devida permissão, licença ou 
autorização da autoridade competente, ou em desacordo com a obtida: 
 
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Pena - detenção de seis meses a um ano, e multa. 
§ 1º Incorre nas mesmas penas: 
I - quem impede a procriação da fauna, sem licença, autorização ou em 
desacordo com a obtida; 
II - quem modifica, danifica ou destrói ninho, abrigo ou criadouro natural; 
III - quem vende, expõe à venda, exporta ou adquire, guarda, tem em 
cativeiro ou depósito, utiliza ou transporta ovos, larvas ou espécimes da 
fauna silvestre, nativa ou em rota migratória, bem como produtos e objetos 
dela oriundos, provenientes de criadouros não autorizados ou sem a devida 
permissão, licença ou autorização da autoridade competente. 
§ 2º No caso de guarda doméstica de espécie silvestre não considerada 
ameaçada de extinção, pode o juiz, considerando as circunstâncias, deixar de 
aplicar a pena. 
§ 3° São espécimes da fauna silvestre todos aqueles pertencentes às 
espécies nativas, migratórias e quaisquer outras, aquáticas ou terrestres, que 
tenham todo ou parte de seu ciclo de vida ocorrendo dentro dos limites do 
território brasileiro, ou águas jurisdicionais brasileiras. 
§ 4º A pena é aumentada de metade, se o crime é praticado: 
I - contra espécie rara ou considerada ameaçada de extinção, ainda que 
somente no local da infração; 
II - em período proibido à caça; 
III - durante a noite; 
IV - com abuso de licença; 
V - em unidade de conservação; 
VI - com emprego de métodos ou instrumentos capazes de provocar 
destruição em massa. 
 
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§ 5º A pena é aumentada até o triplo, se o crime decorre do exercício de caça 
profissional. 
§ 6º As disposições deste artigo não se aplicam aos atos de pesca. 
Art. 30. Exportar para o exterior peles e couros de anfíbios e répteis em 
bruto, sem a autorização da autoridade ambiental competente: 
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa. 
Art. 31. Introduzir espécime animal no País, sem parecer técnico oficial 
favorável e licença expedida por autoridade competente: 
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. 
Art. 32. Praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais 
silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos: 
Pena - detenção, de três meses a um ano, emulta. 
§ 1º Incorre nas mesmas penas quem realiza experiência dolorosa ou cruel 
em animal vivo, ainda que para fins didáticos ou científicos, quando existirem 
recursos alternativos. 
§ 2º A pena é aumentada de um sexto a um terço, se ocorre morte do 
animal. 
Art. 33. Provocar, pela emissão de efluentes ou carreamento de materiais, o 
perecimento de espécimes da fauna aquática existentes em rios, lagos, 
açudes, lagoas, baías ou águas jurisdicionais brasileiras: 
Pena - detenção, de um a três anos, ou multa, ou ambas cumulativamente. 
Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas: 
I - quem causa degradação em viveiros, açudes ou estações de aqüicultura 
de domínio público; 
II - quem explora campos naturais de invertebrados aquáticos e algas, sem 
licença, permissão ou autorização da autoridade competente; 
 
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III - quem fundeia embarcações ou lança detritos de qualquer natureza sobre 
bancos de moluscos ou corais, devidamente demarcados em carta náutica. 
Art. 34. Pescar em período no qual a pesca seja proibida ou em lugares 
interditados por órgão competente: 
Pena - detenção de um ano a três anos ou multa, ou ambas as penas 
cumulativamente. 
Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem: 
I - pesca espécies que devam ser preservadas ou espécimes com tamanhos 
inferiores aos permitidos; 
II - pesca quantidades superiores às permitidas, ou mediante a utilização de 
aparelhos, petrechos, técnicas e métodos não permitidos; 
III - transporta, comercializa, beneficia ou industrializa espécimes 
provenientes da coleta, apanha e pesca proibidas. 
Art. 35. Pescar mediante a utilização de: 
I - explosivos ou substâncias que, em contato com a água, produzam efeito 
semelhante; 
II - substâncias tóxicas, ou outro meio proibido pela autoridade competente: 
Pena - reclusão de um ano a cinco anos. 
Art. 36. Para os efeitos desta Lei, considera-se pesca todo ato tendente a 
retirar, extrair, coletar, apanhar, apreender ou capturar espécimes dos 
grupos dos peixes, crustáceos, moluscos e vegetais hidróbios, suscetíveis ou 
não de aproveitamento econômico, ressalvadas as espécies ameaçadas de 
extinção, constantes nas listas oficiais da fauna e da flora. 
Art. 37. Não é crime o abate de animal, quando realizado: 
I - em estado de necessidade, para saciar a fome do agente ou de sua 
família; 
 
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II - para proteger lavouras, pomares e rebanhos da ação predatória ou 
destruidora de animais, desde que legal e expressamente autorizado pela 
autoridade competente; 
III ± (VETADO) 
IV - por ser nocivo o animal, desde que assim caracterizado pelo órgão 
competente. 
 
D) Crimes contra a flora 
Os crimes contra a fauna tutelam, obviamente, os animais de 
qualquer espécie, vivam eles livremente ou em cativeiro (domesticados). 
Os crimes são DOLOSOS e considerados MATERIAIS, salvo nos 
crimes do art. 30, 31, 34 e 35. 
O art. 37 prevê situações em que não há crime contra a fauna, sendo 
consideradas situações excludentes de ilicitude. 
Art. 38. Destruir ou danificar floresta considerada de preservação 
permanente, mesmo que em formação, ou utilizá-la com infringência das 
normas de proteção: 
Pena - detenção, de um a três anos, ou multa, ou ambas as penas 
cumulativamente. 
Parágrafo único. Se o crime for culposo, a pena será reduzida à metade. 
Art. 38-A. Destruir ou danificar vegetação primária ou secundária, em estágio 
avançado ou médio de regeneração, do Bioma Mata Atlântica, ou utilizá-la 
com infringência das normas de proteção: (Incluído pela Lei nº 11.428, de 
2006). 
Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, ou multa, ou ambas as penas 
cumulativamente. (Incluído pela Lei nº 11.428, de 2006). 
Parágrafo único. Se o crime for culposo, a pena será reduzida à metade. 
(Incluído pela Lei nº 11.428, de 2006). 
Art. 39. Cortar árvores em floresta considerada de preservação permanente, 
sem permissão da autoridade competente: 
Pena - detenção, de um a três anos, ou multa, ou ambas as penas 
cumulativamente. 
 
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Art. 40. Causar dano direto ou indireto às Unidades de Conservação e às 
áreas de que trata o art. 27 do Decreto nº 99.274, de 6 de junho de 1990, 
independentemente de sua localização: 
Pena - reclusão, de um a cinco anos. 
§ 1o Entende-se por Unidades de Conservação de Proteção Integral as 
Estações Ecológicas, as Reservas Biológicas, os Parques Nacionais, os 
Monumentos Naturais e os Refúgios de Vida Silvestre. (Redação dada pela Lei 
nº 9.985, de 18.7.2000) 
§ 2o A ocorrência de dano afetando espécies ameaçadas de extinção no 
interior das Unidades de Conservação de Proteção Integral será considerada 
circunstância agravante para a fixação da pena. (Redação dada pela Lei nº 
9.985, de 18.7.2000) 
§ 3º Se o crime for culposo, a pena será reduzida à metade. 
Art. 40-A. (VETADO) (Artigo inluído pela Lei nº 9.985, de 18.7.2000) 
§ 1o Entende-se por Unidades de Conservação de Uso Sustentável as Áreas 
de Proteção Ambiental, as Áreas de Relevante Interesse Ecológico, as 
Florestas Nacionais, as Reservas Extrativistas, as Reservas de Fauna, as 
Reservas de Desenvolvimento Sustentável e as Reservas Particulares do 
Patrimônio Natural. (Parágrafo inluído pela Lei nº 9.985, de 18.7.2000) 
§ 2o A ocorrência de dano afetando espécies ameaçadas de extinção no 
interior das Unidades de Conservação de Uso Sustentável será considerada 
circunstância agravante para a fixação da pena. (Parágrafo inluído pela Lei nº 
9.985, de 18.7.2000) 
§ 3o Se o crime for culposo, a pena será reduzida à metade. (Parágrafo 
inluído pela Lei nº 9.985, de 18.7.2000) 
Art. 41. Provocar incêndio em mata ou floresta: 
Pena - reclusão, de dois a quatro anos, e multa. 
Parágrafo único. Se o crime é culposo, a pena é de detenção de seis meses a 
um ano, e multa. 
Art. 42. Fabricar, vender, transportar ou soltar balões que possam provocar 
incêndios nas florestas e demais formas de vegetação, em áreas urbanas ou 
qualquer tipo de assentamento humano: 
Pena - detenção de um a três anos ou multa, ou ambas as penas 
cumulativamente. 
Art. 43. (VETADO) 
Art. 44. Extrair de florestas de domínio público ou consideradas de 
preservação permanente, sem prévia autorização, pedra, areia, cal ou 
qualquer espécie de minerais: 
 
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Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa. 
Art. 45. Cortar ou transformar em carvão madeira de lei, assim classificada 
por ato do Poder Público, para fins industriais, energéticos ou para qualquer 
outra exploração, econômica ou não, em desacordo com as determinações 
legais: 
Pena - reclusão, de um a dois anos, e multa. 
Art. 46. Receber ou adquirir, para fins comerciais ou industriais, madeira, 
lenha, carvão e outros produtos de origem vegetal, sem exigir a exibição de 
licença do vendedor, outorgada pela autoridade competente, esem munir-se 
da via que deverá acompanhar o produto até final beneficiamento: 
Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa. 
Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem vende, expõe à venda, 
tem em depósito, transporta ou guarda madeira, lenha, carvão e outros 
produtos de origem vegetal, sem licença válida para todo o tempo da viagem 
ou do armazenamento, outorgada pela autoridade competente. 
Art. 47. (VETADO) 
Art. 48. Impedir ou dificultar a regeneração natural de florestas e demais 
formas de vegetação: 
Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa. 
Art. 49. Destruir, danificar, lesar ou maltratar, por qualquer modo ou meio, 
plantas de ornamentação de logradouros públicos ou em propriedade privada 
alheia: 
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa, ou ambas as penas 
cumulativamente. 
Parágrafo único. No crime culposo, a pena é de um a seis meses, ou multa. 
Art. 50. Destruir ou danificar florestas nativas ou plantadas ou vegetação 
fixadora de dunas, protetora de mangues, objeto de especial preservação: 
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. 
Art. 50-A. Desmatar, explorar economicamente ou degradar floresta, 
plantada ou nativa, em terras de domínio público ou devolutas, sem 
autorização do órgão competente: (Incluído pela Lei nº 11.284, de 2006) 
Pena - reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos e multa. (Incluído pela Lei nº 
11.284, de 2006) 
§ 1o Não é crime a conduta praticada quando necessária à subsistência 
imediata pessoal do agente ou de sua família. (Incluído pela Lei nº 11.284, 
de 2006) 
 
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§ 2o Se a área explorada for superior a 1.000 ha (mil hectares), a pena será 
aumentada de 1 (um) ano por milhar de hectare. (Incluído pela Lei nº 
11.284, de 2006) 
Art. 51. Comercializar motosserra ou utilizá-la em florestas e nas demais 
formas de vegetação, sem licença ou registro da autoridade competente: 
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. 
Art. 52. Penetrar em Unidades de Conservação conduzindo substâncias ou 
instrumentos próprios para caça ou para exploração de produtos ou 
subprodutos florestais, sem licença da autoridade competente: 
Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa. 
Art. 53. Nos crimes previstos nesta Seção, a pena é aumentada de um sexto 
a um terço se: 
I - do fato resulta a diminuição de águas naturais, a erosão do solo ou a 
modificação do regime climático; 
II - o crime é cometido: 
a) no período de queda das sementes; 
b) no período de formação de vegetações; 
c) contra espécies raras ou ameaçadas de extinção, ainda que a ameaça 
ocorra somente no local da infração; 
d) em época de seca ou inundação; 
e) durante a noite, em domingo ou feriado. 
 
Os crimes contra a fauna, por sua vez, tutelam as plantas de 
determinado ambiente. Nesse grupo de crimes existem CRIMES DE 
PERIGO ABSTRATO, como o do art. 46 da Lei e CRIMES CULPOSOS, 
como o previsto no art. 41, § único da Lei. 
A Doutrina entende, no entanto, de maneira pacífica, que nos crimes 
dos arts. 38, 38-A, 39 e 40, temos CRIMES MATERIAIS, ou seja, deve 
ser demonstrada a efetiva ocorrência de dano ao meio ambiente. 
 
E) Crimes de poluição e outros crimes ambientais 
Art. 54. Causar poluição de qualquer natureza em níveis tais que resultem ou 
possam resultar em danos à saúde humana, ou que provoquem a 
mortandade de animais ou a destruição significativa da flora: 
 
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Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. 
§ 1º Se o crime é culposo: 
Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa. 
§ 2º Se o crime: 
I - tornar uma área, urbana ou rural, imprópria para a ocupação humana; 
II - causar poluição atmosférica que provoque a retirada, ainda que 
momentânea, dos habitantes das áreas afetadas, ou que cause danos diretos 
à saúde da população; 
III - causar poluição hídrica que torne necessária a interrupção do 
abastecimento público de água de uma comunidade; 
IV - dificultar ou impedir o uso público das praias; 
V - ocorrer por lançamento de resíduos sólidos, líquidos ou gasosos, ou 
detritos, óleos ou substâncias oleosas, em desacordo com as exigências 
estabelecidas em leis ou regulamentos: 
Pena - reclusão, de um a cinco anos. 
§ 3º Incorre nas mesmas penas previstas no parágrafo anterior quem deixar 
de adotar, quando assim o exigir a autoridade competente, medidas de 
precaução em caso de risco de dano ambiental grave ou irreversível. 
Art. 55. Executar pesquisa, lavra ou extração de recursos minerais sem a 
competente autorização, permissão, concessão ou licença, ou em desacordo 
com a obtida: 
Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa. 
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem deixa de recuperar a área 
pesquisada ou explorada, nos termos da autorização, permissão, licença, 
concessão ou determinação do órgão competente. 
Art. 56. Produzir, processar, embalar, importar, exportar, comercializar, 
fornecer, transportar, armazenar, guardar, ter em depósito ou usar produto 
ou substância tóxica, perigosa ou nociva à saúde humana ou ao meio 
ambiente, em desacordo com as exigências estabelecidas em leis ou nos seus 
regulamentos: 
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. 
§ 1o Nas mesmas penas incorre quem: (Redação dada pela Lei nº 12.305, de 
2010) 
I - abandona os produtos ou substâncias referidos no caput ou os utiliza em 
desacordo com as normas ambientais ou de segurança; (Incluído pela Lei nº 
12.305, de 2010) 
 
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II - manipula, acondiciona, armazena, coleta, transporta, reutiliza, recicla ou 
dá destinação final a resíduos perigosos de forma diversa da estabelecida em 
lei ou regulamento. (Incluído pela Lei nº 12.305, de 2010) 
§ 2º Se o produto ou a substância for nuclear ou radioativa, a pena é 
aumentada de um sexto a um terço. 
§ 3º Se o crime é culposo: 
Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa. 
Art. 57. (VETADO) 
Art. 58. Nos crimes dolosos previstos nesta Seção, as penas serão 
aumentadas: 
I - de um sexto a um terço, se resulta dano irreversível à flora ou ao meio 
ambiente em geral; 
II - de um terço até a metade, se resulta lesão corporal de natureza grave 
em outrem; 
III - até o dobro, se resultar a morte de outrem. 
Parágrafo único. As penalidades previstas neste artigo somente serão 
aplicadas se do fato não resultar crime mais grave. 
Art. 59. (VETADO) 
Art. 60. Construir, reformar, ampliar, instalar ou fazer funcionar, em qualquer 
parte do território nacional, estabelecimentos, obras ou serviços 
potencialmente poluidores, sem licença ou autorização dos órgãos ambientais 
competentes, ou contrariando as normas legais e regulamentares 
pertinentes: 
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa, ou ambas as penas 
cumulativamente. 
Art. 61. Disseminar doença ou praga ou espécies que possam causar dano à 
agricultura, à pecuária, à fauna, à flora ou aos ecossistemas: 
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. 
 
Os crimes de poluição visam a proteger a QUALIDADE do 
material que compõe o meio-ambiente, contra atividadesque: 
x Prejudiquem a saúde e o bem-estar 
x Prejudiquem as atividades econômicas e sociais 
x Prejudiquem a biota (conjunto de animais e vegetais da região) 
x Prejudiquem as condições estéticas e sanitárias do ambiente 
 
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Da mesma forma que nos crimes anteriores, existem tipos penais 
DOLOSOS E CULPOSOS, fiquem atentos a isto! As bancas costumam 
afirmar, em suas alternativas que determinados grupos de crimes são 
punidos apenas a título de dolo, de forma a confundir a cabeça dos 
candidatos. 
 
F) Dos crimes contra o ordenamento urbano e o patrimônio 
cultural 
Art. 62. Destruir, inutilizar ou deteriorar: 
I - bem especialmente protegido por lei, ato administrativo ou decisão 
judicial; 
II - arquivo, registro, museu, biblioteca, pinacoteca, instalação científica ou 
similar protegido por lei, ato administrativo ou decisão judicial: 
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa. 
Parágrafo único. Se o crime for culposo, a pena é de seis meses a um ano de 
detenção, sem prejuízo da multa. 
Art. 63. Alterar o aspecto ou estrutura de edificação ou local especialmente 
protegido por lei, ato administrativo ou decisão judicial, em razão de seu 
valor paisagístico, ecológico, turístico, artístico, histórico, cultural, religioso, 
arqueológico, etnográfico ou monumental, sem autorização da autoridade 
competente ou em desacordo com a concedida: 
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa. 
Art. 64. Promover construção em solo não edificável, ou no seu entorno, 
assim considerado em razão de seu valor paisagístico, ecológico, artístico, 
turístico, histórico, cultural, religioso, arqueológico, etnográfico ou 
monumental, sem autorização da autoridade competente ou em desacordo 
com a concedida: 
Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa. 
Art. 65. Pichar ou por outro meio conspurcar edificação ou monumento 
urbano: (Redação dada pela Lei nº 12.408, de 2011) 
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa. (Redação dada 
pela Lei nº 12.408, de 2011) 
§ 1o Se o ato for realizado em monumento ou coisa tombada em virtude do 
seu valor artístico, arqueológico ou histórico, a pena é de 6 (seis) meses a 1 
 
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(um) ano de detenção e multa. (Renumerado do parágrafo único pela Lei nº 
12.408, de 2011) 
§ 2o Não constitui crime a prática de grafite realizada com o objetivo de 
valorizar o patrimônio público ou privado mediante manifestação artística, 
desde que consentida pelo proprietário e, quando couber, pelo locatário ou 
arrendatário do bem privado e, no caso de bem público, com a autorização do 
órgão competente e a observância das posturas municipais e das normas 
editadas pelos órgãos governamentais responsáveis pela preservação e 
conservação do patrimônio histórico e artístico nacional. (Incluído pela Lei nº 
12.408, de 2011) 
 
Protegem-se, aqui, o conjunto de obras que compõem o patrimônio 
cultural e artístico (Museus, teatros antigos, castelos, etc.), bem como o 
patrimônio urbano, sejam eles de valor cultural ou não. 
8P�H[HPSOR�FOiVVLFR�GHVWHV�FULPHV�p�R�GH�³SLFKDU´��TXH��QR�HQWDQWR��
terá a pena aumentada se praticado em monumentos de valor cultural, 
artístico ou histórico, sendo considerada pichação qualificada. 
Tratam-se, também, de CRIMES DOLOSOS. Apenas o art. 62 traz 
um tipo penal CULPOSO. 
 
G) Dos Crimes contra a administração ambiental 
Art. 66. Fazer o funcionário público afirmação falsa ou enganosa, omitir a 
verdade, sonegar informações ou dados técnico-científicos em procedimentos 
de autorização ou de licenciamento ambiental: 
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa. 
Art. 67. Conceder o funcionário público licença, autorização ou permissão em 
desacordo com as normas ambientais, para as atividades, obras ou serviços 
cuja realização depende de ato autorizativo do Poder Público: 
Pena - detenção, de um a três anos, e multa. 
Parágrafo único. Se o crime é culposo, a pena é de três meses a um ano de 
detenção, sem prejuízo da multa. 
Art. 68. Deixar, aquele que tiver o dever legal ou contratual de fazê-lo, de 
cumprir obrigação de relevante interesse ambiental: 
Pena - detenção, de um a três anos, e multa. 
 
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Parágrafo único. Se o crime é culposo, a pena é de três meses a um ano, sem 
prejuízo da multa. 
Art. 69. Obstar ou dificultar a ação fiscalizadora do Poder Público no trato de 
questões ambientais: 
Pena - detenção, de um a três anos, e multa. 
Art. 69-A. Elaborar ou apresentar, no licenciamento, concessão florestal ou 
qualquer outro procedimento administrativo, estudo, laudo ou relatório 
ambiental total ou parcialmente falso ou enganoso, inclusive por omissão: 
(Incluído pela Lei nº 11.284, de 2006) 
Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 
11.284, de 2006) 
§ 1o Se o crime é culposo: (Incluído pela Lei nº 11.284, de 2006) 
Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos.(Incluído pela Lei nº 11.284, de 
2006) 
§ 2o A pena é aumentada de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços), se há dano 
significativo ao meio ambiente, em decorrência do uso da informação falsa, 
incompleta ou enganosa. (Incluído pela Lei nº 11.284, de 2006) 
 
Aqui temos crimes COMUNS, mas alguns deles são CRIMES 
PRÓPRIOS, como, por exemplo, os tipos penais dos arts. 66 e 67. 
Tratam-se, em regra, de crimes DOLOSOS, existindo previsão 
de condutas CULPOSAS, como no caso do art. 69-A, §1°. 
 
H) Infrações Administrativas 
Art. 70. Considera-se infração administrativa ambiental toda ação ou omissão 
que viole as regras jurídicas de uso, gozo, promoção, proteção e recuperação 
do meio ambiente. 
§ 1º São autoridades competentes para lavrar auto de infração ambiental e 
instaurar processo administrativo os funcionários de órgãos ambientais 
integrantes do Sistema Nacional de Meio Ambiente - SISNAMA, designados 
para as atividades de fiscalização, bem como os agentes das Capitanias dos 
Portos, do Ministério da Marinha. 
§ 2º Qualquer pessoa, constatando infração ambiental, poderá dirigir 
representação às autoridades relacionadas no parágrafo anterior, para efeito 
do exercício do seu poder de polícia. 
 
Direito Penal ʹ MP-PB (2015) 
TÉCNICO MINISTERIAL 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Renan Araujo ʹ Aula 10 
 
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§ 3º A autoridade ambiental que tiver conhecimento de infração ambiental é 
obrigada a promover a sua apuração imediata, mediante processo 
administrativo próprio, sob pena de co-responsabilidade. 
§ 4º As infrações ambientais são apuradas em processo administrativo 
próprio, assegurado o direito de ampla defesa e o contraditório, observadas 
as disposições desta Lei. 
Art. 71. O processo administrativo para apuração de infração ambiental deve 
observar os seguintes prazos máximos: 
I - vinte dias para o infrator oferecer defesa ou impugnação contra o auto de 
infração, contados da data da ciência da autuação; 
II - trinta dias para a autoridade competente julgar o auto de

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