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RESENHA ECONOMIA - A FORMAÇÃO NACIONAL DE SERGIO BUARQUE DE HOLANDA, OLIVEIRA VIANNA E GILBERTO FREYRE

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MINAS GERAIS - UEMG
CURSO DE DIREITO 
Disciplina: Economia
Discente: Jonathan Mateus de Castro Vaz
RESENHA CRÍTICA
FERREIRA, Gabriela Nunes. A Formação Nacional em Buarque, Freyre e Vianna. In: Revista Lua Nova: v.37, nº 96, p.230-259, 1996. 
A autora nos mostra o contexto em que os autores Sérgio Buarque de Holanda, Gilberto Freyre e Oliveira Vianna produziram suas interpretações da sociedade brasileira nos anos 20 e 30, onde surgiram pensamentos a respeito da formação nacional tendo como raciocínio linear a possibilidade de constituição em nação. Há, portanto relação entre os autores, uma vez que para todos em suas obras há um ponto em comum; a importância da família e o patriarcalismo sobre uma formação social e a relação entre modernidade e tradição. O texto é dividido em duas partes que serão expostos a seguir. 
Na primeira parte do texto intitulado, O que somos? Nos mostra a formação inicial, quando tem-se contato com colonizadores. É apresentado o posicionamento de Oliveira Vianna neste contexto seguindo pelo ruralismo e como o domínio agrícola edificou o poder social. O clã rural é entendido por toda a população rural. A sociedade de clã é então uma única forma de solidariedade realmente sentida pela população. Mais tarde no império esse clã se torna um empecilho para a formação de consciência provincial e nacional. Vianna ainda coloca que o direito costumeiro é mais importante nesse momento do que o direito público escrito. A interpretação de Sérgio Buarque de Holanda enfatiza também ao ruralismo, patriarcalismo e das relações familiares na nossa formação e também a importante herança ibérica. Holanda ainda explana a repulsa ao culto ao trabalho por parte dos colonizadores ibéricos, tal feito se ajusta a capacidade de organização e racionalização da vida social. Foi por intermédio da colonização ibérica que o Brasil herdou os hábitos da cultura ibérica, a exaltação da personalidade e da autonomia individual, a única alternativa possível é a renuncia a essa personalidade e a essa autonomia em vista de um bem maior. A base da riqueza
 dos ibéricos era o emprego do braço escravo e a exploração excessiva de terra de lavoura, usa-se de forma metafórica para explicar a dominação portuguesa a dicotomia: o semeador e o ladrilhador. Apresenta ainda o conceito de homem cordial, que é o resultado de uma estrutura social, rural e patriarcal resultante da forma de colonização e dominação empreendida no Brasil. Já Gilberto Freyre interpreta nossa “forma de ser” embasado no passado e presente, deixa a questão de continuidade, onde em sua publicação Casa-grande e Senzala abrange a esfera das relações entre senhor e escravo à esfera política como fossem faces da mesma moeda. Freyre coloca a interação para entender suas interpretações a cerca das relações sociais, vivência e convivência como objeto de seus estudos. A estrutura sócio econômica da colônia é fundada na monocultura latifundiária e escravocrata, a base de uma dominação dura e excludente de senhores sobre escravos, de brancos sobre “homens de cor”. A miscigenação que se praticou corrigiu a distância social que de outro modo se teria conservado enorme distância entre a casa-grande e senzala e a mata tropical entre a casa-grande e a senzala. A possibilidade de uma sociedade integrada tira de cena a questão do ruralismo, não está em torno de famílias patriarcais. O patriarcalismo foi enfraquecido pela transferência para o meio urbano favorecendo a mobilidade social.
A segunda parte do texto: O Tradicional e o Moderno mostra a interpretação dos três autores a respeito da formação social brasileira no contexto urbano. O elemento basilar que diferencia os autores é o caráter de diagnostico que eles exprimem a sua interpretação sobre o Brasil. Tem- se em mente a distinção entre “país real” e “país legal” do qual se pretende conhecer a realidade brasileira. Vianna admite que uma questão preponderante é o enfoque político dificilmente desvinculado da ideia de Estado nacional, o mesmo parte uma análise da sociedade para fundamentar sua concepção de Estado e seu papel, busca contudo raízes na estrutura social da colônia. Uma característica da evolução das realidades sociais é a lentidão com que ela opera, sendo de forma lenta e gradual apoiado por costumes e tradições. Sérgio Buarque cita o homem cordial como produto da herança ibérica, portanto em sua concepção a estrutura sócio econômica é fundamental e nela reside a possibilidade de superação da herança ibérica e de formação de uma nova realidade. Ainda seguindo o autor, dois movimentos simultâneos e convergentes marcam nossa evolução histórica; um tendente a aumentar a influência das cidades e o outro que restringe a influência dos centros rurais tradicionais. O fim do cataclismo abre portas para um novo sistema cujo domínio foge do contexto rural. O “ lento cataclismo ” entendido como o aniquilamento das raízes ibéricas de nossa cultura e inauguração de um novo estilo , talvez o americanizado. A análise da cordialidade abre espaço para uma crítica em relação a política republicana. Vianna e Buarque apontam distâncias entre “Brasil real” e “Brasil legal”, ou política e vida social. Sergio Buarque ainda defende que na formação da nação não necessite da intervenção do estado autoritário , segundo ele a simples cordialidade não se criam bons princípios alegando o poderio dos colonizadores no império. Gilberto Freyre nos mostra que uma nação não é um ‘dever ser’ , a nação já existe desde a colônia quando se formou uma sociedade plástica e caracterizada pelo equilíbrio do antagonismo. Salienta a acomodação como uma relação entre o tradicional e moderno entre um e outro a continuidade entre passado e presente, privado e publico. 
	Todos os autores carregam consigo um legado forte quando a referencia é formação do Estado brasileiro, levamos em consideração o período em que todos escreveram suas obras, estavam passando por períodos de mudanças onde estava para acontecer uma nova ordem de governo e política. As publicações aqui analisadas nos servem de alicerce para entendermos com foi edificado o Brasil nos dias atuais. Sem algum tipo de objeção que contrarie os autores supracitados, pode-se afirmar que suas obras enriquecem o conhecimento a respeito dos elementos que compõe a formação do Estado brasileiro.

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