Buscar

UNIDADE V

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 5 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

Disciplina: DIREITO DO TRABALHO II
Professora: Vanessa Batista Oliveira 
E-mail: vanessa.oliveira.lima@gmail.com; vanessalima@edu.unifor.br.
	UNIDADE V - 
FISCALIZAÇÃO DO TRABALHO
1. CONCEITO
Fiscalizar quer dizer examinar, inspecionar, sindicar, prevenir, censurar etc. Em sentido estrito, ou seja, para o Direito do Trabalho, tem o sentido de verificar a observância da norma legal e orientar em sua aplicação frente ao empregador, podendo este ser uma pessoa de direito privado ou público. O fiscal do trabalho também tem a função de orientar, e não apenas de aplicar multas (sanção).
2. NATUREZA JURÍDICA
O dispositivo do art. 21, XXIV da CF/88 informa que compete à União organizar, manter e executar a inspeção do trabalho, ou seja, a Administração Pública Federal tem o dever de fiscalizar o cumprimento da aplicação do Direito do Trabalho, portanto, observa-se logo de inicio que a fiscalização possui uma natureza administrativa e não jurídica, entretanto, o art. 5, em seu inciso XXXV, assegura que quem sofrer lesão ou ameaça a direito terá garantia do controle jurisdicional, e confirmando esse entendimento, o art. 626 da CLT traz em sua norma que: “Incumbe às autoridades competentes do Ministério do Trabalho, Industria e Comercio, ou àquelas que exerçam funções delegadas, a fiscalização do fiel cumprimento das normas de proteção ao trabalho.”
Na Consolidação das Leis do Trabalho, a fiscalização do fiel cumprimento das normas de proteção ao trabalho é encontrada a partir do art. 626 e seguintes. 
Como dito anteriormente, fiscalização não tem apenas o caráter punitivo, como se observa no art. 627-A, da CLT, “Poderá ser instaurado procedimento especial para a ação fiscal, objetivando a orientação sobre o cumprimento das leis de proteção ao trabalho, bem como a prevenção e o saneamento de infrações à legislação mediante Termo de Compromisso, na forma a ser disciplinada no Regulamento da Inspeção do Trabalho.”
Esse regulamento de Inspeção do Trabalho (Dec. 4.552 de 2002), regulamenta como será sua organização, inspeção, do procedimento para a ação fiscal, dentre outras normas. 
Finalizando essa etapa, a emenda 45/2004, juntamente com o dispositivo do art. 114 da CF/88, prevê que a Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar “as ações relativas às penalidades administrativas impostas aos empregadores pelos órgãos de fiscalização das relações de trabalho”
ESTRUTURA DO MINISTÉRIO DO TRABALHO
1. Estrutura 
O Ministério do Trabalho e Emprego é composto pelos seguintes órgãos: a) Conselho Nacional do Trabalho; b) Conselho Nacional de Imigração; c) Conselho Curador do FGTS; d) Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador; e) Secretaria de Formação e Desenvolvimento Profissional; f) Secretaria de Políticas de Emprego e Salário; g) Secretaria de Relação do Trabalho; h) Secretaria de Fiscalização do Trabalho (tem a incumbência da coordenação geral, nacionalmente, das Superintendências Regionais do Trabalho e Emprego – SRTe (antiga DRT) – e a fiscalização do trabalho); i) Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho. 
2. Legislação 
Para atribuições e poderes, livre acesso, exibição de documentos, e autuações e multas: artigos 36 e 477, § 1º, 500, 627, 628, §§1º e 2º, 630, §§ 3º e 8º, 632, 636, §6º, 638 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e Lei nº 7.855 artigo 6º, § 3º e parágrafo único do artigo 12 da Lei nº 9.841 de 2000; Decreto 4552/2002.
ATUAÇÃO DOS AGENTES
se forem confiadas outras funções aos inspetores de trabalho, estas não deverão ser obstáculo ao exercício de suas funções principais, nem prejudicar de qualquer maneira a autoridade ou a imparcialidade necessárias aos inspetores nas suas relações com os empregadores. [06]
O ordenamento jurídico brasileiro determina como finalidade do Sistema Federal de Inspeção do Trabalho a proteção dos trabalhadores no exercício da atividade laboral, tal como previsto no art. 1.º do Regulamento (Decreto n.º 4.552/02), não se restringindo às relações empregatícias, mas a toda relação em que há trabalho humano.
            A Secretaria de Inspeção do Trabalho, órgão específico singular subordinado ao Ministério do Trabalho e Emprego, cuja organização regimental foi estruturada pelo Decreto n.º 5.063/04, é responsável pela consecução de ações inerentes à fiscalização do trabalho, tal como prevê o art. 14 daquele texto regulamentar, como a formulação da inspeção do trabalho; a participação na formulação de novos procedimentos reguladores das relações capital trabalho; a formulação de diretrizes da fiscalização dos recolhimentos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço; a promoção de estudos da legislação trabalhista e correlata, no âmbito de sua competência, propondo o seu aperfeiçoamento; o acompanhamento, em âmbito nacional, dos acordos e convenções ratificados pelo governo brasileiro junto a organismos internacionais, em especial à OIT, nos assuntos de sua área de competência; a proposição de diretrizes para o aperfeiçoamento das relações do trabalho na sua área de competência; expedição de normas relacionadas com a sua área de competência, entre outras.
Por sua vez, como unidades descentralizadas, são de competência das Superintendências Regionais do Trabalho e Emprego (SRTE) a coordenação, orientação e controle da execução das atividades relacionadas com a fiscalização do trabalho, a inspeção das condições ambientais de trabalho, a aplicação de sanções legais ou convencionais, a orientação ao trabalhador, o fornecimento de Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS), a orientação e o apoio ao trabalhador desempregado, a mediação e a arbitragem em negociação coletiva, a conciliação de conflitos trabalhistas, a assistência na rescisão do contrato de trabalho, em conformidade com a orientação e normas emanadas do Ministério, nos termos do art. 21 do Decreto n.º 5.063/2004.
            Ao Auditor Fiscal são atribuídas funções para o efetivo cumprimento das normas trabalhistas no âmbito nacional, cumprindo as normas legais e complementares; verificando os registros em Carteira de Trabalho e Previdência Social, visando a redução dos índices de informalidade; verificando o recolhimento do FGTS; fiscalizando o cumprimento de acordos, convenções e contratos coletivos de trabalho celebrados entre empregados e empregadores e a observância dos acordos, tratados e convenções internacionais dos quais o Brasil seja signatário.
            Pode ainda o auditor, lavrar auto de apreensão e fazer guarda de documentos, materiais, livros e assemelhados, para verificação da existência de fraude e irregularidades, bem como o exame da contabilidade das empresas, além de impedir continuação da atividade empresarial, utilizando-se do poder de polícia que lhe é inerente. Poderá, inclusive, ensejar a limitação da liberdade do suposto infrator, cujo ato é impugnável via impetração de habeas corpus perante a Justiça do Trabalho.
            Ademais, é função da inspeção do trabalho também a prestação de informações, não só aos trabalhadores, mas aos empregadores, pois é razoável que os empreendedores não tenham amplo conhecimento de normas trabalhistas, mormente nos casos em que há divergência jurisprudencial entre determinadas questões.
            Assim, mais do que reprimir os empreendedores brasileiros, a inspeção do trabalho deverá orientar sua atuação, pois além da alta carga tributária e elevados juros, são obrigados a se submeter às arbitrariedades de determinados agentes estatais destituídos de sensatez. Além do caráter pedagógico da prestação de informações, a inspeção do trabalho deve prestar as informações relativas aos administrados, sob pena de impetração de habeas data, remédio constitucional que objetiva impedir a ocultação de dados dos particulares.
            Muito se critica o caráter repressor do texto da CLT no que tange à fiscalização trabalhista, o que foi parcialmente alterado com a inserção do art. 627-A pela Medida Provisória n.º 2.164-41, de 24 deagosto de 2001, em vigor conforme o art. 2.º da EC n.º 32/01, possibilitando a instauração de procedimento para ação fiscal com o objetivo de orientar acerca da aplicação da legislação trabalhista. No mesmo passo, o Estatuto da Microempresa e Empresa de Pequeno Porte (Lei n.º 9.841/99, art. 12) determina que na ação fiscal, naquelas empresas, será priorizada a orientação quanto às normas trabalhistas. 
            Salienta-se, contudo, o caráter meramente instrumental da fiscalização do trabalho, pois como bem observa Marcello Ribeiro Silva, não se objetiva "a arrecadação de receitas decorrentes das multas aplicadas, senão a promoção da aplicação das normas de proteção trabalhista". [07] Tal entendimento, todavia, não é aplicado na prática pelos Auditores, que por vezes extrapolam seu poder e se olvidam de observar o ordenamento jurídico de forma sistemática. 
            A concepção moderna da inspeção trabalhista não se restringe à função de autuação e repressão, mas principalmente na disseminação da informação aos atores sociais, como afirma Nelson Mannrich, no sentido de que:
[...] a moderna função do inspetor consiste basicamente no aconselhamento, advertência, discussão e persuasão. É o que se constata, de maneira incisiva, na Inglaterra, de preferência na área de saúde e segurança do trabalhador, sem perder de vistas o interesse da comunidade. A atuação lá constitui o último recurso. Os inspetores mantêm contato permanente com os empregados e empregadores, com quem se reúnem, assim como com os representantes de segurança, antes de iniciar a inspeção e logo após o seu término. [08] 
            É inquestionável a importância da atuação estatal nas relações trabalhistas para a busca da justiça social e a construção de uma sociedade solidária, contanto que os atos da administração sejam ditados pelos postulados impostos pelo estado democrático de direito, sob pena de malferir a livre iniciativa, consagrada constitucionalmente (CF/88, art. 1.º, IV e art. 170), e agravar a atual situação econômica com o acréscimo do desemprego.
O fiscal tem livre acesso à empresa, exigindo os documentos necessários e prestando os esclarecimentos que lhe forem solicitados (art. 627, 628, par. 1º e 2º, e 630, par. 3º da CLT) Se houver resistência o inspetor pode chamar força policial (art. 630 , par. 8º da CLT).
O inspetor tem o dever de instruir o empregador, orientando-o com relação ao descumprimento das leis ou portarias recentes. (art. 627 CLT).

Outros materiais