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Quando, como e por quem a Geografia Política e a Geopolítica foram fundadas? Qual a importância desses campos de conhecimento? O ano de 1897 é o ponto de partida para a referência de nossos estudos. Nesse ano foi publicada Geografia Política, do alemão Friedrich Ratzel, obra que marca a fundação de dois campos: a Geografia Política e a Geopolítica. Além disso, Ratzel vai ser uma referência importante para muitos estudos políticos das mais diversas áreas do conhecimento. De lá pra cá, essas disciplinas passaram por longas transformações até desembocarem nos estudos contemporâneos. O texto abaixo nos permitirá perceber qual a diferença entre elas, como se mantiveram tão atuais, como acompanharam os processos de mudança do mundo, ajudando na tarefa de compreender o mundo contemporâneo. O QUE É GEOPOLÍTICA? E GEOGRAFIA POLÍTICA? Por: José Wiliam Vesentini É freqüente a confusão entre geografia política e geopolítica, que na verdade são imbricadas, se sobrepoem em grande parte, mas não se identificam totalmente. Existe uma história de cada um desses saberes que mostra suas origens, suas especificidades, embora em alguns momentos eles tenham se mesclado, se identificado. A expressão geografia política existe há séculos. Há inúmeros livros dos séculos XVII, XVIII e XIX com esse título. Mas considera-se que geografia política moderna, pelo menos tal como a entendemos hoje -- isto é, como um estudo geográfico da política, ou como o estudo das relações entre espaço e poder -- nasceu com a obra Politische Geographie [Geografia Política], de Friedrich RATZEL, publicada em 1897. Ratzel, na verdade, não criou o rótulo "geografia política"; ela apenas redefiniu o seu conteúdo, apontando para o que seria um verdadeiro estudo geográfico da política, uma concepção de política que muito deve à leitura de Maquiavel. Antes dele era comum encontrar em obras com esse título a descrição dos rios ou montanhas de tal ou qual Estado - ou seja, qualquer fenômeno ligado ao Estado (o ser político por excelência) era tido como assunto de geografia política. Ratzel mostrou que o estudo da geografia política só vai se preocupar com o meio ambiente - as características "naturais" do território, por exemplo (localização, formato, proximidade do mar, etc.) - desde que isso tenha relações com a vida política. Ele procurou estabelecer uma série de temas pertinentes à geografia política, que continuam a ser atuais (embora outros tenham surgido posteriormente): o que é o Estado e quais as suas relações com o território, soberania e território, o que é política territorial (uma expressão criada por ele), a questão das fronteiras, o que significa uma grande potência mundial, etc. Em síntese, esse geógrafo alemão não foi o primeiro autor a empregar esse rótulo, geografia política, nem mesmo o primeiro a escrever sobre o assunto - a questão do espaço geográfico na política. Essa análise a respeito da dimensão geográfica ou espacial da política é bastante antiga. Podemos encontrá-la em Aristóteles, em Maquiavel, em Montesquieu e em inúmeros outros filósolos da antiguidade, da Idade Média ou da época moderna. Mas normalmente essa preocupação com a dimensão espacial da política -- tal como, por exemplo, a respeito do tamanho e da localização do território de uma cidade- Estado, em Aristóteles; ou sobre a localização e a defesa da fortaleza do príncipe, em Page 1 of 15UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para ... 09/02/2018https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo Maquiavel; ou a ênfase na importância da geografia (física e principalmente humana) para a compreensão do "espírito das Leis" de cada Estado, em Montesquieu -- era algo que surgia en passant, como um aspecto meio secundário da realidade, pois o essencial era entender a natureza do Estado ou das Leis, os tipos de governo ou as maneiras de alcançar e exercer eficazmente o poder. Com Ratzel inicia-se um estudo sistemático da dimensão geográfica da política, no qual a espacialidade ou a territorialidade do Estado era o principal objeto de preocupações. E com Ratzel a própria expressão "geografia política", que era comumente empregada nos estudos enciclopédicos dos séculos XVII, XVIII e mesmo XIX (as informações sobre tal ou qual Estado: sua população, contornos territoriais, rios, montanhas, climas, cidades principais, etc.), ganha um novo significado. Ela passa a ser entendida como o estudo geográfico ou espacial da política e não mais como um estudo genérico (em "todas" as suas características) dos Estados ou países. A palavra geopolítica, por sua vez, foi criada no início do século XX, mais precisamente em 1905, num artigo denominado "As grandes potências", escrito pelo jurista sueco Rudolf KJELLÉN. (Mas atenção: a palavra geopolítica é que foi criada por Kjellén, pois não há dúvida que essa temática é bem mais antiga, ou seja, as grandes preocupações geopolíticas não surgiram no início do século XX (preocupações sobre o que é e quem é uma potência mundial, como se dá a disputa mundial pelo poder entre os Estados, que estratégias seriam adequadas para tal ou qual Estado tornar-se a potência regional nesta ou naquela parte do globo, etc.). Isto é, já existia anteriormente juízos ou análises a respeito do poderio de cada Estado, das grandes potências mundiais ou regionais, com a importância ou o uso do espaço geográfico na guerra ou no exercício do poder estatal. Normalmente se afirma -- em quase todas as obras sobre "história da geopolítica" -- que os geopolíticos clássicos, ou os "grandes nomes da geopolítica", foram H.J. MacKinder, A.T. Mahan, R. Kjellén e K. Haushofer. Desses quatro nomes, dois deles (o geógrafo inglês Mackinder e o almirante norte-americano Mahan) tiveram as suas principais obras publicadas antes da criação dessa palavra geopolítica por Kjellén e, dessa forma, nunca fizeram uso dela. O outro autor, o general alemão Karl Haushofer, foi na realidade quem popularizou a geopolítica, devido às circunstâncias (ligações, embora problemáticas, com o nazismo e possível contribuição indireta para a obra Mein Kampf, de Hitler), tornando-a tristemente famosa nos anos 1930 e 40, em especial através da sua Revista de Geopolítica [Zeitschrift für Geopolitik], editada em Munique de 1924 a 44 e com uma tiragem mensal que começou com 3 mil e chegou a atingir a marca dos 30 mil exemplares, algo bastante expressivo para a época. A geopolítica, enfim, conheceu um período de grande expansão no pré-guerra, na primeira metade do século XX, tendo se eclipsado -- ou melhor, ficado no ostracismo -- depois de 1945. Ela sempre se preocupou com a chamada escala macro ou continental/planetária: a questão da disputa do poder mundial, que Estado (e por quê) é uma grande potência, qual a melhor estratégia espacial para se atingir esse status, etc. Existiram "escolas (nacionais) de geopolítica", em especial dos anos 1920 até os anos 1970, em algumas partes do mundo, inclusive no Brasil. Não escola no sentido físico (prédio e salas de aula), mas sim no sentido de corrente de pensamento, de autores -- mesmo que um tenha vivido distante do outro, no espaço ou às vezes até no tempo -- com uma certa identificação: no caso da geopolítica brasileira, ela consistiu principalmente no desenvolvimento de um projeto ("Brasil, grande potência") que se expressa como uma estratégia (geo)política e militar com uma clara dimensão espacial. A natureza pragmática, utilitarista (e para o Estado, único agente visto como legítimo) ou de "saber aplicável" sempre foi uma tônica marcante na Page 2 of 15UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para ... 09/02/2018https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo geopolítica. Ela nunca se preocupou em firmar-se como um (mero?) "conhecimento" da realidade e sim como um "instrumento deação", um guia para a atuação de tal ou qual Estado. A partir de meados dos anos 1970 a geopolítica sai do ostracismo. Ela volta a ser novamente estudada (a bem a verdade, ela nunca deixou de ser, mas de 1945 até por volta de 1975 esteve confinada em pequenos círculos, em especial militares). Só que agora, ao invés de ser vista como "uma ciência" (como pretendia Kjellén) ou como "uma técnica/arte a serviço do Estado" (como advogavam inúmeros geopolíticos, inclusive Haushofer), ela é cada vez mais entendida como "um campo de estudos", uma área interdisciplinar enfim (tal como, por exemplo, a questão ambiental). Em várias parte do globo criaram-se -- ou estão sendo criados -- institutos de estudos geopolíticos e/ou estratégicos, que via de regra congregam inúmeros especialistas: cientistas políticos, geógrafos, historiadores, militares ou teóricos estrategistas, sociólogos e, como não podia deixar de ser (na medida em que a "guerra" tecnológica-comercial hoje é mais importante que a militar) até mesmo economistas. Enfim, a palavra geopolítica não é uma simples contração de geografia política, como pensam alguns, mas sim algo que diz respeito às disputas de poder no espaço mundial e que, como a noção de PODER já o diz (poder implica em dominação, via Estado ou não, em relações de assimetria enfim, que podem ser culturais, sexuais, econômicas, repressivas e/ou militares, etc.), não é exclusivo da geografia. (Embora também seja algo por ela estudado). A geografia política, dessa forma, também se ocupa da geopolítica, embora seja uma ciência (ou melhor, uma modalidade da ciência geográfica) que estuda vários outros temas ou problemas. Exemplificando, podemos lembrar que a geografia também leva em conta a questão ambiental, embora esta não seja uma temática exclusivamente geográfica (outras ciências -- tais como a biologia, a geologia, a antropologia, a história, etc. -- também abordam essa questão). Mas a geografia -- da mesma forma que as outras ciências mencionadas -- não se identifica exclusivamente com essa questão, pois ela também procura explicar outras temáticas que não são rigorosamente ambientais tais como, por exemplo, a história do pensamento geográfico, a geografia eleitoral, os métodos cartográficos, etc. Esquematizando, podemos dizer que existiram ou existem várias interpretações diferentes sobre o que é geopolítica e as suas relações com a geografia política. Vamos resumir essas interpretações, que variaram muito no espaço e no tempo, em quatro visões: 1. "A geopolítica seria dinâmica (como um filme) e a geografia política estática (como uma fotografia)". Esta foi a interpretação de inúmeros geopolíticos anteriores à Segunda Guerra Mundial, dentre os quais, podemos mencionar Kjellén, Haushofer e vários outros colaboradores da Revista de Geopolítica, além do general Golbery do Couto e Silva e inúmeros outros militares no Brasil. Segundo eles, a geopolítica seria uma "nova ciência" (ou técnica, ou arte) que se ocuparia da política ao nível geográfico, mas com uma abordagem diferente da geografia: ela seria "mais dinâmica" e voltada principalmente para a ação. Eles viam a geografia como uma disciplina tradicional e descritiva e diziam que nela apenas colhiam algumas informações (sobre relevo, distâncias, latitude e longitude, características territoriais ou marítimas, populações e economias, etc.), mas que fundamentalmente estavam construindo um outro saber, que na realidade seria mais do que uma ciência ou um mero saber, seria um instrumento imprescindível para a estratégia, Page 3 of 15UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para ... 09/02/2018https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo a atuação político/espacial do Estado. Como se percebe, foi uma visão adequada ao seu momento histórico -- não podemos esquecer que o mundo na primeira metade do século XX, antes da Grande Guerra, vivia uma ordem multipolar conflituosa, com uma situação de guerra latente entre as grandes potências mundiais -- e à legitimação da prática de quem fazia geopolítica naquele momento. Ela também foi coeva e tributária de todo um clima intelectual europeu -- especialmente alemão -- da época, que fustigava o conhecimento científico ( a "ciência real", que era contraposta a uma "ciência ideal" ou "novo saber", que deveria contribuir para um "mundo melhor") pela sua pretensa "desconsideração pela vida concreta, pelas emoções, pelos sentimentos". 2. "A geopolítica seria ideológica (um instrumento do nazi-fascismo ou dos Estados totalitários) e a geografia política seria uma ciência". Esta foi a interpretação de alguns poucos geógrafos nos anos 1930 e 40 (por exemplo: A. Hettner e Leo Waibel) e da quase totalidade deles (e também de inúmeros outros cientistas sociais) no pós-guerra. Um nome bastante representativo desta visão foi Pierre George, talvez o geógrafo francês mais conhecido dos anos 50 aos 70, que afirmava que a geopolítica seria uma "pseudo-ciência", uma caricatura da geografia política. Esta visão foi praticamente uma reação àquela anterior, que predominou anteriormente, no período pré-Segunda Guerra Mundial. Como toda forte reação, ela caminhou para o lado extremo do pêndulo, desclassificando completamente a geopolítica (da qual "nada se aproveita", nos dizeres de inúmeros autores dos anos 50 e 60) e até mesmo se recusando a explicá-la de forma mais rigorosa. 3. "A geopolítica seria a verdadeira (ou fundamental) geografia". Esta foi a interpretação que Yves Lacoste inaugurou com o seu famoso livro-panfleto A Geografia - isso serve, em primeiro lugar, para fazer a guerra, de 1976, e que serviu como ideário para a revista Hérodote - revue de géographie et de géopolitique. Nessa visão, a geografia de verdade (a "essencial" ou fundamental) não teria surgido no século XIX com Humboldt e Ritter, mas sim na antiguidade, junto com o advento dos primeiro mapas. O que teria surgido no século XIX seria apenas a "geografia dos professores", a geografia acadêmica e que basicamente estaria preocupada em esconder ou encobrir, como uma "cortina de fumaça", a importância estratégica da verdadeira geografia, da geopolítica enfim. A geopolítica -- ou geografia dos Estados maiores, ou geografia fundamental -- existiria desde a antiguidade na estratégia espacial das cidades-Estado, de Alexandre o Grande, por exemplo, de Heródoto com os seus escritos (obra e autor que, nessa leitura enviesada, teria sido um "representante do imperialismo ateniense"). Esta interpretação teve um certo fôlego -- ou melhor, foi reproduzida, normalmente por estudantes e de forma acrítica -- no final dos anos 1970 e nos anos 80, mas acabou ficando confinada a um pequeno grupo de geógrafos franceses que, inclusive, em grande parte se afastaram do restante da comunidade geográfica (ou mesmo científica) daquele país. Existe uma visível falta de evidências nessa tese -- de comprovações, e mesmo de possibilidade de ser testada empiricamente (inclusive via documentos históricos) -- e, na realidade, ela surgiu mais como uma forma de revalorizar a geografia, tão questionada pelos revoltosos do maio de 1968, tentando mostrar a sua importância estratégica e militar. 4. "A geopolítica (hoje) seria uma área ou campo de estudos interdisciplinar". Esta interpretação começa a predominar a partir do final dos anos 1980, sendo quase um consenso nos dias atuais. Não se trata tanto do que foi a geopolítica e sim do que ela representa atualmente. E mesmo se analisarmos quem fez geopolítica, os "grandes nomes" que teriam contribuido para desenvolver esse saber, vamos concluir que eles nunca Page 4 of 15UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para ... 09/02/2018https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo provieram de uma única área do conhecimento: houve juristas (porexemplo, Kjellén), geógrafos (Mackinder), militares (Mahan, Haushofer) e vários outros oriundos da história, da ciência política, da economia, da engenharia, etc. Não tem nenhum sentido advogar o monopólio desse tipo de estudo -- seria o mesmo que pretender deter a exclusividade das pesquisas ambientais! --, já que com isso estaríamos desconhecendo a realidade, o que já se fez e o que vem sendo feito na prática. Existem trabalhos recentes sobre geopolítica, alguns ótimos, oriundos de geógrafos, de cientistas políticos (Luttuak...), de historiadores (H. Kissinger, P. Kennedy...), de sociólogos (Huntington...)de militares, etc. E ninguém pode imaginar seriamente que num instituto ou centro de estudos estratégicos e/ou geopolíticos -- onde se pesquise os rumos do Brasil (ou de qualquer outro Estado-nação, ou mesmo de um partido político) no século XXI, as possibilidades de confrontos ou de crises político-diplomáticas ou econômicas, as estratégias para se tornar hegemônico no (sub) continente, para ocupar racionalmente a Amazônia, etc. -- devam existir apenas geógrafos, ou apenas militares, ou apenas economistas ou juristas. Mais uma vez podemos fazer aqui uma ligação com o nosso tempo, com o clima intelectual do final do século XX e inícios do XXI. A palavra de ordem hoje é interdisciplinariedade (ou até transdisciplinariedade), pois o real nunca é convenientemente explicado por apenas uma abordagem ou uma ciência específica. O conhecimento da realidade, enfim, e mesmo a atuação nela com vistas a um mundo mais justo, é algo muito mais importante do que as disputas corporativistas. Fonte: http://www.geocritica.com.br/geopolitica.htm Exercício 1: Geografia política é um ramo da geografia (mais especificamente, da geografia humana) que se dedica ao estudo da interação entre política e território, nomeadamente no que diz respeito à administração. É frequente a confusão estabelecida entre geografia política e geopolítica que, imbricadas e em grande parte superpostas, não se identificam totalmente. Embora em alguns momentos tenham sido mescladas e reduzidas a uma única identidade, cada qual possui origens, especificidades e história própria. Sobre a distinção observada entre geografia política e geopolítica, é correto afirmar que I por definição, a geopolítica interpreta o espaço do ponto de vista do Estado e a geografia política, o Estado pelo ponto de vista do espaço. II a geografia política só se preocupa com o meio ambiente, com as características "naturais" do território, por exemplo (localização, formato, proximidade do mar etc.) se fatores do meio ambiente estabelecerem relações com a vida política. III a geopolítica tem por objetivo analisar o Estado em suas relações com o território, a soberania, a política territorial, as fronteiras e as potências mundiais, entre outros. IV a geografia política, ou seja, a análise da dimensão geográfica ou espacial da política, é bastante antiga. Podemos encontrá-la em Aristóteles, Maquiavel, Montesquieu e inúmeros outros filósofos da antiguidade, da Idade Média e da época moderna. Page 5 of 15UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para ... 09/02/2018https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo Está correto o afirmado em A) I, II e III. B) II, III e IV. C) I, III e IV. D) I, II e IV. E) III e IV. Comentários: Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários Exercício 2: Os principais precursores da geopolítica clássica não eram geógrafos e sim estrategistas militares. Consequentemente, a geopolítica clássica nunca teve por preocupação básica o conhecimento (geográfico e/ou científico) de determinado aspecto da realidade (dimensão espacial da política), mas sim de estabelecer bases para o fortalecimento de “seu” Estado no cenário internacional. A geopolítica logo se expandiu, tendo encontrado um clima propício para o seu desenvolvimento nos períodos pré-guerra e entre guerras da primeira metade do século XX. Considerando os pressupostos da geopolítica clássica, é correto afirmar que o referido “clima propício” para a sua expansão foi propiciado I pela característica essencial da política internacional do “modelo westphaliano”, do período compreendido entre a segunda metade do século XVII e início do século XX. Pode-se atribuir a um programa selvagem de exploração colonial e formação de alianças secretas e acirradas rivalidades, em meio a um complexo jogo de interesses políticos e econômicos, frequentemente destrutivo das sociedades colonizadas e instigador de tensões políticas entre os países europeus. Page 6 of 15UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para ... 09/02/2018https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo II pela ordem internacional que, segundo a visão idealista, deve apoiar-se nas seguintes ações: supressão da diplomacia secreta, liberdade dos mares, limitação dos armamentos, remoção das barreiras comerciais, reajuste dos territórios, fim da exploração colonial e criação de uma Sociedade das Nações. III por processos de aprofundamento da integração econômica, social, cultural e política, com o barateamento dos meios de transporte e comunicação dos países no final do século XX e início do XXI. IV pela análise da dimensão geográfica ou espacial da política, bastante difundida nas obras de Aristóteles, Maquiavel, Montesquieu e outros filósofos da antiguidade, da Idade Média ou da época moderna, que ofereceram fundamentos para orientar a política externa das grandes potências a partir do final do século XIX e início do XX. Está correto o afirmado em A) I e II. B) III e IV. C) I, III e IV. D) I, somente. E) III, somente. Comentários: Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários Exercício 3: Podemos afirmar que um estudo sistemático da dimensão geográfica da política foi desenvolvido a partir Page 7 of 15UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para ... 09/02/2018https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo A) da publicação das obras de Aristóteles, Maquiavel, Montesquieu e inúmeros outros filósofos da antiguidade, da Idade Média e da época moderna, que escreveram sobre temas entre os quais incluem-se os seguintes: dimensão espacial da política (tamanho e localização do território); importância da geografia; localização e defesa da fortaleza do príncipe. B) de 1945, quando a ênfase das preocupações recai sobre a chamada escala macro ou continental/planetária. Nesse âmbito discute-se, entre outros, os seguintes temas: disputa pelo poder mundial; o Estado como grande potência; estratégias espaciais para a conquista desse status. C) de meados dos anos 1970, período em que a geopolítica sai do ostracismo e volta a ser estudada, agora como "campo de estudos", como área interdisciplinar, abordando, por exemplo, a questão ambiental. D) da publicação das obras do general alemão Karl Haushofer, que popularizou a geopolítica ao reconhecer ligações, embora problemáticas, com o nazismo, contribuindo indiretamente para a produção da obra Mein Kampf, de Hitler. Além de sua contribuição a essa obra, tristemente famosa nos anos 1930 e 40, Haushofer foi responsável pela Revista de Geopolítica [Zeitschrift für Geopolitik], editada em Munique, de 1924 a 1944, cuja tiragem mensal, originalmente de 3 mil exemplares, chegou a atingir a marca dos 30 mil exemplares, fato bastante expressivo para a época. E) da publicação da obra Politische Geographie [Geografia Política], de Friedrich Ratzel, publicada em 1897. Com Ratzel tem início um estudo sistemático da dimensão geográfica da política, no qual a espacialidade ou a territorialidade do Estado constitui o principal objeto de interesse. Comentários:Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários Exercício 4: Page 8 of 15UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para ... 09/02/2018https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo No campo de estudos da geopolítica há um amplo entendimento de que há, ou houve, diversas interpretações relativas ao que seja geopolítica e suas relações com a geografia política. Essas interpretações variaram muito no espaço e no tempo. A concepção de que a geopolítica é dinâmica e a geografia política, estática é própria I de alguns poucos geógrafos dos anos 1930 e 1940, entre os quais A. Hettner e Leo Waibel, e da quase totalidade deles, bem como de inúmeros outros cientistas sociais do pós-guerra. Pierre George, talvez o geógrafo francês mais conhecido dos anos 50 aos 70, representativo dessa visão, afirmava que a geopolítica seria uma "pseudo-ciência", uma caricatura da geografia política. Esta visão foi praticamente uma reação à anteriormente predominante, no período pré-Segunda Guerra Mundial. II de inúmeros geopolíticos anteriores à Segunda Guerra Mundial, entre os quais, Kjellén, Haushofer e outros colaboradores da Revista de Geopolítica, além do general Golbery do Couto e Silva e muitos outros militares no Brasil. III de Yves Lacoste, que a inaugurou com seu famoso livro-panfleto A Geografia - isso serve, em primeiro lugar, para fazer a guerra (1976), que serviu de ideário à revista Hérodote - revue de géographie et de géopolitique. Segundo essa visão, a geografia de verdade (a "essencial" ou fundamental) não teria surgido no século XIX com Humboldt e Ritter, mas sim na antiguidade, juntamente com os primeiros mapas. IV do final dos anos 1980 e constitui quase um consenso nos dias atuais. Não trata tanto do que foi a geopolítica e sim do que ela representa atualmente. Está correto o afirmado em A) III e IV. B) II, somente. C) I e II. D) II, III e IV. E) I, somente. Page 9 of 15UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para ... 09/02/2018https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo Comentários: Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários Exercício 5: No campo de estudos da geopolítica há um amplo entendimento de que há, ou houve, diversas interpretações relativas ao que seja geopolítica e suas relações com a geografia política. Essas interpretações variaram muito no espaço e no tempo. A concepção de que a geopolítica é ideológica e a geografia política, uma ciência é própria I de alguns poucos geógrafos dos anos 1930 e 1940, entre os quais A. Hettner e Leo Waibel, e da quase totalidade deles, bem como de inúmeros outros cientistas sociais do pós-guerra. Pierre George, talvez o geógrafo francês mais conhecido dos anos 50 aos 70, representativo dessa visão, afirmava que a geopolítica seria uma "pseudo-ciência", uma caricatura da geografia política. Esta visão foi praticamente uma reação à anteriormente predominante, no período pré-Segunda Guerra Mundial. II de inúmeros geopolíticos anteriores à Segunda Guerra Mundial, entre os quais, Kjellén, Haushofer e outros colaboradores da Revista de Geopolítica, além do general Golbery do Couto e Silva e muitos outros militares no Brasil. III de Yves Lacoste, que a inaugurou com seu famoso livro-panfleto A Geografia - isso serve, em primeiro lugar, para fazer a guerra (1976), que serviu de ideário à revista Hérodote - revue de géographie et de géopolitique. Segundo essa visão, a geografia de verdade (a "essencial" ou fundamental) não teria surgido no século XIX com Humboldt e Ritter, mas sim na antiguidade, juntamente com os primeiros mapas. IV do final dos anos 1980 e constitui quase um consenso nos dias atuais. Não trata tanto do que foi a geopolítica e sim do que ela representa atualmente. Está correto o afirmado em A) III e IV. B) II, somente. C) I e II. Page 10 of 15UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online par... 09/02/2018https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo D) II, III e IV. E) I, somente. Comentários: Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários Exercício 6: No campo de estudos da geopolítica há um amplo entendimento de que há, ou houve, diversas interpretações relativas ao que seja geopolítica e suas relações com a geografia política. Essas interpretações variaram muito no espaço e no tempo. A concepção de que a geopolítica é a verdadeira (ou fundamental) geografia é própria I de alguns poucos geógrafos dos anos 1930 e 1940, entre os quais A. Hettner e Leo Waibel, e da quase totalidade deles, bem como de inúmeros outros cientistas sociais do pós-guerra. Pierre George, talvez o geógrafo francês mais conhecido dos anos 50 aos 70, representativo dessa visão, afirmava que a geopolítica seria uma "pseudo-ciência", uma caricatura da geografia política. Esta visão foi praticamente uma reação à anteriormente predominante, no período pré-Segunda Guerra Mundial. II de inúmeros geopolíticos anteriores à Segunda Guerra Mundial, entre os quais, Kjellén, Haushofer e outros colaboradores da Revista de Geopolítica, além do general Golbery do Couto e Silva e muitos outros militares no Brasil. III do final dos anos 1980 e constitui quase um consenso nos dias atuais. Não trata tanto do que foi a geopolítica e sim do que ela representa atualmente. IV de Yves Lacoste, que a inaugurou com seu famoso livro-panfleto A Geografia - isso serve, em primeiro lugar, para fazer a guerra (1976), que serviu de ideário à revista Hérodote - revue de géographie et de géopolitique. Segundo essa visão, a geografia de verdade (a "essencial" ou fundamental) não teria surgido no século XIX com Humboldt e Ritter, mas sim na antiguidade, juntamente com os primeiros mapas. Está correto o afirmado em A) II e IV. Page 11 of 15UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online par... 09/02/2018https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo B) III, somente. C) I e II. D) IV, somente. E) II, III e IV. Comentários: Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários Exercício 7: Geografia política é um ramo da geografia (mais especificamente, da geografia humana) que se dedica ao estudo da interação entre política e território, nomeadamente no que diz respeito à administração. É frequente a confusão estabelecida entre geografia política e geopolítica que, imbricadas e em grande parte superpostas, não se identificam totalmente. Embora em alguns momentos tenham sido mescladas e reduzidas a uma única identidade, cada qual possui origens, especificidades e história própria. Sobre a distinção observada entre geografia política e geopolítica, é correto afirmar que I por definição, a geopolítica interpreta o espaço do ponto de vista do Estado e a geografia política, o Estado pelo ponto de vista do espaço. II a geografia política só se preocupa com o meio ambiente, com as características "naturais" do território, por exemplo (localização, formato, proximidade do mar etc.) se fatores do meio ambiente estabelecerem relações com a vida política. III a geopolítica tem por objetivo analisar o Estado em suas relações com o território, a soberania, a política territorial, as fronteiras e as potências mundiais, entre outros. IV a geografia política, ou seja, a análise da dimensão geográfica ou espacial da política, é bastante antiga. Podemos encontrá-la em Aristóteles, Maquiavel, Montesquieu e inúmeros outros filósofos da antiguidade, da Idade Média e da época moderna. Page 12 of 15UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online par... 09/02/2018https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo Está correto o afirmado em A) I, II eIII. B) II, III e IV. C) I, III e IV. D) I, II e IV. E) III e IV. Comentários: Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários Exercício 8: O geógrafo inglês Halford John Mackinder (1861-1947), que em 1904 escreveu seu famoso artigo “O pivô geográfico da História”, academicamente é reconhecido como o pai do conceito A) de poder naval. B) heartland. C) rimland. Page 13 of 15UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online par... 09/02/2018https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo D) de espaço vital. E) de pan-regiões. Comentários: Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários Exercício 9: O confronto geopolítico entre poder terrestre versus poder marítimo no período da Guerra Fria ganhou forma institucional, respectivamente, sob quais alianças militares? A) Pacto de Tordesilhas e Santa Aliança. B) Westphalia e Santa Aliança. C) Pacto de Varsóvia e OTAN. D) OTAN e Comissão Brundtland. E) CEI e União Europeia. Comentários: Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários Page 14 of 15UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online par... 09/02/2018https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo Exercício 10: O conceito geopolítico de espaço-vital (lebensraum) foi elaborado pelo geógrafo A) Carl Schmitt. B) Elen Sample. C) Carl Ritter. D) Alexander von Humboldt. E) Friedrich Ratzel. Comentários: Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários Page 15 of 15UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online par... 09/02/2018https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo
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