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Hermenêutica Jurídica Clássica - Resumo

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Hermenêutica Jurídica – 1ª A.P. 
 
 
Hermenêutica Jurídica Clássica 
Introdução e Capítulos I e II 
 
 
Art. 93, IX, CF/88. “Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, 
e fundamentadas todas as decisões [...]” 
 
 
 
 
1 Introdução 
2 Interpretação, aplicação e integração do Direito 
3 Brocardos jurídicos 
4 Hermenêutica normativista e hermenêutica egológica 
5 Classificação das espécies de interpretação 
Quanto à origem 
Quanto aos efeitos 
Quanto à natureza 
 
 
 
 
1 Introdução 
“A hermenêutica jurídica tem por objeto o estudo e a sistematização dos 
processos aplicáveis para determinar o sentido e o alcance das expressões 
do Direito.” – Carlos Maximiliano. 
 
 Hermenêutica é o método científico do Direito, enquanto ciência do espírito ou cultural. 
 A sistematização é uma exigência científica, pois o saber científico, ao contrário do saber 
vulgar, não é casual e inorganizado, mas unificado, ainda que parcialmente, em razão da 
especificidade do objeto (diferentemente do saber filosófico, que é universal). 
 A hermenêutica estuda os processos aplicáveis, revelando, portanto, sua aspiração à 
objetividade do conhecimento, ainda que essa objetividade decorra do consenso 
(intersubjetividade) e não do próprio objeto. 
 A palavra processo pode ser entendida como inapropriada, pois sugere a existência de 
processos exclusivos que teriam resultados autônomos. Assim, mais adequado seria falar em 
técnicas de interpretação, pois a classificação é só para efeitos didáticos. Na prática, todas as 
técnicas se alternam no ato de interpretação. 
 A hermenêutica jurídica é necessariamente metodológica em razão da exigência do 
Estado Democrático de Direito de que as decisões jurisdicionais sejam fundamentadas. Assim, o 
julgador terá de apontar o caminho (método) que o conduziu à decisão. 
 Reconhece-se, assim, a possibilidade de controle racional e validação da interpretação. 
 A hermenêutica define o sentido das expressões do Direito, ligando-se, portanto, à cultura. 
O sentido é a projeção do espírito humano sobre o substrato, que resulta no objeto cultural. 
 Também determina o alcance, diferenciando-se, assim, da hermenêutica histórica, pois a 
hermenêutica jurídica tem que lidar com um texto normativo que, escrito no passado, será 
aplicado no presente. 
 Dessa forma, é preciso fixar o alcance, ou seja, o 
campo de incidência, limite de abrangência, o âmbito de 
validade (Kelsen) ou âmbito da norma (Müller). 
Âmbito de validade (Kelsen): 
 Espacial 
 Temporal 
 Material 
 Pessoal 
 As expressões do Direito são as fontes formais ou formas de manifestação dele, no caso, a lei, 
o costume, a jurisprudência e a doutrina. 
 
Regras de Hermenêutica 
Legais (aparecem no texto da lei). 
Jurisprudenciais (formadas pela tradição judiciária, de conotação geralmente 
sociológica). 
Doutrinárias (criadas pela Ciência do Direito através das obras dos juristas). 
 
 
 
2 Interpretação, aplicação e integração do Direito 
 Em sentido estrito, hermenêutica jurídica tem por objeto a intepretação do Direito. 
Hermenêutica não é interpretação, mas uma teoria que pensa a interpretação e dita-lhe as regras 
do acontecer. A interpretação é um processo cognitivo de apreensão de sentido, orientado pela 
hermenêutica. 
 Em sentido amplo, porém, a hermenêutica jurídica tem por objeto não apenas a 
interpretação do Direito, mas também a sua aplicação e integração. A aplicação consiste em 
submeter os fatos às disposições normativas por meio de uma atividade complexa que 
correlaciona aspectos normativos, fáticos e valorativos (coordenação axiológica do fato à norma), 
e que resulta na qualificação jurídica da conduta. A integração do Direito é o processo lógico e 
axiológico de preenchimento de lacunas. 
 
 
3 Brocardos jurídicos 
 Os brocardos jurídicos são regras doutrinárias em forma de máximas. Eles têm sua 
utilidade, mas devemos considerar seu valor como relativo, sendo alguns totalmente acientíficos. 
“in claris cessat interpretatio” – na clareza cessa a interpretação”. 
 Segundo essa máxima, algumas normas seriam tão óbvias que não necessitariam de 
interpretação, mas apenas aplicação imediata ao caso concreto, por mera subsunção lógica. 
 Ela pressupõe que possa haver textos com palavras completamente unívocas, o que não é 
verdade, pois a linguagem do Direito é a linguagem de uso comum, sujeita aos jogos de linguagem e 
às variações de sentido, podendo apresentar, assim, termos plurívocos. 
 As palavras são normalmente indeterminadas por vagueza (não conseguimos dizer se ela 
se aplica ou não ao objeto) ou ambiguidade (indeterminação na intenção). A própria palavra 
clareza é um conceito vago, a afirmação de que uma norma é clara já seria resultado tanto da 
interpretação da norma quanto do que seja clareza. 
 A norma pode parecer clara, mas é sempre diante do caso concreto que as dúvidas em 
relação ao texto da norma surgirão. A norma em sua aplicação precisa coadunar com os fatos 
sociais e realizar certos fins desejados, como os fins sociais e as exigências do bem comum. 
 Do ponto de vista egológico (direito é conduta), refuta-se a cientificidade desse brocardo 
através dos fundamentos da interpretação: ontológico, axiológico, gnoseológico e lógico. (v. 
próximo tópico). 
 “Todo o nosso compreender é apenas relativo, não havendo nada que compreendamos 
em sentido absoluto” – Kant. 
 
 
4 Hermenêutica normativista e hermenêutica egológica 
 A interpretação do Direito pode ser concebida como tendo por objeto as normas 
jurídicas (normativismo) ou as condutas em interferência intersubjetviva (egologismo). 
 Os normativistas interpretam a norma, os egologistas, a conduta. Um leva a norma ao 
fato, e o outro traz o fato à norma. No fim elas se encontram, ainda que por caminhos 
diferentes. 
 A teoria normativista é a predominante, por isso usamos sua linguagem. No entanto, a 
teoria egológica possui a vantagem de criar um caminho hermenêutico para o intérprete que lhe 
deixa mais aberto a novas interpretações, já que parte do fato para a norma e não enxerga o fato 
com olhos condicionados pela norma. 
 Para os seguidores da teoria egológica, o Direito, como fenômeno existencial, é conduta 
em interferência intersubjetiva, cujo modo de ser está na norma. Ou seja, o direito é a conduta 
apreciada pelas interferências na vida de terceiros, é a conduta medida pelo outro. 
 No direito positivo, a conduta é lícita ou ilícita. Sendo lícita, o outro tem que suportá-la e, 
sendo ilícita, o outro tem o direito de exigir uma sanção sobre aquele que agiu inadequadamente. 
Dentro dessa perspectiva, o Direito é um contínuo de licitudes e um descontínuo de ilicitudes. 
 Os fundamentos da interpretação segundo a teoria egológica do direito são as razões 
pelas quais a interpretação é sempre necessária: ontológico (toda conduta é individual e particular, 
não podendo o juiz presumir já conhecê-la), axiológico (externamente os fatos podem ser 
semelhantes, mas ao analisarem-se os valores interiores e contextualizados contidos nele se 
notam as diferenças), gnoseológico (deve-se conhecer o fato não no mundo real, mas como ele se 
apresenta no mundo do Direito) e lógico (deve-se adaptar o fato à norma). 
 Obs.: A hermenêutica normativista nada tem a ver com o normativismo de Kelsen, pois é 
um normativismo abstrato, que lida apenas com a forma, não havendo espaço para hermenêutica, 
pois que não se considera o conteúdo. 
 
5 Classificação das espécies de interpretação 
Quanto à origem: 
Pública (feita pelos órgãos do poder público) 
Autêntica ou legislativa (feitapelo mesmo órgão que editou a norma). 
Judicial (feita pelos juízes e tribunais – decisões uniformes). 
Administrativa (feita pela administração pública, regulamentando a 
norma). 
Privada (feita pelos doutrinadores e jurisconsultos). 
 
Quanto aos efeitos: 
Declarativa (o sentido gramatical coincide com o espírito da lei). 
Extensiva (o espírito da lei é mais amplo do que a letra da lei, assim, amplia-
se o sentido da norma). 
Restritiva (a letra da lei é mais ampla do que seu espírito, assim, restringe-se 
seu alcance). 
Modificativa 
Atualizadora (resulta da interpretação sociológica ou teleológica e 
atualiza a norma em razão de novos fatos que não foram previstos 
pelo legislador). 
Corretiva (ocorre quando duas normas estão em conflito e não há 
outros critérios para resolvê-lo, assim, compatibiliza-se essas normas 
alterando o sentido de uma). 
Ab-rogante (também ocorre da antinomia, mas resulta da interpretação 
sistemática, ensejando o afastamento de uma das normas). 
 
 
Quanto à natureza 
Gramatical ou literal (análise morfológica e sintática do texto normativo). 
Lógica (leva em conta a vontade do legislador, através da exposição dos 
motivos da lei e da consulta às atas). 
Sistemática (interpretação da norma à luz das outras normas e dos princípios 
do ordenamento jurídico, confere a este unidade e coerência). 
Filológica (procura o significado das palavras no tempo de seu uso – as novas 
interpretações não podem se basear em novos usos de palavras, mas em novas 
necessidades sociais). 
Histórica (leva em contas as circunstâncias em que a norma foi elaborada – 
causas próximas – e as origens da lei – causas remotas). 
Teleológica (coloca no centro da interpretação a finalidade da norma, fazendo 
dela um meio para atingir determinado fim – fim social, ênfase na sociedade). 
Sociológica, tem três objetivos: 
Eficacial (conferir aplicabilidade à norma em relação aos fatos sociais 
que ela regula). 
Atualizador (dar elasticidade à norma, permitindo que abranja novas 
situações não previstas pelo legislador – interpretação histórico-
evolutiva). 
Transformador (satisfazer os anseios de justiça – atendimento das 
exigências do bem comum). 
 
 
 
 
	1 Introdução
	2 Interpretação, aplicação e integração do Direito
	3 Brocardos jurídicos
	4 Hermenêutica normativista e hermenêutica egológica
	5 Classificação das espécies de interpretação
	Quanto à origem:
	Quanto aos efeitos:
	Quanto à natureza

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