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Questões de penal

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Título VI – Dos Crimes contra a Dignidade Sexual 
1. Como se configura o estupro de vulnerável e quais são seus sujeitos passivos? 
O estupro de vulnerável se configura no instante em que há a prática de conjunção 
carnal (penetração pênis-vagina) ou outro ato libidinoso (qualquer ato com conotação 
sexual), sem haver a necessidade de entrar no mérito do uso ou não de violência ou grave 
ameaça, ou de sua presunção, pois a tipificação penal é objetiva. Pode ser sujeito passivo 
qualquer pessoa vulnerável, homem ou mulher, que seja menor de 14 anos, que, por 
enfermidade ou doença mental, não tem o necessário discernimento do ato, ou, por 
qualquer causa, não oferece resistência. 
2. O que é assédio sexual? A quem compete a propositura da ação penal nesta 
hipótese? 
O assédio sexual é o constrangimento realizado com intuito de obter vantagem ou 
favorecimento sexual em razão de superioridade hierárquica em relação laboral. A ação 
penal nos crimes de assédio sexual é pública, portanto, cabe ao Ministério Público sua 
propositura. No entanto, a ação é condicionada à representação da vítima, em regra, a 
menos que ela seja menor de 18 anos, caso em que será incondicionada. 
3. Diferencie os crimes de mediação para satisfazer a lascívia de outrem, 
favorecimento da prostituição e rufianismo, explicando cada um desses tipos 
penais e manifestando-se quanto à possibilidade de concurso entre tais crimes. 
A mediação para satisfazer a lascívia de outrem ocorre quando o agente induz, 
convence, a vítima a satisfazer a lascívia de terceiro determinado. Diferencia-se do 
favorecimento à prostituição pelo seu caráter eventual (basta um único comportamento 
para que se caracterize o delito), enquanto que esta última pressupõe habitualidade 
característica da atividade prostituição e a entrega do corpo à pessoa indeterminada. Além 
disso, no favorecimento à prostituição, além do induzimento, pode haver atração ou 
facilitação, bem como o impedimento ou a imposição de dificuldades para que se abandone 
a prática. Já o rufianismo ocorre quando o agente tira proveito direto da prostituição alheia, 
obtendo participação de seus lucros ou se fazendo sustentar por ela. No rufianismo, a 
percepção do proveito é feita de forma continuada, tratando-se de crime habitual, enquanto 
que o favorecimento possui a natureza de crime instantâneo, se consuma a cada ato do 
agente que se enquadre em um dos núcleos do tipo. Por sua vez, diferencia-se da mediação 
porque o proxeneta apenas atua no sentido de mediar os interesses sexuais de terceiros, já o 
rufião, existe o caráter lucrativo necessariamente, não importando se há mediação ou 
favorecimento à prostituição, mas simplesmente se há proveito da atividade de prostituição 
alheia. 
Não se admite o concurso entre os crimes. Entre o lenocínio e o favorecimento, a 
habitualidade/eventualidade da prática torna impossível o concurso. Entre o favorecimento 
e o rufianismo, esse último englobará o primeiro sempre que se encontrem as duas 
condutas. Entre lenocínio e rufianismo, também não há possibilidade, pois este último 
pressupõe a atividade de prostituição. 
4. Quais as modalidades do cometimento do crime de estupro de vulnerável? 
Explique detalhadamente. 
O crime de estupro de vulnerável admite as modalidades comissiva e omissiva. Na 
modalidade omissiva, o agente de fato se enquadra em um dos núcleos do tipo, seja 
“tendo” conjunção carnal ou “praticando” ato libidinoso. No entanto, é admitida também 
a modalidade omissiva se, gozando do status de garantidor, devendo por lei a obrigação de 
cuidado, proteção ou vigilância, permite a prática do delito à vulnerável, caso em que 
também responde por ele. 
O tipo também possui a modalidade simples, caracterizada pela ocorrência da 
conduta típica e pelo requisito objetivo de tratar-se o agente passivo de menor de 14 anos. 
Na modalidade equiparada, temos como sujeito passivo o deficiente ou enfermo mental, ou 
pessoa que não tenha discernimento ou não possa oferecer resistência. Entretanto, também 
existem as modalidades qualificadas, em que haverá dolo em relação ao estupro e culpa em 
relação ao resultado, seja ele lesão corporal de natureza grave, ou morte, que, portanto, 
receberão pena mais grave. 
Haverá a modalidade agravada se o crime for cometido com concurso de duas ou 
mais pessoas, ou se o agente por parentesco ou qualquer outro título possui autoridade 
sobre a vítima, casos em eu a pena será aumentada. 
5. Diferencie estupro de vulnerável da violação sexual mediante fraude. 
O estupro de vulnerável se caracteriza pela prática da conjunção carnal ou de outro 
ato libidinoso com menor de 14 anos, doente ou enfermo mental, ou qualquer outra pessoa 
que não tenha discernimento para a prática do ato ou não possa oferecer-lhe resistência por 
qualquer causa. A violação sexual mediante fraude se caracteriza quando o agente pratica 
esses mesmos atos, mas para conseguir tal feito utiliza-se de fraude ou outro meio que 
impeça ou dificulte a manifestação de vontade da vítima, criando nela uma falsa percepção 
da realidade que vicia seu consentimento e lhe induz ao erro. Temos, portanto, dois crimes 
que levam em conta a dificuldade da vítima de opor resistência ou fazer opção pela prática 
ou não do ato. A diferença entre os dois crimes é que no primeiro a vítima não tem 
capacidade para discernir acerca da prática do ato, enquanto no segundo, é impedida 
apenas a manifestação livre de sua vontade. Dessa forma, no caso de serem utilizadas 
drogas, por exemplo, não se caracterizará fraude, mas anulação da capacidade de resistência 
da vítima, tornando-a vulnerável. 
6. Discorra acerca da ação penal dos crimes contra a dignidade sexual. 
A ação penal nos crimes contra a liberdade sexual será, em regra, pública 
condicionada à representação (exceto se a vítima for menor de 18 anos, caso em que é 
pública incondicionada), pois se tratam de crimes que atingem a intimidade e honra das 
pessoas, de modo que, o processo criminal pode infligir um sofrimento até maior do que o 
próprio delito. Há entendimento de não se aplicar a regra geral, também, no caso em que 
houver resultado morte, pois que a justificativa para a exigência de representação é de foro 
íntimo, portanto, personalíssima, sendo desarrazoado que a decisão fique a cargo de seus 
parentes no caso de morte da vítima. 
No caso, entretanto, de crimes contra vulnerável, a ação penal será sempre pública 
e incondicionada, devido ao caráter mais gravoso dos crimes. Nos demais crimes contra a 
dignidade sexual, a ação também será pública incondicionada, devido à falta de expressa 
disposição em contrário. 
7. Qual a diferença entre os crimes de tráfico internacional e interno para fins de 
exploração sexual. Como se consumam estes crimes? 
Ambos os crimes procuram evitar a facilitação e o aliciamento ou compra de 
prostitutas, punindo quem quer que promova ou facilite seu deslocamento; agencie, alicie 
ou compre a pessoa traficada; transporte-a, transfira-a ou a aloje, tendo conhecimento de 
sua condição. A diferença entre os dois crimes será o âmbito de ocorrência: no tráfico 
internacional, o deslocamento consistirá na entrada ou saída do território nacional, 
enquanto no tráfico interno esse deslocamento ocorrerá dentro do território. O legislador 
não definiu um critério para a configuração desse deslocamento, mas pode-se inferir que, 
da mesma forma com o tráfico internacional, queira se coibir a quebra do vínculo do lugar 
de origem da prostituta, de modo que ela não se veja em uma localidade desconhecida ou 
não costumeira, que dificulte sua atuação no sentido de abandonar a atividade ou se 
defender de algum abuso. Ambos os crimes são formais, portanto, não exigemque ocorra a 
prática efetiva da prostituição, pois os atos de prostituição constituem mero exaurimento 
do crime. Assim, ambos os crimes ocorrem no momento em que é realizada a conduta 
típica, como, p. ex., no momento de entrada ou saída do país, no caso do tráfico 
internacional. 
8. Como se configura o delito de estupro e quais as suas modalidades agravadas e 
qualificadas? 
O delito de estupro se caracteriza quando o agente constrange alguém a ter com ele 
conjunção carnal ou praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso, 
mediante o emprego de violência ou grave ameaça. O estupro existe na modalidade 
qualificada no caso da conduta resultar em lesão corporal de natureza grave ou morte, ou 
quando a vítima é maior de 14 e menor de 18 anos. Existirá também na modalidade 
agravada se o crime foi cometido com o concurso de duas ou mais pessoas, o agente tinha, 
por parentesco ou qualquer outro título, autoridade sobre a vítima, se o crime resultar em 
gravidez ou se o agente transmite à vítima doença sexualmente transmissível que sabe ou 
deveria saber ser portador. 
9. Diferencie a qualificadora etária do estupro da(s) causa(s) de vulnerabilidade 
pela idade, em matéria de crimes sexuais. 
Em matéria de crimes sexuais, o estupro de vulnerável elege um critério objetivo 
para sua configuração. Dessa maneira, se houver a prática de conjunção carnal ou outro ato 
libidinoso com menor de 14 anos, estará configurado o estupro de vulnerável. No entanto, 
tendo a vítima completado 14 anos, até o seu aniversário de 18 anos, apenas se configurará 
estupro se houve a prática de conjunção carnal ou outro ato libidinoso mediante o emprego 
de violência ou grave ameaça. Caso não haja violência ou grave ameaça, o fato será atípico. 
10. Distinga os crimes de rufianismo e favorecimento da prostituição. 
No crime de rufianismo, o agente tira proveito da atividade de prostituição de 
outrem por participação direta em seus lucros ou se fazendo sustentar por ela. Já no crime 
de favorecimento de prostituição, o que ocorre é uma mediação para que a prostituta 
exerça sua atividade, induzindo-a ou a atraindo para a prática, facilitando seus meios ou 
dificultando ou impedindo seu abandono. Dessa forma, o crime de favorecimento é 
instantâneo e ocorre sempre que o agente, de alguma forma, contribui para a realização da 
atividade da prostituta. Já o rufião comete crime habitual, pois a percepção do proveito 
ocorre de forma continuada. 
 
Título VII – Dos Crimes contra a Família 
1. Distinga os crimes de abandono material, abandono intelectual e abandono 
moral, explicando suas modalidades de cometimento. 
O crime de abandono material se configura quando o agente, sem justa causa, não 
fornece a assistência material devida a seus parentes ou deixa de pagar a pensão alimentícia 
judicialmente definida. Pode ter como sujeito passivo o cônjuge, o filho menor de 18 anos 
ou inapto para o trabalho e o ascendente inválido ou maior de 60 anos. Também se 
configura no caso de omissão de socorro sem justa causa a ascendente ou descendente 
gravemente enfermo. Esse crime se caracteriza pela modalidade omissiva própria, devido 
ao núcleo “deixar”. Existe também uma modalidade especial em que o agente incorre nas 
mesmas penas que se dá no caso de, sendo solvente, frustra ou ilide o pagamento de 
pensão judicial. 
Já o crime de abandono intelectual pune o desrespeito aos deveres de provimento 
da instrução primária de filho em idade escolar, procurando evitar que ele permaneça 
analfabeto ou com pouca formação escolar de modo que dificulte seu convívio social e 
ingresso no mercado de trabalho. Esse crime também se configura em modalidade 
omissiva, devido ao núcleo “deixar” presente no tipo. 
O crime de abandono moral, por sua vez, impõe que os pais não permitam que 
seus filhos tomem parte de situação que ponham em risco sua formação moral, como 
frequentar casas de prostituição ou de jogos, trabalhar em prostíbulos, espetáculos que 
possam pervertê-lo, ou que pratique a mendicância etc. O crime possui o núcleo permitir, 
podendo ser interpretado, portanto, tanto no sentido fazer como de deixar de fazer, ou 
seja, pode dar-se na modalidade comissiva quando a agente explicitamente permite a 
conduta, ou na modalidade omissiva quando o agente permite tacitamente ao se omitir 
dolosamente. 
2. Acerca da subtração de incapazes, explique: a) como diferenciá-los de 
sequestro; b) os pais podem ser sujeitos ativos do delito? 
a) No crime de sequestro priva-se a liberdade do sujeito passivo, já no crime de 
subtração de incapazes, o que é privado é o poder familiar. É um delito subsidiário, assim 
não haverá tipicidade se a conduta constituir elemento de outro crime, como, p. ex., o de 
sequestro. b) Os pais podem ser sujeitos ativos do delito se destituídos ou temporariamente 
privados do pátrio poder. 
3. Como se configura o delito de bigamia e quais as suas modalidades? 
Explique 
O delito de bigamia se configura quando o agente contrai casamento sendo, porém, 
já casado. Também incorre no delito aquele que, não sendo casado, contrai casamento com 
pessoa casada sabendo dessa circunstância (modalidade privilegiada). Não há previsão da 
modalidade culposa, somente dolosa. A conduta de contrair casamento pressupõe um 
comportamento comissivo por parte do agente, podendo, no entanto, ser praticado via 
omissão imprópria, pois havia um dever jurídico de evitar o resultado. 
 
Título IX – Dos Crimes contra a Paz Pública 
1. O delito de incitação ao crime exige que o crime incitado tenha sido 
executado? 
Não é necessário para tipificação da conduta que as pessoas venham a praticar o 
crime para o qual foram incitadas, pois trata-se de crime formal, bastando portando o 
cometimento da ação de incitar ou estimular para que ele se consume, e de perigo abstrato, 
havendo risco presumido à paz social. 
2. Quais os requisitos para a configuração do crime de “apologia de crime ou 
criminoso”? 
Para a configuração do crime de apologia de crime ou criminoso é necessário que se 
exalte ou enalteça delito cometido ou o criminoso que o cometeu, tratando-se de fato 
pretérito, tipificado no código penal (a apologia à contravenção é atípica), e sendo a 
conduta pública (atingindo um número indeterminado de pessoas). Para a ocorrência basta 
a ação, pois é crime de mera conduta. Também é importante ressaltar que na apologia a 
autor de crime é necessário que este tenha sido condenado por sentença transitada em 
julgado. 
3. Pode haver concurso entre os crimes de porte de arma e quadrilha 
qualificada? 
Sim, prevalece o entendimento de que não há “bis in idem” entre os crimes de 
porte de arma e quadrilha qualificada, já que ambos apresentam momentos consumativos 
diversos, possibilitando, portanto, o concurso material. 
4. Discorra acerca dos tipos de apologia de crime ou criminoso e incitação ao 
crime, diferenciando-os e apresentando os requisitos de configuração desses 
delitos. 
A apologia a crime ou criminoso ocorre quando o agente enaltece, elogia um delito 
praticado ou o seu autor, desde que este já tenha sido condenado por sentença transitada 
em julgado. A incitação ao crime ocorre quando o agente estimula a prática de um delito. 
Ambos os crimes pressupõem uma conduta pública, dirigida a um número indeterminado 
de pessoas. A principal diferença está no fato da apologia se referir a crime concretizado, 
pretérito, enquanto a incitação, dizer respeito a prática de delito que pode vir a acontecer. 
5. Sobre o crime de quadrilha ou bando: a) Qual o bem jurídico tutelado? b) 
Diferencie a quadrilha de associação para o tráfico e organização criminosa. 
c) Qual a modalidade qualificada do crimede quadrilha? 
a) A paz pública. b) A quadrilha ocorre mediante a reunião de 4 ou mais pessoas 
com o fim de cometer crimes, exigindo-se estabilidade e permanência da associação. No 
caso da associação para o tráfico, bastam que 2 pessoas se reúnam para praticar, 
reiteradamente ou não, as condutas que configuram tráfico de drogas. A organização 
criminosa também se configura de maneira diversa, não caracterizando crime, mas é 
conceito definido na Convenção de Palermo que exige a reunião de 3 ou mais agentes em 
um grupo estruturado e já existente a algum tempo com o fim de cometer crimes graves e 
intenção de obter benefício econômico ou moral. c) A modalidade qualificada do crime de 
quadrilha é a que se destina à prática dos crimes previstos na Lei de Crimes Hediondos, de 
maior gravidade. 
 
6. Qual a relevância da distinção entre a incitação de crime feita em público e 
em privado? Explique sua resposta. 
A incitação ao crime feita em público, a um número indeterminado de pessoas 
configura crime formal, que se consuma com a mera veiculação da incitação. Se o crime 
vier a ocorrer, contudo, o agente pode ser responsabilizado por participação no delito. No 
caso da incitação feita em privado, a destinatário determinado, o agente torna-se partícipe 
do crime que vier a ocorrer, e o crime de perigo (incitação) é absorvido pelo crime de dano 
cometido. Além disso, essa incitação só será punível se o crime chegar a ser, pelo menos, 
tentado. 
7. Quais os requisitos exigidos para configuração da quadrilha? Explique a(s) 
modalidade(s) agravada(s). 
Para configurar o crime de quadrilha exigem-se 4 ou mais pessoas, associadas para 
o fim de praticar crimes e estabilidade e permanência da associação. A modalidade agravada 
ocorre no caso da quadrilha ou bando armado, que se configura com a posse de arma por 
pelo menos um integrante do bando, seja essa arma própria (destinada para ataque ou 
defesa) ou imprópria (feita com outra finalidade, mas apta a ferir). 
8. Pode haver concurso entre o crime de formação de quadrilha e o furto ou 
roubo agravados pelo concurso de pessoas? Justifique. 
O crime de quadrilha é autônomo em relação aos demais delitos que venham a ser 
cometidos por seus integrantes, de forma que haverá concurso material entre o crime de 
quadrilha e os demais que vierem a ser praticados. Quando os delitos cometidos forem 
furtos ou roubos qualificado pelo concurso de pessoas, há divergência na doutrina e na 
jurisprudência quanto ao correto enquadramento, caso tais crimes sejam praticados por 
quatro ou mais membros de uma quadrilha. Para alguns, os agentes respondem por 
quadrilha em concurso material com furto ou roubo simples porque a aplicação da 
qualificadora ou causa de aumento seria “bis in idem”. Para outros, os agentes respondem 
por quadrilha e pelos crimes qualificados porque a quadrilha é um crime de perigo contra a 
coletividade decorrente da mera associação, enquanto a qualificadora decorre da maior 
gravidade da conduta contra a vítima do caso concreto. 
 
 
Título X – Dos Crimes contra a Fé Pública 
1. Apresente o conceito de documento para fins de enquadramento nos crimes 
de falsidade documental. Distinga documento público e privado e dê 
exemplos de documento público por equiparação. 
Documento é todo escrito devido a um autor determinado, contendo exposição de 
fatos ou declaração de vontade, dotado de significação ou relevância jurídica e que pode, 
por si só, fazer prova de seu conteúdo. Assim, deve ter: forma escrita; autor certo; 
conteúdo de relevância jurídica; e valor probatório. 
Documento público é aquele elaborado por funcionário público, de acordo com as 
formalidades legais, no desempenho de suas funções. São documentos públicos por 
equiparação os emanados de entidade paraestatal, o título ao portador ou transmissível por 
endosso, as ações de sociedade comercial, os livros mercantis e o testamento particular. 
Documentos privados são todos os demais documentos (que não sejam públicos em si e 
nem por equiparação) e, mesmo registrados em cartório, mantém sua natureza particular. 
2. Como se dá a modalidade privilegiada do crime de moeda falsa? Qual o 
objeto material desse crime? 
A modalidade descrita no segundo parágrafo é uma figura privilegiada, tendo pena 
menor, e punindo a pessoa que, após ter recebido a moeda falsa de boa-fé, toma 
conhecimento da falsidade e, querendo evitar o prejuízo, a recoloca em circulação. O 
objeto é a moeda que se sabia ser falsa. 
3. Como se distinguem os tipos de falsificação e circulação de moeda falsa? 
Na falsificação basta que o agente fabrique moeda falsa ou altere moeda verdadeira, 
não havendo necessidade de que ele a coloque em circulação. Já a circulação de moeda falsa 
trata de tipo misto alternativo, em que o agente pode ter ou não falsificado a moeda falsa 
(se tiver falsificado e depois colocado em circulação, responde apenas por um crime), e 
realiza alguma das condutas previstas nas figuras equiparadas do tipo: importar, exportar, 
adquirir, vender, trocar, ceder, emprestar, guardar ou introduzir na circulação a moeda 
falsa. 
4. É possível a aplicação do princípio da insignificância a delito de moeda 
falsa? Justifique sua resposta. 
Não se aplica o princípio da insignificância sob a justificativa de que o bem jurídico 
tutelado faz o delito ser relevante independentemente do valor do objeto material a ele 
relacionado, havendo total interesse do Estado em reprimir a conduta. Não é o patrimônio 
daquele que sofre prejuízo em virtude de moeda falsa o bem jurídico tutelado, e sim a fé 
pública na moeda como unidade de valor, razão pela qual não se admite qualquer 
quantificação monetária de significância. 
5. Qual o objeto do delito de moeda falsa? 
É a moeda metálica ou papel-moeda, de curso legal no país ou no exterior, que se 
sabe ser falsa. Poderá ser a moeda verdadeira ilegalmente emitida ou posta em circulação 
no caso de uma das modalidades qualificadas. 
6. A moeda grosseiramente falsificada é objeto idôneo do delito de moeda 
falsa? Sua introdução dolosa em circulação configura ação típica? Explique. 
Não, pois se entende que ninguém em situação normal poderia ser enganado por 
ela. No entanto, pode vir a configurar-se crime de estelionato se ficar demonstrado que a 
vítima foi (ou poderia ser) ludibriada por ser, p. ex., um estrangeiro não acostumado com a 
moeda nacional. Se a moeda for efetivamente inserida em circulação, caracterizará o crime 
de estelionato, pois apesar de ser grosseira a falsificação, o agente conseguiu dar curso a ela, 
auferindo vantagem ilícita e fazendo a vítima incorrer em erro. 
7. Por que se diz que a moeda verdadeira pode constituir objeto de delito 
inserido no capítulo da moeda falsa? 
Porque em modalidade qualificada do crime de moeda falsa, será a moeda 
verdadeira, que se constituirá no objeto do crime, pois se pune o funcionário público, o 
gerente, diretor ou fiscal do banco que fabrica, emite ou autoriza a fabricação ou emissão 
de moeda com peso inferior ou em quantidade superior à autorizada, ou, ainda, que desvia 
ou faz circular moeda verdadeira cuja circulação não estava autorizada naquele momento. 
8. O que são crimes assimilados ao de moeda falsa? 
São crimes correlatos que também colocam em risco a fé pública, merecendo a 
punição, como a formação de nova cédula, nota ou bilhete representativo de moeda a partir 
de fragmentos verdadeiros, a supressão de sinal indicativo da inutilização de cédula, nota 
ou bilhete para restituí-las à circulação, e a efetiva restituição à circulação desses objetos. 
 
** Lei das Milícias ** 
Constituição de milícia privada 
Art. 288-A. Constituir, organizar, integrar, manter ou custearorganização paramilitar, 
milícia particular, grupo ou esquadrão com a finalidade de praticar qualquer dos crimes 
previstos neste Código: 
Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos.” 
 
** Organização Criminosa ** 
Considera-se organização criminosa a associação, de 3 (três) ou mais pessoas, 
estruturalmente ordenada e caracterizada pela divisão de tarefas, ainda que informalmente, 
com objetivo de obter, direta ou indiretamente, vantagem de qualquer natureza, mediante a 
prática de crimes cuja pena máxima seja igual ou superior a 4 (quatro) anos ou que sejam de 
caráter transnacional.

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