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Ibet Módulo TSJ Seminario 1

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IBET – INSTITUTO BRASILEIRO DE ESTUDOS TRIBUTÁRIOS
Nome: Rafael Tili Ferreira
Módulo: Tributo e Segurança Jurídica
Seminário nº 1 – Direito tributário e o conceito de “tributo”
Data da Entrega: 15.02.2014
1 – Que é Direito? Há diferença entre direito positivo e Ciência do Direito? Explique.
Direito é a ciência que sistematiza as normas necessárias para o equilíbrio das relações entre o Estado e os cidadãos e destes entre si, impostas coercitivamente pelo Poder Público.
O direito positivo é o direito normativo, objetivo, escrito, ou seja, são as normas jurídicas válidas num determinado Estado de direito que se expressam através de uma linguagem, construída pelo homem, disciplinando o comportamento humano. Aparece o direito positivo como um conjunto de proposições destinadas a regular a conduta das pessoas, nas relações interpessoais.
Já a Ciência do Direito descreve o enredo normativo trazido pelo direito positivo, ordenando-o, declarando sua hierarquia, exibindo as formas lógicas que governam a relação das várias unidades do sistema e oferecendo seus conteúdos de significação.
A Ciência do Direito está acima da linguagem do direito positivo, pois discorre sobre ela, devemos citar, também, que no direito positivo temos a lógica deôntica (lógica das normas) e na Ciência do Direito temos a lógica apofântica (lógica das ciências). Por isso, quanto ao primeiro, dizemos que as normas são válidas ou inválidas e, quanto aos enunciados da Ciência, usamos os valores verdade e falsidade.
Para concluir, podemos dizer que o direito positivo forma um plano de linguagem prescritivo e a Ciência do Direito possui uma linguagem descritiva.
2 – Que é norma jurídica? Há que se falar em norma jurídica sem sanção? Justifique.
No tocante ao conceito de norma jurídica, existe mais de um posicionamento acerca do tema entre os doutrinadores. Alguns defendem a idéia de que a norma jurídica significa uma prescrição legal, que pode ter seu cumprimento exigido, caso necessário, com emprego da força, vislumbrando-se, então, a característica da coercitividade. Além dessa, existem outras características, tais como: imperatividade, generalidade, bilateralidade ou alteralidade, heteronomia. 
Segundo essa corrente, toda norma jurídica implica uma sanção por seu cumprimento ou descumprimento.
Porém, outra corrente entende que a norma jurídica forma-se na mente do leitor, ao ler textos de direito positivo. Portanto, cada leitor poderá ter uma interpretação diversa ao ler um mesmo texto, podendo ser formado mais de um juízo a respeito de determinado assunto.
O texto de lei é a norma escrita pelo legislador, dirigida a todas as pessoas de um Estado ou a determinado grupo. São textos constitucionais, legais, decretos, atos administrativos, sentenças, são veículos normativos que se constituem de enunciados.
Logo, podemos depreender que de acordo com a corrente adotada podemos ou não entender que existam normas que não possuam sanção.
3 – Há diferença entre documento normativo, enunciado prescritivo, proposição e norma jurídica? Explique.
Primeiramente, com relação à norma jurídica todas as suas características estão contidas na resposta da questão anterior.
Como relação aos enunciados prescritivos, podemos definir que estes surgem na forma de artigos, incisos, parágrafos, alíneas, segmentos de linguagem, advindos de subjetiva conformação técnico-legislativa, correspondendo proposições (significações). Estas, no entanto, nem sempre configuram normas jurídicas.
A proposição é a significação do enunciado. Mas nem toda proposição jurídica é norma jurídica. Norma jurídica é a proposição prescritiva quem tem a forma implicacional, associando a um possível dado fático uma relação jurídica, é a significação que colhemos da leitura dos textos do direito positivo.
Por último, podemos dizer que um documento normativo é o documento formalmente válido, que possui vigor, como por exemplo uma Lei, a Lei, em verdade, é um documento normativo que representa um dos tipos de veículo de introdução de normas jurídicas (emenda constitucional, lei ordinária, lei complementar etc.), segundo o rol do art. 59 da Constituição Federal. Nesse documento normativo (“lei”), encontram-se os enunciado s prescritivos, que serão utilizados pelo intérprete na construção das normas jurídicas.
4 – Que é tributo? Com base na sua definição de tributo, quais dessas hipóteses são consideradas tributos? Fundamente sua resposta: (i) seguro obrigatório de veículos; (ii) multa decorrente de atraso no IPTU; (iii) FGTS (vide anexos I e II e III); (iv) aluguel de imóvel público; (v) prestação de serviço eleitoral; (vi) imposto sobre a renda auferda por meio de atividade ilícita (ex. contrabando); (vii) tributo instituído por meio de decreto (inconstitucional – vide anexo IV).
Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda, ou cujo valor nela se possa exprimir, que não seja sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.
Ao ser definido como uma prestação pecuniária compulsória, o tributo mostra-se como um comportamento obrigatório de uma prestação em dinheiro, devendo o sujeito passivo efetivá-la, mesmo contra seu interesse. 
Prescreveu, ainda, o legislador, que a prestação tributária deve ser efetuada em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, mas o caráter pecuniário da prestação já infere que esta deve ser cumprida em moeda. Usou erroneamente a expressão “ou que nela possa se exprimir”, pois deixou um conceito muito vago, livre para especulações a respeito e que, na prática, não se verifica.
Na definição de tributo estabelecida pelo artigo 3º do CTN não haveria necessidade da expressão “instituída em lei”, já que a Carta Magna, em seu artigo 5º, inciso II, já apregoa que ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa, senão em virtude de lei e, também, em seu artigo 150, inciso I, que veda à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao constituinte, instituir ou aumentar tributos sem lei que o estabeleça (princípio da estrita legalidade).
Também não haveria necessidade de se dizer que a cobrança do tributo deve ser efetuada mediante atividade administrativa plenamente vinculada, uma vez que as leis que instituem os tributos já aludem aos órgãos da administração pública responsáveis por sua cobrança, arrecadação e fiscalização.
A meu ver, com base na definição de tributo, considero que somente o “imposto sobre a renda auferida por meio de atividade ilícita” teriam natureza de tributo, eis que cumpre todos os requisitos propostos pelo Art. 3º do CTN.
Com relação ao seguro obrigatório de veículos, tal não é tributo eis que mesmo sendo previsto em lei, sendo uma prestação pecuniária e compulsória, sua destinação não é dirigida aos cofres públicos, portanto não se enquadrando em nenhuma das espécies tributárias existentes.
Já a multa decorrente de atraso no IPTU por si só não tem natureza tributária, eis que mesmo cumprindo determinados requisitos previstos pelo art. 3º do CTN sua razão de existir está no sentido de punir o contribuinte pela mora com no pagamento do tributo e portanto, segundo o mesmo art. 3º, um tributo não pode ter caráter sancionatório.
Com relação ao FGTS, mesmo possuindo previsão legal e sendo uma prestação pecuniária e compulsória, referida contribuição tem natureza trabalhista, conforme entendimento pacificado pela jurisprudência dos tribunais superiores, que visa um beneficio ao trabalhador dispensado de sua função, logo afastando-se qualquer possibilidade de que este seja considerado tributo.
O aluguel de imóvel público não pode ser caracterizado tributo pois é sim um fruto civil percebido pelo ente público em virtude da utilização de um dos seus bens, caracterizando-o com uma receita derivada e não um tributo.
A prestação de serviço eleitoral não pode ser caracterizada por tributo pois é uma prestação não pecuniária esim com a prestação de serviços pelo particular ao Estado.
Por último, um tributo instituído por meio de decreto até pode ser caracterizado como um tributo, entretanto como é pacifico o entendimento dos tribunais superiores referida situação é inconstitucional e até que tal decreto seja questionado judicialmente, este será válido e com isso considerado tributo.
5 – Que é direito tributário? Sob as luzes da matéria estudada, efetuar crítica à seguinte sentença: “Direito tributário é o ramo do Direito público positivo que estuda as relações jurídicas entre o Fisco e os contribuintes, concernentes à instituição, arrecadação e fiscalização de tributos”, e propor definição para “direito tributário”.
A doutrina majoritária entende que o Direito Tributário é um ramo didaticamente autônomo do direito, e não um ramo do Direito Público Positivo.
Ainda, não há necessidade de se propor uma definição de Direito Tributário com a expressão “estuda as relações jurídicas entre o Fisco e os Contribuintes”, pois este ramo do direito trata da instituição, arrecadação e fiscalização dos tributos, existindo apenas uma relação jurídica entre o Fisco e o Contribuinte, que é a deste pagar àquele determinado tributo ou cumprir certo dever instrumental. 
Como definição, a melhor seria a de Paulo de Barros Carvalho, segundo a qual “o direito tributário é o ramo didaticamente autônomo do direito, integrado pelo conjunto das proposições jurídico-normativas que correspondam, direta ou indiretamente, à instituição, arrecadação e fiscalização de tributos”
6 – Dada a seguinte Lei (exemplo fictício):
Prefeitura Municipal de Caxias, Lei Municipal n.º 2.809, de 10/10/2011
Art. 1º - Esta taxa de controle de obras tem como fato gerador a prestação de serviço de conservação de imóveis, por empresa ou profissional autônomo, no território municipal.
Art. 2º - A base de cálculo dessa taxa é o preço do serviço prestado.
§ 1º A alíquota é de 5%.
§ 2º O valor da taxa será calculado sobre o preço deduzido das parcelas correspondentes ao valor dos materiais utilizados na prestação de serviço.
Art. 3º - Contribuinte é o prestador de serviço.
Art. 4º Dá-se a incidência dessa taxa no momento da conclusão efetiva do serviço, desde logo, ser devidamente destacado o valor na respectiva “NOTA FISCAL DE SERVIÇOS” pelo prestador de serviço.
Art. 5º - A importância devida a título de taxa deve ser recolhida até o décimo dia útil do mês subsequente, sob pena de multa de 10% sobre o valor do tributo devido.
Art. 6º - Diante do fato de serviço prestado sem a emissão da respectiva “NOTA FISCAL DE SERVIÇOS”, a autoridade fiscal competente fica obrigada a lavrar “Auto de Infração e Imposição de Multa”, em decorrência da não-observância dessa obrigação, no valor de 50% do valor da operação efetuada.
Pergunta-se:
a) Quantas normas há nessa lei?
Nesta lei podemos encontrar 5 (cinco) normas jurídicas.
b) Identificar todas as normas jurídicas veiculadas nessa lei.
1ª RMIT:
Hipótese
Critério material: Prestação de serviço de conservação de imóveis por empresa
Critério espacial: Município de Caxias
Critério temporal: Momento da conclusão efetiva do serviço
Consequente
Critério pessoal:
Sujeito Ativo – Município de Caxias
Sujeito Passivo – empresa prestadora do serviço
Critério quantitativo:
Base de Cálculo: preço do serviço prestado (deduzido das parcelas correspondentes ao valor dos materiais utilizados na prestação do serviço)
Alíquota – 5%.
2ª RMIT
Hipótese
Critério material: Prestação de serviço de conservação de imóveis, por profissional autônomo. Critério espacial: Município de Caxias
Critério temporal: Momento da conclusão efetiva do serviço
Conseqüente 
Critério pessoal:
Sujeito Ativo – Município de Caxias
Sujeito Passivo – profissional autônomo prestador do serviço
Critério quantitativo:
Base de Cálculo: preço do serviço prestado (deduzido das parcelas correspondentes ao valor dos materiais utilizados na prestação do serviço)
Alíquota – 5%
3ª RMIT
Dever instrumental: O valor da taxa deve ser devidamente destacado na respectiva “Nota Fiscal de Serviços” pelo prestador de serviço.
4ª RMIT
Dever instrumental: A mencionada taxa deverá ser recolhida até o décimo dia útil do mês subsequente, sob pena de multa de 10% sobre o valor do tributo devido.
5ª RMIT
Dever instrumental: Para todo serviço prestado, deverá haver uma “Nota Fiscal de Serviços” correspondente. A não-observância dessa obrigação ensejará a lavratura de “Auto de Infração e Imposição de Multa”, por parte da autoridade fiscal competente, no valor de 50% do valor da operação efetuada.
c) Qual dessas normas institui tributo?
De acordo com a resposta acima, a primeira e a segunda regra-matriz de incidência tributária instituem o tributo.
d) Qual dessas normas é estudada pela Ciência do Direito Tributário? Justificar.
Em minha opinião, a terceira e a quarta regra-matriz de incidência tributária são estudadas pela Ciência do Direito Tributário.
e) O texto legal, acima transcrito, é Ciência do Direito? Justificar.
As normas jurídicas descritas na questão acima são Ciência do Direito, já que visam ordenar a lei, trazer suas significações, com enunciados descritivos.

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