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multa apostila 7

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MULTA –apostila 7
1 – Conceito:
Trata-se de uma retribuição não correspondente ao valor do dano causado, considerada como sanção de natureza patrimonial, por representar pagamento em dinheiro, por determinação judicial, em virtude de sentença penal condenatória.
Obs: a pena de multa é paga em favor do FUNPEN, mas isso não impede que os Estados legislem sobre o assunto (direito penitenciário – competência concorrente, art. 24, I, CF/88). 
Obs: a maior vantagem da pena de multa, em confronto com as penas privativas de liberdade, é não ser o condenado levado à prisão por curto espaço de tempo, privando-o do convívio com seus familiares e de seus afazeres rotineiros; 
Obs: porém, a experiência vem demonstrando que no Brasil, a pena de multa é inócua. Motivos:
Desvalorização da moeda corrente;
A maior parte dos criminosos não dispõe de recursos para saldar a pena de multa.
Art. 49 - A pena de multa consiste no pagamento ao fundo penitenciário da quantia fixada na sentença e calculada em dias-multa. Será, no mínimo, de 10 (dez) e, no máximo, de 360 (trezentos e sessenta) dias-multa. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 1º - O valor do dia-multa será fixado pelo juiz não podendo ser inferior a um trigésimo do maior salário mínimo mensal vigente ao tempo do fato, nem superior a 5 (cinco) vezes esse salário. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 2º - O valor da multa será atualizado, quando da execução, pelos índices de correção monetária. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
2 – Sistema dias-multa
 Antes da Lei 7.209/84, as multas tinham valores específicos e, com as desvalorizações monetárias, não eram aplicadas devidamente. Após a reforma, houve a substituição do valor da multa pelo sistema dias-multa;
 Leva em consideração, principalmente, a situação econômica do condenado;
Obs: o crime de abandono material, tipificado no art. 244 do Código Penal constitui uma exceção pois não utiliza como base o sistema dias-multa, mas sim o salário mínimo:
Art. 244. Deixar, sem justa causa, de prover a subsistência do cônjuge, ou de filho menor de 18 (dezoito) anos ou inapto para o trabalho, ou de ascendente inválido ou maior de 60 (sessenta) anos, não lhes proporcionando os recursos necessários ou faltando ao pagamento de pensão alimentícia judicialmente acordada, fixada ou majorada; deixar, sem justa causa, de socorrer descendente ou ascendente, gravemente enfermo: (Redação dada pela Lei nº 10.741, de 2003)
        Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos e multa, de uma a dez vezes o maior salário mínimo vigente no País. (Redação dada pela Lei nº 5.478, de 1968).
3 – Limite da pena de multa
A pena de multa será, no mínimo de 10 e no máximo de 360 dias-multa;
O valor do dia-multa é fixado pelo juiz, não podendo ser inferior a um trigésimo do maior salário mínimo mensal vigente ao tempo do fato, nem superior a 5 vezes este valor (art. 49, § 1º do CP).
Obs: porém a doutrina majoritária desconsidera a expressão “maior salário mínimo” e calcula a multa sobre o valor do salário mínimo mensal. Sendo pacífico na jurisprudência este entendimento.
Assim, temos que a pena mínima é de 1/3 do salário mínimo ( mínimo de 10 dias-multa = 10x 1/30 do salário mínimo vigente) e o máximo de 1800 salários mínimos ( 360 dias multa = 360 x 5 salários mínimos);
Obs: há um limite especial no art. 60, §1º do CP: se em virtude da situação econômica do réu, o juiz verificar que, embora aplicada no máximo, essa pena é ineficaz, poderá elevá-la até o triplo, o que representará 5.400 salários mínimos.
Art. 60 - Na fixação da pena de multa o juiz deve atender, principalmente, à situação econômica do réu. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 1º - A multa pode ser aumentada até o triplo, se o juiz considerar que, em virtude da situação econômica do réu, é ineficaz, embora aplicada no máximo. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Obs: art. 43, § único da Lei 11.343/06:
Art. 43, parágrafo único.  As multas, que em caso de concurso de crimes serão impostas sempre cumulativamente, podem ser aumentadas até o décuplo se, em virtude da situação econômica do acusado, considerá-las o juiz ineficazes, ainda que aplicadas no máximo.
4 – Dosimetria da pena de multa
Em regra, aplica-se o sistema bifásico:
1ª operação – estabelece o número de dias-multa dentro do limite de 10 a 360 (levar em consideração a gravidade do delito e as circunstâncias judiciais do art. 59);
2ª operação – calcular o valor de cada dia-multa (levar em consideração a situação financeira do condenado).
Contudo, se a multa for aplicada no máximo, e mesmo assim for ineficaz, o juiz poderá até triplicar o seu valor:
3ª operação – no caso do art. 60, §1º do CP.
Obs: se o crime foi tentado, haverá a incidência da causa de diminuição de pena de 1/3 a 2/3 também no cálculo da pena de multa.
5 – Correção monetária (art. 49,§2º do CP)
A correção monetária não altera a quantidade de dias-multa fixados. Apenas atualiza o valor do dia-multa
Segundo o posicionamento pacificado do STF, o termo inicial para a incidência da correção monetária é a DATA DO FATO. No mesmo sentido o STJ, com a Súmula nº 43 que trata do tema: Incide a correção monetária sobre dívida por ato ilícito a partir da data do efetivo prejuízo.
6 – Multa com valor irrisório
7 – Pena de multa e a Lei 11.343/06
O CP diz que o número de dias-multa varia entre 10 e 360. Porém, a Lei de Drogas determinou que, para as infrações penais tipificadas nos arts. 33 a 39, o número de dias-multa será superior aos fixados no CP. 
Ex: art. 33 da Lei 11.343/06. 
Pena: reclusão de 5 a 15 anos e pagamento de 500 a 1500 dias-multa.
8 – pagamento da pena de multa
art. 50 do CP – a multa deve ser paga no prazo de 10 dias depois de transitada em julgado a sentença;
Art. 50 - A multa deve ser paga dentro de 10 (dez) dias depois de transitada em julgado a sentença. A requerimento do condenado e conforme as circunstâncias, o juiz pode permitir que o pagamento se realize em parcelas mensais. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984).
Art. 164. Extraída certidão da sentença condenatória com trânsito em julgado, que valerá como título executivo judicial, o Ministério Público requererá, em autos apartados, a citação do condenado para, no prazo de 10 (dez) dias, pagar o valor da multa ou nomear bens à penhora.
§ 1º Decorrido o prazo sem o pagamento da multa, ou o depósito da respectiva importância, proceder-se-á à penhora de tantos bens quantos bastem para garantir a execução.
§ 2º A nomeação de bens à penhora e a posterior execução seguirão o que dispuser a lei processual civil.
Art. 169. Até o término do prazo a que se refere o artigo 164 desta Lei, poderá o condenado requerer ao Juiz o pagamento da multa em prestações mensais, iguais e sucessivas.
§ 1° O Juiz, antes de decidir, poderá determinar diligências para verificar a real situação econômica do condenado e, ouvido o Ministério Público, fixará o número de prestações.
A requerimento do condenado e conforme as circunstâncias, o juiz pode permitir que o pagamento se realize em parcelas mensais (art. 169 da LEP). Porém, o juiz, antes de decidir, poderá determinar diligências para verificar a real situação econômica do condenado, e ouvido o MP, fixará o número de prestações (art. 169, §1º da LEP).
§ 2º Se o condenado for impontual ou se melhorar de situação econômica, o Juiz, de ofício ou a requerimento do Ministério Público, revogará o benefício executando-se a multa, na forma prevista neste Capítulo, ou prosseguindo-se na execução já iniciada.
Se o condenado for impontual ou melhorar de situação econômica, o juiz, de ofício ou a requerimento do MP, revogará o benefício, executando-se a multa ou prosseguindo-se na execução já iniciada (art. 169, §2º)
Art. 168. LEP O Juiz poderá determinar que a cobrança da multa se efetue mediante desconto no vencimento ou salário do condenado, nas hipóteses do artigo50, § 1º, do Código Penal, observando-se o seguinte:
        I - o limite máximo do desconto mensal será o da quarta parte da remuneração e o mínimo o de um décimo;
        II - o desconto será feito mediante ordem do Juiz a quem de direito;
        III - o responsável pelo desconto será intimado a recolher mensalmente, até o dia fixado pelo Juiz, a importância determinada.
Art. 50, § 1º CP - A cobrança da multa pode efetuar-se mediante desconto no vencimento ou salário do condenado quando: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
a) aplicada isoladamente;
b) aplicada cumulativamente com pena restritiva de direitos;
c) concedida a suspensão condicional da pena.
§ 2º - O desconto não deve incidir sobre os recursos indispensáveis ao sustento do condenado e de sua família.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Permite-se a cobrança da multa mediante desconto no salário do condenado quando for aplicada isoladamente, cumulativamente com pena restritiva de direito ou se foi concedida a suspensão condicional da pena (art. 168 da LEP c/c art. 50, §1º do CP);
Na determinação do desconto, o juiz deve observar o art. 168 da LEP: limite máximo – ¼ da remuneração e limite mínimo – 1/10 da remuneração.
Art. 170 LEP. Quando a pena de multa for aplicada cumulativamente com pena privativa da liberdade, enquanto esta estiver sendo executada, poderá aquela ser cobrada mediante desconto na remuneração do condenado.
Quando a pena de multa for aplicada cumulativamente com pena privativa de liberdade, enquanto esta estiver sendo executada, poderá aquela ser cobrada mediante desconto na remuneração do condenado (art. 170, caput da LEP).
 
Obs: NÃO HÁ DETRAÇÃO NA PENA DE MULTA.
Obs: se o condenado à pena de multa não quitá-la, não ocorrerá a conversão desta em pena de prisão. Porém, ser-lhe-ão penhorados tantos bens quanto bastem para garantir a execução.
Súmula 693 do STF: Não cabe habeas corpus contra decisão condenatória a pena de multa, ou relativo a processo em curso por infração penal a que a pena pecuniária seja a única cominada.
Ou seja, a multa não gera risco para a liberdade do condenado.
9 – Execução da pena de multa
A multa, embora tenha natureza penal, é considerada dívida de valor.
Correntes sobre a execução da pena de multa
1ª corrente – Rogério Greco; César Roberto Bitencourt
A legitimação ativa para a cobrança da multa é do Ministério Público, atendendo às normas da Lei de Execução Penal (Lei 7210/84) e deverá ser proposta perante o juiz da vara de execuções criminais e a prescrição ocorrerá de acordo com o art 114 do Código Penal.
Art. 114 - A prescrição da pena de multa ocorrerá: (Redação dada pela Lei nº 9.268, de 1º.4.1996) 
I - em 2 (dois) anos, quando a multa for a única cominada ou aplicada; (Incluído pela Lei nº 9.268, de 1º.4.1996) 
II - no mesmo prazo estabelecido para prescrição da pena privativa de liberdade, quando a multa for alternativa ou cumulativamente cominada ou cumulativamente aplicada. (Incluído pela Lei nº 9.268, de 1º.4.1996) 
Para Rogério Greco, a execução da pena de multa deverá ocorrer perante a vara de execuções penais, e proposta pelo Ministério Público, porém, observando-se a Lei de Execuções Fiscais (Lei 6.830/80), no que concerne aos prazos de interrupção e suspensão da prescrição.
b) 2ª corrente: Capez, Damásio e Luis Flávio Gomes e STJ (forma pacificada)
A execução fiscal da pena de multa deve ser promovida pela Procuradoria Fiscal Estadual ou Federal e a competência é do juízo da vara de execuções fiscais, de acordo com o rito da Lei 6.830/1980.
Prazo prescricional – 5 anos.
Contudo, para Luis Flávio Gomes, os prazos prescricionais da pena de multa, seguem os prazos descritos no Código Penal. No que concerne às causas interruptivas e suspensivas da prescrição, aplica-se a Lei de Execução Fiscal.
Art. 51 - Transitada em julgado a sentença condenatória, a multa será considerada dívida de valor, aplicando-se-lhes as normas da legislação relativa à dívida ativa da Fazenda Pública, inclusive no que concerne às causas interruptivas e suspensivas da prescrição. (Redação dada pela Lei nº 9.268, de 1º.4.1996) 
10 – Superveniência de doença mental
Art. 52 - É suspensa a execução da pena de multa, se sobrevém ao condenado doença mental. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
11 – Multa substitutiva ou vicariante - art. 60, § 2º do CP foi tacitamente revogado pelo art. 44, § 2º do CP.
Art. 60, § 2º - A pena privativa de liberdade aplicada, não superior a 6 (seis) meses, pode ser substituída pela de multa, observados os critérios dos incisos II e III do art. 44 deste Código.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Lei 9.714/98
12 –Cumulação de multas
Ex: furto simples (pena: reclusão de 1 a 4 anos e multa).
(ex: art. 33, § 2º da Lei 11.343/06)
Art 33, § 2o  Induzir, instigar ou auxiliar alguém ao uso indevido de droga:
Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa de 100 (cem) a 300 (trezentos) dias-multa. 
Obs: súmula 171 do STJ: Cominadas cumulativamente, em lei especial, penas privativas de liberdade e pecuniária, é defeso a substituição da prisão por multa. 
13 – diferença entre multa e prestação pecuniária

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