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RESUMO DIREITO DAS COISAS

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RESUMO DIREITO DAS COISAS 
DIREITOS REAIS 
 
O contrato e a propriedade são a expressão direta da vontade de um sujeito de direito em 
condições de perfeita igualdade jurídica. 
 
 
Sobre esta construção teórica alicerça-se a livre circulação de bens e serviços essencial para 
economia de mercado, que por sua vez, representada pela autonomia privada, é fundamental para 
realização dos negócios jurídicos. 
 
 
A autonomia privada é entendida neste caso como sendo "um quadro ideal", onde a diferença entre 
a nulidade e a anulabilidade dos negócios jurídicos corresponde apenas a diferença de graus1. 
 
 
DIREITO DAS COISAS 
 
CONCEITO - O direito das coisas é o conjunto de normas reguladoras das relações entre os homens, 
tendo em vista os bens corpóreos e incorpóreas. Do que se deduz que o Direito das Coisas é o 
conjunto de normas que regulam as relações jurídicas entre os homens face às coisas, capazes de 
satisfazer as suas necessidades e suscetíveis de apropriação individual, quando tais coisas forem 
úteis e raras e quando estabelecem relações de domínio. 
 
 
As coisas insuscetíveis de apropriação, afastam a cupidez dos homens, tais como: as águas, o ar 
atmosférico, e a luz do sol etc. 
 
 
Direito das Coisas é a expressão atual e jurídica do estado das coisas objeto de propriedade. 
 
DO BEM 
A noção de bem, é de uma utilidade, tanto econômica quanto não econômica. Deve ter um valor 
econômico ou axiológico. 
 
 
De modo geral, consideramos como bens, tudo que possa nos proporcionar utilidade, que 
corresponde aos nossos desejos. 
 
 
Desse modo: amor, pátria e honra são exemplos de bens. Assim bens são espécies de coisas e o 
termo coisa é utilizado para aqueles bens que podem ser apropriados pelos homens. 
 
 
Todos os bens são coisas, mas nem todas as coisas são bens. 
 
 
O Direito real afeta direta e imediatamente a coisa sob todos os aspectos e seguem-na em poder de 
quem a detenha, é o direito de preferência, que é um direito subjetivo. 
 
 
O direito real estabelece um vínculo entre o sujeito e a coisa, prevalecendo contra todos e 
conferindo uma prerrogativa de seqüela ao seu titular, o que o faz ser oponível contra todos. 
eficácia erga omnes2. 
 
 
Quanto ao objeto -- direito reais sobre a coisa própria, art. 1228 e direitos reais sobre a coisa 
alheia, art. 1225 cc. 
 
Classificam-se 
 
Quanto à finalidade -- direito reais de gozo, art. 678ss e garantia, art. 1419 ss, que envolvem 
(hipoteca - penhor - anticrese). 
 
 
A evolução histórica do Direito das Coisas comprova a sua importância frente ao complexo de 
normas reguladores desse poder do homem sob cujo regime reflete o poder e a forma de 
organização política e econômica da sociedade.3 
 
 
NATUREZA JURÍDICA - Sua natureza jurídica é definida como sendo uma relação de senhorio, um 
poder imediato e direto do homem sobre a coisa, isto é, imediato e direto, porque o titular não 
necessita da participação de um terceiro para extrair as vantagens da coisa a que se prestar. O que 
nos direitos reais sobre as coisas alheias requer dois sujeitos: o dono e o titular do direito real, 
porém, cada um com direitos distintos e sem intermediação do outro. Ex.: "Locador e locatário". 
 
 
O senhorio é neste caso o elemento interno que extrai da coisa as vantagens próprias. Já o 
elemento externo é o absolutismo que toma o direito oponível contra todos.4 
 
 
A diferença entre direito real e direito pessoal, é que os direitos reais são normatizados pelo direito 
das coisas e os direitos pessoais pelo direito das obrigações. 
 
 
O direito real consiste no poder jurídico da pessoa titular do direito subjetivo sobre a coisa, 
oponível contra terceiros, conforme conceito da Escolha Clássica. 
 
 
Direito real é poder imediato do titular sobre a coisa objeto do direito sem intermediação, não há 
sujeito passivo nesta relação, que pode-se estabeleça sobre coisas corpóreas e incorpóreas. A 
propriedade é o mais amplo ápice dos direitos reais. 
 
 
No direito pessoal aparecem sempre dois sujeitos credor e devedor. 
 
 
O direito real é a coisa tomada em si mesma e o direito pessoal é uma obrigação de fazer, ou de 
não fazer ou ainda uma obrigação de dar coisa certa. 
 
 
O direito na coisa própria é a propriedade e o direito na coisa alheia, também conhecidos como 
limitados são: as servidões; o uso; o usufruto; a habitação; as rendas constituídas sobre imóveis; a 
promessa irretratável de venda; o penhor; a anticrese; a hipoteca; e a concessão de uso. 
 
Acessórios: penhor, art. 1431; anticrise, art. 
 
Dividem-se 1506; e a hipoteca, art. 1473 cc. 
 
Principais: os demais. 
 
direitos de disposição; 
 
Distinguem-se quanto ao sentido em de uso e gozo; e 
 
de garantia. 
 
 
Somente a direitos reais podem ser adquiridos por usucapião5. 
 
 
Os direitos reais distinguem-se pela tipicidade, elasticidade, publicidade e especialidade e seu 
objeto é necessariamente coisa determinada. 
 
 
CARACTERÍSTICAS -- É o direito que se prende à coisa direta e imediatamente. Liga-se ao objeto de 
maneira integral. Vincula o sujeito a coisa. É oponível contra todos. 
 
 
O Direito real de garantia é sempre acessório, pois aparece sempre ligado a um outro que é o 
principal, o de crédito, ao qual está subordinado. Tem sua vida condicionada à vida do direito 
principal. 
 
 
Por ser acessório não pode ser transmitido isoladamente. É indivisível, mesmo que a dívida se 
divida, a garantia real permanece íntegra. Mesmo nos pagamentos parciais a garantia permanece, 
sem redução e se estabelece no interesse das partes. 
 
 
CLASSIFICAÇÃO 
 
Direitos reais sobre a coisa própria; e 
 
Os direitos reais Direitos reais sobre a coisa 
 
classifica-se em - de fruição. 
 
alheia: 
 
- de garantia. 
 
 
Visto sob o angulo passivo, os direitos reais constituídos sobre as coisas alheias, paralisam, apenas a 
faculdade correspondente naquele que mantém a propriedade. Em qualquer dos casos acima, 
constituem-se em prerrogativas de uns sobre os outros. Sem esquecer a natureza real desses 
direitos, geralmente oriundos de contrato, são mais do que meras obrigações, vinculando pessoas e 
conferindo a seus titulares ação real de eficácia erga omns, Art. 1225.6 
 
 
PUBLICIDADE E ESPECIALIZAÇÃO -- A garantia constituída é oponível contra terceiros e a publicidade 
é instituída para esse efeito. Já a especialização, diz da individualização da garantia onde se deve 
fazer constar o que é relação creditória e o que é garantia. 
 
 
O direito de seqüela -- é o de seguir a coisa em poder de qualquer detentor. O direito adere a 
coisa. Ex.: Servidão. O direito de seqüela visa tomar efetiva a preferência, diz-se que é satélite, 
pois autoriza a perseguição da coisa (ação reipersecutária) que pode ser tomada de quem a 
detenha. O direito de seqüela permanece em estado potencial, até que a dívida se torne exigível. O 
credor por força da seqüela subtrai-se à lei do concurso, apreendendo-a judicialmente. É útil como 
instrumento de ação. 
 
 
O direito de preferência -- é restrito aos direitos reais de garantia, consiste no privilégio da 
garantia. Ex: Penhor, hipoteca. 
 
 
A preferência estabelece-se para o credor, e é oponível contra terceiros. Visa criar uma situação 
especial para o credor, em vista dos outros credores assegurando o pagamento antes de qualquer 
outro credores, pelo produto da alienação de coisa, desde que vendida. Caso haja saldo pela venda, 
estabelecer-se-á o concurso de credor para os demais. A preferência consiste no direito do titular 
pagar-se com o produto da venda judicial da coisa dado em garantia, excluídos os demais credores. 
 
O direito real pode se constituir sobre coisas corpóreas e incorpóreas. Ex: direitos sobre direitos, 
usufruto e penhor, propriedade literária, industrial, artística e científica. 
 
Toda limitação ao diretode propriedade não prevista na lei é considerada como de natureza 
obrigacional. Ex: direito de superfície. 
Os direitos reais sobre imóveis constituem-se por contrato e são inscritos no Registro de Imóveis. 
DA POSSE 
 
 
Sem a credibilidade da sociedade nos estados de aparência, não haveria possibilidade de 
convivência pacífica, pois a todo momento defrontamo-nos com situações de aparência, tornadas 
como verdadeiras. A posse é uma delas. (VENOSA, p. 39) 
 
 
A posse busca em síntese a adequação social, que deve ser examinada do ponto de vista axiológico, 
onde a aparência é conceito de utilidade técnica. (p.39) 
 
 
CONCEITO -- Para Savigny a posse é a exteriorização ou viabilidade do domínio, isto é, a relação 
intencional existente normalmente entre a posse e a coisa, em vista de sua função econômica. 
 
corpus, que é a exterioridade da propriedade, o único elemento visível e suscetível de 
comprovação, o elemento material, e 
 
 
Seus elementos são: ânimus, incluído no corpus, indica a ação do proprietário sobre a posse, 
representa o elemento intelectual, a vontade. O possuidor para tanto, tem pleno exercício de fato 
sobre a coisa, art. 1196 ccb. 
 
 
A posse, mera situação de fato, é protegida pelo legislador não só porque apresenta ser uma 
situação de direito, como para evitar que prevaleça a violência. 
 
 
Diferente da propriedade que é uma relação de direito assentada na vontade objetiva da lei, a 
posse consiste apenas na vontade do possuidor, criando mera relação de fato, em que o possuir será 
mantido até que seja convencido por quem de melhor direito. 
 
 
Natureza Jurídica -- é controvertida, sendo para uns direito, para outros um fato. 
 
 
Para Savigny, é um fato, porém considerada nos seus efeitos é um direito. Ex: usucapião, interditos 
possessórios. 
 
 
Para Ihering, é um direito, em função do direito subjetivo, e que será interesse juridicamente 
protegido. 
 
 
Nesse sentido, localiza-se na parte especial do Direito Civil no capítulo dedicado ao Direito das 
Coisas, anterior ao estudo da propriedade para compreender que esta tem como pressuposto a 
posse. 
 
 
A posse como instituto tem origem romana e evoluiu sob três formas: a possessio naturalis - mera 
detenção; a possessio interdicta - concedia o direito aos interditos, para proteção possessória; e a 
possessio civilis - a posse efetiva, com direito aos frutos e a usucapião. 
 
 
Adotada a mesma terminologia do direito romano, do ponto de vista do legislador brasileiro a posse 
divide-se em: 
 
Jurídica - é aquela, concedida ao possuidor com direito ao uso dos interditos (meios de defesa) e 
usucapião; 
 
Natural - aquela que se fundamenta na simples detenção material da coisa; 
 
Civil - é aquela, adquirida por lei, mesmo que não ocorra a apreensão imediata da coisa, que 
divide-se em posse sem apreensão e sem intenção, a saber: 
 
Posse 
 
Sem apreensão - ocorre na sucessão no exato instante da morte, independente de apreensão. 
 
Posse Sem intenção - decorre do 
 
contrato, em face da garantia recebida para satisfação da dívida, Ex.: credor pignoratício, 
enfiteuse. 
 
 
 
 
Para Ihering, o possuidor é um proprietário de fato, pois age como se assim fosse e por essa razão, 
o legislador protegendo o possuidor, no mais das vezes está protegendo o proprietário. 
 
 
A maioria dos autores entende que a posse é mero estado de fato, isto porque a sujeição da coisa à 
pessoa é direta e imediata. (GOMES, p. 28). 
 
 
Duas são as teorias entre nós que procuram fixar a posse, sob meticulosa análise de seus 
elementos. De um lado a teoria subjetiva de Savigny e de outro a teoria objetiva de Ihering. 
 
 
A submissão das coisas ao poder dos homens é um estado de fato e são três as formas como se 
apresenta: 
 
1º - o estado de fato corresponde ao direito de propriedade - chama-se posse; 
 
 
Formas 2º - o estado de fato corresponde a um direito de outra natureza - chama-se obrigação; 
 
 
3º - o estado de fato que não corresponde a direito algum - chama-se detenção, (GOMES, p. 17). 
 
COMPARAÇÃO 
 
 
SAVIGNY - Teoria subjetiva IHERING - Teoria objetiva 
1ª - Quanto aos elementos - corpus e ânimus Manifesta a intenção pura de ter a coisa. "ânimus 
tenendi" 
2ª - Quanto à natureza 
A posse é um fato que se converte em direito, por proteção legal. 
A posse é um direito, jurídicamente protegido em razão do interesse. 
3ª - Quanto à proteção possessória 
Defende a posse como decorrência do princípio geral do direito, de que toda pessoa deve ter a 
proteção do Estado contra qualquer violência. 
Defende a posse como meio de facilitar a defesa da propriedade. 
 
 
 
 
CONCLUSÃO: uma simples diversidade de interpretação entre os romanistas, mais aparente do que 
real. (GOMES, p. 17) 
 
 
Para Ihering, a posse reúne dois elementos, formulados posteriormente, 
 
 
 
 
 
1º - o substancial que consiste no interesse, de utilização econômico da coisa; e o 
 
 
A saber 2º - o formal, que se reveste pela proteção jurídica, que equivale a direito, sendo a 
manutenção da relação de fato a condição para a proteção desse direito. Sendo assim, o possuidor 
não tem direito senão enquanto ou quando possuir. (GOMES, p. 27) 
 
 
OBJETO -- Para os romanos, somente as coisas corpóreas poderiam ser objeto de posse, 
posteriormente passaram a admitir a posse sobre direitos, "quase possessio", em especial as 
servidões. 
 
 
O direito canônico passou a admitir a posse sobre todos os bens, corpóreos e incorpóreos e o direito 
germânico passou a admitir os direitos de exercício continuado como objeto de posse. Ex: Rendas 
 
 
A controvérsia existe em função das coisas coletivas, quando estas se compõe de coisas 
individualizáveis, universalidades de fato e de direito. (GOMES, p. 32) 
 
 
Admite-se, porém a posse de águas correntes, conquanto que suficientes para o uso. 
 
 
Não há unanimidade sobre a posse de direitos, sendo que alguns entendem que somente os direitos 
reais são passíveis de posse. Para os adeptos da teoria objetiva a admissão dos direitos pessoais 
patrimoniais é pacífica. 
 
 
Para os adeptos da teoria subjetiva de Savigny, não há possibilidade de se conceber a posse de 
direitos pessoais, pois a posse é exercício do poder físico sobre a coisa, e considera-se o elemento 
material como requisito indispensável. A posse há de se limitar aos direitos reais. (GOMES, p.33) 
 
 
Os direitos obrigacionais aqueles cujo exercício é ligado à detenção de uma coisa corpórea são 
suscetíveis de posse. (GOMES, p. 33). Ex: Garantia. Poderão ser objeto ainda, as ações de 
empresas, a marca comercial e os símbolos que a acompanham. 
 
 
OBJETO -- A princípio para o dir. bras. é suscetível de posse e proteção possessória tudo aquilo que 
puder ser apropriado e demonstrado externamente, tanto assim, não será possível de posse a linha 
telefônica contra a concessionária. Poderá demandar contra o usuário titular, no caso de locação. 
Possuidor é aquele que exerce um poder de fato sobre um bem. (VENOSA, p. 55) 
 
 
SERVIDORES DA POSSE -- Estão unidos ao possuidor numa condição de subordinação, ex: 
empregados, diretores etc, não poderão figurar como possuidor, art. 1198. 
 
 
O que é o Ius possidendiI? (VENOSA, p. 42) É o dir de posse funafado na propriedade. 
 
 
O que é o Ius possissionis? É o dir fundado no fato de posse. 
 
 
Na posse tanto quanto na propriedade é comum a submissão da coisa à vontade da pessoa, eis aí o 
fundamento da noção de aparência da posse, semelhança que guardam entre si posse e 
propriedade. (VENOSA, p. 43) 
 
 
Nas ações possessórias (interditos) têm em conta a questão da posse, ressalte-se o caráter ofensivo, 
enquanto que nas ações petitórias leva-se em conta o dir. propriedade, sob o caráter defensivo. 
(VENOSA, p. 42-43) 
 
 
MODOS DE AQUISIÇÃO -- Ler art. 1204 (GOMES,p. 51-52) 
 
 
Para Savigny a aquisição de posse dar-se-á de forma física, juntamente com o ânimus, de modo de 
ficto, Ex: receber as chaves, simbolizando a entrega do imóvel. 
 
Para Ihering a detenção é fato material. A posse é aparência perceptível pelo corpo social. 
(VENOSA, p. 78-79). 
 
 
Aquisição a título originário, quando não há possuidor anterior. Ex: apreensão de coisas, peixes, 
aves. Ocupação não é modo originário é posse quase justa. 
 
 
 
 
Tradição, modo derivado de aquisição 
 
Eletiva, entrega Simbólica 
 
da posse, quais são: 
 
Convencional 
 
(GOMES, p. 52) 
 
 
Modalidade Acessão, posse continuada; 
 
 
Sucessão, transmite de modo universal. 
 
 
União, por aquisição, transmite de modo singular, só aquele bem, é facultativa. (GOMES, p. 55) 
 
 
 
Universal, é característica da causa mortis. 
 
 
Singular, é transferência de bens individuais e determinados (VENOSA, p. 85) 
 
Transmissão 
 
Conservação da posse. Diz da manutenção da posse que é fenômeno paralelo a perda. Conservar é 
não perder. (VENOSA, p. 86) 
 
 
Atos de mera tolerância ou permissão, não induzem a posse, art. 1208. (GOMES, p. 56) 
 
 
 
 
 
PERDA DA POSSE -- Ler art. 1223 e 1224 ccb 
 
Perda da coisa 
 
A perda da posse pela Destruição 
 
ausência do elemento 
 
corpus, verifica-se pela: Posse de outrem 
 
Por ser posta fora do comércio 
 
 
A perda, devido a ausência do elemento ânimus ocorre em razão do constituto possessório7, contra 
a vontade do possuidor, pela falta de exercício físico. (GOMES, p. 57) 
 
 
Perde-se a posse ainda pela impossibilidade de seu exercício, pela inércia do possuidor. (GOMES, p. 
61/1) 
 
 
Dentro da visão subjetiva, a posse pode ser de dar sobre o bem com a intenção de possuí-lo para si, 
assim como sobre o próprio direito real, mediante o exercício incidente sobre a coisa. 
 
 
CLASSIFICAÇÃO -- Da natureza da posse decorrem vários efeitos e espécies, como se vê pelo art. 
1197. A bipartição da posse é concepção de Ihering, que explica o desdobramento de relação 
possessória, em que o proprietário conserva a sua posse, mesmo entregando o bem a terceiros. 
 
 
Também chamada de posses paralelas, quando existem duas sem que uma anule a outra, ou ainda a 
posse direta e indireta. (GOMES, p. 45-46). 
 
 
POSSE DIRETA -- São possuidores diretos: Os que detém a coisa transmitida pelo dono, que 
conservou a posse indireta. Ex: usufrutuário, comodatário, locatário, etc. 
 
 
O possuidor direto é o que detém o poder físico e imediato da coisa, também os tutores e curadores 
possuidores são diretos. 
 
 
POSSE INDIRETA -- É a que o proprietário mantém, ao transferir o uso direto da coisa, a outrem. A 
tradição opera a bipartição da posse, que requer uma relação jurídica negocial, para esse 
desdobramento da posse. 
 
 
COMPOSSE -- A posse não admite mais de um possuidor a desfrutá-la, do mesmo modo que o 
condomínio está para o condômino. A composse é a possibilidade do exercício simultâneo de mais 
de um possuidor, desde que um não impeça o exercício do outro consorte. Ex: Cônjuges no regime 
de comunhão de bens ao exercerem sobre seu patrimônio, os direitos de compossuidores. O 
condomínio é a mesma situação. 
 
 
Tanto num quanto noutro os compossuidores podem reclamar a proteção possessória, caso sejam 
turbados, esbulhados ou ameaçados em sua posse. Art. 1199 cc. 
 
Assim, podem coexistir dois ou mais locadores, locatários, comodatários, como se condôminos 
fossem, por vontade comum, caso se trate de propriedade. 
 
 
Não serão compossuidores os invasores de uma área, visto que não são proprietários. 
 
 
O vínculo concubinário se estabelece do mesmo modo, que os cônjuges havendo união estável. 
 
 
JUSTA -- Art. 1200 - O doutrinador deve-se basear pelo terreno do objeto. A posse poderá ser justa 
em relação a um sujeito e injusta em relação ao outro, tudo depende da relação dos envolvidos. 
 
 
INJUSTA -- A posse somente será viciada em relação a alguém, sendo relativa a terceiros que até 
podem ignorar o vício. Ex: Vender coisa furtada. 
 
 
POSSE VIOLENTA -- É violenta a posse, por ser exercida de forma violenta no início de seu exercício. 
É violenta ainda, a posse conseguida pela força injusta, esbulhada. O Código Civil não autoriza a 
posse violenta, art. 1208 cc. 
 
 
POSSE CLANDESTINA -- É a que se constituir às escondidas. Ocupar coisa alheia sem que ninguém 
perceba, acautelando-se para não ser visto. A rigor isto não é posse. Porque a posse pressupõe a 
exteriorização do domínio, 1208 cc. 
 
 
Para Silvio Rodrigues, o antônimo da clandestinidade é a publicidade. 
 
 
POSSE PRECÁRIA -- Precária é a posse daquele que a recebeu para depois devolvê-la. Ex: Locatário, 
comodatário, usufrutuário, etc… 
 
 
POSSE DE BOA-FÉ -- O doutrinador deve-se situar neste caso no terreno do direito subjetivo, 
examinando a postura psicológica do possuidor, em face de relação jurídica ou ignora o vício ou 
obstáculo. 
 
 
Possuidor de boa-fé tem justo título, hábil para pedir ou transmitir o direito à posse, que deve ser 
mantida de forma mansa e pacífica, art. 1201 e 1202 cc. 
 
 
POSSE DE MÁ-FÉ -- É de má-fé, quando o possuidor está ciente de que a posse é precária, 
clandestina ou violenta, que não possui legitimidade jurídica, não possuindo justo título, art. 1202 
cc. 
 
 
JUSTO TÍTULO -- configura o estado de aparência que permite concluir que o possuidor encontra-se 
gozando de boa posse. 
 
 
O fato gerador da posse definirá em cada caso o justo título. 
 
 
POSSE "AD" INTERDICTA -- Para confirmação, basta que seja justa. É assim chamada porque 
possibilita a sua defesa em juízo, contra a ameaça para mantê-la, possibilitando a defesa por meio 
dos interditos possessórios. 
 
 
POSSE "AD" USUCAPIONEM -- É aquela capaz de conferir a usucapião da coisa ao titular, caso 
supridos os requisitos legais art, 1238 e 1242 cc. 
 
 
 
 
 
DOS EFEITOS DA POSSE 
Art. 1210 cc. 
 
1º - direito aos interditos, inclusive a auto defesa. 
 
 
2º - percepção dos frutos. 
 
 
3º - direito de retenção. 
 
Sete são os efeitos 
 
4º - respons. por deteriorações. 
 
da posse: 
 
5º - direito a usucapião. 
 
 
6º - inversão do ônus da prova, na contestação. 
 
7º - uso e gozo enquanto durar, p. 95. 
 
 
proteção dos interditos e a 
 
Como estado de fato, possui como efeitos: 
 
possibilidade de usucapião 
 
 
Os efeitos secundários são as indenizações pela coisa: benfeitorias, frutos e indenizações pelo uso 
da coisa. 
 
A solidez da relação possessória reside exatamente nas regras do direito material, que deve ser 
analisado em conjunto com o direito processual civil. 
 
 
INTERDITO PROIBITÓRIO -- É o meio de defesa concedido ao possuidor, que antevendo esbulho ou 
possível atentado ao seu direito de possuidor, assegura-se de violência iminente, art. 1210 cc, os 
requisitos para ação estão no art. 932 cpc. 
 
 
Verificado o esbulho ou a turbação o Poder Judiciário, manterá ou reintegrará o possuidor na passo 
do bem. 
 
Esbulho - pela retirada total ou parcial da posse por violência ou precariedade. Ex: Imóvel não 
devolvido, invadido. 
 
Caracteriza-se: 
 
Turbação - pela agressão, limitação, embaraço no direito de uso. Ex: Corte de cercas, árvores. 
 
 
A proteção possessória consiste nos meios de defesa em uma situação de fato, que apresenta ser 
uma situação de domínio, diretamente ou através das ações possessórias, a saber: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AÇÕES POSSESSÓRIAS 
 
 
 
1o A ação de manutenção de posse concedida ao possuidor que sofre a turbação, art. 926 a 931 
cpc; 
 
 
2o A ação de reintegração de posse concedida àquele que sobre o 
 
As ações possessórias esbulho, art 926 a 931 cpc; e o 
 
típicas derivadas do 
 
Direito Romano são: 3o O interdito proibitório é comomeio de defesa contra a ameaça iminente à 
posse, art 932 a 933 cpc. 
 
 
A ameaça contra a posse é revertida pelo interdito proibitório, tanto para bens móveis, como bens 
imóveis, art. 275, II cpc. 
 
 
EMBARGOS DE TERCEIRO SENHOR E POSSUIDOR -- É meio de defesa concedido a quem não é parte 
no processo, porém sobre turbação, esbulho na posse de seus bens, em virtude de penhora, 
depósito, arresto seqüestro, venda judicial, arrecadação ou outro ato de apreensão, como forma de 
defender os bens do possuidor. 
 
 
Art. 1.046 a 1.054 cpc, Ex: Turbação sofrida em imóvel adquirido sem registro. 
 
 
NUNCIAÇÃO DE OBRA NOVA -- Visa impedir que obra nova prejudique prédio vizinho confinado. 
Possibilita ao condômino, ao locatário, ação de nunciação de obra nova, impedindo obra que 
prejudique área comum; e o Poder Público, possibilita impedir construção contra ao plano vigente, 
art. 934 a 940 cpc. (p. 133) 
 
 
AÇÃO DE DANO INFECTO -- Decorre do justo receio de sofrer dano em seu imóvel em decorrência de 
ruína em prédio vizinho ou obras vizinhas, em que o proprietário pode exigir caução para garantir 
eventual prejuízo, art. 826 cpc. 
 
 
A fungibilidade das ações possessórias - possibilitam ao juiz decidir o pleito possessório dentro da 
tríplice divisão (esbulho, turbação e proteção da posse). Vale dizer: o autor dirige-se ao juiz 
pedindo proteção possessória independente da hostilidade descrita na inicial, que pode aumentar 
ou diminuir no curso do processo, art. 920 cpc. (p. 115) 
 
 
IMISSÃO DE POSSE -- É conceder a posse a alguém legalmente. Ex: Ao adquirente ao administrador e 
ao mandatário. Não é procedimento especial. É ação para dar coisa certa, art. 796 cpc, neste caso 
não há liminar, é processo cautelar8, pela presença da "fumus boni iuri e periculum in mora". Isto 
ocorre quando a entrega da coisa não resultar do contrato (p. 135) 
 
 
Nas ações possessórias a presença do cônjuge é conveniente, para evitar-se discussões estéreis. 
Para maioria é indispensável apenas, nas ações de composse. 
 
 
A demanda pode tanto ser decidida em favor do autor, como em favor do réu, se houve pedido 
expresso de contestação, inclusive quanto à indenização, art 922 cpc. Poderá ocorrer a cumulação 
de pedidos, art. 921 cpc. Possibilita a constituição de caução, art. 826 e 130 cpc. 
 
 
SERVIDÕES E POSSE PROVISSÓRIA -- Servidão é direito real constituído em favor de um prédio sobre 
outro de dono diverso, o prédio beneficiado denomina-se dominante e o prédio onerado, de 
serviente. Servidões podem ser não aparentes. Ex: proibição de construir mais alto, as demais se 
manifestam por sinais externos e não sofrerão restrições de proteção possessória. 
 
A posse das servidões só é possível, nas servidões aparentes e contínuas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
DA PROPRIEDADE 
 
 
EVOLUÇÃO HISTÓRICA -- A posse merece proteção, pois espelha a exteriorização da propriedade e 
forte indício de sua existência. 
 
 
A propriedade por sua vez espelha definitivamente um direito, que possui compreensão e extensão 
próprias de cada povo. 
 
 
A concepção moderna de propriedade privada sofreu inúmeras influências no curso da história dos 
povos, traduzindo-se em conseqüência direta da organização política. 
 
 
Assim sendo, antes dos romanos, a noção de propriedade resumia-se as coisas móveis, de uso 
pessoal, tais como: vestuário utensílios de caça e pesca. O solo não era dividido, pertencia a todos 
os membros da tribo, não havendo sentido de senhoria ou poder de determinada pessoa. Fato 
visível ainda, na atualidade das comunidades tribais. 
 
 
Não há neste tipo de vida a noção privativa de utilização do bem imóvel. 
 
 
Contudo, com o passar do tempo, no curso da história, a permanente utilização da mesma terra 
pelo mesmo povo, pela mesma tribo e pela mesma família, passa a ligar então o homem à terra que 
usa e habita, surgindo assim a concepção de propriedade coletiva e posteriormente individual, 
privada. Nem todos os povos instituíram a propriedade individual. 
 
A noção de propriedade individual não é muito precisa quanto a época de seu aparecimento, no 
entanto, a propriedade imobiliária, surgiu, segundo algumas fontes, na época da Lei das XII Tábuas, 
no primeiro período do Direito Romano, em que o sujeito recebia uma porção de terra para cultivo, 
que após a colheita voltava a coletividade. 
 
 
Progressivamente fixou-se o costume de conceder sempre a mesma porção às mesmas pessoas ano 
após ano. A partir de então, o pater famílias instalava-se, construía sua moradia, e vivia com sua 
família e seus escravos. Neste sentido arraigou-se no espírito romano a propriedade individual e 
perpétua e assim, a Lei das XII Tábuas projetou a noção do Jus utendi, fruendi et abutendi: 
 
Utendi -- implica na possibilidade de uso da coisa segundo a vontade do proprietário e assim excluir 
estranhos. 
 
JUS Fruendi -- é a possibilidade de aferir os frutos naturais e civis da coisa e de explorá-la 
economicamente. 
 
Abutendi -- é a possibilidade de disposição da coisa, inclusive para aliená-la. 
 
 
Na época clássica do direito Romano passa-se a conhecer o uso abusivo do direito de propriedade e 
seu modo de repreendê-lo. O direito de vizinhança também passa a ser conhecido, mesmo assim, 
sobressai-se a propriedade individual. (p. 139) 
 
 
A propriedade grega e a romana consolidam-se ainda com outras duas instituições: a família e a 
religião doméstica. De modo que a propriedade liga-se à própria religião assim como à família. Foi, 
portanto a religião que garantiu primeiramente a propriedade. 
 
 
Na Idade Média a propriedade perde seu caráter unitário, em virtude das diferentes culturas que 
modificaram os conceitos jurídicos e o território passa a ser sinônimo de poder, onde a propriedade 
está ligada a idéia de soberania nacional, sob sistema de vassalagem, sem serem donos do solo. 
 
 
O Direito Canônico por sua vez, introduziu a idéia do homem legitimado a adquirir coisas, sendo a 
propriedade privada a garantia de liberdade individual. Tanto assim, na doutrina de Santo 
Agostinho e Santo Tomás de Aquino ensina-se a imanência da propriedade privada à própria 
natureza do homem, que deve usá-la de forma justa. 
 
 
A Revolução Francesa recepcionou a concepção romana e o Código Napoleônico introduziu a idéia 
individualista e extremista do instituto, refletido em nosso Código Civil, que perdeu força a partir 
do século XX, com o desenvolvimento industrial e as doutrinas socializantes. 
 
 
FUNÇÃO SOCIAL 
 
A propriedade deixou de ser um direito subjetivo do sujeito e tende a tornar-se função social do 
detentor da riqueza mobiliária ou imobiliária para ser empregada como crescimento da riqueza 
social e para interdependência social. (GOMES, p. 108) Isto porque só o proprietário pode executar 
uma certa tarefa social, só ele pode aumentar a riqueza geral, utilizando o seu próprio patrimônio. 
A propriedade neste sentido não é um direito intangível e sim um direito em constante mudança a 
modelar-se às necessidades sociais, às quais deve responder. (GOMES, p. 109) 
 
 
CONCEITO -- trata-se de um direito real que recai diretamente sobre a coisa e que é independente, 
tanto para o seu exercício, quanto para a prestação de quem quer que seja. Sendo conferido ao 
titular o direito de usar, dispor e de reivindicar a coisa das mãos de quem quer que injustamente a 
detenha. 
 
 
DOMÍNIO -- é distinto dos demais direitos reais, por incidir sobre a coisa própria, o "animus 
dóminus". Domínio é o direito real que vincula e legalmente submete ao poder absoluto de nossa 
vontade a coisa corpórea, segundo Lafayete. 
 
 
DIRETIO SUBJETIVO - representa o vínculo jurídico, já o domínio, o liame que se estabelece entre o 
proprietário e a coisa que se vincula, que representa de certa forma o universo de pessoas 
obrigadas a uma relação passiva de nãoturbar o direito de seu titular. Sendo este direito tutelado 
pela lei. 
 
 
O uso ou gozo da coisa pressupõe necessariamente a sua disposição. A ação de reivindicação é 
conferida ao dono para recuperar a coisa, pelo qual o proprietário exerce seu direito de seqüela. 
 
NOÇÃO DE PATRIMÔNIO -- É o conjunto de direitos reais e obrigacionais, ativos e passivos em que 
pode-se afirmar que somente as pessoas naturais ou jurídicas podem possuir patrimônio por 
menores que sejam suas posses materiais, que perdura por toda a existência, sendo uno e 
indivisível. (p. 149) 
 
 
NATUREZA JURÍDICA -- O direito de propriedade é absoluto, exclusivo e perpétuo, até prova em 
contrário. 
 
 
NATUREZA HUMANA -- O direito de propriedade em função da chamada teoria da natureza humana, 
é inerente à própria natureza do homem e condição de sua existência, é pressuposto de sua 
liberdade. Posição defendida pelos partidários do direito natural. 
 
 
LIMITES DA PROPRIEDADE DO SOLO -- Art. 1229. Atualmente os fundamentos romanos estão 
ultrapassados e o solo limita-se as necessidades de utilização do proprietário. O limite é dado pelo 
justo interesse do proprietário. 
 
 
SUJEITOS -- Pessoas naturais, jurídicas de Direito Público e Privado. A capacidade para ser sujeito 
do direito de propriedade não se confunde com a capacidade para aquisição. A aquisição pressupõe 
um título e requer capacidade de fato. (GOMES, p. 98) 
 
LIMITAÇÕES DO DIREITO DE PROPRIEDADE 
O direito de propriedade é o mais amplo da pessoa em relação à coisa, art. 1228. Engloba tanto os 
bens corpóreos, incorpóreos, móveis e imóveis, mas impõe também, limitações. 
 
 
A constituição Federal traça as normas programáticas para função social da propriedade, sendo que 
há no subsolo riquezas independentes do solo e de seu proprietário. Assim sendo, inúmeras são as 
limitações de ordem administrativa, tais como: proteção ao patrimônio histórico; a fauna; a flora; o 
equilíbrio ecológico. As limitações ao direito de propriedade que tanto decorrem da lei quanto da 
vontade do proprietário, são limitações decorrentes da lei inspirada no critério da proeminência do 
interesse público, que ganhou ênfase influindo no próprio conceito do direito de propriedade, 
diminuindo-lhe sensivelmente o âmbito de suas virtualidades burguesas. (GOMES, p. 119 ss) 
 
 
As limitações podem ser em relação à fonte, à extensão e o fundamento, como se vê: 
 
 
 
 
 
 
Legais - podem ser legais, quando contidas em leis ou regulamentos administrativos tais como: 
 
Impenhorabilidade, incomunicabilidade; 
Lei do inquilinato nº 8245/91; 
Estatuto da Terra (L. 4.504/64) e da cidade (L. 10.257/91); 
Fontes o Incorporação imobiliária, L. 4.591/64. 
 
Jurídicas - quando decorrem da aplicação dos princípios gerais do direito. O exercício regular do 
direito, onde o desvio da normalidade é inadmissível. 
Voluntárias - as estabelecidas pelo proprietário, sem abrir mão do seu direito, ou transferência a 
outrem, Ex: Hipoteca, doação, testamento. 
 
 
 
EXTENSÃO -- Podem atingir o direito no todo ou em parte, sendo que a limitação mais extensa é a 
desapropriação, mediante indenização. 
 
 
FUNDAMENTO -- Pressupõe a subordinação do direito de propriedade privada aos interesses da 
coletividade. 
 
Paralelamente às limitações acima, existe ainda, a possibilidade de tornar inalienáveis certos bens 
retirando-os de circulação, pela vontade particular, através da cláusula de inalienabilidade, 
mediante a qual se efetua essa limitação voluntária da propriedade, à exceção do princípio geral da 
livre circulação dos bens. 
 
 
A inalienabilidade que causa a impenhorabilidade, requer como requisitos: 1ª - a indicação da causa 
no título de transferência do bem. 
 
2ª - que a transmissão seja a título gratuito. 
 
Plena 
 
Limitada 
 
MODALIDADES: Urbana 
 
Rural ou agrária 
 
Resolúvel 
 
1º) PLENA -- O domínio da propriedade é pleno, quando o proprietário dispõe de todas as 
prerrogativas "uso, gozo e disposição" de maneira absoluta perpétua e exclusiva, art. 1.238. 
 
 
2º) LIMITADA -- Limitada, quando alguns desses poderes estão em mãos de terceiros, como no caso 
do nu proprietário, do senhor do prédio serviente, ou do prédio hipotecado, isto porque o 
usufrutuário ou o credor hipotecário e o dono do prédio dominante têm sobre a coisa um direito 
real de uso e gozo, uma servidão ou direito real de garantia. É ainda limitado o domínio gravado 
com cláusula de inalienabilidade, pela falta de livre disposição da coisa, art. 1.231. 
 
 
3º) URBANA -- Divide-se em importantes aspectos setoriais, vinculados a um novo regime, no qual 
loteamentos recebem regulamentação contratual para aquisição parcelada do solo. O compromisso 
de venda, a promessa de cessão e a cessão são típicos dessa modalidade considerados irretratáveis 
e a opõe-se a terceiros. O parcelamento possibilita o loteamento e o desmembra-mento. 
 
 
RURAL OU AGRÁRIA -- submetida ao regime do Estatuto da Terra (Lei nº 4.504/64) e em leis 
complementares, se exerce quando favorece o bem-estar social dos seus proprietários e 
trabalhadores, mantendo níveis satisfatórias de produtividade. 
 
 
Sua exploração pode ser sob forma empresarial ou doméstica, quando é chamada de propriedade 
familiar, sob exploração direta pelo agricultor e sua família, absorvendo toda a força de trabalho e 
sem atividade assalariada. (GOMES, p. 106) 
 
 
EXTENSÃO DO DIREITO DE PROPRIEDADE -- A extensão deve ser visualizada sob o aspecto real que 
compete ao titular desse direito, sendo que esse poder recai sobre coisas determinadas: móveis e 
imóveis. Quando recai sobre imóveis, a extensão pode não ser estabelecida tão seguramente. Pode 
ir ao espaço aéreo ou ao subsolo. Há que se determinar a extensão: espaço aéreo, subsolo e partes 
integrantes, a saber: 
 
 
1o EXTENSÃO VERTICAL -- O poder do proprietário de um bem de raiz deve-se estender para cima e 
para baixo, a determinada altura e profundidade. Ex: Edificar um prédio. 
 
 
2o ESPAÇO AÉREO -- O direito do proprietário sobre o espaço aéreo limita-se a satisfação das 
necessidades práticas da propriedade. Prevalecendo a utilidade do exercício. Ex: Passagem de fios 
condutores de energia, que independem da anuência do proprietário. 
 
 
3o SUBSOLO -- O direito ao subsolo estende-se ao exercício útil, assim como o espaço aéreo. As 
riquezas existentes no subsolo pertencem a economia nacional. Se existentes, tais riquezas são 
considerados res nullius, coisas pertencentes ao domínio estrito do Estado, cuja exploração se dará 
sob concessão. (GOMES, p. 117) 
 
 
EXTENSÃO ÀS PARTES INTEGRANTES -- A propriedade estende-se as partes integrantes essenciais, 
isto é, as que não podem ser separadas da coisa sem destruição ou determinação, por essa razão 
não podem ser objeto de propriedade distinta. Ex: A plantação não pode pertencer a outra pessoa 
que não o proprietário do solo. 
 
 
 
 
 
 
DA AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE 
 
 
No Direito Romano o critério divisório obedecia a ordem de importância da época, de uma 
sociedade eminentemente agrícola, onde as "res mancipi" os chamados fundos itálicos, que 
compreendiam o solo romano e da península itálica; as servidões prediais sobre os fundos itálicos, 
os escravos e os animais de carga e de trabalho, demandavam forma solene e cercada de garantias 
para sua transferência. 
 
 
Por outro lado, as "res nec mancipi", compreendiam: o dinheiro; os metais preciosos; móveis; e 
demais animais domáveis, que transmitiam-se pela simples tradição. 
 
 
Essa divisão foi suprimida pelo código justiniano, entretanto, permanece entre nós até hoje, a 
divisão entre bens móveis e imóveis, herança do período pós-clássico, que vem do sistema romano-
germânico, passando pela Idade Média, onde a propriedade era sinônimo de poder e soberania, que 
insere-se nas condições atuais, tendoem vista que é no imóvel que se encontra o substrato da 
riqueza. Nosso ordenamento claramente atribui maior proteção aos bens imóveis, (p. 151). 
 
 
SISTEMAS DE AQUISIÇÃO -- No ordenamento jurídico vigente, o contrato é o instrumento para 
aquisição de coisas, mas que por si só não transfere a propriedade. Eis porque o domínio transfere-
se pela tradição nos bens móveis e pela transcrição do título aquisitivo para os imóveis, seguindo-se 
a tradição romana. 
 
 
O ordenamento pátrio segue o modelo alemão, afastando-se do modelo francês, que defende o 
simples pacto como transferência da propriedade. 
 
 
O código Alemão de 1896 instituiu a transferência fundada em registro imobiliário, mediante exame 
prévio do título de transferência da coisa, que exige cadastro rigoroso e confiável dos imóveis, 
traduzindo-se em negócio jurídico de caráter abstrato e desvinculado do negócio anterior, não 
importando se era compra e venda, doação, permuta ou outro, estabelecendo-se assim, presunção 
absoluta de propriedade, cuja transcrição é sua prova plena. 
 
 
Nosso legislador adotou o sistema, frente a estrutura deficiente do país, onde com o contrato existe 
apenas obrigação, direito pessoal, que decorre dos arts. 1.238 ss, sendo a presunção "júris tantum" 
e não "jure et jure", a "transferência é título hábil à transmissão da propriedade" e enquanto o 
registro não for anulado, tem eficácia a presunção, art. 859 cc (p. 152). 
 
 
 
DOS MODOS DE AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE 
 
 
1o - ORIGINÁRIO -- O modo de aquisição a título originário ocorre quando a coisa encontra-se 
desvinculada de qualquer relação com o titular anterior e sem que haja relevância com o 
antecessor. De forma restritiva considera-se a ocupação de coisas: Ex: animais silvestres. 
 
 
O caso típico é a usucapião, o usucapiente não recebe a coisa do usucapido. Seu direito de 
aquisição não decorre do antigo proprietário, mas do direito resultante da sentença. Sendo que na 
aquisição originária, não se transmitem os vícios da propriedade. 
 
 
2o - DERIVADO -- Quando ocorre a transmissão de um proprietário a outro, por ato inter vivos ou 
causa mortis. A coisa chega ao adquirente com as mesmas características anteriores, não se 
extingue o ônus, Ex: Servidão, hipoteca, compra e venda e doação. 
 
 
3o SINGULAR -- Tem por objeto um bem individualizado. O legatário pode receber a título singular 
um bem determinado na herança. Ex: uma casa, um veículo. 
 
 
4o - UNIVERSAL -- O corre quando a universalidade do patrimônio é transmitida no caso do sucessor 
universal, que assume todos os direitos e obrigações do transmitante, o de cujus. 
 
DA AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE IMÓVEL 
 
 
Com base no art. nº 1.245 do Cód. Civil, os modos de aquisição são: 
 
1. TRANSCRIÇÃO -- É considerada como a primeira hipótese de aquisição da propriedade, dada a 
importância dos bens de raiz, procurou o legislador atribuir importância capital à circulação dos 
bens imóveis, com considerável grau de segurança, mediante a tradição solene atreves do Cartório 
de Registro de Imóveis, em vista da publicidade que o fato requer. Lei 6.015/73, art. 174, 182 a 
186, 228, 236 e 856 a 869 cc. (p. 157, v. IV). 
 
 
2. ACESSÃO -- São acréscimos que a coisa sofre no seu valor ou no volume em razão de elemento 
externo. Ex: Benfeitoria, avulsão, a aluvião mudança do curso de rio. A formação de ilha é 
considerada acréscimo aos terrenos ribeirinhos, para dividi-los fraciona-se a ilha dividindo o rio 
pelo álveo em duas partes, art. 1.248/1.250 cc. 
 
 
2.1 ACESSÃO POR FORMAÇÀO DE ALUVIÃO -- é o acréscimo lento formado nas margens dos rios, que 
importa em aquisição para o proprietário do imóvel, segundo o princípio do "o acessório segue o 
principal", trata-se no caso de aluvião decorrente de fato natural, art. 1.251 cc. 
 
 
2.2 ACESSÃO POR FORÇA AVULSÃO -- é desmembramento súbito por força da corrente de água, que 
desfigura o imóvel tornando-o total ou parcialmente impróprio para o uso. Neste caso o dono 
poderá reclamar indenização, no prazo decadencial de um ano, não havendo a possibilidade de 
remoção, art. 1.251 cc. 
 
 
2.3 ACESSÃO POR ABANDONO DE ÁLVEO-- vale dizer, apropriar-se do leito de um rio, que 
pertencerá aos proprietários ribeirinhos. Se o rio retornar ao leito antigo, recompor-se-á a situação 
anterior, art. 1.252 cc. 
 
 
2.4 ACESSÃO POR CONSTRUÇÕES E PLANTAÇÕES -- são decorrentes de conduta humana e podem ser 
móvel e imóvel. Se imóvel próprio é considerada benfeitoria, se imóvel alheio é considerada mera 
acessão ou coisa, Ex: plantação, semeadura. Art. 1.253. 
 
 
2.5 ACESSÃO NATURAL DE ANIMAIS -- quando o animal doméstico volta ou passa a viver em outra 
propriedade, passa aquele proprietário a deter o direito sobre ele, sendo que o semovente voltou à 
condição de res nullius, se não ousou atraí-lo. Nosso Código não trata tal matéria, (p. 168, v. IV). 
 
 
3. USUCAPIÃO -- É modo originário de aquisição do domínio, através da posse mansa e pacífica, seu 
principal elemento, por determinado lapso de tempo. Constitui direito à parte e independente de 
qualquer relação jurídica com o anterior proprietário. Fundamenta-se no propósito de consolidação 
da propriedade, estimulando a paz social e diminui para o proprietário o ônus da prova de domínio. 
É modo de premiar a quem produz a terra, na opinião de Silvio Rodrigues. Ocupando-a e pondo-a a 
produzir. Não apenas a propriedade e o domínio útil, mas também a enfiteuse, o usufruto, o uso, a 
habilitação e as servidões. A usucapião aplica-se também a semoventes, Admite-se para tanto a 
sucessão de posse, art. 1.238 cc., (p. 171, v. IV). 
 
3.1 USUCAPIÃO ORDINÁRIO -- é aquela que se confere em dez anos, a moradores presentes no 
mesmo Município e quinze entre pessoas ausentes, moradores de Municípios diversos, mediante 
prova de posse mansa e pacífica acompanhada de justo título e boa-fé, art. 1.242 cc. 
 
 
3.2 USUCAPIÃO EXTRAORDINÁRIO - é aquele que se adquire em quinze anos mediante prova de 
posse mansa e pacífica e ininterrupta, independente de justo título e boa-fé, art. 1.238 cc. 
 
 
3.3. USUCAPIÃO ESPECIAL, CONSTITUCIONAL OU PRO LABORE -- requer sentença de 
reconhecimento, que levada ao Registro de Imóveis, é título de reconhecimento para tal.9, art. 183 
e 191 da Const. Federal de 1988. 
 
 
A ação de usucapião é de eficácia declaratória, não se constituindo a propriedade pela sentença, 
podendo ser usado como matéria de defesa, salvo na usucapião pro labore, art. 941 CPC. 
 
 
3.4 JUSTO TÍTULO -- não é necessariamente documento perfeito e sim hábil para transcrição, vale 
dizer: titulus ou justa causa que denote a razão pela qual alguém recebeu a coisa do precedente 
possuidor, ou ainda: é o fato gerador da posse, que será examinado como a justa causa da posse do 
usucapiente. Em regra, é justo título todo ato ou negócio jurídico que em tese passa transferir a 
propriedade, tanto assim, a aparência de propriedade na transmissão pode constituir justo título, 
que está intimamente ligado à boa-fé. Art. 490 dispõe: o possuidor com justo título tem presunção 
de boa-fé, (p. 174, v. IV). 
 
 
4. AQUISIÇÃO PELO DIREITO HEREDITÁRIO -- Pressupõe fato morte, art. 1.784 cc., transmitindo-se 
posse e propriedade, mantidas com a mesma natureza e características, tal como exercidas pelo 
falecido, onde a aceitação geralmente ocorre de forma tática, devendo a renúncia expressa constar 
de documento oficial, art. 1.581 cc. 
 
DA PERDA DA PROPRIEDADE IMÓVEL 
 
 
A propriedade imóvel é como vimos, a princípio, um direito perpétuo na pessoa de seu titular ou de 
seus sucessores. Isso valerá, até que seja afastado legalmente, por algum motivo de seu 
patrimônio, art. 1.275. 
 
 
De resto, ele só perderá a propriedade por vontade própria. A exceção a essa regra, apresenta-se 
quando a lei determinar a sua extinção, que pode ocorrer no caso de perdaou de desapropriação 
da coisa, somar ainda, a usucapião e a acessão por considerar-se outras causas. "A alienação, a 
renúncia e a desapropriação dependem da transcrição no Registro de Imóveis". 
 
 
 
 
ALIENAÇÃO -- É contrato oneroso bilateral, de caráter pessoal ou real, mediante a transferência da 
coisa. 
 
RENÚNCIA -- É ato unilateral. Não requer registro, salvo na herança que implica em abandono ou 
desistência que resulta em extinção de direitos, art. 1.804/8 cc. 
 
ABANDONO -- É ato voluntário, sem qualquer formalidade. O arrependimento é elemento básico do 
abandono, art. 1.223 cc. 
 
PERECIMENTO DO IMÓVEL -- É a extinção de um PERDA direito, ou da coisa que lhe servia de objeto. 
 
DESAPROPRIAÇÃO -- É ato involuntário de perda da propriedade privada, por intervenção do 
império, facultado à União, Estados, Municípios e o Distrito Federal, bem como de cessionários aos 
serviços públicos, no interesse social ou utilidade pública, art. 184 e 185 CF 1988. 
Fundamentos - É ato unilateral, do Poder Público fundado em lei, mediante justa indenização, art. 
5º XXIV CF. 
 
Pressupostos - Utilidade pública e interesse social. 
 
 
Objeto - Todos os bens móveis e imóveis. Ex: Aviões, ações das S.A., títulos de crédito em geral, 
desapropriação parcial, Ex: servidão - oleodutos, eletrificação, etc. 
 
Retrocessão - É a possibilidade de reaver o imóvel expropriado pelo mesmo preço, caso não tenha 
sido utilizado no fim desejado, art. 519 cc. 
 
 
Registro - Lei 6.015/73 art. 167, 172, 174/76, 177/8, 182, 185, 191, 193, 217, 221, 247 e 249. 
 
DA AQUISIÇÃO E PERDA DA PROPRIEDADE MÓVEL 
 
 
MODOS DE AQUISIÇÃO: 
 
OCUPAÇÃO -- É modo originário e legítimo de aquisição da propriedade móvel sem dono ou 
abandonada, art. 1.263. 
 
 
ESPECIFICAÇÃO -- É modo de adquirir a propriedade através da transformação de matéria prima 
própria ou alheia, revertida em espécie nova, art. 1.269. 
 
Objetiva -- é a mistura de coisas líquidas, impoSsível de separá-los, art. 1.272. 
 
Subjetiva -- é modo de extinção de obrigações, pela reunião na mesma pessoa, das qualidades de 
credor e devedor, art. 381. 
 
CONFUSÃO Comistão -- é a mistura de coisas sólidas, de tal forma que não se possam separá-los. 
 
Adjunção -- é a justaposição de uma coisa à outra de modo que não mais torne possível destacar a 
acessória do principal, sem deterioração. 
 
 
 
USUCAPIÃO 
 
Ordinária - 3 anos sem interrupção, com justo título e 
 
boa-fé. 
 
Extraordinária - 5 anos independente de justo título e boa-fé, art. 1.260 a 1.262 CCB. 
 
 
TRADIÇÃO -- É modo derivado de aquisição do domínio da coisa, pela entrega efetiva. A perda da 
propriedade móvel é conseqüência da aquisição de outrem, art. 1.267 a 1.268 CCB. 
 
 
MEIOS DE TUTELA DA PROPRIEDADE -- Os meios de proteção são os seguintes: 
 
 
Ação reivindicatória - é a ação petitória por uma vez. È ação real. Autoriza o direito de retenção 
em relação às benfeitorias. 
 
Ação declaratória - é a declaração do título e a cão imprescritível, é direito postetativo do titular. 
 
Ação negativa - tem por objetivo segar a existência de MEIOS restrição como a servidão. 
 
Ação confessória - é através dela que o requerente obtém o reestabelecimento da servidão. 
 
Mandado de Segurança - é utilizado para defender a ofensa concreta do proprietário praticada por 
autoridade pública. 
 
 
 
DO CONDOMÍNIO EM GERAL 
 
CONCEITO -- considera-se condomínio quando houver uma relação de direito de propriedade, onde 
diversos são os sujeitos ativos, o que contrasta de certo modo com a exclusividade do direito de 
propriedade, art 1.314 cc. 
 
 
Cada proprietário condômino atua como proprietário exclusivo, em face de seus consortes, isto 
porque a comunhão de interesses pressupõe a existência de direito de igual grau e harmonia. O 
condômino possui direito de propriedade pleno, mas compartilhado. (v. IV, p. 230). 
 
 
É visto até hoje na doutrina, como ninho de brigas, e forma anormal de propriedade, fruto da 
repugnância individualista para admissão de um sistema pluralista de propriedade. 
 
 
A comunhão pode correr no direito de família, nas obrigações indivisíveis, no direito sucessório e no 
condomínio ou compropriedade, onde os sujeitos a exercem de forma simultânea e concorrente, 
art. 1.327. 
 
 
O condomínio não é exclusivo da propriedade, pode ocorrer também entre titulares da enfiteuse, 
usufruto, uso e habitação. 
 
 
HISTÓRICO -- No Direito Romano a origem do condomínio é obscura, em razão de seu individualismo 
procurando situá-lo na comunidade familiar, onde, o fenômeno ocorria em virtude da sucessão 
hereditária, como demonstra o Código Justiniano, onde o condômino exercia seu direito com base 
no tamanho da propriedade. 
 
 
O sistema Germânico o compreendia como "Comunhão de mão comum", não havendo comunhão de 
parte ideal, a propriedade era exercida por todos. Era a concepção do direito feudal, a coisa toda 
era objeto de uso e gozo comum. 
 
 
O direito, pátrio, ancorou-se na tradição romana, baseando o condomínio na fração ideal, onde 
afasta-se a idéia de personalidade jurídica, por não ser o caso, podendo existir, contudo um 
gerente para administrar o bem comum. 
 
 
DIREITOS DO CONDÔMINO -- Dentre eles alguns decorrem das condições de proprietário, outros, da 
condição de comunheiros, pela coisa individa. O uso livre da coisa comum só encontra limite, na 
proibição de perturbar o uso da outra parte, 1.335. 
 
 
A coisa deve ter uso de acordo com o seu destino ou natureza, proibindo-se ao condômino o uso 
diverso do normal, art. 1.335. 
 
 
DEVERES DO CONDÔMINO -- Concorrer com as despesas proporcionais e dívidas contraídas, do 
mesmo modo que possui direito aos frutos não podendo contudo alienar individualmente a sua cota 
parte enquanto não individualizada a coisa, art. 1.336 cc. 
 
 
ADMINISTRAÇÃO -- As partes poderão administrá-lo conjuntamente ou por meio de um 
administrador, porém, é necessário que haja uma gerência, ainda que inexista hierarquia. 
 
 
EXTINÇÃO -- Se dará pela divisão (declaratória), art. 1.357 cc. 
 
 
Dar-se-á também a extinção pela venda, arts. 1.113 e 1.118 cpc. 
 
 
As sentenças das ações de divisão estão sujeitas a registro imobiliário para sua eficácia (extinc), 
art. 123 da Lei nº 6.015/73, sendo a ação disciplinar de pelos arts. 946 a 949 do cpc. 
 
 
Em se tratando de imóvel rural, Lei nº 4.504/64, só haverá divisão, se obedecida a proporção do 
módulo de propriedade rural. 
 
 
DO CONDOMÍNIO EM PAREDES, CERCAS, MUROS E VALA -- Arts. nº 1.327 a 1.330 cc. 
 
 
DO CONDOMÍNIO EM EDIFICAÇÕES -- Caracteriza-se por apresentar uma propriedade singular dos 
apartamentos em andares ao lado de uma comunhão necessária e inexorável do terreno e das 
partes comum do prédio. A propriedade é singular e exclusiva, o restante é condição de existência 
do sistema e lhe são acessórios, sendo regido pela Lei nº 4.591/64. 
 
 
ELEMENTOS: 
 
1º Ato institucional -- É ato inter vivos e inscrito no Registro de Imóveis. Sobre prédio construído ou 
por construir, Lei nº 4591/64. 
 
2º Convenção do condomínio -- É documento escrito onde se prevê os direitos e deveres de cada 
condômino. 
 
3o Estatuto -- É um contrato formal. 
 
4o Regulamento -- Aprovado por contrato ou deliberação em assembléia, tem finalidade interna e 
complementar à convenção. 
 
CONSTITUTIVOS Geralmente o condomínio incicia-se através de um incorporador que empreende a 
construção e depois a venda em unidades autônomas. 
 
5o Elementos integrantes -- Unidades autônomas. 
 
6o Características -- Limitações e restrições; áreas comuns; e utilização. 
 
7o Despesas -- art. 12 da Lei n 4.591/64. 
 
8o Administração do condomínio -- art. 22 e 23 da Lei 4.591/64. 
 
9o Seguro contra incêndio -- art. 13, Lei nº 4.591/64. 
 
 
EXTINÇÃO DO CONDOMÍNIO -- Extingue-se pela destruição,desde que se os proprietários resolvam 
não reconstruí-lo, art. 17. 
 
 
DA PROPRIEDADE RESOLÚVEL 
 
 
RESOLÚVEL -- Para Clóvis Beviláqua, a propriedade resolúvel é aquela que no próprio título de sua 
constituição encerra o princípio que a tem de extinguir, realizada a condição resolutória, ou vindo 
o termo extintivo, seja por força de declaração de vontade, seja por determinação da lei. (C.C. 
Comentado, v. 3, p. 177). Trata-se de exceção ao princípio geral. Art. 1.359 
 
 
ART. 1.359 -- Resolvido o domínio pelo implemento da condição ou advento do termo, entendem-se 
resolvidos os direitos, e o proprietário pode reivindicar a coisa do poder de quem a detenha. 
 
Neste caso a condição ou termo constam do próprio título, e não representam surpresa a terceiros, 
que correm o risco de perdê-lo caso pretendam adquiri-la. Os direitos concedidos na pendência da 
condição, resolvem-se com prejuízo dos eventuais adquirentes. Ex: Pacto da retrovenda, 1.141 cc. 
Propriedade comum art. 1.139 cc. Direito de preferência e o inquilino, art. 27 e 33, da Lei nº 
8.245/91. 
 
 
O alienante só pode vender o que é seu, de que é senhor, caso venda patrimônio com domínio 
resolúvel, não poderá transferir domínio pleno. De que não possuíra titularidade. 
 
 
O adquirente de um bem sob condição ou termo não pode alegar prejuízo, se contribuiu com sus 
negligência. Ex: adquirir imóvel ou automóvel mais barato. Neste caso todos os direitos sobre a 
coisa se desfazem como se jamais existissem. 
 
EX NUNC -- De agora em diante; a partir do presente 
 
Efeitos momento; sem efeito retroativo. 
 
EX TUNC -- De então; ou desde então; com efeito retroativo. 
 
 
ART. 1.360 -- Neste caso os atos praticados anteriormente a alienação são válidos. Ex: revogação da 
doação por ingratidão do donatário, sem prejuízo de terceiros que vierem adquirir daquele, por ter 
sido ele dono da coisa. 
 
 
 
DOS DIREITOS DE VININHANÇA 
 
A coexistência de vários prédios próximos, a vizinhança, a coletividade e a disciplina urbana traduz 
parte das restrições impostas ao exercício do direito de propriedade que limita a disposição em 
função de interesses de ordem pública e privada, sendo que nestes termos os art. 1.277 A 1.281 
CCB servem de base para solução dos conflitos, em vista do uso nocivo da propriedade, eis porque 
estes conflitos decorrem da proximidade ou interferência dos prédios. 
 
 
As regras do direito de vizinhança visam harmonizar a vida em sociedade. Com isso na opinião de 
Pontes de Miranda, o legislador também, compreende o possuidor. 
 
 
Sempre que houver prejuízo haverá obrigação de indenizar, sendo a responsabilidade 
extracontratual, art. 159 cc. Caso haja má-fé, do sujeito a indenização agravar-se-á com perdas e 
danos. 
 
 
As relações de vizinhança têm natureza real, mas não são reais. Sendo necessário o conflito de 
vizinhança para que haja efeitos sobre o imóvel vizinho, incidindo em desvalorização ou risco de 
ruína. 
 
 
ação indenizatória, em caso de dano. Cabendo a prova ao requerente, art. 1.059 cc. 
 
As ações possíveis são ação cominatória de multa diária, através do rito sumaríssimo, art. 275, 632 
a 645 cpc, podendo ser ainda o rito ordinário. 
 
 
A natureza jurídica é no sentido de que o direito de vizinhança acompanha a coisa vinculada com 
que quer que se encontre. A obrigação propter rem, transmite-se ao sucessor a título particular e 
exitingue-se pelo abandono. 
 
 
 
DOS DIREITOS REAIS SOBRE COISAS ALHEIAS 
 
Não há dúvida que a propriedade é direito real mais amplo, pela possibilidade de usar, gozar e 
dispor da coisa. No entanto, outros direitos adquiriram o status de direito real, assim chamados 
obrigações com eficácia real, tais como: o direito de preferência do inquilino, do compromissório 
comprador de imóvel, com registro imobiliário. São direitos sobres coisas alheias, art. 1.225 cc. 
 
DIREITO DE SUPERFÍCIE 
O Código Civil 2002 substituiu e extinguiu a enfitense do Direito Privado10 e introduziu o direito 
superfície oneroso ou gratuito, art. 1.369 a 1.377. 
 
 
O superficiário assume a posse direta da coisa tendo o direito de plantar e edificar, não sendo este 
perpétuo. Haverá direito de preferência e pagamento se a concessão for onerosa. É de origem 
romana. 
 
 
SERVIDÃO -- É direito real constituído em favor de um prédio (dominante) sobre outro prédio (o 
serviente), pertencentes a donos diversos. A servidão predial, tem por finalidade aumentar a 
utilidade do prédio dominante e implica em restrições trazidas ao prédio serviente, art. 965 cc. 
Sendo possível sempre que se puder configurar uma serventia em benefício de um prédio em 
detrimento de outro. Não havendo necessidade de contigüidade entre os prédios dominante e 
serviente, desde que estabeleçam uma vantagem, no caso do aqueduto, que pode passar por 
muitos outros e onde só um lhe é contíguo. Ex: Servidão de passagem de iluminação, aqueduto, 
ventilação e pastagem, art. 1.378ss. 
 
 
- relação entre dois prédios de duas pessoas que sejam sujeito ativo e passivo do direito; 
 
- obrigação negativa de ônus, imposto ao dono de REQUISITOS um prédio em benefício de outro, 
que deve suportar as limitações; 
 
- a existência de donos diversos do prédio dominante e do serviente. 
 
 
Natureza jurídica - é de um direito real sobre a coisa alheia de caráter acessório, perpétuo e 
indivisível, oponível contra todos. 
 
 
 
contínuas -- quando são ininterruptas como por ex.: aqueduto, passagem de energia elétrica, 
iluminação e ventilações; 
 
descontínuas -- têm necessidade de um fato atual do sujeito para serem exercidas, ex: direito de 
 
Classificação passagem, de tirar água, de pastagem, etc. 
 
aparentes -- aquelas que revelam obras exteriores indispensáveis ao exercício, ex: estrada ou 
aqueduto; e

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