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A Lei Penal no Espaço 1

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A Lei Penal no Espaço
cynthiasuassuna@gmail.com
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O Lugar do Crime
 A determinação do lugar do crime (locus commissi delicti) é decisiva no tocante à competência penal internacional.
 Surge o problema quando o “inter” se desenrola em locais diferentes.
Ex: crime de homicídio em que os atos executórios e o resultado morte ocorrem em lugares diferentes. 
*
Exemplos (Nelson Hungria, apud Damásio)
Na fronteira Brasil-Bolívia, um cidadão brasileiro, que se encontra em território nacional, atira em outro, em solo boliviano, e este vem a falecer.
Um francês, na Argentina, envia uma carta explosiva a um brasileiro, que se encontra no Rio de Janeiro, vindo a carta a explodir e matar o brasileiro.
Um brasileiro que atravessa a fronteira Brasil-Uruguai atirando em um argentino, que vem a sofrer somente ferimentos. 
*
Princípios Dominantes
A lei penal em decorrência do princípio da soberania, vige em todo território de um Estado politicamente organizado.
Entretanto, pode acontecer que, para o combate eficaz da criminalidade, os EFEITOS DA LEI EXTRAPOLEM OS LIMITES TERRITORIAIS, para regular fatos fora da sua SOBERANIA.
*
A aplicação da lei penal no espaço é regida pelos seguintes princípios:
Princípio da territorialidade – aplica-se a lei penal brasileira a fatos puníveis praticados em território nacional,independentemente da nacionalidade do agente, da vítima ou do bem lesado.
	
art. 5º, caput, CP (territorialidade atenuada, ressalva a validade de Convenções, Tratados e regras internacionais);
Fundamento – soberania política. 
Princípios Dominantes
*
2. Princípio real, de defesa ou de proteção
Permite a extensão da jurisdição penal do Estado titular do bem jurídico lesado, para além dos limites territoriais, independentemente do local em que o crime foi praticado e da nacionalidade do agente. (Art. 7º, I CP)
Protege-se bens jurídicos fundamentais para o Estado
3. Princípio da nacionalidade ou da personalidade
Aplica-se a lei penal da nacionalidade do agente, pouco importando o local onde o crime foi praticado.(art 7o § 3ºdo CP)
Tem por objetivo impedir a impunidade de nacionais por crimes praticados em outros países, que não sejam alcançados pelo critério da territorialidade.
Princípios Dominantes
*
4. Princípio da universalidade cosmopolita
As leis penais devem ser aplicadas a todos os homens, onde quer que se encontrem. Esse princípio é característico da cooperação internacional. Permite a punição de todos os crimes, objeto de tratados e convenções internacionais. (art.7º, II,a do CP).
	- Fundamento é que o crime é um mal universal e, por isso, todos os Estados têm interesse de coibir a sua prática.
5. Princípio da Representação ou da Bandeira 
É princípio subsidiário, quando houver deficiência legislativa, aplica-se, aos delitos ocorridos em seu interior, a lei do Estado em que está registrada a embarcação ou a aeronave, ou cuja bandeira ostenta. (art. 7o, II,c do CP).
Princípios Dominantes
*
Princípios adotados pelo CP
O Código Penal adotou como regra o PRINCÍPIO DA TERRITORIALIDADE e, como exceção os seguintes princípios:
Real ou de proteção (art 7º, I e ; § 3o);
Universal ou cosmopolita (art. 7º,II,a);
Nacionalidade ativa (do autor do delito) (art. 7º,II,b);
Nacionalidade passiva (da vítima) (art 7º, § 3º );
Representação (art. 7º,II, c) 
*
Território Material
ou
Geográfico
Território Jurídico
Território
Compreende o espaço limitado por fronteiras.
Abrange todo o espaço em que o Estado exerce a sua soberania
*
 (conceito)
Território Nacional efetivo ou real – compreende a superfície terrestre (solo e subsolo), as águas territoriais (fluviais, lacustres e marítima) e o espaço aéreo correspondente. E por extensão, as embarcações e aeronaves, por força de uma ficção jurídica (BITENCOURT,2006).
Território Nacional 
*
Componentes do Território
Solo ocupado pela corporação política;
Rios lagos, lagos interiores, golfos, baías e portos;
Mar territorial – é faixa de mar exterior ao longo da costa, que se estende por 12 milhas marítimas de largura. (art.1o da Lei 8.617/93). Nesta faixa, o Brasil exerce SOBERANIA PLENA.
Zona Contígua – faixa que se estende das 12 às 24 milhas marítimas, também definida na Lei 8.617/93. Não está compreendida no território nacional. Nesta faixa o Brasil poderá tomar medidas de fiscalização a fim de evitar ou reprimir infrações às leis e aos regulamentos fiscais, aduaneiros, de imigração ou sanitários, no seu território ou mar territorial;
*
Componentes do Território
d) Zona econômica exclusiva- compreende uma faixa que se estende de 12 a 200 milhas marítimas. O Brasil tem direitos de soberania para fins de exploração e aproveitamento, conservação e gestão de recursos naturais. Também definida na Lei 8.617/93. Para efeito de aplicação da lei penal brasileira, não é considerada território nacional.
e) Espaço aéreo – “o Brasil exerce completa soberania sobre espaço aéreo acima do seu território e mar territorial”(art.11da Lei 7.565/86). Soberania é ditada por imperativos da segurança nacional.
e) Espaço cósmico- o espaço cósmico poderá ser explorado e utilizado livremente por todos os Estados, em condições de igualdade e sem discriminação, não sendo objeto de apropriação nacional por proclamação de soberania, por uso e ocupação ou por qualquer outro meio. Tratado sobre exploração e uso do espaço cósmico – 1967). 
 
*
Componentes do Território
f) Navios e aeronaves
		- Navios públicos – são navios de guerra, os em serviços militares, em serviços públicos (polícia marítima, alfândega, etc.) e aqueles que são colocados a serviço de Chefes de Estado, ou representantes diplomáticos. 
		- Navios privados – são navios mercantes e de turismo.
	Os navios públicos são considerados parte do território nacional, quer estejam em mar territorial nacional ou estrangeiro, quer se achem em alto mar.(art. 5o , § 1o, 1ª parte)
 Os navios privados – quando em alto mar, seguem a lei da bandeira que ostentam. Quando em portos estrangeiros ou em mares territoriais estrangeiros, seguem as leis do país em que se encontram. (art. 5o § 1o, 2ª parte)
Obs: os navios estrangeiros, em águas territoriais brasileiras, desde que públicos, NÃO são considerados parte do nosso território. 
		
*
Resumo
Aeronaves e embarcações estrangeiras públicas, ou a serviço de governos estrangeiros, quando em repouso ou ancoradas em território brasileiro ou em mar territorial ou espaço aéreo nacional, são consideradas TERRITÓRIO ESTRANGEIRO.
Havendo crime, no interior de embarcações ou aeronaves estrangeiras privadas, quando em território brasileiro, ou no espaço aéreo ou no mar territorial, aplicar-se-á a lei brasileira. 
*
Teorias
Teoria da Atividade – é considerado o lugar do crime aquele em que o agente desenvolveu a atividade criminosa.
Teoria do Resultado – também conhecida como teoria do efeito ou do evento, locus delicti é o lugar da produção do resultado; 
Teoria da ubiqüidade – teoria mista ou da unidade, lugar do crime é aquele em que se realizou qualquer dos momentos do inter, seja da prática dos atos executórios, seja da consumação. É a teoria dominante da doutrina e das legislações penais. 
Obs: O Código Penal brasileiro adotou esta teoria.
*
Extraterriorialidade
Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: 
I - os crimes: 
a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República;
b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público;
c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço;
d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil;
II - os crimes: 
a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir;
b) praticados por brasileiro;
c) praticados em aeronaves ouembarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados.
*
Hipóteses de Extraterritorialidade
Extraterritorialidade Incondicionada
Extraterritorialidade Condicionada
*
Extraterritorialidade Incondicionada
Art. 7º ,I do CP;
Hipótese – crime praticado fora do território nacional.
Obs: mesmo que o agente tenha sido julgado no estrangeiro.
Fundamento – Princípio da defesa (art.7º ,I,a,b e c do CP) e Princípio da universalidade (art.7º ,I do CP);
A importância do BEM JURÍDICO objeto da proteção penal JUSTIFICA A INCONDICIONAL APLICAÇÃO DA LEI BRASILEIRA.
O Poder Judiciário brasileiro é exercido independentemente da concordância do país onde o crime ocorreu;
Também é desnecessária a presença do agente no território brasileiro;
O agente é punido segundo a lei brasileira, ainda que absolvido ou condenado no estrangeiro (BIS IN IDEM);
A pena pode ser compensada (desconta-se a pena cumprida no exterior).
*
Extraterritorialidade Condicionada
Aplica-se a lei brasileira quando satisfeitos certos requisitos;
Art.7º ,II §§ 2º e 3º do CP;
Fundamento: Princípios da universalidade, da personalidade, da bandeira e da defesa.
Hipóteses: referem-se a crimes que:
Por tratado ou convenção o Brasil obrigou-se a reprimir;
Praticados por brasileiros;
Praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em território estrangeiro, e aí não julgados
Praticados por estrangeiros contra brasileiro fora do Brasil. 
*
A LEI BRASILEIRA SERÁ APLICADA
 
Hipótese – refere-se à cooperação internacional que deve existir para prevenção de crimes. Tratados e convenções homologados pelo Senado – têm status de legislação interna e têm aplicação obrigatória;
Ex: Convenção das Nações Unidas contra o Crime Organizado Transnacional Relativo à Prevenção, Repressão e Punição do Tráfico de Pessoas, em especial mulheres e Crianças. D-005.017-2004;
2. Hipótese crimes praticados por brasileiros no exterior – princípio da nacionalidade – o Estado tem o direito de exigir que seu nacional tenha comportamento de acordo com o seu ordenamento jurídico.
Extraterritorialidade Condicionada 
*
 3. Praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em território estrangeiro, e aí não julgados (art. 7º ,c)
O agente está sujeito à soberania do Estado em que o crime foi praticado, ENTRETANTO, se o Estado não aplicar sua lei – é NECESSÁRIO QUE O BRASIL O FAÇA PARA EVITAR IPUNIDADE.
Fundamento: Princípio da representação (aplica-se subsidiariamente, na lacuna ou no desinteresse de quem deveria punir) Representação (art. 7º,II, c). 
Praticados por estrangeiros contra brasileiro fora do Brasil.
Deve-se reunir ainda as seguintes condições: a) não tiver sido pedida ou tiver sido negada a extradição. b) Houver requisição do Ministro da Justiça. 
Extraterritorialidade Condicionada 
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Condições de aplicabilidade da lei brasileira
art.7, § 2º 
Entrar o agente no território nacional (por livre vontade ou por extradição);
O fato também ser punível no país que foi praticado;
Estar o crime incluído entre aqueles que a lei autoriza extradição
O agente não ter sido absolvido no exterior ou não ter cumprido pena. Caso contrário a lei brasileira NÃO poderá ser aplicada;
Não ter sido perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta a punibilidade.
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Extradição
É instrumento jurídico pelo qual um país envia uma pessoa que se encontra em seu território a outro Estado soberano, a fim de que neste seja julgada ou receba a imposição de uma pena já aplicada.
Princípio da não-extradição de nacionais – nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum praticado antes da naturalização ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes (CF, art. 5º ,LI)
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Extradição
Conceito:
	Ato pelo qual um estado entrega um indivíduo acusado de fato delituoso ou já condenado como criminoso á justiça de outro estado, competente para julgá-lo e puní-lo” (ACCIOLY, Hildebrando). 
Espécies de Extradição
Ativa – em relação ao Estado que a reclama;
Passiva – em relação ao Estado que a concede;
Voluntária – quando há anuência do extraditado
Imposta – quando há oposição do extraditado;
Reextradição – ocorre quando um Estado que obteve a extradição torna-se requerido por um outro Estado, que solicita a entrega da pessoa extraditada.
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Fontes Legislativas
Lei n. 6.815/90 (Estatuto do Estrangeiro)
Decreto n. 86.715/81
Art.22,XV CF
Princípio da Reciprocidade – dispensa a existência de leis ou tratados para viabilizar a extradição.
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Princípios e condições da extradição
A extradição é condicionada a princípios e condições. Seus princípios informadores são:
I – Quanto ao delito:
Princípio da Legalidade – (art. 91 da Lei n. 6.815/80) não haverá extradição se o crime imputado ao extraditado NÃO ESTIVER ESPECIFICADO EM TRATADOS OU CONVENÇÕES INTERNACIONAIS. (ESTE PRINCÍPIO ENCONTRA-SE MITIGADO PELO PRINCÍPIO DA RECIPROCIDADE);
Princípio da especialidade – o extraditado NÃO poderá ser JULGADO por fato diverso do que motivou sua extradição.
Princípio da Identidade da Norma – (art.77,II EE) o fato que origina o pedido de extradição, deve constituir-se crime também no país no qual a extradição foi solicitada.
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Princípios e condições da extradição
II – Quanto ao à pena e à ação penal:
Princípio da comutação – (art 91,III, do EE) – a extradição concedida pelo Brasil é CONDICIONADA à não aplicação da pena de morte, prisão perpétua ou pena corporal. Se o país que a requerer tiver estas penas, terá que COMUTÁ-LAS em pena privativa de liberdade.
Princípio da Jurisdicionalidade – (art. 77,VIII, do EE) pretende impedir que o extraditado seja julgado por tribunal de exceção.
Princípio “non bis in idem” – 
Princípio da reciprocidade – convém aos dois Estado: de um lado porque o delito deve ser punido no local onde foi praticado e de outro porque expulsa delinqüente de seu território.
OBS: as condições para a concessão de extradição vêm descritas nas arts.77 (negativas) e 78 (positivas) do EE.
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