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Aula 00 - Contabilidade Geral

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Contabilidade Geral e Avançada para Auditor Fiscal da Receita Federal 
do Brasil - Teoria e Exercícios 
Professor Marcelo Seco 
Prof. Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br 1
Bem vindos!!! 
Alunas e alunos do Ponto, olá! 
É com muito prazer que passo a acompanhá-los em sua preparação para a 
obtenção de uma das vagas para cargo de Auditor Fiscal da Receita 
Federal do Brasil – AFRFB. 
Sou Marcelo Gonçalves Seco, e vamos tratar nas próximas aulas do conteúdo 
programático de Contabilidade Geral e Avançada previsto para a nossa prova, 
com base no último edital. 
Muito cedo para começar? Não, meus caros!!! Estamos no momento ideal para 
uma ótima preparação. 
Antes, algumas palavras sobre mim: sou Paulistano, graduado em Sistemas de 
Informação e pós-graduado em Engenharia de Software. Minha experiência no 
mundo dos concursos começou em 1992, ano em que fui aprovado em 
concursos para a Sabesp (Analista de Sistemas), Cetesb (Analista 
Administrativo) e Comgás (Analista Financeiro). Na época, embora tivesse 
passado em primeiro lugar na Comgás, acabei optando pela Sabesp, onde 
trabalhei por alguns anos. Em determinado momento resolvi sair da Sabesp 
para a iniciativa privada (sim, isso acontece, meus caros). Em meus anos no 
setor privado ocupei os cargos de Diretor Administrativo e Diretor Financeiro, o 
que me proporcionou adquirir um vasto leque de conhecimentos. 
Em janeiro de 2009 retomei a vida de concurseiro e, tendo sido aprovado no 
primeiro concurso para APOFP da Sefaz-SP, voltei ao serviço público. Em 2012 
fui aprovado no concurso para AFTM do Município de São Paulo, cargo que 
exerci até há pouco tempo. Atualmente sou Agente Fiscal de Rendas na Sefaz-
SP, cargo para o qual obtive aprovação no último certame. 
Nos últimos quatro anos tenho estado imerso nesse mundo e angariei 
conhecimento sobre as matérias que precisamos estudar e também sobre a 
forma correta de nos prepararmos para as provas. É esse conhecimento, 
associado à minha experiência como professor e instrutor em diversos cursos e 
palestras, que pretendo dividir com vocês. 
Contabilidade Geral e Avançada para Auditor Fiscal da Receita Federal 
do Brasil - Teoria e Exercícios 
Professor Marcelo Seco 
Prof. Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br 2
Nosso curso 
Muito bem! Tradicionalmente a banca para esse concurso é a nossa querida 
Esaf. Posso dizer-lhes que adoro essa banca. Provavelmente teremos uma boa 
quantidade de vagas e, embora tenhamos um bom período para que nos 
preparemos, não temos tempo a perder! 
Teremos que trabalhar arduamente. Nosso objetivo não será obter o mínimo, 
mas garantir a maioria dos pontos em contabilidade na prova objetiva, 
e para isso é que trabalharei com vocês. 
Vamos lá! Vasculhei todas as provas de contabilidade da Esaf realizadas entre 
2010 e 2013, e vou resolver com vocês todas essas questões (desde que se 
refiram ao conteúdo exigido, é claro). Optei por deixar de lado provas 
anteriores a 2010, para ficarmos atualizados com as tendências do 
examinador, mas se necessário utilizarei algumas questões mais velhas, 
sempre com o cuidado de não inserir material obsoleto. 
Então só resolveremos questões da Esaf? Não meus caros!!! Em alguns 
momentos teremos que trabalhar questões de outras bancas, para fixar o 
conteúdo, mas a quantidade de questões da Esaf que faremos já será 
suficiente para vocês se adequarem ao estilo e ao nível de dificuldade imposto 
pelos examinadores da banca. 
Cada uma de nossas aulas terá uma parte inicial teórica, na qual abordaremos 
os aspectos essenciais relacionados ao tema. Após isso, apresentarei um bloco 
de questões resolvidas sobre o assunto. No final de cada aula existirá a lista 
das questões utilizadas. O texto teórico e a resolução das questões terão 
sempre um tamanho equilibrado, o que lhes permitirá assimilar o conteúdo 
com tranquilidade. 
Na última aula eu disponibilizarei um resumo com dicas e observações que 
julgo importantes sobre os temas mais explorados pela banca, material que 
deve ser carregado no seu bolso na reta final para a prova, para ser lido várias 
vezes. 
Meus caros, nas duas últimas semanas que precedem a prova vocês devem ter 
um material pronto para ser usado na revisão. Durante as aulas anotem os 
pontos em que sentiram maior dificuldade, isso fará parte do seu caderno de 
reta final. 
Contabilidade Geral e Avançada para Auditor Fiscal da Receita Federal 
do Brasil - Teoria e Exercícios 
Professor Marcelo Seco 
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Quero que façam o seguinte: nas duas últimas semanas vocês vão estudar 
seus resumos duas vezes (uma vez em cada semana) isso será essencial. 
Para tanto, devem começar a se organizar desde já, em todas as matérias. 
Ao final do curso eu pretendo que vocês estejam prontos e seguros para 
DESTRUIR a sabatina de contabilidade da Esaf. 
Deixo com vocês, para reflexão, uma frase de André Gide, sobre a importância 
de não procrastinar. Ao lado dela, uma figura que é a personalização da 
obstinação: o Fidalgo Dom Quixote, do mestre Cervantes. 
 
 
 
Se não fizeres isto, quem o fará? Se não o fazes 
logo, quando será? 
 
 
Meus caros, a obstinação deve estar ao lado de vocês nos próximos meses, 
pois a hora é agora!!! 
 
 
 
 
 
 
Anotem meu email: marcelo.seco@pontodosconcursos.com.br 
 
Contabilidade Geral e Avançada para Auditor Fiscal da Receita Federal 
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Nossas aulas 
 
Aula Conteúdo 
00 
Estrutura Conceitual para Elaboração e Divulgação de Relatório 
Contábil-Financeiro aprovado pelo Conselho Federal de 
Contabilidade (CFC). 
01 
Fatos contábeis e respectivas variações patrimoniais. Princípios de 
Contabilidade. Regime de caixa e Competência Despesas 
antecipadas, receitas antecipadas. Alterações na lei 6404/76. 
Tratamento dos saldos existentes do ativo diferido e das Reservas 
de Reavaliação. 
02 
Patrimônio: componentes patrimoniais, ativo, passivo e situação 
líquida. Equação fundamental do patrimônio. Sistema de contas, 
contas patrimoniais e de resultado. Plano de contas. Balancete de 
verificação: conceito, forma, apresentação, finalidade, elaboração. 
Escrituração: conceito e métodos; partidas dobradas; lançamento 
contábil – rotina, fórmulas; processos de escrituração. 
03 Avaliação de Ativos e Passivos. CPC 12 – Ajuste a valor presente. 
CPC 46 – Valor Justo. 
04 
Ativos: estrutura, grupamentos e classificações, conceitos, 
processos de avaliação, registros contábeis e evidenciações. 
Passivos: conceitos, estrutura e classificação, conteúdo das 
contas, processos de avaliação, registros contábeis e 
evidenciações. Mensuração, registro contábil, reversão. CPC 01 - 
Redução do valor recuperável de ativos. 
05 
Tratamento das Participações Societárias, conceito de coligadas e 
controladas, definição de influência significativa, métodos de 
avaliação, cálculos, apuração do resultado de equivalência 
patrimonial, tratamento dos lucros não realizados, recebimento de 
lucros ou dividendos de coligadas e controladas, contabilização. 
Apuração e tratamento contábil da mais valia, do goodwill e do 
deságio: cálculos, amortizações e forma de evidenciação. 
06 
Operações com mercadorias, fatores que alteram valores de 
compra e venda, forma de registro e apuração do custo das 
mercadorias ou dos serviços vendidos. Estoques, inventários, 
tributos recuperáveis. CPC 16 Estoques - CFC 1273/10. 
07 
Apuração do Resultado, incorporação e distribuição do resultado, 
compensação de prejuízos, tratamento dos dividendos e juros 
sobre capital próprio, transferênciado lucro líquido para reservas, 
forma de cálculo, utilização e reversão de Reservas. 
Demonstrações Contábeis, obrigatoriedade de apresentação e 
elaboração de acordo com a Lei n. 6.404/76 e suas alterações e as 
Normas Brasileiras de Contabilidade atualizadas. CPC 26 – 
Apresentação das Demonstrações Contábeis. Balanço Patrimonial: 
obrigatoriedade, apresentação; conteúdo dos grupos e subgrupos. 
Patrimônio líquido: capital social, adiantamentos para aumento de 
capital, ajustes de avaliação patrimonial, ações em tesouraria, 
prejuízos acumulados, reservas de capital e de lucros, cálculos, 
constituição, utilização, reversão, registros contábeis e formas de 
evidenciação. 
Contabilidade Geral e Avançada para Auditor Fiscal da Receita Federal 
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08 
Demonstração do Resultado do Exercício, estrutura, evidenciação, 
características e elaboração. Apuração da receita líquida, do lucro 
bruto e do resultado do exercício, antes e depois da provisão para 
o Imposto sobre Renda, contribuição social e participações. 
Demonstração do Resultado Abrangente, conceito, conteúdo e 
forma de apresentação. Demonstração de Mutações do Patrimônio 
Líquido, forma de apresentação e conteúdo. 
09 
Demonstração do Fluxo de Caixa: obrigatoriedade de 
apresentação, métodos de elaboração e forma de apresentação. 
Demonstração do Valor Adicionado – DVA: conceito, forma de 
apresentação e elaboração. Notas explicativas 
10 
Tratamento das Participações Societárias – Consolidação das 
demonstrações. 
11 
CPC 27 Imobilizado. Tratamentos de Reparo e conservação de 
bens do ativo, gastos de capital versus gastos do período. Ganhos 
ou perdas de capital: alienação e baixa de itens do ativo. 
Tratamento da depreciação, amortização e exaustão, conceitos, 
determinação da vida útil, forma de cálculo e registros. 
12 
Operações de Duplicatas descontadas, cálculos e registros 
contábeis. Operações financeiras ativas e passivas, tratamento 
contábil e cálculo das variações monetárias, das receitas e 
despesas financeiras, empréstimos e financiamentos: apropriação 
de principal, juros transcorridos e a transcorrer. 
13 
Tratamento de operações de arrendamento mercantil. Ativo Não 
Circulante Mantido para Venda, Operação Descontinuada e 
Propriedade para Investimento, conceitos e tratamento contábil. 
Ativos Intangíveis, conceito, apropriação, forma de avaliação e 
registros contábeis. CPC 06 Arrendamento Mercantil. CPC 28 
Investimentos. CPC 04 Intangível. 
14 
Debêntures, conceito, avaliação e tratamento contábil. 
Tratamento das partes beneficiárias. CPC 08 Custos de Transação 
e Prêmios. 
15 
Provisões Ativas e Passivas, tratamento das Contingências Ativas 
e Passivas. Políticas Contábeis, Mudança de Estimativa e 
Retificação de Erro. Folha de pagamentos: elaboração e 
contabilização. Passivo atuarial, depósitos judiciais, definições, 
cálculo e forma de contabilização. CPC 23 Omissões e erros. 
16 
39. Análise das Demonstrações. Análise horizontal e indicadores 
de evolução. Índices e quocientes financeiros de estrutura e 
econômicos. 
17 Rumo ao dia da Prova: Resumo com os principais itens do edital. 
 
Contabilidade Geral e Avançada para Auditor Fiscal da Receita Federal 
do Brasil - Teoria e Exercícios 
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Índice 
Apresentação 1 
1 - Considerações Iniciais 7 
2 - Demonstrações Contábeis e seus Usuários 9 
3 - Finalidades do CPC 00 10 
4 - Relatório Contábil-Financeiro de Propósito Geral (DCs) 11 
5 - Recursos Econômicos e Reivindicações da Entidade 12 
6 - Estrutura Conceitual das Demonstrações Contábeis 20 
7 - Mensuração dos elementos Demonstrações Contábeis 30 
8 - Conceitos de capital 31 
Resumo 34 
Exercícios Resolvidos 39 
Lista das Questões Apresentadas 61 
Gabarito 72 
 
Contabilidade Geral e Avançada para Auditor Fiscal da Receita Federal 
do Brasil - Teoria e Exercícios 
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CPC 00 – Estrutura Conceitual 
 
1 - Considerações Iniciais 
Sempre que possível manterei fragmentos de texto do próprio CPC, isso 
ajudará na resolução de questões que cobrem a literalidade. Contudo, para 
simplificar o texto e tornar a leitura mais leve, durante a aula vou utilizar 
alguns termos reduzidos. Sempre que tiver dúvida, volte a esse ponto e reveja 
as definições. 
Usaremos: 
� Demonstrações contábeis, relatórios ou simplesmente DCs, como 
sinônimo de “relatórios contábil-financeiros de propósito geral”. 
� Informação, como “informação contábil-financeira de propósito 
geral”. É importante você ter em mente que a contabilidade não trata 
apenas de coisas contábeis, mas sim de contábeis e financeiras. 
� CPC 00, para designar a “Estrutura Conceitual Para Elaboração e 
Divulgação de Relatório Contábil-Financeiro”. 
� Entidade, no lugar de “entidade que reporta a informação” (ou 
reporting entity, termo também citado no CPC). Ou seja, a empresa que 
está preparando a demonstração. 
� Administração referindo-se tanto à “diretoria executiva quanto ao 
conselho de administração ou órgãos similares”. 
� Características qualitativas se referindo a “características qualitativas 
da informação contábil-financeira útil.” 
� Restrições no lugar de “restrições da informação contábil-financeira 
útil”. 
Comecemos com alguns alertas dados pelo próprio CFC sobre o que considera 
elementos básicos para essa nova estrutura conceitual. No decorrer da aula 
passaremos novamente por esses conceitos, mas você deve ter bem claro que 
essas são premissas do processo de elaboração e divulgação de 
demonstrações contábeis e, como foram destacadas pelo CFC, podem ser 
visadas pelo examinador. 
 
1.1 - Os relatórios contábil-financeiros (DCs) se destinam primariamente aos 
seguintes usuários externos, sem hierarquia de prioridade: 
� Investidores 
� Financiadores 
� Outros credores 
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Note que embora existam destinatários primários, eles não são os únicos, 
pois as DCs se destinam a usuários externos em geral, como veremos 
oportunamente. 
1.2 - Não existe possibilidade de postergação de divulgação de 
informações. Prover prontamente informação fidedigna e relevante pode 
melhorar a confiança do usuário e promover a estabilidade econômica. 
1.3 - As características qualitativas da informação contábil-financeira são 
divididas em dois grupos: 
� Qualitativas Fundamentais (RRF) 
 Relevância (materialidade) 
 Representação Fidedigna (neutralidade) 
� Qualitativas de Melhoria (CCVT) 
 Comparabilidade 
 Compreensibilidade 
 Verificabilidade 
 Tempestividade 
1.4 - Confiabilidade não é mais considerada uma característica 
qualitativa, tendo sido englobada pela representação fidedigna. 
1.5 – Prevalência da essência sobre a forma não é uma característica. 
Trata-se de um princípio cujo atendimento deve ser perseguido pelo mundo 
contábil. A observância da essência sobre a forma nunca deve ser abandonada, 
pois resulta em uma informação que representa de maneira fidedigna a 
substância econômica do evento. 
 
A prevalência da essência sobre a forma é princípio 
basilar das regras internacionais de contabilidade, e foi 
adotada pelo Brasil. Significa abandonar, quando 
necessário, a forma legal do evento, e retratar a sua 
essência econômica de forma pura. 
 
1.6 – Prudência não é uma característica. Não deve ser consideradacomo 
um aspecto da representação fidedigna por ser incompatível com a 
neutralidade. 
Então acabou a Prudência na contabilidade? NÃO!!! 
 
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A prudência continua sendo um Princípio de 
Contabilidade, obrigatório segundo as Normas 
Brasileiras. Porém, sua utilização é restrita aos casos 
em que existe incerteza sobre a quantificação de 
valores e deve ser utilizado sempre buscando a 
neutralidade da informação. 
 
Relembremos o texto que define o Princípio da Prudência: 
“Art. 10. O Princípio da PRUDÊNCIA determina a adoção do menor valor 
para os componentes do ATIVO e do maior para os do PASSIVO, sempre 
que se apresentem alternativas igualmente válidas para a 
quantificação das mutações patrimoniais que alterem o patrimônio líquido. 
Parágrafo único. O Princípio da Prudência pressupõe o emprego de certo 
grau de precaução no exercício dos julgamentos necessários às 
estimativas em certas condições de incerteza, no sentido de que ativos 
e receitas não sejam superestimados e que passivos e despesas não 
sejam subestimados, atribuindo maior confiabilidade ao processo de 
mensuração e apresentação dos componentes patrimoniais”. 
 
2 - Demonstrações Contábeis e seus Usuários 
O CPC 00 tem como finalidade ditar o regramento básico a ser observado na 
elaboração das demonstrações. As DCs são elaboradas para usuários 
externos em geral, com finalidades distintas e necessidades diversas. 
O objetivo das DCs é fornecer informações que sejam úteis na tomada de 
decisões econômicas e avaliações diversas por parte dos usuários em geral, 
sem atender a nenhuma necessidade específica. 
As bancas adoram afirmar que as DCs se destinam aos usuários internos ou 
que as autoridades tributárias podem determinar que as demonstrações sejam 
feitas da maneira x ou y. Isso está errado. 
 
Com relação a esse ponto, quero que vocês levem para 
a prova duas informações preciosas sobre as DCs: 
São feitas para usuários externos; 
Não são feitas para atender necessidade específica de 
nenhum grupo; 
 
 
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Caros, pensem no seguinte: 
Os usuários internos da entidade podem, sim, usar as DCs. Mas eles precisam 
delas? Claro que não! Eles têm acesso privilegiado a todas as informações que 
são utilizadas na elaboração das DCs, e podem fazer os relatórios que 
quiserem com elas. Por isso, não é aos usuários internos que as DCs se 
destinam. 
Governos, órgãos reguladores ou autoridades tributárias, podem determinar 
exigências para atender a seus próprios interesses? Claro que podem! 
Mas essas exigências devem ser atendidas em relatórios separados, pois não 
podem afetar as demonstrações contábeis, que devem ser elaboradas 
segundo os ditames do CPC 00. 
Usuários das DCs utilizam-nas para tomar decisões referentes, por 
exemplo, a: 
� Decidir quando comprar, manter ou vender instrumentos patrimoniais; 
� Avaliar a administração da entidade; 
� Avaliar a capacidade de a entidade pagar seus empregados e 
proporcionar-lhes benefícios; 
� Avaliar a segurança quanto à recuperação dos recursos financeiros 
emprestados à entidade; 
� Determinar políticas tributárias; 
� Determinar a distribuição de lucros e dividendos; 
� Elaborar e usar estatísticas da renda nacional; 
� Regulamentar as atividades das entidades. 
 
O CPC 00 foi desenvolvido de forma a ser aplicável a vários modelos contábeis 
e conceitos de capital e sua manutenção. Veremos adiante o que são esses 
conceitos, por hora, preocupe-se em fixar a ideia de que este CPC não trata 
de conceitos que sejam aplicáveis a um único modelo. 
3 - Finalidades do CPC 00 
� dar suporte ao desenvolvimento de novas normas (quando eu 
disser normas, entendam normas, interpretações e comunicados 
técnicos) e à revisão dos já existentes, quando necessário; 
� dar suporte à padronização de normas e procedimentos relacionados à 
apresentação das demonstrações contábeis; 
� dar suporte aos órgãos reguladores nacionais; 
� auxiliar elaboradores das demonstrações contábeis na aplicação das 
normas; 
� auxiliar os auditores independentes a formar sua opinião; 
� auxiliar os usuários na interpretação de informações contidas nas 
DCs; 
� proporcionar informações sobre o enfoque adotado na formulação 
das normas. 
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Importante: 
O CPC 00 não é uma norma. Não define normas ou procedimentos para 
qualquer questão particular de mensuração ou divulgação. Nada na Estrutura 
Conceitual substitui qualquer norma, interpretação ou comunicado técnico. 
Como assim Professor? Não é uma norma? 
É isso mesmo! Essa é uma orientação do próprio comitê. O CPC 00 não é uma 
norma que tenha precedência sobre outras normas, ele apenas define 
conceitos, que devem ser obrigatoriamente observados. Mas, em caso de 
conflitos entre o CPC 00 e qualquer outra norma, interpretação ou 
comunicado, devem prevalecer estes últimos. 
4 - Relatório Contábil-Financeiro de Propósito Geral (DCs) 
O objetivo de um relatório contábil-financeiro (demonstração contábil) é 
fornecer informações sobre a entidade. Essas informações devem ser úteis 
para investidores existentes e em potencial, a credores por 
empréstimos e a outros credores, quando da tomada decisão ligada ao 
fornecimento de recursos para a entidade. 
Aqui temos que fazer uma pausa para deixar claro esse aspecto dos usuários. 
As DCs são destinadas a usuários externos em geral, como já vimos: 
investidores, governo, acionistas, empregados e outros. Porém, o CPC deixa 
claro que três grupos de usuários devem ser olhados com mais cuidado pela 
entidade, os quais são chamados de usuários primários, são eles: 
� Investidores (atuais e potenciais); 
� Credores por empréstimo (Financiadores); 
� Outros credores 
 
Qual é o porquê dessa orientação? 
Ora, está claro que são esses os grupos que injetam dinheiro na 
empresa, e é para eles que tem que ser preparado um bom conjunto de 
informações. Esses usuários só investirão na entidade se tiverem certeza de 
que ela poderá garantir a integridade de seus capitais. 
 
Usuários primários, são eles: 
Investidores (atuais e potenciais); 
Credores por empréstimo (Financiadores); 
Outros credores 
 
 
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Atentemos para mais algumas observações interessantes sobre os relatórios 
que o examinador pode abordar: 
Os relatórios (DCs) não atendem a todas as informações de que os 
usuários necessitam. É necessário que os usuários considerem informação 
de outras fontes para completar a formação de suas opiniões. 
Os relatórios não são elaborados para se chegar ao valor da entidade. 
Apenas fornecem informação para ajudar os usuários primários a estimarem o 
valor da entidade que reporta. 
O intuito das normas contidas nos CPCs é proporcionar um conjunto de 
informações que atenda às necessidades do número máximo de usuários 
primários. Contudo, nada impede que a entidade preste informações 
adicionais. 
A administração da entidade não é considerada um usuário externo. 
Trata-se de usuários internos que não precisam apoiar-se nos relatórios, pois 
podem obter a informação internamente. 
Então a administração não pode usar as DCs? 
Claroque pode!!! Só que ela tem condições de obter qualquer outro tipo de 
relatório. 
Em grande parte, as informações contidas nos relatórios são baseadas 
em estimativas, julgamentos e modelos e não em descrições ou retratos 
exatos. O CPC 00 estabelece os conceitos que devem ser utilizados na 
realização dessas estimativas e modelos. 
5 - Recursos Econômicos e Reivindicações da Entidade que Reporta 
Não se assuste com essa nomenclatura. Vamos mantê-la para que você se 
acostume aos conceitos do CPC, mas basicamente ela se refere ao seguinte: 
� Recursos econômicos – Ativo 
� Reivindicações contra a entidade - Passivo 
Relatórios fornecem informação acerca da posição patrimonial e financeira da 
entidade, ou seja, sobre os recursos econômicos e reivindicações. Também 
fornecem informação sobre os efeitos de transações e outros eventos que 
alteram essa posição. 
 
Recursos + Reivindicações = Posição 
Posição + Transações = Nova Posição 
Uma posição é avaliada quanto ao seu retorno e 
liquidez, representando fraqueza ou vigor financeiro 
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5.1 - Mudanças nos Recursos Econômicos e Reivindicações 
Mudanças nos recursos econômicos e reivindicações da entidade resultam 
da performance financeira e de outros eventos ou transações, como, por 
exemplo, a emissão de títulos de dívida ou de títulos patrimoniais. 
Informações sobre a performance financeira auxiliam os usuários a 
compreender o retorno que a entidade produz sobre os seus recursos 
econômicos. Podem também ajudar a avaliar o quão diligente a 
administração tem sido no desempenho de suas responsabilidades e são do 
mesmo modo úteis para predição de retornos futuros. 
Os recursos e reivindicações podem mudar por outras razões que não 
sejam resultantes de sua performance, como é o caso da emissão de 
ações. Essas informações também devem ser consideradas pelos usuários. 
Muito bem. Que história é essa de mudança nos recursos, retorno, diligência 
da administração? 
É simples, caros alunos. Os usuários primários, aqueles que colocam seu 
dinheiro na entidade, estão interessados em saber se aquele investimento 
está sendo bem administrado e está dando lucro, e se vai continuar 
assim no futuro. 
5.2 – Avaliação da Performance da Entidade (Resultado ou Retorno) 
Este tópico procura tratar de questões relativas à forma como os investidores e 
credores devem analisar o desempenho da empresa. Embora seja menos 
visado, creio que é recomendável dispensar alguns minutos em seu estudo. 
Neste ponto de sua preparação você já deve entender o que é o regime de 
competência e saber que ele é o regime adotado pela contabilidade nacional. 
 
O CPC deixa claro que o regime de competência é o que 
retrata com propriedade os efeitos de transações e 
outros eventos sobre os recursos e reivindicações da 
entidade. 
 
Segundo o texto, o regime de competência, fornece melhor base de 
avaliação da performance passada e futura da entidade do que a informação 
puramente baseada em entradas e saídas de caixa. 
Em determinado momento o regime de competência é tratado pelo nome de 
“accruals”. Não se preocupe com esse nome. Apenas saiba que a banca pode 
vir a usá-lo como sinônimo de regime de competência, embora não seja 
essa a exata definição do termo. 
Contabilidade Geral e Avançada para Auditor Fiscal da Receita Federal 
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A entidade deve ser avaliada pelos usuários em função da sua capacidade de 
gerar fluxos de caixa por meio de suas operações e não pela obtenção de 
recursos adicionais de investidores e credores. Deve-se também considerar o 
cenário econômico em que a entidade está inserida 
Informações sobre os fluxos de caixa durante um período também ajudam os 
usuários a avaliar a capacidade de geração de fluxos futuros. 
5.3 - A Entidade que Reporta a Informação 
Este capítulo está previsto, mas ainda não existe no CPC. O texto deixa claro 
que as normas internacionais estão em constante processo de aprimoramento, 
e que os CPCs serão adequados à medida que essas normas forem sendo 
editadas. 
 
5.4 - Informação Contábil-Financeira Útil 
A informação deve ser útil para os usuários, e deve basear-se em 
fenômenos econômicos (recursos, reivindicações, transações, eventos). 
Alguns relatórios podem também incluir expectativas e estratégias da 
administração (forward-looking information). A tarefa de avaliar informações 
futuras pode incluir variáveis e custos diversos dos que se aplicam ao 
tratamento da informação passada. 
Durante o processo de elaboração das demonstrações devem ser aplicadas, às 
informações, as características qualitativas e avaliada a restrição 
referente ao custo de gerar tais informações. 
Para ser considerada útil, a informação deve possuir as características 
fundamentais de relevância e de representação fidedigna. Veremos à 
frente o que são esses conceitos. Por hora, guardemos essa condição e 
fixemos que essa utilidade deve ser para o usuário. 
Não basta ter apenas uma das características fundamentais, mesmo que 
associada a outras. A utilidade da informação requer obrigatoriamente 
relevância e representação fidedigna. A presença das demais 
características pode melhorar a utilidade da informação, mas não tem o poder 
de torná-la útil se uma das duas fundamentais estiver ausente. 
 
5.5 - Características qualitativas fundamentais 
Gosto de usar o mnemônico RRF para as características fundamentais. Se 
vocês se sentirem confortáveis com o uso de mnemônicos, experimentem. 
Digo isso porque se trata de um recurso que deve ser utilizado com cuidado. 
Não adianta, caro aluno, criar uma infinidade de siglas mnemônicas e perder-
se no meio delas. O melhor, sempre, é entender o conceito! Feito isso, alguns 
recursos de memorização podem, sim, ser úteis. Vamos em frente. 
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RRF 
Para ser considerada útil, a informação deve possuir as 
características fundamentais de relevância e de 
representação fidedigna. E somente a existência 
simultânea dessas duas características é que permite 
que se considere útil uma informação. 
 
5.5.1 - Relevância 
Informação relevante é aquela capaz de fazer diferença nas decisões dos 
usuários. Essa capacidade de fazer diferença em uma decisão independe de 
que o usuário decida ou não levar em consideração a informação e independe, 
também, de o usuário já conhecê-la por outras fontes. 
Em suma, a entidade deve avaliar se a informação é relevante. O que o 
usuário vai fazer com ela não deve ser considerado. 
Para ser capaz de fazer diferença nas decisões, a informação deve ter valor 
preditivo, valor confirmatório ou ambos. 
� Valor preditivo: possibilidade de ser utilizada pelos usuários para 
predizer futuros resultados. 
� Valor confirmatório: possibilidade de retroalimentar avaliações 
prévias (confirmá-las ou alterá-las). 
Os conceitos de preditivo e confirmatório são avaliados pela ótica do 
usuário. É ele quem vai usar a informação em suas previsões e confirmações, 
e não a entidade. 
O usuário emprega uma informação de valor preditivo para fazer uma 
estimativa futura. Chegado esse termo futuro, utiliza a informação 
confirmatória para verificar se sua previsão estava correta. 
 
Materialidade 
Alunos, a materialidade não é uma característica fundamental, mas sim 
um aspecto da relevância. A informação é material se a sua omissão ou 
sua divulgação distorcida puder influenciar decisões.A materialidade é um conceito baseado na natureza e na magnitude dos 
valores no contexto de uma entidade em particular. Não se pode especificar 
um limite quantitativo uniforme para materialidade ou predeterminar o que 
seria julgado material para uma situação particular. 
Resumindo: o que é material para uma entidade pode não ser para 
outra. Uma diferença de caixa de 100 reais pode ser relevante para uma 
pequena mercearia, mas torna-se irrisória para uma grande rede de varejo. 
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5.5.2 - Representação Fidedigna 
A representação fidedigna precisa ter três atributos, que devem ser 
maximizados o quanto possível. A confiabilidade, que não é mais considerada 
característica da informação, encontra-se agora, indiretamente, 
contemplada pela representação fidedigna. A primazia da essência sobre 
a forma também é aspecto inerente à representação fidedigna. 
Então, confiabilidade e essência sobre a forma são aspectos da representação 
fidedigna? Exato, meus caros!!! 
A representação fidedigna tem que ser: 
� Completa 
Deve possuir toda informação necessária para que o usuário compreenda 
o fenômeno retratado, e até explicações sobre a forma como se chegou a 
ela, quando necessário (forma de cálculo de uma estimativa, por 
exemplo). 
� Neutra 
Deve ser desprovida de viés na seleção ou na apresentação da 
informação. Não deve ser distorcida com maior ou menor peso, ênfase 
maior ou menor, ou qualquer outro tipo de manipulação. 
� Livre de erro 
Representação fidedigna não significa exatidão em todos os aspectos. 
Um retrato livre de erros significa que não há erros ou omissões no 
fenômeno retratado, e que o processo utilizado para produzir a 
informação foi aplicado livre de erros. Uma estimativa pode ser 
considerada fidedigna se o montante for descrito claramente como sendo 
uma estimativa, se a natureza e as limitações do processo forem 
devidamente reveladas, e nenhum erro tiver sido cometido na seleção e 
aplicação do processo. 
 
Representação Fidedigna é uma representação: 
 
Completa 
Neutra 
Livre de Erro 
 
Portanto, é confiável, e representa a essência do evento 
econômico que se propõe a demonstrar. 
 
5.5.3 - Aplicação das características qualitativas fundamentais 
O CPC sugere um roteiro para avaliação dos fenômenos econômicos com o 
intuito de identificar informações úteis. É o seguinte: 
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� Identificar o fenômeno com potencial de ser útil. 
� Identificar o tipo de informação que seria mais relevante se 
estivesse disponível e pudesse ser representado com fidedignidade. 
� Determinar se a informação está disponível e pode ser representada 
com fidedignidade. 
Esse processo deve ocorrer levando-se em conta as restrições de custo e os 
efeitos das características de melhoria, as quais veremos a seguir. 
5.6 - Características qualitativas de melhoria 
O que significa o conceito de melhoria? Elucidemos! 
Se a informação for útil, ou seja, for relevante e for representada com 
fidedignidade, ela poderá ser melhorada com a aplicação das características 
de melhoria. A análise da aderência a essas características pode também 
auxiliar a determinar qual de duas alternativas equivalentes de 
informação útil deve ser usada para retratar um fenômeno. 
 
CCVT 
Comparabilidade, compreensibilidade, verificabilidade, 
e tempestividade são características qualitativas de 
melhoria. 
 
A aplicação das características de melhoria deve ser feita maior extensão 
possível. Como assim Professor? Veja, se você puder melhorar um aspecto da 
informação, sem atrapalhar os outros, e sem deixar de mantê-la útil, você 
deverá fazê-lo. 
Lembrando sempre que a presença das características de melhoria em 
determinada informação, por si só, não tem o poder de torná-la útil. 
5.6.1 - Comparabilidade 
A informação será mais útil caso possa ser comparada com informação similar 
sobre outras entidades e com informação similar sobre a mesma entidade para 
outro período. Percebam, ela já era útil, e caso seja comparável, será 
melhorada, tornando-se mais útil. 
Comparabilidade permite que se identifiquem similaridades diferenças 
entre os itens. É a única das características que não está relacionada com um 
único item, pois, por óbvio, comparação requer no mínimo dois itens. 
Não podemos confundir comparabilidade com consistência. 
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Consistência refere-se ao uso dos mesmos métodos para os mesmos itens, 
tanto de um período para outro na mesma entidade, quanto para um único 
período entre entidades. 
Comparabilidade é o objetivo, é a característica desejada na informação. 
A consistência está relacionada aos métodos que auxiliam a alcançar esse 
objetivo. 
Alguns pontos destacados no CPC sobre a comparabilidade: 
Para que a informação seja comparável, coisas iguais precisam parecer 
iguais e coisas diferentes precisam parecer diferentes. 
A presença das características fundamentais (RRF) facilita a obtenção da 
comparabilidade. O inverso não é verdade. 
A discricionariedade na escolha de métodos contábeis alternativos para o 
mesmo fenômeno econômico é válida, mas diminui a comparabilidade. 
5.6.2 - Compreensibilidade 
Informação compreensível é aquela caracterizada e apresentada com 
clareza. 
A exclusão do relatório de informações sobre fenômenos complexos não 
é admitida, por torná-los distorcidos. 
O objetivo aqui é fazer com que a informação seja clara e compreensível, 
mesmo que o evento retratado seja complexo. Não se pode partir da ideia de 
que tudo que é complicado deve ser omitido, pois se estaria criando um 
documento incompleto que fugiria à representação fidedigna, tornando a 
informação inútil. E, como já sabemos, não adianta aplicar os atributos de 
melhoria se os fundamentais não estiverem presentes. 
5.6.3 - Verificabilidade 
A verificabilidade ajuda a assegurar aos usuários que a informação 
representa fidedignamente o fenômeno econômico. Significa que diferentes 
observadores podem chegar a um consenso sobre a representação fidedigna. 
Isso quer dizer que o usuário deve ter meios para verificar se a 
informação que está sendo divulgada corresponde à realidade dos fatos. 
A verificação pode ser direta ou indireta. 
� Verificação direta: observação direta, como, por exemplo, por meio da 
contagem de caixa. 
� Verificação indireta: checar os dados de entrada do modelo ou fórmula 
e recalcular os resultados obtidos por meio da aplicação da mesma 
metodologia. Um exemplo é a verificação dos estoques por meio da 
checagem dos dados de entrada e do recálculo do saldo final. 
Pode não ser possível verificar informação sobre o futuro. Nesse caso, 
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para ajudar os usuários a decidirem se desejam usar tal informação é 
necessário divulgar as premissas subjacentes, os métodos de obtenção e 
outros fatores. 
Por exemplo, é fácil verificar o saldo de um contrato a vencer no futuro. Já a 
aferição do grau de certeza de uma estimativa de retorno em função de 
expectativas de comportamento de mercado requer dados adicionais. 
5.6.4 - Tempestividade 
Tempestividade significa ter informação disponível para tomadores dedecisão a tempo de poder influenciá-los em suas decisões. 
Informação mais antiga é a que tem menos utilidade. Contudo, certas 
informações podem ter a tempestividade prolongada, em decorrência de 
alguns usuários, por exemplo, necessitarem identificar e avaliar tendências. 
5.6.5 - Aplicação das características qualitativas de melhoria 
A aplicação das características qualitativas de melhoria é um processo iterativo 
que não segue uma ordem preestabelecida. 
Uma característica de melhoria pode ter que ser diminuída para maximização 
de outra, desde que se tenha uma perspectiva de aprimoramento da relevância 
ou da representação fidedigna no longo prazo. 
5.7 - Restrição de custo na elaboração e divulgação de relatórios 
O custo de gerar a informação é uma restrição sempre presente na entidade 
no processo de elaboração e divulgação das demonstrações. 
Não é possível que os relatórios forneçam toda e qualquer informação 
que todo usuário julgue ser relevante. 
 
 
Na aplicação da restrição do custo é feita uma avaliação 
para verificar se os benefícios proporcionados pela 
elaboração e divulgação da informação justificam os 
custos incorridos para fornecimento e uso. 
 
A análise de custo benefício vai depender de fatores intrínsecos a cada 
entidade. Por isso, os órgãos legais devem avaliar a possibilidade de exigir a 
apresentação de diferentes conjuntos de DCs em decorrência dos 
tamanhos variados das entidades, das diferentes formas de captação de 
capital, das diferentes necessidades de usuários ou de outros fatores. 
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6 - Estrutura Conceitual para Elaboração e Apresentação das 
Demonstrações Contábeis 
A partir de agora entramos em uma parte que o CPC denomina de “texto 
remanescente”. É uma parte do documento que ainda vai ser revisada, mas 
continua vigente com sua redação atual. 
 
6.1 - Premissa subjacente – Continuidade (going concern assumption) 
 
 
As demonstrações são elaboradas tendo como premissa 
que a entidade está em atividade e irá manter-se em 
operação no futuro, ou seja, não tem intenção, nem 
necessidade, de entrar em processo de liquidação ou de 
reduzir materialmente a escala de suas operações. 
Se essa intenção ou necessidade existir, as demonstrações contábeis podem 
ter que ser elaboradas em bases diferentes e, nesse caso, a base de 
elaboração utilizada deve ser divulgada. 
A continuidade já é nossa velha conhecida, não é mesmo? O CPC afirma que 
as demonstrações devem ser elaboradas com base nesse pressuposto. 
Caso haja expectativa de descontinuar a operação, as DCs devem ser 
feitas em bases diferentes. 
Atentem, meus caros, para o fato de o texto utilizar, para essa situação de 
possível descontinuidade, a expressão “demonstrações podem ter que ser 
elaboradas em bases diferentes”. Ora, “podem ter que” é bem diferente de 
“devem”, mas o fato é que algumas bancas já utilizaram o vocábulo “devem” e 
precisamos saber que, exceto no caso em que constarem as duas alternativas 
(“podem ter que” e “devem”), o “devem” há que ser considerado certo. 
Marquem sem hesitar!!! 
6.2 - Elementos das demonstrações contábeis 
Nas demonstrações os itens são agrupados em classes de acordo com suas 
características econômicas. Essas classes são denominadas de elementos das 
demonstrações contábeis. 
 
Elementos da posição patrimonial e financeira (BP) 
Ativos 
Passivos 
Patrimônio líquido 
Elementos da mensuração do desempenho (DRE) 
Receitas 
Despesas 
 
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Na demonstração das mutações financeiras podem ser utilizados elementos 
dos dois grupos. 
Os elementos são desmembrados em subclasses, a fim de mostrar as 
informações da maneira mais útil aos usuários. 
6.3 - Posição patrimonial e financeira 
Os elementos da posição patrimonial e financeira são os ativos, os passivos e o 
patrimônio líquido. 
� Ativo é um recurso controlado pela entidade como resultado de 
eventos passados e do qual se espera que fluam futuros benefícios 
econômicos para a entidade; 
� Passivo é uma obrigação presente da entidade, derivada de 
eventos passados, cuja liquidação se espera que resulte na saída 
de recursos da entidade capazes de gerar benefícios econômicos; 
� Patrimônio Líquido é o interesse residual nos ativos da entidade 
depois de deduzidos todos os seus passivos. 
 
Esses conceitos devem estar cristalinos durante seus estudos: 
� Ativo 
Recurso controlado; 
Resultado de eventos passados; 
Futuros benefícios econômicos; 
� Passivo 
Obrigação presente; 
Derivada de eventos passados; 
Saída de recursos que gerariam benefícios; 
� Patrimônio Líquido 
Residual dos ativos depois de deduzidos todos os seus passivos. 
 
Algumas observações: 
Não é pelo simples fato de possuir as características acima que um elemento 
vai ser reconhecido no balanço patrimonial (BP). O reconhecimento 
depende de critérios que veremos adiante. 
Mais uma vez: para encaixar o item em uma das classes devemos observar 
sua essência econômica, e não a sua forma legal. 
BPs elaborados de acordo com as normas vigentes podem incluir itens que não 
satisfaçam às definições de ativo ou de passivo e que não sejam tratados como 
parte do patrimônio líquido. Essa situação será objeto e subsídio para futuras 
revisões. 
6.3.1 - Ativos 
O benefício econômico futuro incorporado a um ativo é o seu potencial em 
contribuir, direta ou indiretamente, para o fluxo de caixa ou de 
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equivalentes de caixa da a entidade. 
Um ativo pode ser um bem utilizado na produção, um item de caixa ou 
equivalentes de caixa ou ainda um item capaz de reduzir as saídas de caixa, 
como um novo processo industrial que reduza os custos de produção. 
Os benefícios econômicos podem fluir para a entidade de diversas 
maneiras. O ativo pode ser: 
� Usado na produção de bens ou na prestação de serviços; 
� Trocado por outros ativos; 
� Usado para liquidar um passivo; 
� Distribuído aos proprietários da entidade. 
A forma física não é essencial para a existência de ativo. Assim sendo, as 
patentes e os direitos autorais, por exemplo, são considerados ativos, caso 
eles sejam controlados pela entidade e possam fazer fluir benefícios 
econômicos para ela. 
O direito de legal de propriedade não é essencial para determinar a 
existência do ativo. Assim, por exemplo, um imóvel objeto de arrendamento 
mercantil será um ativo, caso a entidade o controle e benefícios econômicos 
sejam esperados. 
Segredos industriais e conhecimentos (know-how), podem ser 
considerados ativos? Sim. Segundo o CPC 00 podem, mas só serão 
reconhecidos se atenderem aos critérios. Em aulas futuras voltaremos a falar 
desse controverso assunto. Por hora gurde o posicionamento deste CPC. 
 
 
Transações previstas para o futuro não dão origem, 
hoje, a ativos. A intenção de adquirir estoques, por 
exemplo, não atende, por si só, à definição de ativo. 
 
Há uma forte associação entre incorrer em gastos e gerar ativos, mas essas 
atividades não são indissociáveis. Podemos ter gastos voltados para a busca 
por benefícios econômicos que não resultem em ativos. 
De modo análogo, a ausência de gasto não impede que um item 
satisfaça à definição de ativo e se qualifique para reconhecimento no BP. 
Como vimos, o estudo da definição de ativo traz algumas particularidades, mas 
nadade absurdo. Esse item deve ser tratado com carinho pelo aluno. 
 
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6.3.2 - Passivos 
Uma característica essencial para a existência de passivo é que a entidade 
tenha uma obrigação presente, resultante de eventos passados. 
Obrigações podem ser legais ou oriundas de práticas usuais do negócio, de 
usos e costumes. Um exemplo de obrigação não legal é o passivo que se 
registra ao fazer uma provisão para troca de produtos cujos defeitos apareçam 
mesmo depois de finda a garantia. 
 
 
Obrigação presente é diferente de compromisso futuro. 
A intenção da entidade de adquirir ativos no futuro não 
dá origem, por si só, a uma obrigação presente. A 
obrigação surge somente quando o ativo é entregue ou 
contratos de aquisição são assinados. 
 
A liquidação de uma obrigação presente implica saída de recursos ou 
assunção de novas obrigações, e pode ocorrer de diversas maneiras: 
� Pagamento em caixa; 
� Transferência de outros ativos; 
� Prestação de serviços; 
� Substituição da obrigação por outra; 
� Conversão da obrigação em item do patrimônio líquido. 
 
A obrigação pode também ser extinta por outros meios, tais como pela 
renúncia do credor ou pela perda dos seus direitos. 
Alguns passivos somente podem ser mensurados por estimativa. No 
Brasil, denominam-se esses passivos de provisões. Caso a provisão envolva 
uma obrigação presente e satisfaça os demais critérios da definição, 
ela é um passivo, ainda que seu montante tenha que ser estimado. 
Em aulas futuras, falaremos mais sobre estimativas e provisões. Por hora, 
guardemos o entendimento do CPC. 
6.3.3 - Patrimônio líquido (PL) 
O PL, embora definido como algo residual, pode ter ( e tem) subclassificações 
no balanço patrimonial. 
O montante do PL que é apresentado no balanço patrimonial depende da 
mensuração dos ativos e passivos. O montante agregado do patrimônio 
líquido somente por coincidência corresponderá ao valor de mercado 
agregado das ações da entidade ou da soma que poderia ser obtida pela venda 
dos seus ativos líquidos. 
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A definição de patrimônio líquido e os outros aspectos dessa Estrutura 
Conceitual que tratam do patrimônio líquido são igualmente aplicáveis aos 
diversos tipos de entidades. 
O CPC tratou superficialmente das subdivisões do PL. Não cabe aqui discorrer 
sobre a estrutura e o tratamento das contas do PL, que são objeto de outras 
aulas. No entanto, lembro que é assunto recorrente e que deve ser dominado 
por vocês. 
6.4 – Performance (Resultado) 
O resultado é utilizado como medida de performance ou como base para 
outras medidas, como o retorno do investimento ou o resultado por ação. 
Receitas e despesas estão diretamente relacionadas com a 
mensuração do resultado. O reconhecimento de receitas e despesas 
dependem em parte dos conceitos de capital e de manutenção de capital, os 
quais veremos adiante. 
6.4.1 – Definindo Receitas e Despesas 
Vamos olhar com cuidado as definições do CPC para receita e despesa. Embora 
sejam definições básicas da contabilidade, e também do cotidiano, pequenos 
detalhes e inversões podem ser inseridos em uma questão, com o objetivo de 
induzir o candidato a erro. 
� Receitas são aumentos nos benefícios econômicos durante o 
período contábil, sob a forma da entrada de recursos ou do 
aumento de ativos ou diminuição de passivos, que resultam em 
aumentos do patrimônio líquido, e que não estejam relacionados 
com a contribuição dos detentores dos instrumentos patrimoniais; 
� Despesas são decréscimos nos benefícios econômicos durante o 
período contábil, sob a forma da saída de recursos ou da redução 
de ativos ou assunção de passivos, que resultam em decréscimo do 
patrimônio líquido, e que não estejam relacionados com 
distribuições aos detentores dos instrumentos patrimoniais. 
Da mesma forma com o que ocorre com ativo e passivo, itens de receita e 
despesa devem ser agrupados em classes, de acordo com sua origem e outros 
fatores. Também vale aqui o alerta de que as características que identificam a 
essência de uma receita ou despesa não devem ser confundidas com os 
critérios para o seu reconhecimento. Veremos isso ainda nessa aula. 
 
6.4.2 - Receitas 
A definição de receita abrange tanto receitas propriamente ditas quanto 
ganhos. A receita surge no curso das atividades usuais da entidade. Os 
ganhos representam outros itens que se enquadram na definição de receita e 
podem ou não surgir no curso das atividades usuais. 
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Não se preocupem por hora em separar receita e ganho. Basta saber que essa 
diferenciação existe. 
Vamos a alguns exemplos apenas para ilustrar: 
� Receita de Vendas 
� Receita de Juros 
� Receita de Aplicações Financeiras 
� Ganho na Venda de Imobilizado 
� Ganho por Desconto no Pagamento de um Passivo 
 
Em regra, os ganhos são reportados líquidos das respectivas despesas. 
Exemplo: 
A entidade vende uma máquina com ganho de 100,00, porém gasta 20,00 
para removê-la do local. Vai reconhecer apenas um ganho de 80,00, e não 
uma receita de 100,00 e um despesa de 20,00. 
Atenção, isso é apenas a regra geral. Se uma assertiva disser que os 
ganhos são reportados líquidos das respectivas despesas, ela está correta. Mas 
não esqueçam que na contabilidade cada caso deve ser analisado à luz de seus 
regramentos específicos, e isso deve ser levado em conta na resolução de 
questões. 
Uma receita pode ser resultado do aumento de um ativo, como a entrada 
no caixa pelo pagamento de uma venda efetuada, ou da diminuição de um 
passivo, como o cancelamento de uma dívida, por exemplo. 
Receitas não realizadas também devem ser reconhecidas, e são 
apresentadas separadamente nas demonstrações. Receitas não realizadas são 
estudadas em nosso curso de contabilidade. São aquelas que já atenderam aos 
critérios para reconhecimento, mas ainda não se converteram em entrada de 
fluxo de caixa. 
6.4.3 - Despesas 
A definição de despesas abrange tanto as perdas quanto as despesas 
propriamente ditas que surgem no curso das atividades usuais da entidade. 
Perdas podem ou não surgir no curso das atividades usuais da entidade. 
Exemplos: 
� Despesas de Salário 
� Despesas de Aluguel 
� Perdas por Sinistro 
� Perda na Venda de Imobilizado 
 
Em regra, as perdas são reportadas líquidas das respectivas receitas. 
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Exemplo: 
A entidade vende uma máquina com ganho de 100,00, porém gasta 150,00 
para removê-la do local. Vai reconhecer apenas uma despesa de 50,00, e não 
uma receita de 100,00 e um despesa de 150,00. 
Uma despesa pode ser resultado da diminuição de um ativo, como a saída 
no caixa pelo pagamento de salários, ou do aumento de um passivo, como o 
surgimento de uma indenização a pagar, por exemplo. 
Despesas não realizadas também devem ser reconhecidas, e são 
apresentadas separadamente nas demonstrações. Despesas não realizadas são 
aquelas que já atenderam aos critérios para reconhecimento, mas ainda não se 
converteram em saída de fluxo de caixa. 
 
6.4.4 - Ajustes para manutenção de capital 
A reavaliação ou a atualização de ativos e passivos dão margem a aumentos 
ou a diminuiçõesdo patrimônio líquido. Embora tais aumentos ou 
diminuições se enquadrem na definição de receitas e de despesas, dependendo 
do conceito de manutenção de capital utilizado, eles não são incluídos na 
demonstração do resultado. 
 
 
Os itens surgidos das reavaliações não devem passar 
pelo resultado, sendo incluídos diretamente no 
patrimônio líquido como ajustes para manutenção do 
capital, também conhecidos como ajustes de avaliação 
patrimonial. 
 
A orientação para esse procedimento tem como base o fato de esses aumentos 
ou diminuições gerados no patrimônio não terem nenhuma relação com as 
atividades da empresa. 
O CPC fala também sobre a possibilidade de incluir esses valores nas reservas 
de reavaliação, mas não consideraremos essa opção, pois a constituição de 
reserva de reavaliação está proibida pela Lei 11638/07. 
 
6.5 - Reconhecimento dos elementos das demonstrações contábeis 
Reconhecer é fazer o lançamento contábil, incorporando o item ao balanço 
patrimonial ou à demonstração do resultado. Envolve a descrição e 
mensuração de valor. Somente os itens que satisfazem os critérios de 
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reconhecimento devem ser reconhecidos. Por outro lado, a falta de 
reconhecimento de um item com condições para tal é um erro que não pode 
ser justificado. 
 
O reconhecimento só poderá ser feito se estiverem 
presentes os dois critérios: 
Probabilidade de entrada ou saída de benefícios 
econômicos 
+ 
Mensuração Confiável 
 
Um elemento deve ser reconhecido se: 
For provável que algum benefício econômico flua para a entidade ou flua da 
entidade (entre ou saia) e se o item tiver custo ou valor que possa ser 
mensurado com confiabilidade. 
A probabilidade de futuros benefícios econômicos deve ser avaliada com 
base na situação existente no momento em que são elaboradas as 
demonstrações. Você deve separar bem os conceitos de provável e possível. 
Se for apenas possível, mas não provável, o item não deve ser 
reconhecido. Normalmente as bancas utilizam as expressões: possível, 
provável, chances remotas, grande probabilidade e outras do gênero. 
Contudo, se um percentual for oferecido na questão, devemos avaliar pela 
probabilidade. Segundo as normas vigentes de auditoria, evento provável é 
aquele cuja chance de ocorrer é maior do que a de não ocorrer. Logo, 
51% de chance de ocorrer significa evento provável, e deve ser reconhecido. 
A confiabilidade da mensuração não deve ser afastada caso seja necessário 
o uso de estimativas. Uma estimativa razoável e neutra pode ser 
considerada confiável. 
Um item que possui as características de elemento (ativo, passivo, 
patrimônio líquido, receita ou despesa), mas não atende aos critérios para 
reconhecimento pode, caso seja considerado relevante, ter sua divulgação 
requerida em notas explicativas, em material explicativo ou em quadros 
suplementares. 
Esse é o caso, por exemplo, de um evento que não atenda a nenhum, ou 
atenda apenas a um dos critérios. Imaginemos uma grande demanda judicial 
contra a empresa, para a qual ainda não se tenha ideia de ganho ou perda da 
causa (aspecto benefícios), nem do valor envolvido (aspecto mensuração). 
Dado o aspecto de incerteza envolvido, caso seja relevante, a existência do 
litígio deve ser demonstrada de forma clara nas notas explicativas. 
 
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6.5.1 - Reconhecimento de ativos 
 
Um ativo deve ser reconhecido no balanço patrimonial 
quando for provável que benefícios econômicos futuros 
dele provenientes fluirão para a entidade e seu custo ou 
valor puder ser mensurado com confiabilidade. 
 
Um ativo não deve ser reconhecido quando os gastos incorridos não 
proporcionarem a expectativa provável de geração de benefícios. Ao invés 
disso, tal transação deve ser reconhecida como despesa na demonstração 
do resultado. Um exemplo disso é o gasto com pesquisa e desenvolvimento de 
novos produtos. Enquanto não se tiver certeza razoável (provável) de que 
haverá retorno, os valores envolvidos devem ser classificados como despesa. 
 
6.5.2 - Reconhecimento de passivos 
 
Um passivo deve ser reconhecido no balanço 
patrimonial quando for provável que uma saída de 
recursos detentores benefícios econômicos seja exigida 
em liquidação de obrigação presente e o valor pelo qual 
essa liquidação se dará puder ser mensurado com 
confiabilidade. 
 
Note que falamos em obrigação presente. Um pedido de compra para 
pagamento a prazo, por exemplo, na data em que é feito o pedido ainda não é 
um passivo. Será reconhecido na entrada da mercadoria, ou na assinatura de 
algum contrato, se for o caso. 
 
6.5.3 - Reconhecimento de receitas 
 
A receita deve ser reconhecida na demonstração do 
resultado quando resultar em aumento nos benefícios 
econômicos relacionado com aumento de ativo ou com 
diminuição de passivo, e puder ser mensurada com 
confiabilidade. 
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O reconhecimento da receita ocorre simultaneamente com o reconhecimento 
do aumento nos ativos ou da diminuição nos passivos (contrapartida do 
lançamento), e só deve ser efetuado se houver suficiente grau de certeza de 
que a receita tenha sido ganha. 
6.5.4 - Reconhecimento de despesas 
 
A despesa deve ser reconhecida na demonstração do 
resultado quando resultar em decréscimo nos 
benefícios econômicos, relacionado com a diminuição 
de um ativo ou o aumento de um passivo, e puder ser 
mensurada com confiabilidade. 
 
O reconhecimento da despesa ocorre simultaneamente com o reconhecimento 
do aumento nos passivos ou da diminuição nos ativos (contrapartida do 
lançamento), e só deve ser efetuado se houver suficiente grau de certeza de 
que a despesa ocorrerá. 
6.5.5 – Confrontação entre despesas e receitas 
Caros alunos, dediquemos uma atenção especial a esse pequeno tópico, 
muito visado pelos examinadores. 
Em alguns textos a confrontação entre despesas e receitas chega a ser 
rotulada de princípio, embora não esteja no rol dos princípios contábeis 
brasileiros. O que precisamos saber é que o regime de competência (este 
sim, um princípio), está intimamente relacionado à confrontação entre 
despesas e receitas. 
 
 
As despesas devem ser reconhecidas por associação 
com os correspondentes itens de receita. Esse processo, 
chamado de confrontação entre despesas e receitas 
(regime de competência), envolve o reconhecimento 
simultâneo ou combinado das receitas e despesas que 
resultem das mesmas transações ou de outras. 
 
Por exemplo, as despesas que integram o custo das mercadorias vendidas 
devem ser reconhecidas no mesmo momento em que a receita da venda das 
mercadorias é reconhecida. 
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Quando se espera que os benefícios sejam gerados ao longo de vários 
períodos e a associação com a receita somente possa ser feita de modo geral 
e indireto, as despesas devem ser reconhecidas com base em 
procedimentos de alocação sistemática e racional. Esse é o caso da 
depreciação, por exemplo. 
A despesa deve ser reconhecida imediatamente quando se constatar que o 
gasto não produzirá benefícios econômicos futuros. No caso de insucesso 
de um novo projeto, porexemplo. 
A despesa também deve ser reconhecida nos casos em que um passivo é 
incorrido sem o correspondente reconhecimento de ativo, como no caso 
de passivo decorrente de garantia de produto pu uma indenização, por 
exemplo. 
Como vemos, a confrontação entre despesas e receitas deve ocorrer 
sempre que possível, mas ela não estará presente em todos os eventos 
econômicos de interesse da contabilidade. 
 
7 - Mensuração dos elementos das demonstrações contábeis 
Mensurar consiste em determinar os montantes monetários por meio dos 
quais os elementos das demonstrações devem ser reconhecidos, ou seja, 
encontrar o seu valor. 
Esse processo envolve a escolha de uma base específica de mensuração, 
que é o nome que o CPC dá às várias metodologias de custo autorizadas 
para as demonstrações. É importante saber que um mesmo conjunto de 
demonstrações pode utilizar combinações variadas de métodos de avaliação do 
custo, de acordo com as características do item representado. 
Alunos, esse também é um assunto recorrente em provas, portanto, vamos 
dominá-lo!!! 
7.1 - Custo histórico 
Os ativos são registrados pelos montantes pagos em caixa ou equivalentes de 
caixa ou pelo valor justo dos recursos entregues para adquiri-los na data da 
aquisição. Os passivos são registrados pelos montantes dos recursos 
recebidos em troca da obrigação ou pelos montantes em caixa ou 
equivalentes de caixa se espera serão necessários para liquidar o passivo no 
curso normal das operações. 
7.2 – Custo Corrente 
Os ativos são mantidos pelos montantes em caixa ou equivalentes de caixa 
que teriam de ser pagos se esses mesmos ativos ou ativos equivalentes 
fossem adquiridos na data do balanço. Os passivos são reconhecidos pelos 
montantes em caixa ou equivalentes de caixa, não descontados, que se 
espera seriam necessários para liquidar a obrigação na data do balanço. 
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7.3 – Valor Realizável (valor de realização ou de liquidação). 
Os ativos são mantidos pelos montantes em caixa ou equivalentes de caixa 
que poderiam ser obtidos pela sua venda em forma ordenada. Os passivos 
são mantidos pelos seus montantes de liquidação, isto é, pelos montantes em 
caixa ou equivalentes de caixa, não descontados, que se espera serão pagos 
para liquidar as correspondentes obrigações no curso normal das 
operações. 
7.4 – Valor Presente (atenção, esse é o único em que os valores são 
descontados) 
Os ativos são mantidos pelo valor presente, descontado, dos fluxos futuros 
de entradas líquidas de caixa que se espera seja gerado pelo item no curso 
normal das operações. Os passivos são mantidos pelo valor presente, 
descontado, dos fluxos futuros de saídas líquidas de caixa que se espera 
serão necessários para liquidar o passivo no curso normal das operações. 
A referência a valor descontado significa que os valores devem ser trazidos ao 
valor presente, utilizando-se a taxa de juros padrão da entidade. 
 
Bases de Mensuração 
 Ativo Passivo Valor é 
descontado? 
Custo 
Histórico 
Valor na data da 
aquisição 
Valor recebido ou valor 
para liquidar no curso 
normal das operações 
Não 
Custo 
Corrente 
Valor para adquirir na 
data do balanço 
Valor para liquidar na 
data do balanço 
Não 
Valor 
Realizável 
Valor obtido pela venda 
de forma ordenada 
Valor para liquidar no 
curso normal das 
operações 
Não 
Valor 
Presente 
Valor presente do fluxo 
de entradas esperado no 
curso normal 
Valor presente do fluxo 
de saídas para liquidar no 
curso normal 
Sim 
 
 
 
A base mais adotada pelas entidades é o custo histórico, combinado com 
outras bases de mensuração. No curso de contabilidade aprenderemos qual 
valor deve ser aplicado a cada item. Por hora, fixemos as definições. 
Prestem atenção especial ao termo “valores descontados”. O único método 
que utiliza valores descontados é o do Valor Presente. Esse 
conhecimento é muito exigido e pode, sozinho, valer uma questão. 
8 - Conceitos de capital 
O CPC traz dois conceitos de capital: físico e financeiro. 
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Capital Financeiro 
Representado pelo dinheiro investido ou o seu poder de compra investido, o 
capital financeiro é sinônimo de ativos líquidos ou patrimônio líquido da 
entidade. 
Capital Físico 
Representado pela capacidade operacional, o capital físico é considerado como 
a capacidade produtiva da entidade baseada, por exemplo, nas unidades de 
produção diária. 
A seleção do conceito de capital apropriado para a entidade deve estar 
baseada nas necessidades dos usuários das demonstrações. O conceito de 
capital financeiro (ou monetário) é adotado pela maioria das entidades. 
O CPC deixa claro que não é sua intenção determinar qual modelo a entidade 
deve escolher. O importante é que as demonstrações sigam as diretrizes da 
estrutura conceitual. 
Passemos agora aos conceitos de manutenção de capital, que estão 
relacionados com a forma pela qual a entidade define o capital que ela procura 
manter. Eles representam um elo entre os conceitos de capital e os 
conceitos de lucro, pois fornecem um ponto de referência para medição 
do lucro. A principal diferença entre os dois conceitos de manutenção de 
capital está no tratamento dos efeitos das mudanças nos preços dos ativos e 
passivos. 
 
8.1 – Manutenção do capital financeiro 
Considera-se que houve lucro somente se o montante financeiro (ou 
dinheiro) no fim do período exceder o montante financeiro no começo 
do período, depois de excluídas quaisquer distribuições aos proprietários e 
seus aportes de capital. 
A manutenção do capital financeiro pode ser medida em qualquer unidade 
monetária nominal ou em unidades de poder aquisitivo constante. Ou seja, 
não requer base específica de mensuração. A escolha da base depende do 
tipo de capital financeiro que a entidade está procurando manter. 
Neste conceito, os aumentos nos preços de ativos mantidos ao longo do 
período (ganhos de estocagem), são lucros. Entretanto, não são 
reconhecidos até que os ativos sejam realizados (vendidos). 
Somente a parcela do aumento nos preços dos ativos que exceder o aumento 
no nível geral de preços é considerada como lucro. O restante do aumento é 
tratado como ajuste para manutenção do capital, parte integrante do 
patrimônio líquido. 
 
 
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8.2 – Manutenção do capital físico 
Considera-se que houve lucro somente se a capacidade física produtiva 
(capacidade operacional) da entidade (ou os recursos necessários para 
atingir essa capacidade) no fim do período exceder a capacidade física 
produtiva no início do período, depois de excluídas quaisquer distribuições 
aos proprietários e seus aportes de capital. 
O conceito de manutenção do capital físico requer a adoção do custo 
corrente como base de mensuração. 
Neste conceito, quando o capital é definido em termos de capacidade física 
produtiva, o lucro representa o aumento dessa capacidade ao longo do 
período. Todas as mudanças de preços de ativos e passivos são vistas como 
mudanças na mensuração da capacidade produtiva. Assim, não são 
consideradas lucro, e devem ser tratadas como ajustes para manutenção do 
capital, parte do patrimônio líquido. 
 
Conceitos de Manutenção do Capital 
 
Definição do Lucro 
Requer base 
específica? 
Efeito das Mudanças 
de PreçoCapital 
Financeiro 
Só há lucro se o 
montante financeiro for 
maior (mais dinheiro) 
Não 
Valor do aumento que 
exceder a inflação é 
considerado como lucro, 
o resto vai para ajuste. 
Capital 
Físico 
Só há lucro se a 
capacidade produtiva for 
maior 
Sim. Requer 
custo corrente 
Valor do aumento não é 
lucro. Vai tudo para 
ajuste de manutenção de 
capital. 
 
Muito bem! Aqui terminamos a parte teórica do CPC 00. A aula ficou um pouco 
extensa, mas era necessário que eu passasse a vocês todos os conceitos 
contidos no texto do pronunciamento conceitual básico. A intenção é que vocês 
possam utilizar a aula como base para o estudo, sem precisar se dirigir ao 
texto da resolução. Contudo, aos que tiverem tempo sobrando, recomendo a 
leitura do documento integral. 
Vamos agora a um resumo dos principais pontos e depois resolveremos 
exercícios. 
 
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CPC 00 – Estrutura Conceitual - Resumo 
 
���� Os relatórios ou demonstrações se destinam primariamente, mas não 
apenas, aos seguintes usuários externos, sem hierarquia de 
prioridade: 
Investidores 
Financiadores 
Outros credores 
���� Não existe possibilidade de postergação de divulgação de 
informações. 
���� As características qualitativas da informação são: 
Características Qualitativas da Informação 
Fundamentais* RRF De Melhoria CCVT 
Relevância 
Representação Fidedigna 
 
*As duas juntas tornam útil a 
informação. 
Comparabilidade 
Compreensibilidade 
Verificabilidade 
Tempestividade 
 
���� Confiabilidade não é mais considerada uma característica qualitativa, 
tendo sido englobada pela representação fidedigna. 
���� Prevalência da essência sobre a forma não é uma característica. 
Trata-se de um princípio cujo atendimento deve ser priorizado. 
���� Prudência não é uma característica. Não é aspecto da representação 
fidedigna por ser incompatível com a neutralidade. 
���� A prudência continua sendo um Princípio de Contabilidade, obrigatório 
segundo as Normas Brasileiras. 
���� As Demonstrações Contábeis: 
São feitas para usuários externos; 
Não são feitas para atender necessidade específica de nenhum grupo; 
 
���� O CPC 00 não é uma norma. Nada na Estrutura Conceitual substitui 
qualquer norma, interpretação ou comunicado técnico. 
���� O da demonstração contábil é fornecer informações úteis sobre a entidade 
para investidores existentes e em potencial, a credores por 
empréstimos e a outros credores, considerados usuários primários. 
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���� A administração da entidade não é considerada um usuário externo. 
���� Relatórios fornecem informação acerca da posição patrimonial e 
financeira da entidade, ou seja, sobre os recursos econômicos e 
reivindicações (ativos e passivos). Também fornecem informação sobre os 
efeitos de transações e outros eventos que alteram essa posição (receitas, 
despesas e resultado). 
���� O regime de competência, fornece melhor base de avaliação da 
performance da entidade do que a informação puramente baseada em 
entradas e saídas de caixa. 
���� Para ser considerada útil, a informação deve possuir, obrigatoriamente, as 
características fundamentais de relevância e de representação 
fidedigna. 
���� Características qualitativas fundamentais são a relevância e a 
representação fidedigna. RRF 
���� Informação relevante é aquela capaz de fazer diferença nas decisões dos 
usuários. 
���� Materialidade não é uma característica fundamental, mas sim um 
aspecto da relevância. A informação é material se a sua omissão ou 
sua divulgação distorcida puder influenciar decisões. 
���� A materialidade é um conceito baseado na natureza e na magnitude dos 
valores no contexto de uma entidade em particular. 
���� Representação Fidedigna é uma representação: 
Completa 
Neutra 
Livre de Erro 
 
���� Se a informação for útil, ou seja, for relevante e for representada com 
fidedignidade, ela poderá ser melhorada com a aplicação das 
características de melhoria. 
���� Características qualitativas de melhoria são: 
Comparabilidade, compreensibilidade, verificabilidade, e 
tempestividade. CCVT 
� Não podemos confundir comparabilidade com consistência. 
���� A exclusão do relatório de informações sobre fenômenos complexos 
não é admitida, por torná-los distorcidos. 
���� Na aplicação da restrição do custo é feita uma avaliação para verificar se 
os benefícios proporcionados pela elaboração e divulgação da informação 
justificam os custos incorridos para fornecimento e uso. 
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���� As demonstrações são elaboradas tendo como premissa que a entidade 
está em atividade e irá manter-se em operação no futuro, ou seja, 
não tem intenção, nem necessidade, de entrar em processo de liquidação ou 
de reduzir materialmente a escala de suas operações 
 
���� Elementos da posição patrimonial e financeira (BP) 
Ativos 
Passivos 
Patrimônio líquido 
 
���� Elementos da mensuração do desempenho (DRE) 
Receitas 
Despesas 
���� Os elementos são desmembrados em subclasses, a fim de mostrar as 
informações da maneira mais útil aos usuários. 
���� Ativo é um recurso controlado pela entidade como resultado de eventos 
passados e do qual se espera que fluam futuros benefícios econômicos para 
a entidade; 
���� Passivo é uma obrigação presente da entidade, derivada de eventos 
passados, cuja liquidação se espera que resulte na saída de recursos da 
entidade capazes de gerar benefícios econômicos; 
���� Patrimônio Líquido é o interesse residual nos ativos da entidade depois de 
deduzidos todos os seus passivos. 
 
���� Receitas são aumentos nos benefícios econômicos durante o período 
contábil, sob a forma da entrada de recursos ou do aumento de ativos ou 
diminuição de passivos, que resultam em aumentos do patrimônio líquido, e 
que não estejam relacionados com a contribuição dos detentores dos 
instrumentos patrimoniais; 
���� Despesas são decréscimos nos benefícios econômicos durante o período 
contábil, sob a forma da saída de recursos ou da redução de ativos ou 
assunção de passivos, que resultam em decréscimo do patrimônio líquido, e 
que não estejam relacionados com distribuições aos detentores dos 
instrumentos patrimoniais. 
���� Os itens surgidos das reavaliações não devem passar pelo resultado, 
sendo incluídos diretamente no patrimônio líquido como ajustes para 
manutenção do capital, também conhecidos como ajustes de avaliação 
patrimonial. 
 
���� Reconhecer é fazer o lançamento contábil, incorporando o item ao 
balanço patrimonial ou à demonstração do resultado. Envolve a descrição e 
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mensuração de valor. 
���� Um elemento deve ser reconhecido se: 
For provável que algum benefício econômico flua para a entidade ou 
flua da entidade (entre ou saia); 
e 
Se o item tiver custo ou valor que possa ser mensurado com 
confiabilidade. 
 
���� Um ativo deve ser reconhecido no balanço patrimonial quando for 
provável que benefícios econômicos futuros dele provenientes fluirão para a 
entidade e seu custo ou valor puder ser mensurado com confiabilidade. 
 
���� Um passivo deve ser reconhecido

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