ANTECEDENTES PSICOLOìGICOS DA PSICOLOGIA COGNITIVA UNESA 2015 2

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Disciplina: Teorias e Sistemas Psicológicos IV
PROFESSOR: PAULO COGO, Doutor.
Curso de Psicologia
Unidade I: Visão Histórica da Psicologia Cognitiva
Conteúdo: Antecedentes Psicológicos da Psicologia Cognitiva
Antecedentes Psicológicos da Psicologia Cognitiva
Estruturalismo versus Funcionalismo
As primeiras dialéticas na Psicologia da Cognição
Estruturalismo – 1ª. grande escola de pensamento na Psicologia;
Busca entender a estrutura ou configuração dos elementos da mente e suas percepções pela análise dessas percepções em seus componentes constitutivos.
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Ex. percepção de uma flor
Os psicólogos estruturalistas analisam essa percepção em termos de cor, aroma, forma geométrica, relações de tamanho, etc.
O psicólogo, alemão, que mais contribuiu para o desenvolvimento do Estruturalismo foi Wilhelm Wundt (1832-1920).
Wundt nem sempre é considerado o fundador da Psicologia Experimental, pois usava uma grande variedade de métodos em suas pesquisas.
Um deles era a introspecção. 
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Ex. As sensações experimentadas quando se olha para uma flor.
Wundt defendia o estudo das experiências sensoriais por meio da introspecção.
Wundt teve muitos seguidores, sendo o principal Edward Titchener (1867-1927).
Em 1910 Titchener ajudou a trazer o Estruturalismo para os EUA.
Outros psicólogos pioneiros criticaram tanto o método (introspecção) como o foco (estruturas elementares da sensação) do Estruturalismo.
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Funcionalismo: Uma Alternativa para o Estruturalismo
Sugeria que os psicólogos deveriam concentrar-se mais nos processos de pensamento do que nos conteúdos do pensamento.
O Funcionalismo busca entender o que as pessoas fazem e por que o fazem.
Esta pergunta principal estava em desacordo com os estruturalistas, que queriam saber quais eram os conteúdos elementares (estruturas) da mente humana.
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Os funcionalistas sustentavam que o caminho para o entendimento da mente humana e dos comportamentos era o estudo dos processos de como e por que a mente funciona como funciona, em vez de estudar os conteúdos e os elementos estruturais da mente.
Os funcionalistas estavam unidos pelos tipos de perguntas que faziam, mas não necessariamente pelas respostas que encontravam ou pelos métodos que utilizavam para chegar a essas respostas.
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Como os funcionalistas acreditavam no uso de qualquer método que melhor respondesse às perguntas de um determinado pesquisador, naturalmente o Funcionalismo levou ao Pragmatismo.
Os pragmatistas acreditam que o conhecimento só pode ser válido por sua utilidade: o que se pode fazer com isto?
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Estão interessados não apenas em saber o que as pessoas fazem, mas também querem descobrir o que podemos fazer com o conhecimento sobre o que as pessoas fazem.
Ex. Acreditam na importância da Psicologia do Aprendizado e da Memória.
Por quê? Porque pode nos ajudar a melhorar o desempenho das crianças na escola.
Um líder na condução do Funcionalismo em direção ao Pragmatismo foi William James (1842-1910).
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Sua principal contribuição ao campo da Psicologia foi um único livro: Princípios da Psicologia (1890).
Ainda hoje, os psicólogos cognitivos apontam essa obra nas discussões centrais do campo por ter tratado dos temas da atenção, consciência e percepção.
John Dewey (1859-1952) foi um dos primeiros e mais importantes pragmatistas que influenciaram o pensamento contemporâneo na Psicologia Cognitiva, sendo lembrado por sua abordagem pragmática sobre o pensamento e a educação.
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Associacionismo: Uma Síntese Integradora
O Associacionismo, assim como o Funcionalismo, foi menos uma escola sistemática de Psicologia e mais uma forma de pensar influente.
O Associacionismo investiga como os eventos e as ideias se associam na mente propiciando a aprendizagem.
Por exemplo:
As associações podem resultar da contiguidade (associar informações que tendem a ocorrer juntas ou quase ao mesmo tempo);
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Da similaridade (associar assuntos com traços ou propriedades semelhantes);
Ou do contraste (associar assuntos que apresentam polaridades, como quente/frio, claro/escuro, dia/noite).
No fim dos anos 1800, o associacionista Hermann Ebbinghaus (1850-1909) foi o primeiro pesquisador a aplicar os princípios associacionistas de maneira sistemática.
Ebbinghaus estudou e observou especificamente seus próprios processos mentais.
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Contou os próprios erros e registrou seus tempos de resposta.
Por meio de auto-observações, estudou como as pessoas aprendem e se lembram dos conteúdos por meio da repetição consciente do material a ser aprendido.
Entre outros conclusões, descobriu que a repetição possibilita fixar as associações mentais de maneira mais consistente na memória.
Dessa forma, a repetição auxilia o aprendizado.
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Outro associacionista influente, Edward Lee Thorndike (1874-1949), sustentava que o papel da satisfação é a chave para a formação de associações.
Thorndike chamou esse princípio de Lei do Efeito (1905): um estímulo tende a produzir uma determinada resposta ao longo do tempo se o organismo é recompensado com essa resposta.
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Ele acreditava que um organismo aprendia a responder de uma determinada maneira (o efeito) em uma dada situação se fosse constantemente recompensado por isso (a satisfação, que serve como estímulo para ações futuras).
Assim, uma criança que recebe uma recompensa por resolver corretamente problemas de matemática, irá aprender a fazê-lo sempre assim, porque estabelece uma associação entre a solução válida e a recompensa.
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Do Associacionismo ao Behaviorismo
Outros pesquisadores contemporâneos de Thorndike conduziram experimentos com animais para investigar as relações de estímulo e resposta com métodos diferentes dos utilizados por Thorndike e seus colegas associacionistas.
Esses cientistas transpuseram a linha entre o Associacionismo e o campo emergente do Behaviorismo.
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O Behaviorismo é uma perspectiva teórica segundo a qual a Psicologia deveria se concentrar apenas na relação entre o comportamento observável, de um lado, e os eventos ou estímulos ambientais, de outro.
A ideia era materializar o que quer que tenha sido denominado de “mental”.
Alguns desses pesquisadores, como Thorndike e outros associacionistas, estudaram respostas voluntárias.
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Outros estudaram respostas desencadeadas involuntariamente em resposta ao que parecem ter sido eventos externos não relacionados.
Na Rússia, o fisiologista Ivan Pavlov (1849-1936) pesquisou esse tipo de comportamento de aprendizado involuntário, começando com a observação de cachorros salivando ao, simplesmente, verem o técnico do laboratório que os alimentava.
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Essa resposta ocorria antes mesmo que os cachorros vissem se o técnico lhes trazia comida ou não.
Para Pavlov, essa resposta indicava uma forma de aprendizado: o aprendizado clássico condicionado, sobre o qual os cachorros não tinham qualquer controle consciente.
Na mente deles, algum tipo de aprendizado involuntário relacionava o técnico à comida.
O trabalho de Pavlov abriu caminho para o desenvolvimento do Behaviorismo.
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O condicionamento clássico compreende mais do que uma simples associação com base na contiguidade temporal, por exemplo, a comida e o estímulo condicionado que ocorriam quase ao mesmo tempo.
O condicionamentoeficaz requer contingência, por exemplo, a apresentação de comida sendo contingente com a apresentação do estímulo condicionado.
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O Behaviorismo pode ser interpretado como uma versão extrema do Associacionismo, que se concentra inteiramente na associação entre o ambiente e um comportamento observável.
Segundo alguns behavioristas radicais, quaisquer hipóteses a respeito de pensamentos e formas de pensar internas são mera especulação.
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Os proponentes do Behaviorismo
O pai do Behaviorismo radical foi John Watson (1878-1958).
Watson não via qualquer utilidade para os conteúdos ou mecanismos mentais internos e acreditava que os psicólogos deveriam se concentrar apenas no estudo do comportamento observável.
Ele descartou o pensamento como fala subvocalizada.
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O Behaviorismo também foi diferente dos movimentos anteriores da Psicologia por redirecionar a ênfase da pesquisa experimental em animais ao invés de humanos.
Historicamente, grande parte do trabalho behaviorista tem sido até hoje realizada com animais de laboratório, como ratos, por possibilitarem um controle muito maior sobre os relacionamentos entre o ambiente e o comportamento em relação a ele.
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Contudo, um problema com relação à utilização de animais é determinar se a pesquisa pode ser generalizada em seres humanos, ou seja, aplicada de forma mais geral a seres humanos ao invés de apenas aos tipos de animais estudados.
B.F. Skinner (1904-1990), behaviorista radical, acreditava que quase todas as formas do comportamento humano, e não apenas o aprendizado, podiam ser explicadas por comportamentos emitidos em resposta ao ambiente.
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Skinner desenvolveu pesquisas basicamente com animais não-humanos e rejeitou os mecanismos mentais, acreditando, por outro lado, que o condicionamento operante – que envolve o fortalecimento ou o enfraquecimento do comportamento, depende da presença ou ausência de reforço (recompensa) positivo ou negativo (e não punição) – pudessem explicar todas as formas do comportamento humano.
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Skinner aplicou sua análise experimental do comportamento a muitos fenômenos psicológicos, tais como a aprendizagem, a aquisição da linguagem e a resolução de problemas.
Principalmente por causa da presença intensa de Skinner, o Behaviorismo dominou o campo de estudos da Psicologia por muitas décadas.
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Os behavioristas se atrevem a espiar dentro da caixa preta
Alguns psicólogos rejeitaram o Behaviorismo Radical.
Tinham muita curiosidade em saber o que havia nessa “caixa misteriosa” da mente humana.
Por exemplo, Edward Tolman (1886-1959) acreditava que, para entender o comportamento, era necessário se levar em conta o propósito e o plano para o comportamento.
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Tolman acreditava que todo comportamento é dirigido a algum objetivo.
Por exemplo: o objetivo de um rato de laboratório em um labirinto é o de encontrar comida.
Por essa crença, Tolman é tido como um precursor da Psicologia Cognitiva.
Outra crítica ao Behaviorismo é que, nele, o aprendizado surge não apenas em função de recompensas diretas pelo comportamento.
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Também pode ser social, resultando de observações das recompensas ou punições dadas aos outros.
A capacidade para aprender por meio da observação está bem documentada e pode ser comprovada em seres humanos, macacos, cães, pássaros e até mesmo em peixes.
No ser humano, essa habilidade está presente em todas as idades, sendo observada tanto em crianças como em adultos.
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Essa teoria dá ênfase à maneira como se observa, se modela, o próprio comportamento a partir do comportamento dos outros.
Aprendemos pelo exemplo.
Esta consideração de aprendizado social abre caminho para se examinar o que está acontecendo na mente do indivíduo.
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Psicologia da Gestalt
Dentre os inúmeros críticos do Behaviorismo, os psicólogos da Gestalt certamente estão entre os mais ávidos.
A Psicologia da Gestalt afirma que se compreende melhor os fenômenos psicológicos quando se olha para eles como todos organizados e estruturados.
Segundo essa visão, não se pode compreender totalmente o comportamento quando se desmembram os fenômenos em partes menores.
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Por exemplo, os behavioristas têm a tendência de estudar a resolução de problemas buscando o processamento subvocal – eles buscam o comportamento observável por meio do qual a resolução do problema pode ser compreendida.
Os gestaltistas, ao contrário, estudam o insight, buscando entender o evento mental não observável por meio do qual alguém vai do ponto em que não tem ideia de como resolver um problema até o ponto em que entende completamente em um simples instante de tempo.
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A máxima o todo é diferente da soma de suas partes resume muito bem a perspectiva gestaltista.
Para entender a percepção de uma flor, por exemplo, teríamos de levar em conta o todo da experiência.
Não se poderia entender essa percepção em termos de uma descrição de formas, cores, tamanhos e assim por diante.
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Da mesma forma, não podemos entender a resolução de problemas simplesmente examinando os elementos isolados do comportamento observável.