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AULA 05 - DIREITOS FUNDAMENTAIS EM ESPÉCIE - DIREITO À VIDA

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Prof. Thiago Vieira Mathias de Oliveira
professorthiagovmo@gmail.com
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inspiração internacional da proteção à vida: 
* Convenção Americana de Direitos Humanos de 1969 (Pacto de São José) - Art. 4º: toda pessoa tem o direito de que se respeite sua vida desde o momento da concepção, de que ninguém pode ser privado arbitrariamente. 
* Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos das Nações Unidas de 1986 = o direito à vida é inerente à pessoa e ninguém 
pode ser arbitrariamente privado de sua vida. 
não faria sentido declarar qualquer direito se, antes, não fosse assegurado o próprio direito de estar vivo para usufruí-lo. 
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todos os direitos fundamentais têm na vida de cada indivíduo os limites máximos de sua extensão concreta. 
proclamação no Art. 5º, caput, CF da vida como o primeiro dos cinco valores básicos que inspiram a lista dos direitos fundamentais. 
direito à vida: valor supremo na ordem constitucional / orientação, informação e sentido último a todos os demais direitos fundamentais. 
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atentados dolosos contra a vida são perseguidos criminalmente em processo penal específico, por meio do tribunal júri (Art. 5º, XXXVIII, CF); 
“grau de qualidade” do direito à vida: defesa do meio ambiente ecologicamente equilibrado e vinculação do Poder Público (Art. 225, § 1º, CF); 
garantia à criança e ao adolescente pela família, pela sociedade e pelo Estado do direito à vida com absoluta prioridade (Art. 227, CF).
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evidente cunho de direito de defesa do direito à vida: impedimento aos poderes públicos e aos demais indivíduos da prática de atos que atentem contra a existência de qualquer ser humano
dimensão positiva: pretensão jurídica à proteção por meio do Estado:
(a) obrigação de criação de serviços de polícia, de um sistema prisional e de uma organização judiciária. 
Ex.: obrigação de investigação ampla, imediata, imparcial e diligente de toda morte natural ou suspeita.
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dimensão positiva:
(b) obrigação de o legislador adotar medidas eficientes para proteger a vida em face de outros sujeitos privados = variação do âmbito e de conteúdo da providência / maior ou a menor ameaça.
Ex.: obrigação acentuada do Estado em proteger os indivíduos sob sua tutela ou custódia, de proteger os encarcerados = responsabilidade pela morte de detidos em presídios, mesmo que o homicídio não seja imputado a um agente público .
(STF, RE nº. 372.472, rel. Min. Carlos Veloso, DJ 28.11.2003) (STF, RE nº. 272.839, rel. Min. Gilmar Mendes, DJ 08.04.2005) (STF, RE nº. 217.592, rel. Min. Joaquim Barbosa, DJ 18.10.2005)
(STF, RE nº. 231.738, rel. Min. Ellen Gracie, DJ 27.09.2004)
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direito ao respeito e à proteção da vida humana: direito a viver não se dá por força de uma prestação de alguém, mas por uma não interrupção / respeito / não ser morto. 
(clássica) dimensão subjetiva: posições jurídicas atribuídas a um titular (pessoa física) a exigir determinadas abstenções ou prestações (posições negativas e positivas) fáticas ou jurídicas de um destinatário (Estado ou particulares) = proibição direta de violação.
dimensão objetiva: valor objetivamente reconhecido e protegido / efeitos jurídicos autônomos, deveres de proteção do Estado (agir positivo) em relação à vida
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dimensão objetiva
* ameaça à vida dos cidadãos por terceiros: ampla liberdade ao Poder Público para determinação dos para a proteção da vida X liberdade reduzida conforme redução das alternativas de uma proteção eficaz.
* dever de amparo financeiro (em espécie, bens, serviços) para garantia da sobrevivência física na esfera de um mínimo existencial.
* amparo para assegurar tratamentos de saúde imprescindíveis à salvaguarda da vida = quando previsão de um direito à saúde na CF não puder coibir tais hipóteses.
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dimensão objetiva
* normas de direito organizacional e processual para adequada proteção à vida. 
Ex1.: proteção de testemunhas cujo depoimento implica grave ameaça à vida.
Ex. 2: obrigação de garantir a devida proteção do réu no processo criminal .
caso emblemático: proibição de extradição de estrangeiros pelo Brasil para países de origem onde se tenha sido condenado à pena de morte (Art. 9º, Lei nº. 6.815/80) = o direito à vida contempla a proibição de extraditar, expulsar ou deportar indivíduo sujeito à pena de morte.
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caso emblemático: Brasil tem compromisso de comutação da pena de morte que recaia sobre o extraditando, como condição para sua entrega ao Estado que o requer. Vide:
 STF, Ext. nº 984, rel. Min. Carlos Britto, DJ 17.11.2006
 STF, Ext. nº. 744, rel. Min, Celso de Mello, DJ 18.02.2000
proibições e sanções estatais direcionadas a particulares Ex.: interrupção da gravidez e eutanásia.
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proteção da vida: somente daquela existente em seres humanos.
fundamentação: todo ser humano deve ser tratado com igual respeito à sua dignidade (singularidade intrínseca e indisponível) - primeira expressão = o respeito à sua existência.
a todo ser humano deve ser reconhecida a titularidade do direito mais elementar. 
dignidade da pessoa humana como valor básico + igualdade como consequência dessa dignidade = pressuposição do direito à vida. 
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titularidade do direito à vida é a mais ampla possível: qualquer pessoa natural/ser humano = nacional ou estrangeiro, residentes ou não residentes = princípio da universalidade) = interpretação não literal do Art. 5º, caput, CF. 
razões de incompatibilidade: PJs não são titulares do direito à vida pessoas jurídicas / questões relacionadas à proteção de sua existência são abrangidas pelo direito de associação ou outros as assegurem contra sua extinção arbitrária. 
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não é possível graduar o direito à vida segundo aspectos acidentais da existência individual (origem étnica, geográfica, opções de comportamento, idade, etc.) 
OBS.: leis infraconstitucionais podem restringir a plenitude de gozo ou de exercício de vários direitos, conforme fatores diversos (maturidade física, psicológica dos homens, etc.) em prol do mesmo indivíduo.
Estado é em todas as suas formas de atuação (órgãos, funções, agentes e atos, diretamente ou por delegação) sujeito passivo dos direitos fundamentais. 
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possibilidade de vinculação dos particulares.
dificuldade/controvérsia: como os particulares podem figurar no pólo passivo?? 
apenas por meio da dimensão objetiva dos DFs/vinculação indireta dos direitos fundamentais (criação de normas endereçadas a particulares)? 
ou 
ocorre uma vinculação direta?
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vida humana: valor central do OJ / pressuposto existencial dos demais direitos fundamentais = medidas radicais para sua proteção = tipificação legal / inexistência de outro meio eficiente para protegê-la = atingimento da liberdade de outros sujeitos de direitos fundamentais.
reconhecimento da proteção do direito à vida: verificação da existência da vida humana desde a concepção (fecundação), ocorrida naturalmente ou in vitro.
fim da proteção constitucional do direito: morte de seu titular. OBS.: é controversa a definição precisa do evento morte / ausência de critérios uniformes. 
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morte cerebral (completa e irreversível cessação da atividade cerebral): critério adotado pelo Art. 7º, Lei nº 9.437/1997. 
critério situado nos limites da proibição da proteção insuficiente e da proibição da proteção excessiva (liberdade de conformação legislativa) 
dever de proteção estatal da vida humana (dimensão objetiva): necessidade de regulamentação adequada das técnicas e do procedimento para a fixação da morte cerebral e da sua respectiva segurança.
críticas ao critério = condicionamento da proteção da vida a critérios eminentemente pragmáticos: salvaguarda da possibilidade de utilização dos órgãos de alguém que, embora em fase terminal, ainda vive.
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DIREITO À VIDA , CÉLULAS TRONCOS E REPRODUÇÃO HUMANA
STF, ADI nº 3.510, rel. Min. Carlos
Britto, j. 29.05.2008: constitucionalidade da Lei de Biossegurança = pesquisas com células embrionárias humanas X destruição do embrião/ comprometimento do seu potencial de desenvolvimento. 
o STF não afastou por definitivo a problemática da definição de quando inicia e quando termina a vida humana /definição de seu âmbito de proteção jurídica.
 
direito à vida = ligado à pessoa natural/física/ser humano = indivíduo que sobrevive ao parto / não há titularidade antes do nascimento com vida = a vida humana é revestida do atributo da personalidade civil (nascimento com vida até a morte)
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DIREITO À VIDA , CÉLULAS TRONCOS E REPRODUÇÃO HUMANA
STF não negou que o início da vida humana coincide com a fecundação do óvulo feminino por um espermatozoide masculino, mas afirmou que a inviolabilidade de que trata o Art. 5º reporta-se exclusivamente a indivíduo já personalizado.
permaneceu obscura, portanto, a questão de se saber se o feto ou mesmo o embrião são titulares do direito à vida. 
não ficou claro se há uma correspondência entre a existência da vida na questão das células-tronco e a titularidade do direito à vida como direito fundamental.
problema: a CF não dispôs expressamente sobre o início da proteção da vida humana (se abarca ou não o nascituro).
 
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DIREITO À VIDA , CÉLULAS TRONCOS E REPRODUÇÃO HUMANA
casos de fertilização artificial (extrauterina): embriões derivados de uma fertilização artificial não se inserem no âmbito de proteção legal que incrimina o aborto = abrange apenas organismo ou entidade pré-natal sempre no interior do corpo feminino. 
ponderação com o direito ao livre planejamento familiar (Art. 226, § 7º, CF) e o direito à saúde - autorização das pesquisas com células-tronco (Art. 196, CF) e direito à livre expressão da atividade científica (Art. 5º, IX, CF).
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DIREITO À VIDA E PROTEÇÃO DO NASCITURO
proteção do direito à vida desde a concepção/fecundação = o nascituro é um ser humano, distinto da mãe = titular do direito à vida.
fusão de gametas humanos não é apenas uma pessoa humana em potencial, mas já pertence à espécie humana.
equívoco: haveria pessoa apenas no ser dotado de autoconsciência = reduzir o ser humano a uma propriedade do indivíduo da espécie humana
não se pode falar de uma pessoa na condição de titular de direito fundamental... 
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DIREITO À VIDA E PROTEÇÃO DO NASCITURO
... mas existe uma proteção que atinge todo processo vital = processo indivisível de formação do ser humano, que resulta no indivíduo-pessoa resultante do nascimento com vida.
proteção jurídico-constitucional da vida intrauterina antes do nascimento: extensão do âmbito subjetivo da proteção da dignidade da pessoa humana = o ainda não nascido tem direito à vida como os já nascidos.
a proteção constitucional da vida antes do nascimento decorre do âmbito de proteção objetiva do direito à vida por meio da figura dos deveres de proteção estatais.
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inviolabilidade do direito à vida não significa caráter absoluto desse direito ou impossibilidade de intervenções legítimas no seu âmbito de proteção. 
CF: proteção aparentemente mais rígida ao direito à vida = exceção em caso de guerra declarada/aplicação da pena de morte + hipóteses legais de interrupção de gravidez. 
a chamada garantia do núcleo essencial poderá coincidir com o próprio conteúdo, visto que qualquer intervenção no direito à vida pode implicar a morte de seu titular.
intervenções em seu âmbito de proteção somente justificadas em caráter excepcional mediante requisitos formais e materiais rigorosos e sujeitos a forte controle
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PENA DE MORTE E INTERVENÇÕES SIMILARES
Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos e a com a Convenção de São José da Costa Rica = salvo em caso de guerra declara a pena de morte é vedada no Brasil (cláusula pétrea).
Art. 5º, XLVII, a, CF: autorização da pena de morte apenas no caso de guerra devidamente declarada.
ainda assim os meios para sua execução dessa pena passam por um rigoroso teste quanto à sua consistência constitucional = prefere-se sempre sua interpretação restritiva.
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PENA DE MORTE E INTERVENÇÕES SIMILARES
outras situações em que a vida humana é tomada sem que se viole o direito à vida:
 
soldado em tempo de guerra e em situação de combate que tira a vida de alguém sem violação de alguma regra em particular 
cidadão em legítima defesa ou em estado de necessidade (legislação penal).
integrantes de forças policiais na ação de combate ao crime (OBS.: controvérsia sobre o que significa exercício regular de um direito). 
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INTERRUPÇÃO DO PROCESSO DE GESTÃO
casos admitidos pela legislação brasileira: Art. 128, I e II, CP e casos dos fetos anencefálicos.
 ADPF nº. 54, rel. Min. Marco Aurélio, j. 12.04.2004: casos de anencefalia fetal: não se trata de hipótese típica de aborto, mas uma antecipação terapêutica do parto = inviabilidade da sobrevivência do feto após o nascimento / morte certa / melhor proteção = dignidade e a liberdade de opção da mãe ou dos pais.
PROBLEMÁTICA ATUAL – ARGUMENTOS:
apesar da proteção da vida intrauterina pela legislação decorrente da dimensão objetiva (princípio da dignidade) X obrigatoriedade de determinado nível de proteção (por exemplo, a criminalização).
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INTERRUPÇÃO DO PROCESSO DE GESTÃO
PROBLEMÁTICA ATUAL – ARGUMENTOS:
CORRENTE 1: a dimensão objetiva não requer proteção da vida uterina pelo Estado por meio (específico) do direito penal = decidir como proteger a vida humana é reservado ao legislador (liberdade democrática de conformação).
CORRENTE 1: a dimensão objetiva não implica necessaria-mente que a vida tenha exatamente o mesmo grau de proteção em todas as suas fases. OBS.: esse argumento não conduz necessariamente a um direito fundamental ao aborto.
CORRENTE 2: o direito à vida do nascituro não é absoluto = é preciso considerá-lo na rota de colisão com outros direitos (ex.: liberdade individual da mulher).
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INTERRUPÇÃO DO PROCESSO DE GESTÃO
PROBLEMÁTICA ATUAL – ARGUMENTOS:
futura descriminalização da interrupção da gravidez = critérios da proporcionalidade e da razoabilidade = proibição de proteção insuficiente da vida humana (inexistência de autoproteção) é inexistente. 
compensação de futura supressão da proteção da gravidez por outras medidas de proteção = redução dos casos de interrupção de gravidez e de seus riscos colaterais.
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DIREITO À VIDA E SUICÍDIO
CORRENTE 1 (majoritária)= direito à vida não inclui em seu âmbito de proteção a opção por não viver/livre disposição da vida/direito subjetivo à morte = dimensão objetiva a proteção do bem, apesar da vontade em contrário do seu titular. 
CORRENTE 2 (minoritária): o direito de liberdade, expressão da personalidade, inclui direito a tomar a própria vida (bem não absolutamente indisponível ao titular na posse de sanidade mental / liberdade e responsabilidade, 
CORRENTE 2: dimensão objetiva não pode ser oposta à dimensão subjetiva: interesses sociais X vontade individual.
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DIREITO À VIDA E SUICÍDIO
crime suicídio não sanciona criminalmente o autor de sua própria morte (morte = extinção da punibilidade), salvo nos casos de tentativa. 
criminalização de ações e omissões praticadas por terceiros daqueles que contribuíram para o evento morte (instigação ao suicídio = Art. 122, CP).
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DIREITO À VIDA E EUTANÁSIA
EUTANÁSIA: encerramento da vida / mal terminal e inevitabilidade da morte/ sofrimento e precariedade do estado de saúde/ padecimento de dores substanciais = ministração de drogas letais / perda das funções vitais.
CORRENTE 1: o direito à vida não compreende (âmbito de proteção) um direto a não mais viver = os poderes público não podem consentir com ação (comissiva ou omissiva) deliberada de supressão da vida + deve aparelhar o ordenamento jurídico para sua repressão.
CORRENTE
2: dignidade da pessoa humana + liberdade individual = vida não pode ser transformada em dever de viver sob qualquer circunstância e sua condição. 
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DIREITO À VIDA E EUTANÁSIA
CORRENTE 2: vedação absoluta da eutanásia: condição de direito subjetivo (autonomia da vontade) restaria funcionalizada em detrimento de sua dimensão objetiva. 
CORRENTE 2: vedação absoluta da eutanásia submeteria pessoas vulneráveis integralmente a decisões de terceiros / a que os agentes do Estado entendem por exigência da dignidade alheia) .
CORRENTE 2: vedação absoluta da eutanásia é contraditória: a criminalização do suicídio não impede aquele que tiver condições de fazê-lo X o enfermo dependente de terceiros não pode, por sua própria força, fazê-lo = falho o argumento da proteção da pessoa contra si própria. 
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CLASSIFICAÇÃO MÉDICA EUTANÁSIA PARA EFEITOS DA PROTEÇÃO AO DIREITO À VIDA 
(a) distanásia: utilização de todos os meios possíveis para retardamento da morte / prolongamento artificial da vida humana/ não consideração de eventual sofrimento causado. 
(b) eutanásia ativa (em sentido estrito): ação deliberada de matar / providências diretas para encurtar a vida do paciente. Ex.: ministração de medicamento ou supressão de um tratamento já iniciado. 
(b.1) eutanásia ativa direta: com a utilização de meios eficazes para produzir a morte / pedido livre e informado da pessoa para que terceiros lhe provoquem a morte (homicídio a pedido da vítima). 
(b.2) eutanásia ativa indireta (ortotanásia): com tratamento que tem intuito de aliviar a dor e o sofrimento do paciente / consciência da abreviação da vida. 
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CLASSIFICAÇÃO MÉDICA EUTANÁSIA PARA EFEITOS DA PROTEÇÃO AO DIREITO À VIDA 
(c) eutanásia passiva: omissão de algum tratamento que poderia assegurar a continuidade da vida.
direito comparado e e direito internacional dos DHs: legitimidade jurídica da prática da eutanásia passiva e da ortotanásia voluntárias e considerada homicídio eutanásia ativa direta. 
não é eutanásia a suspensão de tratamentos extraordinários aplicados ao paciente, se irreversível o estado terminal
é eutanásia a suspensão de tratamentos ordinários ou da alimentação, mesmo da intravenosa ou a suspensão do auxílio externo para a respiração.
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