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1ª avaliação derrubaram o Pinheirinho Copia

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Documentário: Derrubaram o Pinheirinho
Segundo pesquisa da Fundação João Pinheiro, em parceria com o Ministério das Cidades, cerca de seis milhões de famílias brasileiras não têm acesso à moradia digna. Além de itens como a habitação precária e a coabitação familiar, o ônus excessivo com aluguel (30% ou mais da renda familiar despendida com aluguel para famílias com até três salários mínimos) é o fator que mais contribui para essa situação. Para termos uma ideia, entre 2008 e 2014, segundo o índice FipeZap, o aumento médio do preço de alugueis, em São Paulo, foi de 97% e, no Rio de Janeiro, de 144%. No mesmo período, a inflação medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) ficou em 40%, dados suficientes para entendermos a tendência ao agravamento do problema, já que o aumento dos aluguéis é muito superior ao da inflação.
Esse documentário trouxe de forma muito precisa o quanto a distribuição de terras, riquezas, dignidade, não é realizada com justiça em nosso país. O quanto a Constituição Federal da República do Brasil não é respeitada.
Em seu art. 1º, inciso III, a Carta magna traz a seguinte redação: 
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:
[...]
III - a dignidade da pessoa humana;
Mas adiante no capítulo que trata dos direitos e deveres individuais e coletivos em seu art. 5º, inciso XXIII, traz:
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
[...]
XXIII - a propriedade atenderá a sua função social;
Durante todo o comentário ficou claro que o Estado é omisso e não respeita os seus cidadãos. A justiça dando uma decisão de reintegração de posse sobre um terreno que não cumpria sua função social, como manda a Constituição Federal, é no mínimo duvidosa.
Como foi apurado no documentário o terreno de mais de um milhão metros quadrados não realizava qualquer atividade, seja ela comercial, agrícola, habitacional.
De acordo com a Constituição Federal do Brasil, em seu art. 6º, a moradia é um direito social. Porém, mais do que isso, ela é um item básico à sobrevivência e, assim como muitas outras necessidades, está inacessível para uma importante parcela da população.
 A urbanização brasileira é marcada por uma profunda segregação social e espacial, criando dois tipos diferentes de cidade no mesmo território: de um lado, estão concentrados os serviços e a infraestrutura necessários para uma vida digna na cidade (transporte, iluminação, saneamento, segurança pública, etc.), enquanto, nas periferias, milhões de pessoas vivem em condições altamente precárias sob todos os aspectos citados.
Com relação ao Poder Executivo a forma como eles deixaram isso acontecer, passaram-se oitos anos de ocupação, e nada fizeram. Deixaram o povo à mercê da sorte, não criando nenhuma política pública para dá aos necessitados uma moradia descente e lícita. Por exemplo, desapropriar o terreno do empresário, por questões de dívidas do IPTU, e criar uma área regularizada e dentro dos padrões legais.
Até o Poder Legislativo não respeitou aqueles infelizes moradores, vindo a Câmera de Vereador criar uma lei que impedia que aqueles tivessem acesso a benefícios do governo: saúde, educação, transporte. A referida lei foi declarada inconstitucional, mas ficou claro que os moradores do Pinheirinho estavam sendo excluídos de qualquer respeito estatal.
Com a valorização do terreno em mais de 100 milhões a área passa a chamar a atenção de grandes empresários do ramo industrial. E o que seria mais interessante para a prefeitura de São José dos Campos. Regularizar a área para os moradores ou expulsarem de lá e ganhar muito dinheiro com os empresários industriais?
Podemos concluir, que nesse país imoral em que vivemos, onde o valor está no “ter” e não no “ser”, as leis e a nossa Constituição não são respeitadas. A dignidade da pessoa humana, a isonomia, a função social da propriedade, que são trazidas no Direito positivado está muito longe de ser aplicado.

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