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1. NOÇÕES PRIMITIVAS Em geometria plana, algumas noções são aceitas sem defini- ção, ou seja, são aceitas simplesmente pela observação. São elas: Notação Pontos são representados por uma letra maiúscula do nosso alfabeto: A, B, C, ... Retas são representadas por letras minúsculas do nosso al- fabeto: a, b, c, ... Planos são representados por letras gregas minúsculas: α, β, ... 1.1 Proposições primitivas ou postulados Postulado 1 (postulado da existência) I) Há infinitos pontos numa reta, assim como há infinitos pontos fora da reta. Note que os pontos A, B e C pertencem a reta r, enquanto que os pontos D, E e F não pertencem a reta r. II) Há infinitos pontos num plano, assim como há infinitos pontos fora do plano. Observe aqui também, que os pontos B, C e D pertencem ao plano, enquanto que os pontos A, E e F não pertencem ao plano. Posição relativa entre pontos Dois pontos são ditos distintos quando não forem represen- tados exatamente pelo mesmo ponto, como no desenho abaixo. Nesse caso temos A ≠ B. Dois pontos são ditos coincidentes se ambos forem represen- tados exatamente pelo mesmo ponto, como no desenho abaixo. Nesse caso temos A = B. Postulado 2 (Postulado da determinação) I) Dois pontos distintos determinam uma única reta que pas- sa por eles. OBSERVAÇÃO: Note que precisamos exatamente de dois pontos para de- terminarmos uma reta, pois por um ponto apenas passam infinitas retas. Veja o desenho abaixo. Fundamentos e ângulos 129 II) Três pontos distintos, não colineares, determinam um úni- co plano que passa por eles. OBSERVAÇÃO: Outra forma de se gerar um plano é através de um ponto e de uma reta, desde que o ponto esteja fora da reta, como na figura abaixo. Postulado 3 (Postulado da inclusão) Se dois pontos distintos de uma reta pertencem a um plano, então a reta está contida nesse plano. 1.2 Retas Duas retas são ditas concorrentes se tiverem apenas um ponto em comum. As retas r e s abaixo são concorrentes. Semirreta Um ponto de uma reta irá dividi-la em duas partes, cada uma delas chamada de semirreta. Na figura abaixo temos a partir do ponto A as semirretas AB e AC. Segmento de reta Um segmento de reta é um pedaço, uma parte, de uma reta. Dados dois pontos quaisquer de uma reta, o segmento de reta AB é formado pelo conjunto de todos os pontos da reta que estão entre A e B. No desenho abaixo o segmento de reta AB aparece destacado em cinza. Segmentos consecutivos Dois segmentos de reta são ditos consecutivos se, e somente se tiverem uma extremidade em comum. Nas duas figuras acima temos que os segmentos AB e BC são consecutivos, pois possuem a extremidade B em comum. Já na próxima figura, abaixo, os segmentos AB e CD são exemplos de segmentos não consecutivos, pois não possuem uma extremi- dade em comum. Segmentos colineares Assim como pontos colineares são aqueles que estão sobre a mesma reta, os segmentos de reta são ditos colineares se, e somente se, estiverem sobre a mesma reta. Em ambas as figuras temos segmentos colineares. Na figura da esquerda AB e BC são colineares e, na da direita, AB e CD são colineares. OBSERVAÇÃO: Note que na figura do lado esquerdo os segmentos são coli- neares e consecutivos, enquanto que no lado direito os seg- mentos são colineares e não consecutivos. Segmentos adjacentes Dois segmentos consecutivos e colineares são adjacentes se tiverem apenas uma extremidade em comum. Os segmentos AB e BC acima são adjacentes, pois são conse- cutivos, colineares e tem apenas o ponto B em comum. Os segmentos PQ e QR acima não são adjacentes, pois, ape- sar de serem colineares e consecutivos, tem mais de um ponto em comum. 130 Congruência de segmentos A congruência de segmentos (denotada pelo símbolo ≡ ) é, em matemática, o que chamamos de uma relação de equivalência. Esta relação de equivalência satisfaz as seguintes três condições: 1) Reflexiva: qualquer segmento de reta é congruente a si mesmo, ou seja, ≡AB AB . 2) Simétrica: se ≡AB CD , então ≡CD AB . Ou seja, se AB é congruente a CD, então CD é congruente a AB. 3) Transitiva: se ≡AB CD e ≡CD EF , então ≡AB EF . Ou seja, se AB é congruente a CD e CD é congruente a EF, então AB é congruente a EF. Medida de um segmento Fixada uma unidade de comprimento, a cada segmento de reta pode-se associar um número real, não negativo, que é a me- dida do segmento em relação àquela unidade. A medida do seg- mento é o seu comprimento ou o seu módulo. O comprimento do segmento AB é indicado por ( )m AB ou simplesmente por AB. Assim, o comprimento do segmento AB da figura abaixo é de 4 unidades de comprimento. AB = 4 u.c. Ponto médio de um segmento Dizemos que um ponto M é o ponto médio do segmento AB se a distância de A até M é igual a distância de M até B, ou seja, se AM MB= . 2. ÂNGULOS Dizemos que um conjunto (ou região) é convexo se, e so- mente se, ao escolhermos dois pontos distintos desse conjunto o segmento de reta que une esses dois pontos está completamente contido no conjunto. Se, ao contrário, pudermos escolher dois pontos distintos de um conjunto de forma que o segmento de reta que une estes conjuntos não está totalmente contido nessa região, o conjunto será chamado de côncavo. Chama-se ângulo a menor região que está entre duas semi- retas de mesma origem. Exterior e interior de um ângulo Um ângulo divide o plano em duas regiões, uma convexa e ou- tra côncava. A região convexa corresponde à região interna do ân- gulo e a região côncava corresponde à região externa do ângulo. 2.1 Medidas de ângulos As duas principais unidades usadas para medir ângulos são o grau e o radiano. O ângulo de um grau, representado por 1º, corresponde a 1 360 da circunferência. Por isso, dizemos que uma circunferência completa tem 360º. O grau possui duas subunida- des, que são o minuto e o segundo. Um minuto, representado por 1’, corresponde a 1 60 do grau, ou seja, = 1º 1' 60 Já a subunidade segundo, denotada por 1’’, corresponde a 1 60 do minuto, ou seja, 1' 1'' 60 = Portanto, temos que = =1º 60' 3600'' . A segunda unidade, o radiano, foi obtida contando-se a quantidade de vezes em que o raio de uma circunferência cabe na própria circunferência. Foi verificado que numa semicircunferên- cia de raio R cabem aproximadamente 3,141592... raios, núme- ro este que é conhecido como π. Portanto, numa circunferência completa temos um ângulo de 2π radianos. Sendo assim, relacionando as duas unidades acima estuda- das temos que 360º corresponde a 2π radianos. Essa relação que será usada para converter um ângulo de grau para radiano ou de radiano para grau. 131 Exemplo: 1) Converta o ângulo de 60º para radianos. Grau Radiano 360º 2π 60º x 360 x 2 60 2 60 x 360 3 ⋅ = pi ⋅ pi ⋅ pi = = 2) Converta o ângulo 9 4 pi para graus. Grau Radiano 360º 2π x 9 4 pi pi pi ⋅ = ⋅ = 9 2 x 360 4 x 315º OBSERVAÇÃO: Uma terceira unidade utilizada para medir um ângulo é o grado, que corresponde a simplesmente 1 1Gr 400 = da cir- cunferência. Essa unidade praticamente não é utilizada em provas e concursos vestibulares em geral. Classificação quanto à medida Dizemos que um ângulo é reto quando a sua medida for 90º. Dizemos que um ângulo é agudo quando a sua medida es- tiver entra 0º e 90º. Por fim, dizemos que um ângulo é obtuso quando a sua medida estiver entre 90º e 180º. 2.2 Tipos de ângulos Ângulos consecutivos Dois ângulos são consecutivos se, e somente se, tiverem um lado em comum. Veja abaixo alguns exemplos. Ângulos adjacentesDois ângulos consecutivos são adjacentes se, e somente se, não tiverem região interna em comum. Os ângulos α e β acima são adjacentes, pois não possuem região em comum. OBSERVAÇÃO: Note que todo par de ângulos adjacentes são consecutivos, mas nem todo par de ângulos consecutivos são adjacentes. Ângulos opostos pelo vértice Dois ângulos são ditos opostos pelo vértice se, e somente se, os lados de um deles são as respectivas semirretas opostas aos lados do outro. As semirretas opostas são: AO e OC OB e OD Note que temos dois pares de ângulos opostos pelo vértice, são eles: 1) AÔB e CÔD; 2)AÔC e BÔD. Além disso, note que na figura acima podemos destacar alguns pares de ângulos suplementares. Você saberia dar algum exemplo? 132 2.3 Pares de ângulos Dizemos que dois ângulos são complementares quando a soma deles for 90º. Veja na tabela abaixo alguns exemplos de ângulos complementares. α β α + β 20º 70º 90º 30º 60º 90º 45º 45º 90º 80º 10º 90º De forma geral, o complemento de um ângulo x é 90 – x. Dizemos que dois ângulos são suplementares quando a soma deles for 180º. Veja na tabela abaixo alguns exemplos de ângulos suplementares. α β α + β 50º 130º 180º 80º 100º 180º 90º 90º 180º 120º 60º 180º De forma geral, o suplemento de um ângulo x é 180 – x. Dizemos que dois ângulos são replementares quando a soma deles for 360º. Veja na tabela abaixo alguns exemplos de ângulos replementares. α β α + β 100º 260º 360º 120º 240º 360º 220º 140º 360º 300º 60º 360º De forma geral, o replemento de um ângulo x é 360 – x. Bissetriz de um ângulo A bissetriz de um ângulo é a semirreta que divide o ângulo na metade. 3. PROBLEMAS dE RELÓGIO Para resolvermos os clássicos problemas de relógio precisa- mos lembrar primeiro que, como o relógio divide a circunferência em 12 partes iguais, cada uma dessas partes terá uma medida de 30º. E, segundo, que quando o ponteiro dos minutos anda uma volta completa, o ponteiro das horas anda 30 graus. Podemos escrever essa regra de três como: Minutos Horas 60 30º x α Dessa forma, você pode perceber que o ponteiro das horas andará, em graus, um valor igual à metade da quantidade de minutos que o ponteiro dos minutos andou. Muitos exercícios pedem o ângulo entre os ponteiros de um relógio em determinada hora, mas há variações. Vejamos um exemplo do primeiro caso. Exemplo: 1) Determine o menor ângulo formado pelos ponteiros de um relógio às 08:20. Solução: Lembre que conforme o ponteiro dos minutos anda, o ponteiro das horas andará proporcionalmente. Se o ponteiro das horas estivesse apontando exatamente para o 08 o ângulo entre os ponteiros seria 120º, mas como o ponteiro das horas andou por uma medida α, o ângulo entre os ponteiros é 120 + α, onde α é determinado pela seguinte regra de três: Minutos Horas 60 30º 20 α 60 20 30 10º ⋅ α = ⋅ α = EXERCÍCIOS DE AULA 01. Converta os ângulos abaixo de grau para radiano. a) 60º b) 150º c) 225º d) 300º e) 330º 02. Converta os ângulos abaixo de radiano para grau. a) 5 pi b) pi2 3 c) 9 4 pi d) 11 6 pi 133 03. Um ângulo excede o seu complemento em 10º. Determine o su- plemento desse ângulo. 04. A razão entre dois ângulos suplementares é 1/2. Determine o complemento do menor dos ângulos. 05. Dois ângulos opostos pelo vértice medem 3x – 15º e 8x – 45º. Determine o valor de x. 06. O valor de y na figura abaixo é: 07. (FAAP) Dividir um segmento de medida 144 em quatro partes, tais que: somando 5 à primeira parte, subtraindo 5 da segunda parte, mul- tiplicando a terceira por 5 e dividindo a quarta por 5 as medidas resultantes em todas as partes sejam iguais. 08. Dados três pontos distintos e não coplanares A, B e C responda: a) Quantas retas pode-se traçar passando pelo ponto A? b) Quantas retas pode-se traçar passando por dois dos três pon- tos acima? c) Quantos planos pode-se traçar passando pelos pontos A e B? d) Quantos planos pode-se traçar passando pelos pontos A, B e C simultaneamente? 134 notas GABARITO ExERCíCIOS dE AULA 01. a) π/3 rad b) 5π/6 rad c) 5π/4 rad d) 5π/3 rad e) 11π/6 rad 02. a) 36º b) 120º c) 405º d) 330º 03. 130º 04. 30º 05. 6 06. y = 21 07. 15, 25, 4, 100 08. a) infinito b) 3 retas c) infinitos d) um único plano notas 135 136 1. Definição A palavra polígono significa: poli (muitos, vários) + gonos (ângulos), ou seja, é uma figura formada por vários ângulos. Polígono é a união de segmentos consecutivos A1A2, A2A3,..., An- 1An, AnA1 onde A1, A2, ... e An formam uma sequência de pontos de um plano não colineares três a três. As figuras abaixo não são polígonos. Perceba que as duas figuras acima não são polígonos, pois possuem três pontos colineares: C, E e B na figura da esquerda e A, B e C na figura da direita. 1.1 Polígono convexo e polígono côncavo Um polígono é dito convexo se, e somente se, a reta suporte de cada lado deixa todos os outros lados num mesmo semiplano dos dois que ela determina. 1.2 interior e exterior de um polígono A região interna a um polígono é a região plana delimitada pelo polígono. A região externa será toda a região fora da região interna ao polígono. A união de um polígono com o seu interior é uma região poligonal ou superfície poligonal. Polígonos 137 2. CLASSifiCAção A classificação dos polígonos se dá com relação ao número de lados do polígono. Veja a lista a seguir, lembrando que o me- nor polígono é aquele formado por 3 lados: n = 3 triângulo 3 lados n = 4 quadrilátero 4 lados n = 5 pentágono 5 lados n = 6 hexágono 6 lados n = 7 heptágono 7 lados n = 8 octógono 8 lados n = 9 eneágono 9 lados n = 10 decágono 10 lados n = 11 undecágono 11 lados n = 12 dodecágono 12 lados n = 13 tridecágono 13 lados n = 14 tetradecágono 14 lados n = 15 pentadecágono 15 lados n = 20 icoságono 20 lados 2.1 Polígono regular Um polígono que possui todos os lados com a mesma medi- da é chamado de equilátero. Se o polígono tiver todos os ângulos iguais será chamado de equiângulo. Quadrilátero equiângulo (retângulo) O polígono que possui todos os lados iguais e todos os ângu- los iguais é chamado de polígono regular. 3. DiAGonAiS e ÂnGULoS Diagonal de um polígono é o segmento de reta que une dois vértices não consecutivos do polígono. A figura do lado esquerdo representa um polígono convexo com as suas duas diagonais tracejadas e, do lado direito, tem-se um qua- drilátero côncavo também com as suas duas diagonais tracejadas. Considere um polígono de n lados. Se uma diagonal une dois vértices não consecutivos, de cada vértice partirão n 3− diagonais (devemos descontar os vértices adjacentes à direta e à esquerda e o próprio vértice). Ampliando para os n vértices teremos um total de ( )n n 3⋅ − diagonais, mas nesse caso cada diagonal estaria sendo contada duas vezes, por isso, o número total de diagonais de um polígono de n lados é dado por ( )n n 3 d 2 ⋅ − = A figura acima mostra as cinco diagonais do pentágono. 3.1 Soma dos ângulos internos de um polígono convexo Sabendo que a soma dos ângulos internos de um triângulo qualquer é 180º podemos deduzir a soma dos ângulos internos dos polígonos dividindo-os em triângulos. Por exemplo, um qua- drilátero pode ser separado em dois triângulos, um pentágono pode ser separado em três triângulos, um hexágono, em quatro triângulos, e assim por diante. Note que num polígono de n la- dos pode-se separá-lo em n 2− triângulos. Portanto, a somados ângulos internos de um polígono de n lados é: ( )iS n 2 180º= − ⋅ 138 Note que conseguimos colocar 2 = (4 – 2) triângulos den- tro do quadrilátero, portanto, a soma dos ângulos internos do quadrilátero é 2.180 = 360º. E, 3 = (5 – 2) triângulos dentro do pentágono, portanto, a soma dos ângulos internos do pentágono é 3.180 = 540º. 3.2 Soma dos ângulos externos de um polígono Note que o ângulo externo de um polígono é o suplemento do respectivo ângulo interno, ou seja, podemos escrever então i ea a 180º+ = . Essa relação é válida para todos os ângulos do polígono. En- tão, considerando um polígono de n lados podemos escrever n equações: i1 e1 i2 e2 i3 e3 in en a a 180º a a 180º a a 180º ........................ a a 180º + = + = + = + = Somando essas n equações obtemos: ( ) i e e e S S n 180 n 2 180 S 180 n S 360º + = ⋅ − ⋅ + = ⋅ = Ou seja, independentemente do número de lados do polígo- no convexo, a soma dos ângulos externos será sempre 360º. Como visto anteriormente, um polígono regular é aquele que possui todos os lados iguais e todos os ângulos iguais. Portanto, podemos achar as expressões para os ângulos interno e externo de um polígono regular de n lados: ( )i i i i i n 2 180S n a S a a n n − ⋅ ⋅ = ⇒ = ⇒ = Como os ângulos externos de um polígono regular também são todos congruentes, temos: e e e e e S 360 n a S a a n n ⋅ = ⇒ = ⇒ = EXERCÍCIOS DE AULA 01. Calcule a soma dos ângulos internos de um octógono. 02. Determine o ângulo interno e o ângulo externo do pentágono regular. 03. Qual é o polígono cuja soma dos ângulos internos vale 2340º? 04. O polígono convexo que possui 27 diagonais é: 05. Determine o número de diagonais de um dodecágono. 06. Determine o polígono cujo número de diagonais é o quádruplo do número de lados. 07. Determine o número de diagonais de um polígono regular conve- xo cujo ângulo externo vale 24°. 08. Um pentágono possui dois ângulos iguais a 150º e os outros três ângulos iguais “x”. Determine x. 139 GABARiTo exeRCíCioS De AULA 01. 1080º 02. interno = 108º, externo = 72º 03. Pentadecágono 04. Eneágono 05. 54 06. Undecágono 07. 90 08. 80º 140 1. PARALELISMO Dizemos que duas retas r e s são paralelas se forem coinci- dentes ou se forem coplanares e não tiverem nenhum ponto em comum. Denotamos duas retas paralelas pelo símbolo //. retas coincidentes retas coplanares Sejam r e s duas retas paralelas ou não e t uma reta trans- versal a r e s. A reta t formará com r e s um total de oito ângulos, destacados nos desenhos abaixo. Os oito ângulos acima são classificados em correspondentes, alternos (internos e externos) e colaterais (internos e externos) da seguinte forma: Correspondentes: 1e 5 , 2 e 6 , 3 e 7 , 4 e 8 Alternos: internos: 3 e 5 , 4 e 6 externos: 1 e 7 , 2 e 8 Colaterais: internos: 3 e 6 , 4 e 5 externos: 1 e 8 , 2 e 7 A congruência entre dois ângulos alternos de um dos pares, por exemplo, se tivermos 1 ≡ 7 , isso implica: 1) a congruência de todos os pares de ângulos alternos, ou seja, teremos 2 ≡ 8 , 3 ≡ 5 e 4 ≡ 6 . 2) a congruência dos pares de ângulos correspondentes, ou seja, 1 ≡ 5 , 2 ≡ 6 , 3 ≡ 7 , 4 ≡ 8 . 3) que os pares de ângulos colaterais são suplementares, ou seja, 1 + 8 ≡ 2 + 7 ≡ 3 + 6 ≡ 4 + 5 . Se r e s forem paralelas cortadas por uma transversal, então os pares de ângulos alternos e os pares de ângulos corresponden- tes serão iguais, ou seja, 1 ≡ 5 , 2 ≡ 6 , 3 ≡ 7 , 4 ≡ 8 (correspondentes). 3 ≡ 5 , 4 ≡ 6 , 1 ≡ 7 , 2 ≡ 8 (alternos). Uma condição necessária e suficiente para que duas retas, r e s, cortadas por uma transversal sejam paralelas é que os pares de ân- gulos alternos ou os pares de ângulos correspondentes sejam iguais. r / /sα ≡ β⇔ Soma dos ângulos internos de um triângulo Teorema: A soma dos ângulos internos de um triângulo ABC é 180º. Demonstração: Primeiro, traça-se uma reta paralela ao lado BC passando pelo vértice A. Agora, observe que os ângulos X e B são congruentes pois são alternos internos, assim como os ângulos Y e C. Como a soma dos ângulos X,  e Y forma um ângulo raso, ou seja, 180º, então  + X + Y =  + B + C = 180º Paralelismo e triângulos 141 2. TRIÂNGULOS 2.1 Definição Dados três pontos não colineares A, B e C, à reunião dos segmentos AB,AC e BC chama-se triângulo ABC ( ABC∆ ). Elementos do triângulo Os pontos ABC são chamados de vértices do triângulo ABC. Os lados AB,AC e BC de medidas c, b e a, respectivamente, são os lados do triângulo ABC. Os ângulos BÂC ou Â, ACB , ou B e ACB ou B são os ângulos internos do triângulo. Diz-se que os lados BC, AC e AB são opostos aos ângulos Â, B e B , respectivamente. Interior e exterior A região interna a um triângulo é a região limitada pelos três lados do triângulo e que está “dentro” do triângulo e a região externa ao triângulo é a região ilimitada que está voltada “para fora” dos lados do triângulo. Veja os desenhos abaixo. Condição de existência Será que é possível construir um triângulo com lados medin- do 3, 5 e 10? E com lados medindo 4, 6 e 10? Desenhando-se esses segmentos tem-se: 3 5 6 4 10 10 Veja pela figura do lado esquerdo que é impossível montar um triângulo com lados 3,5 e 10, pois os dois lados menores jun- tos nem sequer se igualam ao tamanho do lado maior. Na figura do lado direito, os dois lados menores juntos tem exatamente o mesmo comprimento que o lado maior. Nesse caso também não será possível montar um triângulo, pois quando in- clinarmos os lados menores com a base (segmento de medida 10) ficará uma abertura na parte superior, o que não permitirá “fechar” o triângulo. Portanto, pode-se deduzir agora a condição de existência de um triângulo: A soma de dois lados quaisquer de um triângulo deve ser maior do que o terceiro lado. Sendo assim, se um triângulo tiver lados a, b e c, as seguintes condições devem ser satisfeitas: a + b > c a + c > b b + c > a Teorema do ângulo externo Note que o ângulo externo a cada ângulo interno de um triângulo é exatamente o suplemento desse ângulo. Portanto, se um triângulo tiver ângulo internos medindo 50º, 60º e 70º, os respectivos ângulos externos são 130º, 120º e 110º. Perceba que o ângulo externo ao ângulo de 50° (130°) é igual a soma dos outros dois ângulos internos (60° + 70° = 130°). O mesmo vale para os outros dois ângulos externos. Essa obser- vação nos leva ao teorema do ângulo externo: em um triângulo, o ângulo externo a cada ângulo interno é igual à soma dos outros dois ângulos internos do triângulo. 2.2 Classificação A classificação de um triângulo pode ser feita com relação aos lados (medidas dos lados) ou com relação aos ângulos (medi- das dos ângulos). 2.2.1 Quanto aos lados Quanto aos lados, um triângulo pode ser: Equilátero – quando possui os três lados com a mesma medida. Isósceles – quando possui pelo menos dois lados iguais. 142 Escaleno – quando possui os três lados com medidas diferentes. 2.2.2 Quanto aos ângulos Quanto aos ângulos, um triângulo pode ser: Acutângulo – quando possui todos os ângulos agudos, ou seja, todos os ângulos menores do que 90º. Retângulo – é o triângulo que possui um ângulo reto, ou seja, um ângulo de 90º. Obtusângulo – é o triângulo que possui um ângulo obtuso, ou seja, um ângulo maior do que 90º. 2.3 Congruência de triângulos 2.3.1 Definição Dois triângulos são ditos congruentes (símbolo ≡ ) se, e so- mente se, os lados e os ângulos de um forem congruentes aoslados e ângulos correspondentes do outro. Em símbolos, tem-se: ^ ^ ^ ^  Â'AB A'B' ABC A'B'C' AC A'C' e B B' BC B'C' C C' ≡ ≡ ∆ ≡ ∆ ⇔ ≡ ≡ ≡ ≡ 2.3.2 Casos de congruência A congruência de triângulos exige que tenhamos três lados iguais e três ângulos iguais, ou seja, deve-se verificar 6 condições. Porém, é possível relaxarmos essas condições dividindo a congruência em al- guns casos ou critérios de congruência com condições mais simples. 1º Caso de congruência - LAL Se dois triângulos tiverem dois lados e o ângulo entre eles congruentes, então os triângulos são congruentes. Nos triângulos ABC e A’B’C’ temos AC A'C'≡ , AB A'B'≡ e  Â'≡ . Portanto, pelo caso LAL de congruência de triângulos tem-se também que BC B'C'≡ , ^ ^ B B'≡ e ^ ^ C C'≡ . 2° Caso de congruência - ALA Se dois triângulos tiverem dois ângulos e o lado entre eles congruentes, então os triângulos são congruentes. Nos triângulos ABC e A'B'C' temos BC B'C'≡ , ^ ^ C C'≡ e ^ ^ B B'≡ . Portanto, pelo caso ALA de congruência de triângulos tem-se tam- bém que AC A'C'≡ , AB A'B'≡ e  Â'≡ . 3° Caso de congruência - LLL Se dois triângulos têm os três lados congruentes, então os triângulos são congruentes. Como os três lados dos triângulos ABC e A'B'C' são iguais, pelo caso de congruência LLL temos que os ângulos correspon- dentes também serão iguais, ou seja,  Â'≡ , ^ ^ B B'≡ e ^ ^ C C'≡ . 4º Caso de congruência – LAA0 Se dois triângulos têm um lado congruente, um ângulo ad- jacente e o ângulo oposto a esse lado, então os triângulos são congruentes. BC B'C'≡ ,  Â'≡ e ^ ^ C C'≡ ⇒ ABC A'B'C'∆ ≡ ∆ 143 Caso especial de congruência – triângulos retângulos Se dois triângulos retângulos têm um cateto e a hipotenusa congruente, então os triângulos são congruentes. Sendo os ângulos A e A’ retos, AB A'B'≡ e BC B'C'≡ temos ABC A'B'C'∆ ≡ ∆ . 2.4 Desigualdades nos triângulos 2.4.1 O maior lado é oposto ao maior ângulo. Se dois lados de um triângulo não são congruentes (não tem o mesmo tamanho) então os ângulos opostos a estes lados também não são congruentes, sendo o maior ângulo oposto ao maior lado. Ou seja, num triângulo com lados medindo 5 cm, 7 cm e 10 cm o ângulo oposto ao lado medindo 10 cm é maior do que os ângulos opostos aos lados de 5 cm e 7 cm. 2.4.2 O maior ângulo é oposto ao maior lado Se dois ângulos de um triângulo não são congruentes (não tem a mesma medida) então os lados opostos a estes ângulos também não são congruentes, sendo o maior lado oposto ao maior ângulo. Por exemplo, num triângulo com ângulos de 50°, 60° e 70° o lado oposto ao ângulo de 70° é maior do que os outros lados. a > b > c 2.5 Pontos notáveis do triângulo 2.5.1 Baricentro (encontro das medianas) Chamamos de mediana de triângulo o segmento que liga um vértice do triângulo ao ponto médio do lado oposto a esse vértice. Um triângulo possui três medianas, uma para cada um de seus vértices. Ao ponto de encontro das medianas damos o nome de baricentro do triângulo, que é denotado pela letra G. O baricentro do triângulo é também o centro de gravidade do triângulo. 2.5.2 Incentro (encontro das bissetrizes) A bissetriz de um triângulo é o segmento que liga um vértice até um ponto do lado oposto de forma que o ângulo desse vérti- ce fique dividido em duas partes iguais. O ponto de encontro das três bissetrizes de um triângulo é chamado de incentro do triângulo, denotado pela letra I. 2.5.3 Circuncentro (encontro das mediatrizes) A mediatriz de um segmento é a reta perpendicular ao seg- mento passando pelo ponto médio deste. O ponto de encontro das mediatrizes de um triângulo é cha- mado de circuncentro do triângulo, e é denotado pela letra O. O circuncentro corresponde ao centro da circunferência cir- cunscrita ao triângulo. 144 2.5.4 Ortocentro A altura de um triângulo é o segmento que liga um vértice até um ponto da reta suporte do lado oposto, formando com esta um ângulo de 90º. O ponto de encontro das três alturas de um triângulo é cha- mado de ortocentro do triângulo, que é denotado pela letra H. OBSERVAÇÃO: O ortocentro do triângulo ABC corresponde ao incentro do tri- ângulo cujos vértices são os pés das alturas do triângulo ABC. EXERCÍCIOS DE AULA 01. Determine x sabendo que r // s. 02. Determine y na figura abaixo. 03. Determine x e y na figura abaixo sabendo que as retas r e s são paralelas. 04. Sendo r // s, determine x e y na figura abaixo. 05. Justifique se é possível formar um triângulo com lados medindo 7 cm, 8 cm e 16 cm. 06. Os três ângulos internos de um triângulo medem 2x + 10, 3x e 4x – 10. Quanto vale x? 07. Determine a medida do lado de um triângulo equilátero sabendo que o seu perímetro vale 135 cm. 08. Cada um dos lados congruentes de um triângulo isósceles excede a base em 15 cm. Sabendo que o perímetro desse triângulo vale 60, quanto mede cada lado? 09. Um dos ângulos internos de um triângulo isósceles mede 120º. Qual é a medida do ângulo agudo formado pelas bissetrizes dos outros ângulos internos? notas 145 GABARITO ExERCíCIOS DE AULA 01. 110° 02. 170° 03. x = 120° e y = 75º 04. x = 20° e y = 30° 05. Não 06. 20 07. 45 08. 25cm, 25cm, 10cm 09. 30° 146 1. DEFINIÇÃO Uma circunferência é um conjunto de pontos do plano que está a uma mesma distância de um ponto dado desse plano. O ponto dado é chamado de centro da circunferência e a distância dos pontos ao centro é chamada de raio da circunferência. Indicamos o centro da circunferência por O, o raio por r e um ponto da circunferência por P. Uma circunferência de centro O e raio r é indicada por ( )O,rλ . 1.1 Posições relativas de ponto e circunferência São três as posições relativas entre um ponto e uma circunfe- rência. Um ponto P é dito interior à circunferência quando a sua distância até o centro é menor do que o raio, o ponto é exterior à circunferência quando a sua distância até o centro é maior do que o raio e o ponto pertence à circunferência quando a sua distância até o centro é igual ao raio. Em símbolos, tem-se: I é interior à λ ⇔ dI,O<r P pertence à λ ⇔ dP,O=r E é exterior à λ ⇔ dE,O>r 1.2 Interior e exterior O interior de uma circunferência corresponde ao conjunto de todos os pontos interiores à circunferência. O exterior de uma circunferência corresponde ao conjunto de todos os pontos externos à circunferência. Sendo ( )O,rλ uma circunferência de um plano α: Interior de λ={P∈a / dP,O<r} Exterior de λ={P∈a / dP,O>r} 1.3 Corda e diâmetro Corda de uma circunferência é o segmento de reta que une dois pontos distintos quaisquer de uma circunferência. A corda de maior comprimento é aquela que passa pelo centro da circunferência, e é chamada de diâmetro da circunferência. Na figura acima, AB é uma corda da circunferência e CD é o diâmetro da circunferência. O raio de uma circunferência é o segmento de reta com uma extremidade no centro da circunferência e outra num ponto da circunferência. No desenho acima, OP é um raio. CirCunferênCia e CírCulo 147 1.4 Arco de circunferência e semicircunferência Um arco de circunferência é um pedaço, uma parte da cir- cunferência. Dados dois pontos distintos A e B de uma circunfe- rência λ , que não são extremidade de um diâmetro, esses pon- tos dividem a circunferência em dois arcos, um chamado de arco menor AB e o outro, arco maior AB . Os pontos A e B são as extremidades dos arcos maior e menor. I) o arco menor AB é formado pelos pontos A, B e por todos os pontos de L que estão no interior do ângulo ˆAOB; II) o arco maior AB é formado pelos pontos A, B e por todos os pontos de L que estão no exterior do ângulo ˆAOB; Notação: AB = arco menorAB AXB = arco maior AB De modo geral, quando falamos em arco AB estamos consi- derando o menor arco determinado por AB. Se os pontos A e B forem as extremidade de um diâmetro, então AB divide a circunferência em duas partes iguais, chamadas de semicircunferência. 2. CírCulO O círculo corresponde à circunferência junto com o seu in- terior, ou seja, dado o centro e o raio de uma circunferência, o círculo é o conjunto de todos os pontos que estão a uma distância do centro menor ou igual ao raio. Em símbolos, dado um plano α , um ponto O de α e um raio r > 0, o círculo de centro O e raio r, denotado por C(O,r), é o conjunto dos pontos P, tais que P,Od r≤ . O centro, raio, corda, diâmetro e arco de um círculo coinci- dem com o centro, raio, corda, diâmetro e arco da circunferência. 2.1 Setor circular, segmento circular e semicírculo Dado um círculo C(O,r) considere dois pontos distintos, A e B, da circunferência, que não sejam extremidades de um diâmetro, então definimos: I) Setor circular menor AOB: é a união dos pontos do círcu- lo entre AO e OB, inclusive, assim como o arco menor AB. II) Setor circular maior AOB: é a união dos pontos do círcu- lo que estão no exterior do ângulo AÔB, juntamente com os raios AO e OB assim como o arco maior AB. De forma geral, sempre que nos referirmos a setor circular AOB estaremos nos referindo ao menor setor circular determina- do por AOB. 2.2 Segmento circular Um segmento circular é a região do círculo que está entre um arco e uma corda. 2.3 Semicírculo Quando uma corda AB divide o círculo em duas partes iguais (dois segmentos circulares iguais) cada uma das partes é chamada de semicírculo. 148 3. POSIÇõES rElAtIvAS DE rEtA E CIrCuNFErêNCIA Temos três posições relativas entre uma reta e uma circunfe- rência, são elas: secante, tangente e exterior. Vejamos cada uma: 3.1 Secante Dizemos que uma reta é secante a uma circunferência se a reta corta a circunferência em dois pontos distintos. A reta secante a uma circunferência possui duas proprieda- des, são elas: I) Sejam A e B os pontos de intersecção de uma reta e uma circunferência C(O,r). Se M é o ponto médio da corda AB, então a reta OM é perpendicular à reta secante. II) Sejam A e B os pontos de intersecção de uma reta e uma circunferência C(O,r). A perpendicular à reta secante traçada a par- tir do centro O da circunferência passa pelo ponto médio de AB. 3.2 tangente Dizemos que uma reta é tangente a uma circunferência se a intersecção entre elas for apenas um ponto. O ponto de inter- secção é chamado de ponto de tangência. As propriedades da reta tangente a uma circunferência são: I) A reta perpendicular ao raio de uma circunferência na sua extremidade é tangente à circunferência. II) A reta tangente a uma circunferência é perpendicular ao raio no ponto de tangência. 3.4 Externa Uma reta é dita externa a uma circunferência se a inter- secção entre a reta e a circunferência for vazia. Chamando de d a distância entre a reta e o centro da circun- ferência, temos: I) a reta é secante à circunferência C(O,r) se d < r II) a reta é tangente à circunferência C(O,r) se d = r III) a reta é exterior à circunferência C(O,r) se d > r 149 4. POSIÇõES rElAtIvAS ENtrE DuAS CIrCuNFErêNCIAS Considere duas circunferências, C1(O1,r1) e C2(O2,r2), com r1 > r2. Chamando de d a distância entre os centros das duas circunferên- cias, temos as seguintes possibilidades: I) interiores: quando a distância entre os centros é menor do que a diferença entre os raios, ou seja, d < r1 – r2. II) tangentes internamente: quando a distância entre os centros é igual à diferença entre os raios, ou seja, d = r1 – r2. III) secantes: quando a distância entre os centros for tal que r1 – r2 < d < r1 + r2 IV) tangentes externamente: quando a distância entre os centros das circunferências for igual à soma dos raios, ou seja, d = r1 + r2. v) exteriores: quando a distância entre os centros for maior do que a soma dos raios, ou seja, d > r1 + r2. 5. SEgmENtOS tANgENtES Considere um ponto P, exterior a uma circunferência. Se a partir de P traçarmos os segmentos PA e PB tangentes à circun- ferência, então PA PB= . Para a demonstração desse resultado basta notar a congru- ência entre os triângulos PAO e PBO (caso especial de congruên- cia – triângulos retângulos). 5.1 Quadrilátero circunscrito Usando o resultado anterior de segmentos tangentes, vamos determinar agora uma condição para que um quadrilátero seja circunscritível a uma circunferência. Dizemos que um quadrilátero está circunscrito a uma circunfe- rência quando os seus quatro lados forem tangentes à circunferência. Também dizemos que a circunferência é inscrita ao quadrilátero. Propriedades I) Se um quadrilátero convexo é circunscritível a uma circun- ferência, então a soma de dois lados opostos é igual à soma dos outros dois lados. Para mostrar a propriedade acima basta usar a igualdade en- tre segmentos tangentes: AP AM AP BP AM BO BP BO = ⇒ + = + = CN CO CN DN CO DM DN DM = ⇒ + = + =150 Somando as duas equações, teremos AP BP CN DN AM BO CO DM AB CD AD BC + + + = + + + + = + II) Se num quadrilátero convexo a soma de dois lados opos- tos é igual à soma dos outros dois lados, então o quadrilátero é circunscritível a uma circunferência. Portanto, para que um quadrilátero convexo seja circunscrití- vel a uma circunferência basta que a soma das medidas dos lados opostos sejam iguais. 6. ÂNgulOS NA CIrCuNFErêNCIA 6.1 Congruência de circunferências e arcos congruentes Dizemos que duas circunferências, C1(O1,r1) e C2(O2,r2), são con- gruentes quando elas tiverem raios iguais, ou seja, quando r1 = r2. Dois arcos AB e CD de uma circunferência de centro O são con- gruentes se, e somente se, os ângulos AÔB e CÔD são congruentes. ˆ ˆAB CD AOB COD≡ ⇔ = 6.2 Adição e desigualdade de arcos A soma de arcos corresponde à soma dos respectivos ângu- los, ou seja, o arco AB é a soma dos arcos AC e CB se, e somente se, o ângulo AÔB é a soma dos ângulos AÔC e CÔB. Dois arcos AB e CD de uma circunferência de centro O são di- ferentes se, e somente se, os ângulos AÔB e BÔC são diferentes, sendo o maior ângulo correspondente ao maior arco e o menor ângulo, ao menor arco. ˆ ˆAB CD AOB COD> ⇔ > 6.3 Ângulo central O ângulo central a um arco de circunferência é aquele ângulo que tem o vértice no centro da circunferência. Na figura abaixo, dizemos que AB é o arco correspondente ao ângulo central AÔB ou AB é o arco subtendido por AÔB. A medida de um arco de circunferência é igual à medida do ângulo central correspondente. Por exemplo, se numa circunfe- rência de centro O, o ângulo central AÔB mede 50°, então o arco AB mede também 50°. Escreveremos: Se m(AÔB) = 120°, então m(AB) = 120°, reciprocamente. 6.4 Ângulo inscrito Um ângulo inscrito a uma circunferência é aquele que possui o vértice como sendo um ponto da circunferência e os lados são secantes a ela. Na figura acima, o ângulo AÔB é o ângulo central correspon- dente ao ângulo inscrito AMB. A medida do ângulo inscrito é a metade do ângulo central correspondente. Se ˆAOB = α então ˆAMB 2 α = . No desafio 7 você deverá demonstrar esta igualdade. 151 6.5 Quadrilátero inscrito Um quadrilátero está inscrito a uma circunferência quando os seus vértices são pontos da circunferência. O quadrilátero inscrito possui a propriedade de que a soma dos ângulos opostos é sempre igual a 180°, ou seja, ˆ ˆ ˆ ˆA C B D+ = + . A recíproca também é verdadeira, se num quadrilátero convexo a soma dos ângulos opostos é 180°, então ele é inscritível. Vamos provar a primeira parte. Suponha que ABCD seja um quadrilátero inscrito a uma circunferência.Então, o ângulo  é inscrito ao arco BCD e o ângulo C é inscrito ao arco BAD. Como BCD + BAD = 360° e A e C são os respectivos ângulos inscritos, então  + C = 180°. O mesmo vale para os ângulos B e D. Portanto, uma condição necessária e suficiente para um qua- drilátero convexo ser inscritível é que a soma dos ângulos opostos seja 180°. 6.6 Ângulo de segmento Um ângulo de segmento é aquele que possui o vértice na cir- cunferência, um lado tangente à circunferência e um lado secante à circunferência. Na figura acima, o ângulo tÂB é o ângulo de segmento ao arco AB e AÔB é o ângulo central correspondente. A medida do ângulo de segmento é a metade do arco AB, ou seja, 2 β α = . 6.7 Arco capaz Considere uma circunferência de centro O e um ângulo a. Seja AÔB um ângulo central de medida 2β = ⋅ α . Os vértices dos ângulos inscritos relativos à circunferência que têm os lados pas- sando por A e B têm medida α e estão num arco APB. Este arco é chamado arco capaz de α . Na figura, os ângulos AP1B, AP2B, AP3B, t1AB e t2AB têm me- dida AB 2 α = . O arco APB é o arco capaz de α . 7. COmPrImENtO DE ArCO O comprimento de um arco AB na circunferência é direta- mente proporcional ao ângulo central a ele correspondente. Para calcularmos o comprimento do arco l basta fazer uma re- gra de três, lembrando que uma circunferência completa tem um ângulo 360° ou 2pi radianos e um comprimento total de 2 rpi ⋅ . Ângulo Comprimento 2pi 2 rpi ⋅ α Portanto, = r ⋅ a Em graus, temos: Ângulo Comprimento 360° 2 rpi ⋅ α r l 180 pi ⋅ ⋅ α = 152 EXERCÍCIOS DE AULA 01. Determine o valor de x na figura abaixo: AB 5x 3= − OC x 3= + 02. Determine o valor de x na figura abaixo: 03. Determine x, y e z na figura abaixo: 04. Determine x nas figuras abaixo: a) b) 05. Determine o perímetro do quadrilátero abaixo: 06. Sabendo que as circunferências abaixo são tangentes externa- mente, que a distância entre os centros é 18 cm e que a diferença entre os raios é 6 cm, determine os raios. 07. Três circunferências de centros A, B e C são tangentes externa- mente duas a duas. Se AB = 9, AC = 7 e BC = 8, determine os raios das circunferências. 08. Calcule o comprimento do arco menor AB sabendo que o raio da circunferência é 20 cm. 153 gABArItO ExErCíCIOS DE AulA 01. x = 3 02. x = 6 03. x = 5, y = 6 e z = 4 04. a) 5; b) 3 05. 86 06. 6 e 12 07. 3, 4 e 5 08. a) 20 3 ⋅ pi , b) 40 3 ⋅ pi c) 20 ⋅ pi 154 1. Lugares geométricos Um lugar geométrico é um conjunto de pontos que satisfaz a uma ou mais propriedades. Por exemplo, uma circunferência de centro O e raio r num plano α é o lugar geométrico formado por todos os pontos de α que estão a uma distância r de O. Na figura acima os pontos x e y fazem parte do lugar geométri- co que gera a circunferência. Já o ponto z não faz parte deste lugar geométrico, pois a sua distância até o centro é maior do que o raio r. Para se demonstrar que um determinado conjunto de pontos é um lugar geométrico com a propriedade P devemos mostrar que: I) todos os pontos desse lugar geométrico tem a propriedade P; II) somente os pontos desse lugar satisfazem a propriedade, ou seja, se X é um ponto que não satisfaz a propriedade P, então X não pertence ao lugar geométrico em questão. 1.1 mediatriz Dado um segmento de reta AB , chamamos de media- triz o lugar geométrico dos pontos que estão a mesma distância dos pontos A e B. 1.2 Paralelas Dada uma reta r qualquer, o lugar geométrico dos pontos que estão a uma distância d de r é o conjunto formado por duas retas, s e t, paralelas a reta dada e que estão a uma distância d de r. Dadas duas retas r e s num plano α , o lugar geométrico dos pontos de α que está a uma mesma distância das retas r e s é uma reta t paralela as retas dadas e que está à mesma distância de ambas. 1.3 Bissetrizes Considere duas retas concorrentes r e s, chamamos de bis- setriz o conjunto de pontos que equidista simultaneamente das retas r e s. Note que cada par de retas concorrentes possui duas bissetrizes, uma para o menor ângulo formado por elas e outra para o maior ângulo entre r e s. Lugar geométrico 155 1.4 arco capaz Considere uma circunferência de centro O e um ângulo α. Seja AÔB um ângulo central de medida β = ⋅ α2 . Os vértices dos ângulos inscritos relativos à circunferência que têm os lados pas- sando por A e B têm medida α e estão num arco APB. Este arco é chamado arco capaz de α. Na figura, os ângulos AP1B, AP2B, AP3B, t1AB e t2AB têm medida α = AB 2 . O arco APB é o arco capaz de α. 2. Divisão De um segmento Dado um segmento de reta AB e um número real k podemos dividir o segmento na razão k por um ponto interior ou por um ponto exterior ao segmento. Dizemos que o ponto M divide interiormente o segmento AB na razão k se M for interior a AB e = MA k MB Dizemos que o ponto N divide exteriormente o segmento AB na razão k se N for exterior a AB e = NA k NB . exemplo: Considere a figura abaixo: Temos as seguintes divisões: M divide AB na razão = = MA 2 1 6 3MB A divide MB na razão = = AM 2 1 8 4AB B divide AM na razão = = BA 8 4 6 3BM teorema: Dado um segmento de reta AB e uma razão k, então: I) existe um único ponto M que divide interiormente o seg- mento nessa razão; II) existe um único ponto N que divide externamente o seg- mento nessa razão. 3. Divisão harmônica Dado um segmento AB e os pontos M e N dizemos que M e N dividem harmonicamente o segmento AB se = MA NA MB NB Os pontos M e N são chamados de conjugados harmônicos de AB na razão k. Numa divisão harmônica vale que = − < 2 1 1 para k 1 AB AM AN = + > 2 1 1 para k 1 AB AM AN Considere um segmento AB , O o ponto médio de AB e M e N os conjugados harmônicos de AB . Então vale a seguinte relação: ( ) = ⋅2OA OM ON 4. Distância entre Divisores harmônicos Sejam M e N os conjugados harmônicos do segmento AB , conforme figura abaixo: Então, temos que = = > MA NA k 1 MB NB . Sejam dadas as medidas =AB L, =MB a, =BN b e =MN x. Vamos determinar o valor de x em função da razão k e do compri- mento L de AB . Temos que: − = ⇒ = ⇒ = + MA L a L k k a a k 1MB e + = ⇒ = ⇒ = − NA L b L k k b b k 1NB Note que, = = + = +x MN MB BN a b. Daí, segue que = + = + + − L L x a b k 1 k 1 Logo, = − 2 2kL x k 1156 EXERCÍCIOS DE AULA Nas questões de 1 a 5 assinale V para verdadeiro e F para falso. 01. ( ) A circunferência não é um lugar geométrico. ( ) A mediatriz de uma corda qualquer de uma circunferência passa pelo centro dessa circunferência. 02. ( ) Num triângulo equilátero, as bissetrizes coincidem com as medianas. ( ) Num triângulo isósceles, o circuncentro coincide com o bari- centro. 03. ( ) O incentro e o baricentro de um triângulo são sempre interiores ao triângulo. ( ) O ortocentro e o circuncentro de um triângulo podem ser exteriores ao triângulo. 04. ( ) Se o ortocentro é um vértice, então o triângulo é retângulo. 05. ( ) Se o incentro está na mediatriz, então o triângulo é isósceles. 06. Qual é o lugar geométrico dos baricentros dos triângulos cujos vértices são A, B e C é um ponto qualquer de r? 07. Quanto mede a mediana de um triângulo equilátero de lado 10cm? 08. Determine a distância do baricentro de um triângulo equilátero de lado 12 cm até um de seus vértices. 09. Um segmento AB é tal que 7.AB = 3.CD. Qual será sua medida na unidade 1/4.CD? 10. Se M divide um segmento AB, de 18 cm, interiormente na razão 2/7, calculeMA e MB. NotaS 157 gaBarito exercícios De auLa 01. F, V 02. V, F 03. V V 04. V 05. V 06. reta 07. 5 3 08. 2 3 09. 12/7 10. MA = 4 cm; MB = 14 cm 158 159 1. Teorema de Tales Chamamos de feixe de retas paralelas ao conjunto forma- do por retas paralelas e coplanares. Uma transversal a um feixe de retas paralelas é uma reta do plano do feixe que é concorrente a todas as retas do feixe. Chamamos de pontos correspondentes de duas ou mais transversais ao feixe os pontos das transversais que estiverem em uma mesma reta do feixe. De forma análoga, chamamos de segmentos correspondentes de duas ou mais transversais aos segmentos cujas extremidades são os respectivos pontos correspondentes. Na figura acima, os pontos correspondentes são A e A’, B e B’, C e C’ e D e D’. E, AB e A’B’, CD e C’D’ são segmentos correspondentes. 1.1 Teorema Se um feixe de retas paralelas possui duas transversais, então os segmentos congruentes de uma tem como correspondentes segmentos congruentes na outra. Demonstração: Trace pelos pontos A e C os segmentos AL e CM paralelos à transversal t’, conforme desenho. Temos que: ≡AL A'B' e ≡CM C'D' (1) Como lados opostos dos paralelogramos ALB’A’ e CMD’C’. Os triângulos ABL e CDM, tendo um lado congruente adja- cente a dois ângulos ordenadamente congruentes como corres- pondentes, são congruentes pelo caso ALA. Portanto ≡AL CM . Logo, de acordo com (1) ≡A'B' C'D'. 1.2 Teorema de Tales Se um feixe de retas paralelas tem duas transversais, então a razão entre dois segmentos quaisquer de uma é igual à razão entre os respectivos segmentos correspondentes da outra. Demonstração: Sejam AB e CD os segmentos da transversal t. De acordo com a definição da razão de dois segmentos, temos, conforme a figura abaixo: ⋅ α = = ⋅ α AB p p CD q q (1) Traçando pelos pontos que dividem AB e CD em p e q partes congruentes ao segmento de medida alfa , as retas paralelas às do feixe, de acordo com o teorema anterior, essas paralelas divi- dirão os segmentos A’B’ e C’D’ também em partes congruentes entre si. Então, temos: ⋅β = = ⋅β A'B' p p C'D' q q (2) Das relações (1) e (2) temos: = AB A'B' CD C'D' observação: A demonstração foi feita supondo que os segmentos AB e CD são comensuráveis. Teorema de Tales e semelhança de Triângulos 160 1.3 Teorema das bissetrizes 1.3.1 Teorema da bissetriz interna Em qualquer triângulo, uma bissetriz interna divide o lado oposto em segmentos proporcionais aos lados adjacentes. Se AD é bissetriz do ângulo A, então vale a relação: = x y c b Demonstração: Seja ABC um triângulo tal que =BC a , =AC b e =AB c . Trace pelo vértice C do triângulo ABC a paralela CD à bisse- triz interior AS, conforme desenho. Temos que: α = β = βrˆ = αsˆ Logo, =ˆ ˆr s O triângulo ACD é isósceles, de base CD. Logo, = =AD AC b. Por outro lado, no triângulo BCD, AS sendo paralelo a CD, teremos: = BS BA SC AD Como =BS x , =SC y , =BA c e = =AD AC b temos que = x y c b 1.3.2 Teorema da bissetriz externa Em um triângulo qualquer, a bissetriz externa de um ângulo externo divide o lado, externamente, em segmentos proporcio- nais aos lados adjacentes. Se AS é bissetriz do ângulo externo A, então vale relação: = x y c b 2. semelhança de Triângulos Dizemos que dois triângulos são semelhantes se, e somente se, os três ângulos são ordenadamente congruentes e os lados homólogos são proporcionais. Por exemplo, os triângulos ABC e A’B’C’ abaixo são seme- lhantes, pois possuem três ângulos ordenadamente congruentes. Dizer que dois triângulos são semelhantes não significa que eles são iguais, mas sim proporcionais, ou seja, existe uma proporção en- tre os lados correspondentes. Em símbolos, temos ' ˆ ˆA A' a b cˆ ˆABC A'B'C' B B' e k a b' c' ˆ ˆC C' ≡∆ ∆ ⇔ ≡ = = = ≡ onde k é a razão de semelhança. observação: lados homólogos são os lados opostos aos ângulos ordenada- mente congruentes. vértices homólogos são os vértices de ângulos ordenadamen- te congruentes. 161 2.1 Teorema Fundamental Se uma reta é paralela a um dos lados de um triângulo e en- contra os outros dois lados em pontos distintos, então o triângulo que ela determina é semelhante ao primeiro. Em termos da figura abaixo, se DE é paralelo a BC, então o triângulo ABC é semelhante ao triângulo ADE. 2.2 Casos de semelhança entre triângulos Os casos de semelhança entre triângulos são condições mais fracas para determinar quando dois triângulos são semelhantes. Isto é, não há necessidade de verificar sempre as congruências dos três ângulos e a proporcionalidade dos três lados para deter- minar se dois triângulos são semelhantes. 1° Caso de semelhança Se dois triângulos têm dois ângulos ordenadamente con- gruentes, então eles são semelhantes. Suponha que A = A’ e B = B’. Devemos mostrar que ABC é semelhante a A’B’C’. Se o lado A’B’ fosse congruente ao lado AB, os dois triângulos seriam congruentes pelo caso ALA, e a semelhança estaria pronta. Nesse caso teríamos k = 1. Supondo que os lados não são congruentes, podemos dizer, sem perda de generalidade, que A’B’ < AB. Escolha um ponto D, em AB, tal que AD = A’B’ e trace DE paralelo a BC. Pelo teorema fundamental temos que os triângulos ADE e ABC são semelhantes. Como os triângulos ADE e A’B’C’ são congruentes, isso implica que A’B’C’ e ABC são semelhantes. observação: Perceba que se dois triângulos possuem dois ângulos con- gruentes, obrigatoriamente o terceiro ângulo dos triângulos também será congruente, pois a soma dos ângulos internos de qualquer triângulo é sempre 180°. 2° Caso de semelhança Se dois triângulos têm ordenadamente congruentes um ân- gulo e os lados compreendidos proporcionais, então eles são se- melhantes. A demonstração aqui é análoga à do primeiro caso. 3° Caso de semelhança Se dois triângulos tem os lados homólogos proporcionais, então eles são semelhantes. 3. relações méTriCas no Triân- gulo reTângulo Considere um triângulo retângulo ABC com ângulo reto em A. Trace a altura relativa à hipotenusa a partir do vértice A, con- forme figura abaixo: Os elementos desse triângulo são: • Hipotenusa a; • Catetos b e c; • Projeções dos catetos sobre a hipotenusa, m e n; • Altura relativa a hipotenusa h. 162 Note que no triângulo retângulo ABC os ângulos ABC e HAC são iguais, assim como os ângulos ACB e HAB. Com isso, pode- mos identificar três triângulos semelhantes na figura, são eles: ABC, HBA e HAC. Veja a figura abaixo: Vejamos agora as relações de semelhança entre eles: ∆ ∆ABC ~ HBA = ⋅ = = ⇒ ⋅ = ⋅ ⋅ = ⋅ 2c a m a c b a h b c c m h c h b m ∆ ∆ABC ~ HAC = ⋅ = = ⇒ ⋅ = ⋅ ⋅ = ⋅ 2b a n a c b a h b c b h n c n b h ∆ ∆HBA ~ HAC ⋅ = ⋅ = = ⇒ ⋅ = ⋅ = ⋅ 2 c h b m c m h c n b h b h n h m n Excluindo-se as repetidas, as principais fórmulas acima são: 1) O produto da hipotenusa pela altura é igual ao produto dos catetos. ⋅ = ⋅a h b c 2) O quadrado de um cateto é igual ao produto da hipotenu- sa pela projeção desse cateto sobre a hipotenusa. = ⋅ = ⋅ 2 2 b a n c a m 3) O quadrado da altura é igual ao produto das projeções dos catetos sobre a hipotenusa. = ⋅ 2h m n 4. Teorema de PiTágoras Num triângulo retângulo, o quadrado da medida da hipote- nusa é igual à soma dos quadrados das medidas dos catetos Para demonstrar o teorema de Pitágoras basta somar as equações = ⋅ = ⋅ 2 2 b a n c a m ( ) + = ⋅ + ⋅ + = ⋅ + + = 2 2 2 2 2 2 2 b c a m a nb c a m n b c a Usando o teorema de Pitágoras podemos deduzir uma fór- mula para a diagonal de um quadrado e para a altura de um triângulo equilátero. diagonal do quadrado Aplicando o teorema de Pitágoras na figura acima: = + ⇒ = ⋅ ⇒ = ⋅2 2 2 2 2d a a d 2 a d a 2 altura do triângulo equilátero Aplicando o teorema de Pitágoras temos: ⋅ + = ⇒ = − = ⋅ = 2 2 2 2 2 2 2a a 3 ah a h a 2 4 4 a 3 h 2 163 EXERCÍCIOS DE AULA 01. Determine x na figura abaixo: 02. Determine x na figura abaixo: 03. O valor de x na figura abaixo é: 04. O valor de x é: 05. Uma reta paralela ao lado AC de um triângulo ABC determina sobre AB segmentos de 6m e 9m. Determine os segmentos que ela determina sobre BC que mede 25m. 06. O perímetro de um triângulo é 60 m e um dos lados tem 25 m. Qual o perímetro do triângulo semelhante cujo lado homólogo ao lado dado mede 15 m? 07. Determine o valor de AD na figura abaixo sabendo que BC é pa- ralelo a DE, BC = 15, DE = 45 e BD = 14. 08. Sendo DE paralelo a BC, AD = 10, DB = 6 e DE = 8, determine o valor de x. 09. Determine x e y na figura abaixo: 164 gabariTo exerCíCios de aula 01. 4 02. 12 03. 6 04. 7 05. 10m e 15m 06. 36m 07. 21 08. 64/5 09. 7 e 10 1. PROGRESSÃO ARITMÉTICA Chama-se progressão aritmética (PA) uma sequência de nú- mero tais que a diferença entre cada termo e o seu antecessor é uma constante denominada razão da progressão. Essa sequência pode ser representada pela seguinte fórmula de recorrência: n n 1a a r−− = ou n n 1a a r−= + onde n ∈ N, n ≥ 2, an e an − 1 são, respectivamente, os termos de ordem n e n − 1 na sequência e a constante r é a razão da PA. A PA é crescente, se r > 0; decrescente, se r < 0 e estacionária ou constante, se r = 0. r > 0 ⇒ PA crescente ⇒ an > an − 1, ∀ n r = 0 ⇒ PA estacionária ⇒ an = an − 1, ∀ n r < 0 ⇒ PA decrescente ⇒ an < an − 1, ∀ n Nos exemplos citados acima, a primeira PA é crescente e a segunda decrescente. Uma consequência da definição é que dados três termos consecutivos de uma PA, o do meio é a média aritmética dos outros dois. n 1 n 1 n a a a 2 − ++ = 1.1 Notações especiais Em problemas que tratam de progressões aritméticas com poucos termos, é útil lançar mão de representações especiais que facilitam os cálculos. PA de 3 termos: x − r, x, x + r razão r PA de 5 termos: x − 2r, x − r, x, x + r, x + 2r razão r PA de 4 termos: x − 3k, x − k, x + k, x + 3k razão r = 2k Assim, se tivermos uma PA de 3 termos cuja soma é 18 e o 3º termo é a metade do 1º termo, podemos escrever a1 = x − r x −r + x + x + r = 18 ⇔ x = 6 a2 = x 2a3 = a1 ⇔ 2⋅(6 + r) = (6 − r) ⇔ r = −2 a3 = x + r Assim, os 3 termos são: a1 = 6 − (−2) = 8, a2 = 6 e a3 = 6 + (−2) = 4. Observe que a utilização das notações especiais é particular- mente interessante quando se conhece a soma dos termos da PA. 1.2 Fórmula do termo geral A partir da definição feita no item anterior, vemos que é pos- sível obter todos os termos de uma PA se conhecermos o seu 1º termo a1 e a sua razão r. Assim, a2 = a1 + r a3 = a2 + r a4 = a3 + r an = an −1 + r Se uma PA possui 1º termo igual a 2 e razão igual a 3, po- demos escrever: a2 = a1 + r = 2 + 3 = 5 a3 = a2 + r = 5 + 3 = 8 a4 = a3 + r = 8 + 3 = 11 Entretanto, se precisarmos obter um termo de ordem ele- vado da PA, o método acima será muito trabalhoso. Para tanto, lançamos mão da expressão do termo geral da PA. Considerando a PA (a1 , a2 , a3 , ... , an , ...) de razão r, pode- mos escrever: 2 1a a r= +/ 3 2a a r= +/ / 4 3a a r= +/ / n n 1a a r−= +/ Somando membro a membro as (n − 1) igualdades, temos: n 1a a r (n 1)= + ⋅ − (fórmula do termo geral) Entretanto, se em vez de conhecer o 1º termo da PA, for co- nhecido um termo de ordem p, ap, e a sua razão, podemos utilizar uma expressão alternativa para o termo geral. n pa a r (n p)= + ⋅ − É importante notar que a progressão aritmética é uma fun- ção de 1º grau em n com domínio N*, a(n) = r⋅n + (a1 − r). PROGRESSÃO ARITMÉTICA 165 1.3 Interpolação aritmética Em toda sequência finita (a1 , a2 , a3 , ... , a n ) os termos a1 e an são chamados extremos e os outros termos chamados meios. Interpolar k meios aritméticos entre os números a e b, consis- te em obter uma PA de k + 2 termos e com extremos a e b. Para determinar essa PA é necessário calcular a sua razão o que pode ser feito através da expressão b a r k 1 − = + obtida a partir da expressão do termo geral da PA, fazendo a1 = a, an = b e n = k + 2. Dessa forma, se desejarmos interpolar 5 meios aritméticos entre −2 e 40, basta calcularmos 40 ( 2) r 7 6 1 − − = = + e a PA será (−2, 5, 12, 19, 26, 33, 40). 1.4 Propriedades (I) Numa PA finita, a soma de dois termos equidistantes dos extremos é igual à soma dos extremos. (II) Numa PA finita com número ímpar de termos, o termo central é igual à media aritmética dos extremos e consequente- mente de qualquer par de termos equidistantes dos extremos. Na PA (5, 2, −1, −4, −7, −10) de 6 termos, temos: 5 + (−10) = 2 + (−7) = (−1) + (−4). Na PA (7, 11, 15, 19, 23) de 5 termos, temos: 7 + 23 = 11 + 19 = 2⋅15. (III) Sejam am , an , ap e aq termos quaisquer de uma PA de razão r ≠ 0, tem-se m + n = p + q ⇔ am + an = ap + aq 1.5 Soma dos termos da PA Baseados nas propriedades (I) e (II) acima, podemos escrever a expressão da soma dos n primeiros termos de uma PA de 1º termo a1 e n-ésimo termo an. n 1 n n k k 1 (a a ) n S a 2= + ⋅ = =∑ A fórmula acima também pode ser usada na forma a seguir: n 1 n (n 1) S n a r 2 ⋅ − = ⋅ + ⋅ Nessa expressão, notamos que a soma dos n primeiros termos de uma progressão aritmética é uma função de 2º grau em n. EXERCÍCIOS DE AULA 01. (UERJ) Uma sequência de cinco átomos está organizada por ordem cres- cente de seus números atômicos, cujos valores são regidos por uma progressão aritmética de razão 4. Já o número de nêutrons desses mesmos átomos é regido por uma progressão aritmética de razão 5. Se o átomo mais pesado pertence ao elemento ferro (Z = 26) e o mais leve possui o número de prótons igual ao número de nêu- trons, o número de massa do terceiro átomo da série é: a) 18 b) 20 c) 26 d) 38 02. (UFCE) A soma dos 15 primeiros termos de uma Progressão Aritmética é 150. O 8º termo desta P.A. é: a) 10 b) 15 c) 20 d) 25 e) 30 03. (UENF) Um incêndio no Parque Nacional da Serra dos Órgãos, que durou exatamente 6 dias, devastou 60 hectares nos três primeiros dias. Suponha que, a partir do segundo dia, o fogo tenha destruído sem- pre 8 hectares a mais do que no dia anterior. A partir desses dados, calcule, em hectares, a área que foi destruída pelo incêndio: a) no primeiro dia; b) nos seis dias. 04. (UERJ) Observe a tabela de Pitágoras. Calcule a soma de todos os números dessa tabela até a vigésima linha. 166 05. (UFRJ) Mister MM, o Mágico da Matemática, apresentou-se diante de uma plateia com 50 fichas, cada uma contendo um número. Ele pediu a uma espectadora que ordenasse as fichas de forma que o número de cada uma, excetuando-se a primeira e a última, fosse a média aritmética do número da anterior com o da posterior. Mister MM solicitou a seguir à espectadora que lhe informasse o valor da décima sexta e da trigésima primeira ficha, obtendo como resposta 103 e 58 respectivamente. Para delírio da plateia, Mister MM adivinhou então o valor da última ficha. Determine você também esse valor. 06. (UFF) Considere r e s duas retas concorrentes formando entre si um ângulo de 45º. Traçam-se 51 retas perpendiculares à reta r, que determinam sobre r segmentosde comprimentos m1 , m2 , ... , m50 e sobre s segmentos de comprimentos n1 , n2 , ... , n50 (veja a figura). Sabendo que m1 , m2 , ... , m50 formam, nessa ordem, uma pro- gressão aritmética de razão 1 cm e que m1 = 1cm, calcule o valor da soma n1 + n2 + ... + n50. 07. (FATEC) Um auditório foi construído de acordo com o esquema abaixo: A plateia tem 18 filas de assentos e cada fila tem 4 lugares a mais que a anterior. Se forem convidadas 800 pessoas para assistir a um evento e todas comparecerem: a) ficarão vagos 140 lugares. b) ficarão vagos 64 lugares. c) faltarão 44 lugares. d) faltarão 120 lugares. e) não sobrarão nem faltarão lugares. 08. (IME) O quadrado de qualquer número par 2n pode ser expresso como a soma de n termos, em progressão aritmética. Determine o pri- meiro termo e a razão desta progressão. 167 NOTAS GABARITO ExERCíCIOS dE AULA 01. D Solução: nos atômicos: x −8, x −4, x, x +4, x +8 nº de nêutrons: y −10, y −5, y, y +5, y +10 átomo mais pesado: p = x +8 e n = y + 10 26 = x + 8⇒ x = 18 átomo mais leve: p = x −8 e n = y −10 p = n ⇒ x −8 = y −10 ⇒ y −10 = 18 −8 ⇒ y = 20 nº de massa do 3º átomo: p + n = x + y = 18 + 20 = 38 02. 10 Solução: 1 15 15 (a a ) 15 S 150 2 + ⋅ = = 8 1 152a a a= + ⇒ 82a 15 150 2 ⋅ = ⇒ 8a 10= 03. a) 12 hectares b) 192 hectares Solução: a) 1º dia: x −8 2º dia: x 3º dia: x +8 ⇒ (x −8) +x +(x +8) = 60 ⇔ 3x = 60 ⇔ x = 20 No 1º dia foram devastados x −8 = 20 − 8 = 12 ha. b) a6 = 12 +8×(6 −1) = 52 ⇒ 6 (12 52) 6 S 192 2 + ⋅ = = ha 04. 2520 Solução: 20 3 4 5 12 6 8 10 24 9 12 15 36 a + + = + + = + + = = ⇒ a20 = 12 + 12×(20 −1) = 240 S = 12 +24 +36 + ... + 240 = (12 240) 20 2520 2 + ⋅ = 05. 1 Solução: As fichas ordenadas da forma solicitada formam uma PA (x1 , x2 , x3 , ... , x50) de razão r. a16 = 103 a31 = 58 a31 = a16 + (31 − 16)r ⇔ 58 = 103 + 15r ⇔ r = −3 a50 = a31 + (50 −31)r = 58 + 19×(−3) = 1 06. 1275 2 Solução: m50 = 1 + 1×(50 −1) = 50 1 2 50 1 2 50 m m m 2 cos45º n n n 2 = = = = = ⇒ 1 2 50 1 2 50 m m m 2 n n n 2 + + + = + + + 1 2 50 (1 50) 50 m m m 1275 2 + ⋅ + + + = = ⇒ 1 2 50 1275 2 n n n 2 = + + + ⇒ 1 2 50n n n 1275 2+ + + = 07. C Solução: O número de assentos é a soma de uma PA de 18 termos com a1 = 8 e r = 4. a18 = 8 +4×(18 −1) = 76 ⇒ nº assentos = (8 76) 18 756 2 + ⋅ = Logo, se forem convidadas 800 pessoas faltarão 800 −756 = 44 lugares. 08. a1 = 4 e r = 8 Solução: a1 +a2 + ... +an = (2n) 2 an = a1 +r(n − 1) Sn = a1 +a2 + ... +an = 1 1 1(a a r(n 1)) n (2a r(n 1)) n 2 2 + + − ⋅ + − ⋅ = ⇒ 1 (2a r(n 1)) n 2 + − ⋅ = (2n)2 Supondo n ≠ 0, então 2a1 +r(n −1) = 8n ⇒ (2a1 −r) +rn = 8n , ∀ n ⇒ 2a1 − r = 0 ⇒ rn = 8n ⇒ r = 8 ⇒ a1 = 4 168 1. PROGRESSÃO GEOMÉTRICA Chama-se progressão geométrica (PG) uma sequência de nú- mero tais que o quociente entre cada termo e o seu antecessor é uma constante denominada razão da progressão. Essa sequência pode ser representada pela seguinte fórmula de recorrência: n n 1 a q a − = ou n n 1a a q−= ⋅ , n ∈ N, n ≥ 2 onde an e an − 1 são, respectivamente, os termos de ordem n e n − 1 na sequência e a constante q é a razão da PG. Exemplos: A sequência (1, 2, 4, 8) é uma PG de 4 termos e razão q = 2. A sequência ( 2 3 , 2 9 , 2 27 ...) é uma PG infinita de razão q = 1 3 . As PGs podem ser classificadas quanto ao seu crescimento como segue: 1 1 a 0 e q 1 a 0 e 0 q 1 > > < < < ⇒ PG crescente ⇒ an > an − 1, ∀ n 1 1 a 0 e 0 q 1 a 0 e q 1 > < < < > ⇒ PG decrescente ⇒ an < an − 1, ∀ n q = 1 ⇒ PG constante ⇒ an = an − 1, ∀ n q < 0 ⇒ PG alternante (não é crescente nem decrescente) q = 0 ⇒ PG estacionária ⇒ an = 0, ∀ n ≥ 2 Nos exemplos citados acima, a primeira PG é crescente e a segunda decrescente. 1.1 Notações especiais Em problemas que tratam de progressões geométricas com poucos termos, é útil lançar mão de representações especiais que facilitem os cálculos. PG de 3 termos: x q , x, x⋅q razão q PG de 5 termos: 2 x q , x q , x, x⋅q, x⋅q2 razão q PG de 4 termos: 3 x k , x k , x⋅k, x⋅k3 razão q = k2 Observe que a utilização dessas notações especiais é particular- mente interessante quando se conhece o produto dos termos da PG. 1.2 Fórmula do termo geral A partir da definição feita no item anterior, vemos que é pos- sível obter todos os termos de uma PG se conhecermos o seu 1º termo a1 e a sua razão q. Assim, a2 = a1 ⋅ q a3 = a2 ⋅ q a4 = a3 ⋅ q an = an −1 ⋅ q Se uma PG possui 1º termo igual a 2 e razão igual a 3, po- demos escrever: a2 = a1 ⋅ q = 2 ⋅ 3 = 6 a3 = a2 ⋅ q = 6 ⋅ 3 = 18 a4 = a3 ⋅ q = 18 ⋅ 3 = 54 Entretanto, se precisarmos obter um termo de ordem ele- vado da PG, o método acima será muito trabalhoso. Para tanto, lançamos mão da expressão do termo geral da PG. Considerando a PG (a1 , a2 , a3 , ... , an , ...) de razão q, pode- mos escrever: 2 1a a q= ⋅/ 3 2a a q= ⋅/ / 4 3a a q= ⋅/ / n n 1a a q−= ⋅/ Multiplicando membro a membro as (n−1) igualdades, temos: n 1 n 1a a q − = ⋅ (fórmula do termo geral) onde a1 é o 1º termo da PG, q a sua razão e n a ordem do termo que se quer calcular an. Entretanto, se em vez de conhecer o 1º termo da PG, for co- nhecido um termo de ordem p, ap, e a sua razão, podemos utilizar uma expressão alternativa para o termo geral. (n p) n pa a q − = ⋅ PROGRESSÃO GEOMÉTRICA 169 1.3 Interpolação geométrica Interpolar k meios geométricos entre os números a e b, con- siste em obter uma PG de k + 2 termos e com extremos a e b. Para determinar essa PG é necessário calcular a sua razão o que pode ser feito através da expressão. k 1 b q a += obtida a partir da expressão do termo geral da PG, fazendo a1 = a , an = b e n = k + 2. Dessa forma se desejarmos interpolar 4 meios geométricos entre 3 e 96, basta calcularmos 54 1 96 q 32 2 3 += = = e a PG será (3, 6, 12, 24, 48, 96). 1.4 Propriedades (I) Numa PG finita, o produto de dois termos equidistantes dos extremos é igual ao produto dos extremos. (II) Sejam am , an , ap e aq termos quaisquer de uma PG de razão r ≠ 0, tem-se m + n = p + q ⇔ am ⋅ an = ap ⋅ aq 1.5 Produto dos termos da PG Seja Pn o produto dos n primeiros termos de uma PG finita. n 1 2 n 1 nP a a a a−= ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ n n n 1 2 1P a a a a−= ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ Multiplicando as igualdades membro a membro, temos: 2 n 1 n 2 n 1 n 1 2 n 1P (a a ) (a a ) (a a ) (a a )− −= ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ Utilizando as propriedades (I) e (II) do item anterior, vem: = ⋅ 2 n n 1 nP (a a ) Note que é possível substituir o produto a1 ⋅ an pelo produto de qualquer par de termos equidistantes dos extremos. A expressão anterior também pode ser escrita como n(n 1)n n 2 n 1 k 1 P a q − = = ⋅∏ Dessa forma, para determinar o produto dos termos da PG (3, 6, 12, 24, 48, 96), basta calcular 6(6 1) 6 6 152 6 1P a q 3 2 − = ⋅ = ⋅ . 1.6 Soma dos termos da PG finita A expressão da soma dos n primeiros termos da PG (a1 , a2 , a3 , ... , an) finita de razão q ≠ 1 pode ser obtida como segue: n 1 2 n 1 nS a a a a−= + + + + ⇒ n 1 2 n 1 nq S q a q a q a q a−⋅ = ⋅ + ⋅ + + ⋅ + ⋅ ⇒ n 2 3 n nq S a a a q a⋅ = + + + + ⋅ ⇒ n n n 1q S S q a a⋅ − = ⋅ − n 1 n q a a S q 1 ⋅ − = − Substituindo n 1n 1a a q − = ⋅ , vem nn 1 n k k 1 a (q 1) S a q 1= − = =∑ − Dessa forma, para determinar a soma dos termos da PG (3, 6, 12, 24, 48, 96), basta calcular 6 6 1 6 a (q1) 3 (2 1) S q 1 2 1 − ⋅ − = = − − = 189. 1.7 Soma dos termos da PG infinita Seja uma PG infinita de razão q ≠ 0 e q < 1, a soma dos termos dessa PG pode ser obtida a partir da expressão do item anterior considerando que, quando n tende ao infinito, qn tende a zero. Assim, →∞ →∞ − − = = = − − − n 1 1 1 nn n a (q 1) a a lim S lim q 1 q 1 1 q Chamando o limite da soma dos termos da PG infinita de S podemos escrever: 1aS 1 q = − onde q < 1 EXERCÍCIOS DE AULA 01. Qual o quarto termo da progressão geométrica 632, 2, 2...? 02. (UNIRIO) Há exatamente um ano, José iniciou uma criação de coelhos e, durante este período, o número de coelhos duplicou a cada 3 meses. Hoje, preocupado com a falta de espaço para os coelhos, José vai vender parte dessa criação, de modo que apenas a quan- tidade inicial fique com ele. Se 0N denota a quantidade inicial de coelhos, então a quantidade a ser vendida é a) 15 0N b) 13 0N c) 12 0N d) 8 0N e) 7 0N 03. (UFSC) Determine a soma dos números associados à(s) proposição(ões) VERDADEIRA(S). (01) Existem 64 múltiplos de 7 entre 50 e 500. (02) O valor de x que satisfaz a equação: (x + 1) + (x + 4) + (x + 7) + ... + (x + 28) = 155 é x = 1. 0(4) O oitavo termo da PG ( 2 , 2, ...) é a8 = 16. (08) A soma dos termos da PG 1 2 4 , , ,... 3 9 27 é igual a 1. 170 04. (UFRJ) A região fractal F, construída a partir de um quadrado de lado 1 cm, é constituída por uma infinidade de quadrados e construída em uma infinidade de etapas. A cada nova etapa consideram-se os quadra- dos de menor lado (l) acrescentados na etapa anterior e acrescen- tam-se, para cada um destes, três novos quadrados de lado l/3. As três primeiras etapas da construção de F são apresentadas a seguir. Calcule a área de F. 05. (UFF) Determine a soma dos 100 primeiros termos da progressão geo- métrica (a1, a2, a3, ...), sabendo que 10 nlog a n 1= − , n ∈ N*. 06. (UFMG) Os números a, b e c, nessa ordem, estão em progressão geomé- trica de razão 4/3 . Além disso, a − 1, b e c, nessa ordem, estão em progressão aritmética. DETERMINE a, b e c. 07. (UFSC) Sabendo que a sequência (1 − 3x, x − 2, 2x + 1) é uma PA e que a sequência (4y, 2y − 1, y + 1) é uma PG, determine a soma dos números associados à(s) proposição(ões) VERDADEIRA(S). (1) O valor de x é 2. (2) O valor de y é 1 8 . (4) A soma dos termos da P.A. é zero. (8) – 3 2 − é a razão da P.G. (16) A P.A. é crescente. 08. (FUVEST) No plano cartesiano, os comprimentos de segmentos consecuti- vos da poligonal, que começam na origem 0 e termina em B (veja a figura), formam uma progressão geométrica de razão p, com 0 < p < 1. Dois segmentos consecutivos são sempre perpendicula- res. Então, se OA = 1, a abscissa x do ponto B = (x, y) vale: a) − − 20 2 1 p 1 p b) − + 20 4 1 p 1 p c) − − 16 4 1 p 1 p d) − + 16 2 1 p 1 p e) 20 4 1 p 1 p − − NOTAS 171 GABARITO ExERCíCIOS dE AULA 01. 1 02. B P.G.: 0 0 0 0 0N , 2N , 4N , 8N ,16N . População hoje: 016N . A vender: 0 0 016N N 15N− = . 03. V V V V ⇒ soma = 15 04. 1,5 cm2 Solução: 2 2 2 F 1 1 1 S 1 3 9 27 3 9 27 = + ⋅ + ⋅ + ⋅ + F 1 1 1 S 1 3 9 27 = + + + + A expressão acima representa a soma de uma PG infinita com a1 = 1 e r = 1/3. F 1 3 S 1 1/ 3 2 = = − cm2 05. 100 100 10 1 S 9 − = Solução: log 10 a 1 = 0 ⇒ a 1 = 1 log 10 a 2 = 1 ⇒ a 2 = 10 q = 10 e an = 10 n –1 n 1 n a (q 1) S q 1 − = − ⇒ 100 100 100 1 (10 1) 10 1 S 10 1 9 ⋅ − − = = − 06. a = 9, b = 12, c = 16 Solução: 4 b a 3 = e 4 16 c b a 3 9 = = ⇒ 2b = (a −1) +c ⇒ 4 16 2 a a 1 a 3 9 ⋅ = − + ⇒ a = 9, b = 12 e c = 16 07. V V V V V ⇒ soma = 31 08. D Solução: Sendo na os termos dessa PG, temos: B 1 3 5 7 9 11 13 15x (a a ) (a a ) (a a ) (a a )= − + − + − + − 2 4 6 8 10 12 14 B 1 1 1 1 1 1 1 1x a a p a p a p a p a p a p a p= − + − + − + − A soma acima é a soma de uma PG de 8 termos de primeiro ter- mo a1 e razão −p 2, assim 2 8 1 B 2 a (( p ) 1) x p 1 − − = − − = 16 1 2 1 p a 1 p − + a1 = 1 ⇒ 16 B 2 1 p x 1 p − = + 172 173 1. Definição De números complexos Considere o conjunto 2 x {(x,y) | x,y }.= = ∈ Dois ele- mentos (x1, y1) e (x2, y2) de 2 são iguais se e somente se x1 = x2 e y1 = y2. As operações de adição e multiplicação são definidas no conjunto 2 da seguinte maneira: 2 1 2 1 1 2 2 1 2 1 2z z (x ,y ) (x ,y ) (x x , y y )+ = + = + + ∈ e 2 1 2 1 1 2 2 1 2 1 2 1 2 2 1z .z (x ,y ).(x ,y ) (x x y y ,x y x y ) ,= = − + ∈ Para todo z1 = (x1, y1) ∈ 2 e z2 = (x2, y2) ∈ 2 . O elemento z1 + z2 ∈ 2 é definido como soma e o elemen- to z1 . z2 ∈ 2 é definido como produto. Propriedades . 1) Se z1 = (x1, 0) ∈ 2 e z2 = (x2, 0) ∈ 2 , então z1 . z2 = (x1x2, 0). (2) se z1 = (0, y1) ∈ 2 e z2 = (0, y2) ∈ 2 , então z1 . z2 = (-y1 y2, 0). exemplo 1) Sejam z1 = (-5, 6) e z2 = (1, -2). Então z1 + z2 = (-5, 6) + (1, -2) = (-4,4) e z1 z2 = (-5, 6) . (1, -2) = (-5 + 12, 10 + 6) = (7, 16). Definição. O conjunto 2 , junto com as operações de adi- ção e multiplicação, é chamado conjunto dos números complexos representado por . Qualquer elemento z = (x, y) ∈ é chama- do de número complexo. 2. proprieDaDes Da aDição A adição de números complexos satisfaz as seguintes pro- priedades: (a) Comutativa z1 + z2 = z2 + z1 para todoz1, z2 ∈ . (b) Associativa (z1 + z2) + z3 = z1 + (z2 + z3) para todo z1, z2, z3 ∈ . Números Complexos - forma algébriCa, potêNCias de i, operações, CoNjugado (c) Elemento neutro Existe um único número complexo tal que 0 = (0, 0) tal que z + 0 = 0 + z = z para todo z = (x, y) ∈ . (d) Elemento Simétrico para qualquer número complexo z = (x, y) existe um único -z = (-x, -y) ∈ tal que: z + (-z) = (-z) + z = 0. 3. subtração z1- z2 é chamada subtração e é definida a seguir: z1 - z2 = (x1, y1) - (x2, y2) = (x1 - x2, y1 - y2) ∈ . 4. proprieDaDes Da multiplicação (a) Comutativa z1 . z2 = z2 . z1 para todo z1, z2 ∈ . (b) Associativa (z1 . z2) . z3 = z1 . (z2 . z3) para todo z1, z2, z3 ∈ . (c) Elemento neutro Existe um único número complexo 1 = (1 , 0) ∈ tal que: z.1 = 1.z = z para todo z ∈ . (d) inverso de um elemento Para todo complexo z = (x, y) ∈ * Existe um único elemento z-1 = (x’, y’) ∈ tal que : z . z-1 = z-1 . z = 1. z . z-1 = 1 (x, y) . (x’, y’) = (1, 0), equivale a xx' yy' 1 yx' xy' 0 − = + = Resolvendo o sistema obtemos: 2 2 x x' x y = + e 2 2 y y' x y = + , 1 2 2 2 2 1 x y z , * z x y x y − − = = ∈ + + . 174 5. Quociente − − = = + + 11 1 1 1 2 2 2 2 z x y z . z (x , y ) . , z x y x y 1 1 1 1 2 2 2 2 x x y y x y y x , x y x y + − + = ∈ + + . 6. potência Uma potência com expoente inteiro do número complexo z ∈ *é definido por : z0 = 1; z1 = z; z2 = z . z; zn = n vezes z.z...z para todos os inteiros n > 0 e zn = (z-1)-n para todos os inteiros n < 0. Propriedades: 1) m n m nz .z z += ; 2) m m n n z z z − = ; 3) m n mn(z ) z= ; 4) n n n1 2 1 2(z .z ) z .z= ; 5) n 1 1 n 2 2 z z z z = ; 7. proprieDaDe Distributiva z1.(z2 + z3) = z1. z2 + z1 . z3 para todo z1, z2, z3
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