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DPOC - Quadro clínico, diagnóstico, tratamento

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1 
Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica Estável 
Sumário 
1. Contextualização ......................................................................................... 2
2. Quadro Clínico ............................................................................................. 3
3. Diagnóstico e exames complementares ..................................................... 3
3.1. Espirometria .......................................................................................... 3 
3.2. Hematócrito.......................................................................................... 4 
3.3. Teste de Caminhada de seis minutos .................................................. 5 
3.4. Oximetria e gasometria arterial ............................................................ 5 
3.5. Radiografia de tórax ............................................................................. 5 
3.6. Tomografia de tórax ............................................................................ 6 
4. Diagnóstico Diferencial ................................................................................ 6
5. Tratamento .................................................................................................. 7
5.1. Cessação do tabagismo....................................................................... 7 
5.2. Não farmacológico ............................................................................... 7 
6. Classificação e tratamento farmacológico baseado em riscos e sintomas .. 8
7. Comorbidades ........................................................................................... 12
8. Novos medicamentos ................................................................................ 12
9. Referências ................................................................................................ 13
2 
1. CONTEXTUALIZAÇÃO
A Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) tem alta prevalência e 
morbimortalidade. O documento GOLD (Global Initiative for Obstructive Lung 
Diseases) estabelece que a doença pulmonar obstrutiva crônica é prevenível e 
tratável. Caracteriza-se por persistente limitação do fluxo de ar nos pulmões, 
usualmente progressiva e não totalmente reversível, associada ao aumento da 
resposta inflamatória crônica nas vias aéreas e nos pulmões a partículas e 
gases tóxicos. Os episódios de exacerbações e comorbidades em conjunto 
contribuem para a gravidade global e declínio da função pulmonar.1 
A exacerbação da DPOC é definida como a piora aguda e mantida dos 
sintomas a partir do estado estável do paciente, o que pode exigir modificação 
da terapêutica. Está diretamente associada ao aumento da atividade 
inflamatória de natureza infecciosa ou não.1 
Segundo a OMS, a perspectiva é que a prevalência mundial de DPOC aumente 
nas próximas décadas, principalmente devido ao aumento da perspectiva de 
vida e ao tabagismo, vício ainda crescente em algumas regiões do mundo, 
sobretudo nos países subdesenvolvidos. Nos países de maior renda per-capita, 
a DPOC é a principal doença crônica associada ao aumento de óbitos. Em 
2020 é provável que seja a terceira causa de morbimortalidade no mundo.2,3 
A prevalência da DPOC varia de quatro a 20% em indivíduos acima de 40 
anos, com grande diferença entre países, dependendo do critério diagnóstico 
usado. Na América Latina, o estudo PLATINO (Latin American Project for the 
Investigation of Obstructive Lung Disease) realizado em cinco grandes centros 
urbanos (São Paulo, Santiago do Chile, Cidade do México, Montevidéu e 
Caracas) mostrou prevalências de DPOC respectivamente de 14,9%, 14,5%, 
11,9%, 19,4% e 13,0%, taxas ajustadas por idade, sexo, etnia, carga tabágica, 
exposição à poeira e fumaça, índice de massa corpórea e grau de instrução. 
Além disso, este estudo evidenciou que 88,7% dos portadores de DPOC não 
tinha diagnóstico prévio e, dos que relataram ter a doença, 63,7% apresentava 
espirometria normal.4,5
3 
2. QUADRO CLÍNICO
A exposição a gases ou partículas inalatórias, principalmente o tabaco, é a 
principal causa de DPOC. A presença deste fator em adultos com mais de 40 
anos está associado ao DPOC. Outras exposições também devem ser 
pesquisadas, como as domiciliares (fumaça de fogão a lenha ou carvão), pós e 
poeiras inorgânicas ocupacionais. Nas fases iniciais não existem sintomas e o 
exame físico é normal. Com a progressão da doença, começa a surgir tosse 
intermitente associada ou não à expectoração mucoide ou purulenta, precedida 
ou concomitante à dispneia. A dispneia é persistente e geralmente piora com o 
exercício. Outros sintomas podem estar presentes como a sensação de 
“aperto no peito”, fadiga, anorexia, sintomas de depressão e ansiedade. 
Ao exame físico podem ser observados, nas fases mais avançadas da doença, 
alterações do formato do tórax (aumento do diâmetro ântero-posterior), 
hipertimpanismo à percussão, frêmito tóracovocal e sons respiratórios 
reduzidos difusamente.1,6,7,8 
3. DIAGNÓSTICO E EXAMES COMPLEMENTARES
3.1. ESPIROMETRIA
A espirometria, antes utilizada apenas para confirmar e orientar a terapêutica 
da DOPC, hoje é exame obrigatório para o diagnóstico desta enfermidade e 
sua classificação de gravidade. 
O diagnóstico espirométrico de DPOC é feito quando a relação VEF1/CVF 
(volume expiratório forçado do primeiro segundo/capacidade vital forçada), é 
menor que 0,70 de acordo com os critérios GOLD. Valores abaixo de 0,70 em 
pacientes idosos podem significar falso positivo devido à perda da retração 
elástica pulmonar. A sugestão é de que o valor 0,70 seja utilizado para 
rastreamento e estudos epidemiológicos. Por outro lado, para o diagnóstico 
individual deve ser utilizado o percentual do valor previsto ou limite inferior da 
normalidade para esta relação. 
4 
O diagnóstico e a classificação espirométrica devem ser baseados nos valores 
de VEF1 obtidos após a prova broncodilatadora
1,8,9
A figura 1 exemplifica uma curva volume-tempo na doença obstrutiva: relação 
VEF1/CVF < 0,70 (neste caso 60%) com tempo expiratório prolongado (acima 
de 6 segundos). 
 Figura1: curva volume-tempo da relação VEF/CVF 
 Fonte: Dados de pesquisa do laboratório de função pulmonar HC/UFMG. 
Os valores do VEF1, após uso do broncodilatador, são utilizados para 
classificação do grau de obstrução pelo GOLD. (Quadro 1). 
QUADRO1- Classificação Espirométrica GOLD da DPOC, de acordo com o 
VEF1 
GOLD 1 VEF1 > 80% 
GOLD 2 50% < VEF1 < 80% 
GOLD 3 30% < VEF1 < 50% 
GOLD 4 VEF1 < 30% 
3.2. HEMATÓCRITO: 
A policitemia pode se desenvolver em presença de hipoxemia, principalmente 
em fumantes ativos, e ser identificada por hematócrito > 55%. A anemia é mais 
prevalente do que se pensava anteriormente, afetando quase um quarto dos 
0
5
1
4
2
3
Li
tro
s
1 65432
CVF
CVF
VEF1
VEF1
Normal
DPOC
3.900
5.200
2.350
4.150 80 %
60 %
Normal
DPOC
CVFVEF1 CVFVEF1/
Segundos
5 
pacientes internados com DPOC. O hematócrito baixo em pacientes com 
DPOC recebendo tratamento prolongado com oxigênio indica mal prognóstico. 
3.3. TESTE DE CAMINHADA DE SEIS MINUTOS(TC6)
Este teste avalia objetivamente a resposta global e integrada de todos os 
sistemas envolvidos na atividade física: sistema cardiorespiratório, circulação 
sistêmica e periférica, sangue, unidade neuromuscular e metabolismo 
muscular. O exame mede a distância percorrida pelo paciente em seis minutos 
de caminhada em corredor plano, a dessaturação ocorrida após o teste, a 
dispneia apresentada pelo paciente, a frequência cardíaca e respiratória 
atingidas durante o teste. 
A fim de avaliar a gravidade da DPOC, Celli et al. conduziram um estudomulticêntrico envolvendo 207 pacientes com DPOC. Os autores identificaram 
quatro principais preditores de mortalidade: índice de massa corpórea, grau de 
obstrução das vias aéreas, grau de dispneia e capacidade de exercício (medida 
pelo TC6). Os autores utilizaram esses achados para criar um índice, 
conhecido como índice BODE (do inglês Body mass index, degree of airflow 
Obstruction, degree of Dyspnea, and Exercise capacity). 
Esse índice provou ser melhor que o VEF1 em predizer o risco de morte por 
causas respiratórias em pacientes com DPOC. No estudo em questão, o ponto 
de corte para a DTC6 foi de 350 m.10,11,12 
3.4. OXIMETRIA E GASOMETRIA ARTERIAL: 
A oximetria de pulso (SpO2) deve ser realizada nas avaliações periódicas dos 
pacientes e nas exacerbações. O valor de referência para pressão de oxigênio 
no sangue arterial (PaO2) é maior que 55 mmHg, com Sp02 maior que 
90mmHg. A gasometria arterial está indicada quando a SpO2 for menor que 
90%.1
3.5. RADIOGRAFIA DE TÓRAX: 
Deve ser realizada para afastar outras doenças pulmonares, principalmente 
neoplasia e “bolhas” enfisematosas. A hipertransparência dos campos 
pulmonares, redução de trama broncovascular, que se acentua do hilo para a 
periferia, o rebaixamento e retificação das cúpulas diafragmáticas, o 
6 
alargamento dos espaços intercostais e silhueta cardíaca verticalizada são 
observados apenas em fases avançadas da doença.1,13 
3.6. TOMOGRAFIA DE TÓRAX: 
Não está recomendada de rotina. Pode ser realizada quando há dúvida no 
diagnóstico de DPOC e para auxiliar no diagnóstico diferencial de doenças 
concomitantes. Será realizada sempre que a cirurgia redutora de volume for 
contemplada.1 
4. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
O principal diagnóstico diferencial da DPOC é a asma brônquica. Em alguns 
pacientes o diagnóstico diferencial entre asma e DPOC não é possível 
utilizando apenas testes funcionais e imagem simples. O quadro 2 mostra os 
principais diagnósticos diferencias da DPOC.1 
QUADRO 2: Diagnósticos diferenciais da DPOC 
Asma Surgimento no início da vida (frequentemente na 
infância), os sintomas variam de um dia para o outro; 
sintomas à noite e de manhã cedo, alergia, rinite e/ou 
eczema frequentemente presentes, história familiar 
de asma, limitação ao fluxo aéreo reversível com 
broncodilatador. 
Insuficiência Cardíaca Finas crepitações basilares na ausculta, radiografia 
do tórax com aumento da área cardíaca e sinais de 
edema pulmonar; testes de função pulmonar indicam 
restrição do volume e não limitação do fluxo aéreo. 
Bronquiectasias Grande quantidade de expectoração purulenta; 
comumente associada à infecção bacteriana; 
crepitações grosseiras à ausculta pulmonar; 
radiografia ou TC do tórax mostrando dilatação e 
espessamento da parede brônquica. 
Tuberculose Surgimento em todas as idades; radiografia do tórax 
com quaisquer tipos de alterações parenquimatosas 
ou plurais. 
Bronquiolite Obliterante Surgimento em idade mais jovem em indivíduo não 
fumante; pode haver história de artrite reumatóide ou 
exposição a poluentes químicos; TC, na expiração, 
mostra áreas hipodensas. 
Panbronquiolite difusa Ocorre predominantemente no sexo masculino e não 
fumantes; quase todos com sinusite crônica; 
radiografia ou TC do tórax mostra pequenas 
opacidades nodulares centrolobulares difusas e 
hiperinflação. 
7 
5. TRATAMENTO
5.1. CESSAÇÃO DO TABAGISMO:
A cessação do tabagismo é a medida mais efetiva para reduzir o risco de 
desenvolvimento da DPOC e para interromper sua progressão. Os profissionais 
de saúde devem encorajar todos os pacientes fumantes a cessar o tabagismo, 
mesmo aqueles que procuram atendimento por outras razões e não têm 
sintomas de DPOC, evidência de limitação do fluxo aéreo ou outras doenças 
relacionadas ao tabagismo. O aconselhamento realizado por médico, ou outro 
profissional de saúde, eleva de maneira significativa os índices de abandono do 
tabagismo, quando comparados às estratégias estabelecidas pelo próprio 
fumante. Isso deve ser feito para todo fumante, em todas as visitas de 
atendimento. Além disso, existem diversas intervenções farmacológicas que 
são efetivas no tratamento do tabagismo. Caso necessário, na ausência de 
contraindicações, pelo menos uma dessas medicações deve ser acrescentada 
ao aconselhamento.14 
A Unimed-BH criou um espaço exclusivo nos Centros de Promoção a Saúde 
(CPS) para receber os pacientes encaminhados ao “Programa de Cessação do 
Tabagismo”. Neste espaço os pacientes recebem aconselhamento por uma 
equipe multidisciplinar com o intuito de aumentar a chance de sucesso na 
interrupção do tabagismo.* 
5.2. NÃO FARMACOLÓGICO 
Reabilitação pulmonar: 
A reabilitação pulmonar é definida como um processo de intervenção 
multidisciplinar, com evidências de eficácia, para pacientes com doença 
respiratória crônica. Programas de treinamento com exercícios melhoram não 
só a tolerância ao exercício, mas também reduzem sintomas de fadiga e 
dispneia, melhorando a habilidade nas atividades de vida diária (AVDs), 
diminuindo o número de internações, a ansiedade e depressão.1,15
*
 Informe-se pelo telefone 4020-4020. 
8 
Vacinação: 
A vacina para prevenir a influenza pode minimizar a gravidade da gripe nesses 
pacientes, reduzindo a mortalidade. Da mesma forma é aconselhável a 
vacinação contra o pneumococo.1 
Oxigenoterapia: a suplementação de oxigênio deve ser instituída nos 
pacientes com PaO2 ≤55 mmHg ou SaO2 ≤88% com ou sem hipercapnia. Para 
pacientes com PaO2 entre 55 mmHg e 60 mmHg, ou SaO2 de 88%, a terapia 
pode ser instituída se houver evidência de hipertensão pulmonar ou 
insuficiência cardíaca.1 
6. CLASSIFICAÇÃO E TRATAMENTO FARMACOLÓGICO BASEADO EM RISCOS E
SINTOMAS
A classificação e o tratamento atual da DPOC estão baseados em riscos 
(espirometria e história de exacerbações) e sintomas (dispneia e qualidade 
vida). Três fatores devem ser levados em consideração para a orientação do 
tratamento da DPOC: função pulmonar caracterizada pelo VEF1 pós-
broncodilatador (Quadro1), história de exacerbações no ano anterior e 
sintomas, avaliados pelo grau de dispneia, medido pelo mMRC (Medical 
Research Concil) modificado (Quadro 3) ou qualidade de vida, medida pelo 
questionário CAT (COPD Assessment Treatment) (Quadro 4). 
QUADRO 3: Escala de dispneia mMRC (Medical Research Concil modificada) 
Grau 0 Dispneia somente com exercícios extenuantes.
Grau 1 Dispneia quando anda mais rapidamente no plano ou quando anda 
em pequeno aclive. 
Grau 2 
Anda mais devagar em comparação com pessoa da mesma idade 
em função de dispneia, ou tem que parar para respirar quando anda 
no próprio passo e no plano. 
Grau 3 Após andar 100 metros ou poucos minutos interrompe a caminhada 
para respirar, no plano. 
Grau 4 Dispneia intensa ao sair do repouso, ao vestir-se ou despir-se. 
9 
QUADRO 4. Questionário para avaliação da DPOC CAT (COPD Assessment 
Test) 
Nunca tenho tosse 0 1 2 3 4 5 Tenho tosse o tempo 
todo 
Não tenho nenhum “catarro” 0 1 2 3 4 5 Estou cheio de “catarro” 
Não sinto nenhuma pressão 
no peito 
0 1 2 3 4 5 Sinto uma grande 
pressão no peito 
Não sinto falta de ar quando 
subo uma ladeira ou 1 
andar de escada 
0 1 2 3 4 5 Sinto bastante falta de ar 
quando subo uma ladeira 
ou um andar de escada 
Não sinto nenhuma 
limitação nas minhas 
atividades em casa 
0 1 2 3 4 5 Sinto-me muito limitado 
nas minhas atividades 
em casa 
Sinto-me confiante para sair 
de casa, apesar da minha 
doença pulmonar 
0 1 2 3 4 5 Não me sinto nada 
confiante para sair de 
casa, por causa da 
minha doença pulmonar 
Durmo profundamente 0 1 2 3 4 5 Não durmo 
profundamentedevido à 
minha doença pulmonar 
Tenho muita energia 0 1 2 3 4 5 Não tenho nenhuma 
energia (disposição) (disposição) 
Escore = somatório dos pontos (0 a 40)
Após avaliação dos fatores apresentado nos quadros 1,2 e 3 pode-se agrupar 
os pacientes nos grupos A, B C ou D (Tabela 1).1
10 
TABELA 1. Classificação da DPOC 
Paciente Característica Classificação 
espirométrica 
Exacerbações 
por ano 
mMRC CAT 
A Baixo Risco 
Menos Sintomas 
GOLD 1-2 ≤ 1 0-1 < 10 
B Baixo Risco 
Mais Sintomas 
GOLD 1-2 ≤ 1 > 2 ≥ 10 
C Alto Risco 
Menos Sintomas 
GOLD 3-4 > 2 0-1 < 10 
D Alto Risco 
Mais Sintomas 
GOLD 3-4 > 2 > 2 ≥ 10 
O tratamento deve ter como objetivo reduzir os sintomas e riscos futuros. Na 
redução dos sintomas estão incluídos a melhora da dispneia, da capacidade de 
exercício e da qualidade de vida. Em relação aos riscos futuros, os objetivos 
são reduzir a progressão da doença, prevenir e tratar exacerbações e reduzir a 
mortalidade. A Tabela 2 mostra o tratamento atual de primeira escolha baseado 
em sintomas e riscos.1 
Os medicamentos estão apresentados em ordem alfabética, e não em ordem 
de relevância. 
11 
TABELA 2. Manejo farmacológico inicial da DPOC. Baseada no GOLD 
(www.goldcopd.org) 
Paciente Primeira escolha Segunda 
escolha 
Escolha 
Alternativa 
A SAMA quando necessário
 ou 
SABA quando necessário 
LAMA ou LABA 
ou 
SABA and SAMA 
Teofilina 
B LAMA 
ou 
LABA 
LAMA e LABA SABA e/ou SAMA 
Teofilina 
C ICS + LABA 
Ou 
 LAMA 
LAMA e LABA PDE4-inh. 
SABA e/ou SAMA 
Teofilina 
D ICS + LABA 
ou 
LAMA 
ICS e LAMA 
 ou 
ICS + LABA e 
LAMA 
 ou 
ICS+LABA e 
PDE4- 
inib. 
Ou 
LAMA e LABA 
 ou 
LAMA e PDE4-
inib. 
Carbocisteina 
SABA e/ou SAMA 
Teofilina 
SAMA: short acting anticholinergic (anticolinérgico de curta ação), SABA: short-acting beta agonist (beta-
2 agonista de curta ação), LABA: long-acting beta agonist (beta-2 agonista de longa ação) LAMA: long-
acting anticholinergic (anticolinérgico de longa ação), ICS: inaled corticosteroid (corticosteroidede 
inalatório), PDE4-inib: inibidor de fosfodiesterase 4. 
12 
Há, atualmente, um protocolo disponível para tratamento do paciente portador 
de DPOC em qualquer estágio na Secretaria Estadual de Saúde de Minas 
Gerais que contempla a prescrição de ipatrópio, formoterol, formoterol 
associado a budesonida, fluticasona associada a salmeterol e tiotrópio 
(disponível em www.smpct.org.br).
7. COMORBIDADES
A identificação e tratamento de comorbidades é importante na abordagem da 
DPOC. Desta forma, doenças cardiovasculares, câncer, osteoporose, 
ansiedade e depressão, síndrome metabólica, diabetes e infecções 
respiratórias devem ser sempre investigadas porque estão associadas a pior 
qualidade de vida e aumento da mortalidade na DPOC.1
8. NOVOS MEDICAMENTOS
Há dois novos medicamentos disponíveis no mercado: ambos promissores, mas 
que necessitam de mais estudos sobre sua eficácia antes de serem adotados na 
clínica corrente. São eles, um broncodilatador beta-2 agonista inalatório de ação
ultra-prolongada (indacaterol) além de uma nova classe farmacológica a dos 
inibidores da fosfodiesterase 4, tendo como representante o roflumilaste. Este 
último é utilizado por via oral, com ação anti-inflamatória, inibindo cAMP 
(monofosfato cíclico de adenosina) e está indicado somente para pacientes com 
DPOC avançada, sintomáticos e refratários aos outros medicamentos.
medicamentos.1 
13 
9. REFERÊNCIAS
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2014]. Disponível em: 
http://whqlibdoc.who.int/publications/2007/9789241563468_eng.pdf. 
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