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Semiologia das Articulações Sinais e sintomas: Artralgia: dor articular. Pode ser aguda(gota, bursite, artrite séptica), em peso(artrose) ou cruciante(gota, artrite séptica). Rigidez pós-repouso: rigidez matinal; sintoma de enfermidades inflamatórias - acúmulo de substâncias inflamatórias no local. Artrite: processo inflamatório da articulação, tendo como base anatomopatológica a sinovite. Aumento da articulação (edema), acompanhado de calor, dor e rubor. Pode ser de causa traumática, imunológica, infecciosa, metabólica, neoplásica e paraneoplásica. Crepitação articular: sinal de comprometimento da cartilagem articular e está presente em todos os processos em que haja degeneração daquele elemento, como ocorre nas artroses e nas artropatias neurogênicas. Manifestações sistêmicas: febre, astenia, anorexia e perda de peso. São freqüentes nas mesenquimopatias difusas de origem inflamatória (colagenoses – artrite reumatóide, moléstia reumática, LES, esclerose sistêmica progressiva, dermatopolimiosite angeítes necrosantes) e nos processos neoplásicos. Exame Físico: Inspeção: - reconhecer aumento de volume, rubor, atrofia, desalinhamento articular, deformidades, fístulas e nódulos. - peso, altura e idade – avaliação de sobrecarga - Marcha – modifica-se em enfermidades vertebrais e osteoarticilares dos membros inferirores. Palpação: - Pode-se determinar a causa do aumento do volume articular; a presença de pontos hipersensíveis; presença de tumoração (nódulos, ossificação, neoplasias propriamente ditas); aumento da temperatura local (exame com o dorso da mão) - certeza de processo inflamatório local. - Crepitações - Exame da pele e anexos: suspeita de colagenoses ou de celulite (erisipela). - Musculatura: investigar o tono e a troficidade - Vasos sangüíneos: diferenciar alterações vasculares de reumáticas. Exame das articulações: Forma e volume: pesquisar irregularidades do contorno e modificações do tamanho das juntas. O aumento do volume pode ser devido a edema de partes moles, excesso de líquido sinovial (derrames intra-articulares), espessamento da membrana sinovial e da cápsula articular, crescimento ósseo localizado (osteófitos, exostoses, periostite), depósito de uratos (tofos) ou calcificações. Posição das estruturas: o desalinhamento articular pode ser causa ou conseqüência de artropatia degenerativa como genu valgun, ou de comprometimento articular como na artrite reumatóide. Alteração das massa musculares: a atrofia muscular é acompanhante inseparável dos processos articulares periféricos em que exista bloqueio articular por tempo prolongado. Presença de sinais inflamatórios: existência de artrite – importante no diagnóstico de afecções reumáticas. Modificação das estruturas circunjacentes: pode depender de neoplasias, irregularidades e de fístulas. Crepitação: indica processo articular degenerativo na qual há comprometimento da cartilagem hialina, enquanto a crepitação óssea denuncia a presença de fratura. Estalidos Movimentação: verificação de dor e do grau de impotência funcional. Deve-se obedecer os seguintes postulados: Feita com a máxima delicadeza; Pesquisar os movimentos ativo e passivo, comparando articulações homólogas; Estar atento as reações do paciente; Medir as amplitudes dos movimentos em graus, se possível; Ou medir a intensidade da limitação: parcial, mínima, moderada, intensa. Doenças articulares: Doença reumática: febre reumática. Causada por estreptococos beta-hemolíticos do grupo A. Processo inflamatório do tecido conjuntivo, com exudato e proliferação celular. A poliartrite , a cardite, a coréia, o eritema marginado e os nódulos subcutâneos são considerados “sinais maiores”, enquanto a febre, o bloqueio atrioventricular, a hemossedimentação acelerada são “sinais menores”. Doença reumatóide: artrite reumatóide. Alterações são observadas nas várias estruturas articulares e justaarticulares sob forma de nódulos cutâneos, lesões musculares, nervosas e tendinosas, bem como em vários outros órgãos (pulmões, coração e nervos periféricos). Clinicamente, manifesta-se por poliartrite evolutiva, de caráter crônico, não-migratório, com deformação das articulções, em conseqüência da anquilose e fusão das extremidades epifisárias, que pode chegar até o desaparecimento da articulação. O comprometimento articular costuma ser bilateral e simétrico. Além disso aparecem rigidez pós-repouso, atrofias musculares, nódulos subcutâneos e sintomas gerais (febre, perda de peso, anorexia e astenia). Artrose: doença da cartilagem articular, degenerativa, não ocorrendo fenômenos inflamatórios sistêmicos, nem comprometimento do estado geral. Clinicamente manifesta-se por dor, que varia de leve a muito intensa, piorando aos movimentos e ao levantar peso; rigidez articular, que se agrava pelo repouso; limitação dos movimentos e crepitação. Gota: transtorno metabólico caracterizado por hiperuricemia e crises recidivantes de artrite aguda. Clinicamente manifesta-se por episódios de artrite aguda que ocorrem, na maioria das vezes, de madrugada, localizando-se preferencialmente na articulação metatarsofalangiana do primeiro dedo (podagra); pode localizar-se nos joelhos (gonagra) e mais raramente nos punhos (quiragra). Reumatismos extra-articulares: grupo de afecções nas quais ocorre o comprometimento dos elementos que constituem a unidade anatomofuncional do aparelho locomotor – o cinésion -, incluindo os tendões, as bainhas tendinosas, as bursas, os músculos, as fáscias e os nervos. Caracterizam-se pela presença de processo inflamatório, podendo evoluir para formação de fibrose e calcificação – são as tendinites, as tenossinovites, as bursites, as capsulites ou periartrites, as miosites, as fibrosites e as paniculites. Traduzem-se clinicamente pelo aparecimento de dor na região afetada, com ou sem fenômenos flogísticos e quase sempre com limitação dos movimentos. Colagenoses: doenças difusas do tecido conjuntivo, mesenquimopatias difusas de natureza inflamatória. Comprometimento de todos os derivados do mesênquima (vasos, serosas, articulações, rins, pulmões, tubo digestivo e do tecido cutâneo), variando apenas a intensidade. LED: doença difusa do tecido conjuntivo, de natureza inflamatória. Perturbação primariamente imunológica, podendo ser o protótipo das colagenoses. Clinicamente caracteriza-se pelo polimorfismo sintomatológico. Inicia-se quase sempre por um quadro constituído de febre, mal-estar, anorexia, emagrecimento e astenia, ao qual se juntam artralgias, manifestações cutâneas (“asas de borboleta”), e lesões púrpuras, alopécia, úlceras nas pernas e vasculites. Grande número de casos apresenta manifestações cardiovasculares (pericardite) e , mais raramente, sopros indicativos de comprometimento valavar; lesão renal é muito freqüente; hepatoesplenomegalia, corpúsculos citóides, com alterações visuais, convulsões, polineuropatia, derrame pleural e anemia hemolítica constituem outras manifestações.
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