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Democracia Deliberativa de Habermas

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​VITALE, Denise. ​JÜRGEN HABERMAS, MODERNIDADE E 
DEMOCRACIA DELIBERATIVA​. ​CADERNO CRH​. Salvador,   
Set./Dez. 2006, pág. 551-561. 
 Adrielly Nayara da Silva Costa 
1
 Beatriz Estefani Vieira da Silva 
2
 Camille Lopes dos Santos 
3
 Giovanna Araújo Alves 
4
O presente artigo demonstrou os conceitos que abordam a 
democracia deliberativa desenvolvida nos estudos de Jurgen Habermas. 
O autor explicita como ocorre a democracia deliberativa, assinalando os 
seus limites, os quais se relacionam comas desigualdades sociais 
presentes e o alicerce dos direitos sociais e econômicos. 
1 Adrielly Nayara da Silva Costa, graduanda em Direito na Universidade 
Estadual de Londrina e também acadêmica de Gestão Pública na 
UNICESUMAR. 
2 Beatriz Estefani Vieira da Silva, graduanda em Direito na Universidade 
Estadual de Londrina. 
3 Camille Lopes dos Santos, acadêmica de Direito na Universidade 
Estadual de Londrina. 
4 Giovanna Araújo Alves, acadêmica de Direito na Universidade Estadual 
de Londrina. 
Jurgen Habermas considerava a democracia como ponto principal 
em seus estudos. Esta, presente na modernidade como um projeto 
inacabado e na pós modernidade. A modernidade continha esse 
projeto de democracia para implementação apresentado pelo 
Iluminismo, mas, com a ruptura da modernidade com a religião, 
houve a fragmentação dos âmbitos e, assim, a diferenciação de 
cada esfera a partir de critérios específicos e dessemelhantes. A 
partir desse desmembramento entre as esferas, iniciou-se uma 
tensão entre elas, logo, a unificação acaba sendo impossibilitada. 
Logo, Habermas estabelece três formas de manifestação do 
racionalismo. A primeira forma expressa o que ocorre durante o 
processo de racionalização cultural, esta que demonstra as esferas 
culturais de valor se diferenciando da visão religiosa. O segundo 
processo consiste no surgimento da racionalização da sociedade, 
este que demonstra institucionalização de cada esfera. Portanto, a 
terceira maneira insere os aspectos da personalidade e dos estilos d 
e vida da contracultura. 
A partir desta perspectiva, Max Weber formula duas conclusões que 
consistem em perda de sentido e a perda de liberdade na 
modernidade. Entretanto, Habermas discorda com estas afirmativas. 
O autor considera que a perda de sentido se entrelaça com o fator 
de cada esfera seguir seus princípios específicos, de modo que 
pudessem agir coerentemente com seus valores estabelecidos. 
Habermas encontra instrumentos de mediação que possam atuar 
entre as esferas, de modo que alcance o sentido para a vida e para 
a sociedade. Para ele, um dos principais problemas é a distância 
entre os conceitos elitistas e os conceitos utilizados na vida 
cotidiana. Apesar dos dilemas encontrados, o autor apresenta uma 
solução: a emancipação da razão e a restauração da liberdade. 
Sendo assim, haveria a necessidade de fortalecer a razão 
comunicativa. 
Entretanto, é preciso que haja uma superação da ideia de uma razão 
centrada no sujeito, e, assim, partindo para a intersubjetividade. 
Logo, utilizando-a, é fundamental o papel da ação e da 
comunicação, para que, na esfera política, os regimes se tornem 
cada vez mais democráticos, através da eficiência dos métodos que 
possam abordar os interesses públicos. 
A democracia, para Habermas, é estabelecida com base de uma 
dimensão procedimental, calcada no discurso e na deliberação. 
Segundo o autor, a legitimidade democrática requer um processo de 
tomada de decisões políticas através de uma ampla discussão 
pública. Deste modo, a natureza deliberativa consiste no método 
coletivo de ponderação e análise, mediado pelo discurso, que 
antecede a decisão. 
Há uma crítica a respeito da elaboração limitada de direitos 
humanas estabelecida por Habermas, a qual prioriza os direitos civis 
e políticos dos direitos econômicos e sociais. Desta forma, é 
necessário salientar que há um problema nessa relativização dos 
direitos sociais, o qual é discutido por Nancy Fraser. Para a autora, o 
conceito criado por Habermas de esfera pública restringe-se a um 
discurso burguês, de modo que a visão criada para enfrentar as 
desigualdades sociais e econômicas encontrada por Habermas se 
torna insuficiente. Sendo assim, a partir do momento que essas 
diferenças não são consideradas – e ignoradas –, o processo de 
deliberação democrática se torna uma fábula, tendo em vista que os 
grupos dominantes se encontrarão em uma posição superior aos 
demais. 
Desta forma, há um problema de implantação deste método 
habermasiano em países em desenvolvimento como o Brasil. Estes 
países, por possuírem um alto índice de desigualdade social, a falta 
dos limites regimentais colabora para a manutenção e reprodução 
deste contraste social. Logo, é fundamental que os direitos sociais 
se tornem fundamentais assim como os direitos civis e políticos, 
para que todos os membros da comunidade estejam presentes na 
deliberação política. 
Tendo em vista o texto apresentado, pode-se entender por democracia 
deliberativa na perspectiva de Habermas, que a política deliberativa 
foi construída entre as visões republicana e liberal, e a democracia 
foi compreendida como sendo particularmente um processo 
comunicativo. 
O autor fundamenta a política deliberativa numa concepção parcial de 
direitos, em outras palavras em direitos de comunicação e 
participação - direitos civis e políticos, os quais assumem papel 
prioritário na relação de direitos sociais e econômicos. Ao basear 
sua teoria da centralidade, Habermas considera os direitos civis e 
políticos, principalmente os direitos de comunicação e participação 
dos indivíduos como sendo " imprescindíveis ao caráter 
procedimental na política deliberativa". 
Considerando a base teórica desenvolvida pelo autor no decorrer do 
trabalho, constata-se a razão comunicativa e o princípio da 
justificação pública como alicerces dos espaços institucionalizados 
da política, quanto para informalidade da formação da vontade 
política. Visto isso, para que as sociedades democráticas sejam 
qualificadas, acarreta na realização da "reforma dos canais 
representativos como o Executivo e Legislativo" e "aplicação e a 
consolidação de canais diretos da participação" dentro desses 
canais com intuito de incorporação das decisões políticas. 
Imposto isto, na esfera da representatividade das diversidades sociais no 
poder público brasileiro, nota-se que Habermas não prioriza os 
aspectos econômicos e sociais para basear sua teoria. Contudo, no 
presente território, se torna um conceito não aplicável em vista de 
que no país há grande desigualdade no âmbito econômico – o qual 
acaba acarretando em vastos problemas sociais, dessa forma, 
tornando a representatividade das diversidades aindamais escassa.

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