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10 Principais sistemas de Preparo

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10. PRINCIPAIS SISTEMAS DE PREPARO DO SOLO
10.1. Introdução
Sob condições adequadas de uso agrícola do solo, a implantação dos cultivos deve ser feita dentro de manejos compatíveis as características próprias de cada solo, uma vez que o manejo incorreto pode causar a degradação de suas propriedades físicas, químicas e biológicas.
O manejo do solo consiste num conjunto de operações efetuadas no próprio solo com o objetivo de propiciar condições favoráveis à semeadura, germinação e desenvolvimento das culturas. Tais operações envolvem, de uma maneira geral, trabalhos de preparo do solo, semeadura, fertilização, aproveitamento de resíduos culturais, controle de invasoras e outros tratos culturais. Um dos trabalhos de manejo mais importante é o preparo do solo.
A eficiência do preparo de solo tornou-se maior à medida que os problemas de erosão foram se agravando devido ao manejo intensivo do solo, ao ponto de extensas áreas tornarem-se inaproveitáveis. Para tanto, fez-se necessário o conhecimento das propriedades físicas do solo, para um melhor entendimento das atividades agrícolas como: fertilização, drenagem, irrigação, conservação do solo e da água e o manejo dos resíduos culturais.
O preparo do solo é definido como a manipulação física, química ou biológica do solo, com o objetivo de otimizar as condições para a germinação e emergência das sementes, assim como o estabelecimento de plântulas. Portanto, o preparo do solo compreende o conjunto de operações realizadas com o uso de implementos agrícolas, com a finalidade de preparar o leito para as sementes e raízes das plantas, controlar as ervas daninhas (plantas invasoras), arejar o solo e provocar uma decomposição mais rápida da matéria orgânica do solo. O preparo do solo é um aspecto do manejo do solo, requerendo mais força e energia do que qualquer outra operação de campo.
10.2. Objetivos do preparo do solo
O preparo do solo é realizado numa área agrícola, com a finalidade de:
a) Modificar a estrutura do solo, facilitando a absorção, armazenamento e transmissão de água e, consequentemente, fornecendo um bom leito para semeadura e germinação da semente e, um ambiente favorável às raízes das plantas;
b) Proporcionar condições adequadas à cultura a ser implantada, uma vez que a maioria dos agricultores não podem trabalhar em terras não lavradas, face a presença dos restos culturais;
c) Eliminar as ervas daninhas, diminuindo a competição por água, nutrientes e luz;
10.3. Categorias de preparo do solo
Existem três categorias do preparo do solo: preparo primário, preparo secundário e cultivo do solo após plantio.
10.3.1. Preparo primário
O preparo primário do solo compreende aquelas operações mais profundas e grosseiras que visam eliminar ou enterrar as ervas daninhas estabelecidas, assim como, restos de culturas e também, soltar o solo. Ele é a primeira e principal operação utilizada na mobilização do solo, constituindo-se de seguidas operações de aração, onde o solo é trabalhado na profundidade de 15ª 20 cm.
Este sistema de preparo do solo é utilizado com os seguintes objetivos:
a) Iniciar a preparação do leito de semeadura através da desestruturação e pulverização do solo;
b) Destruir ou eliminar as ervas daninhas (inços) ou vegetação indesejável e minimizar a competição com a cultura implantada;
c) Enterrar parcial ou completamente os resíduos culturais ou esterco e incorporar ou misturar estes materiais com o solo;
d) Misturar ou incorporar calcário e fertilizantes ao solo;
e) Controlar ou destruir insetos, seus ovos, larvas e locais de cruzamento;
f) Afrouxar o solo para uma melhor aeração e retenção de água;
g) Reduzir a erosão eólica e hídrica através da exposição de uma superfície rugosa;
Os instrumentos básicos utilizados nas operações de preparo do solo que constitui o preparo primário, são: arados de aiveca; arados de discos; arado escarificador (tipo chisel); grades de discos pesadas; enxadas rotativas; rolo-faca.
De um modo geral, as condições físicas da camada arada quando preparada com o preparo primário, são as seguintes: elevada rugosidade superficial; pouco pulverização (presença de torrões de grande porte); solo praticamente descoberto; elevada capacidade de armazenamento de água; superfície do solo desfavorável ao plantio e; superfície do solo favorável à redução da enxurrada e erosão.
10.3.2. Preparo secundário
Como preparo secundário do solo podem ser definidas todas as operações superficiais subsequentes ao preparo primário que visam: nivelação do terreno, destorroamento, incorporação de hebicidas, eliminação de ervas daninhas no início do seu desenvolvimento, e que permitam a fácil colocação da semente no solo, assim como, a sua cobertura com terra, produzindo um ambiente favorável ao desenvolvimento inicial da cultura implantada. Este sistema de preparo do solo é realizado numa área, com os seguintes objetivos:
a) Desenvolver o leito de semeadura pela pulverização dos torrões do solo;
b) Firmar o solo superficial para um melhor movimento da umidade do solo e contato da semente com o solo, para favorecer a germinação;
c) Fragmentar resíduos culturais e misturar material vegetal ou outros na camada superficial;
d) Destruir ou controlar as plantas invasoras.
As características da camada arada no preparo secundário do solo variam com o tipo de equipamento. As mais comuns são as seguintes: baixa rugosidade superficial; torrões de solo de pequeno tamanho (alta pulverização superficial); solo descoberto na maior parte dos casos; baixa capacidade de retenção e armazenamento da água superficial; superfície do solo favorável ao plantio e superfície do solo altamente desfavorável ao controle da erosão.
10.3.3. Cultivo do solo após o plantio
Entende-se por cultivo do solo após o plantio, toda manipulação do solo após a cultura ter sido implantada, visando entre outras coisas eliminar as ervas daninhas que concorrem com a cultura implantada, principalmente em água, nutrientes e luz. Em outras palavras, o cultivo do solo após o plantio é representado pelas capinas ou limpas realizadas durante o ciclo vegetativo da cultura.
10.4. Sistemas de preparo do solo
Os sistemas de preparo do solo variam em profundidade de preparo, quantidade de pulverização do solo e quantidade de restos culturais deixada sobre a superfície do solo. Observa-se que esses fatores influenciam a eficiência de controle da erosão dos diversos sistemas. Os sistemas de preparo podem ser classificados em sistemas com aração (preparos convencional e reduzidos) e sistemas sem aração (preparo mínimo e plantio direto).
Os diferentes sistemas de preparos dizem a respeito aos vários modos como podem ser realizadas as operações de preparo do solo, semeadura, fertilização, controle de invasoras e outros tratos culturais. Entretanto, os aspectos mais importantes que caracterizam os diferentes sistemas de preparo estão relacionados ao tipo de preparo do solo e ao tipo de aproveitamento dos restos culturais. A agricultura tradicional é realizada através da utilização de aração, gradagem, além das operações normais de plantio e tratos culturais, enquanto que a forma de plantio utilizada atualmente, denominada de plantio direto na palha, caracteriza-se pela não remoção da terra, de onde se obtém aumento de produtividade sem entretanto ocorrer problemas com erosão.
10.4.1. Preparo ou cultivo convencional
O preparo ou cultivo convencional caracteriza-se por envolver as operações combinadas de preparo primário (aração – uma ou mais operações) e do preparo secundário (gradagem – uma ou mais operações), normalmente realizadas no preparo do leito de semeadura para uma determinada cultura em uma área agrícola. Em outras palavras, o preparo convencional consiste na realização do preparo do solo com uma ou mais aração seguida de duas ou mais gradagens. Nesse sistema de cultivo, os restos culturais são queimados ou incorporados ao solo durante as operações de preparo e as invasoras são controladas pelo uso de capinas mecânicasou através da aplicação de herbicidas.
A superfície do solo preparado convencionalmente, caracteriza-se por apresentar uma camada intensamente revolvida até a profundidade de 20 cm, finamente pulverizada, de baixa rugosidade superficial e praticamente desprovida de cobertura vegetal morta. É comum a eliminação da resteva (restos culturais) pela queima, a qual antecede as operações de preparo do solo. No caso dos restos culturais não serem queimados, as operações de aração e gradagem enterram quase que completamente os resíduos culturais da cultura anterior, bem como as invasoras (inços), deixando a superfície do solo descoberta e altamente favorável à erosão.
O cultivo convencional por utilizar, na maioria das vezes, as operações de aração e gradagem de forma excessiva e, por utilizar operações mecanizadas, nos plantios e tratos culturais vem contribuindo para o surgimento de camadas compactadas, logo abaixo da camada arável. Essa camada compactada limita o crescimento das raízes, deixando a cultura susceptível ao estresse hídrico, durante as épocas em que há retardamento na precipitação de chuvas naturais.
As vantagens desse sistema de preparo do solo são: a eliminação das invasoras e dos possíveis focos de algumas moléstias e, proporcionar um leito de semeadura uniforme e bem preparado.
10.4.2. Preparo ou cultivo reduzido
O preparo reduzido do solo consiste na diminuição das operações de aração e gradagem em relação as utilizadas tradicionalmente no preparo convencional, ou até mesmo a eliminação completa de uma dessas operações. Normalmente, no preparo convencional, são realizadas uma ou duas arações e duas a quatro gradagens. No preparo reduzido, este número é reduzido ao mínimo necessário, ou mesmo efetuada a semeadura das culturas sem fazer a aração ou gradagem anterior.
Nesse sistema de preparo do solo, a superfície da camada arada é menos pulverizada do que no preparo convencional, portanto, com maior rugosidade e capacidade de armazenamento da água superficial. O leito de semeadura nesse caso, não é tão uniforme, nem bem preparado como no convencional, porém oferece maior controle da erosão do solo.
O preparo reduzido surgiu da constatação de que em lavouras mecanizadas, o constante revolvimento do solo pelas operações de aração e gradagem, tende a pulverizar o solo, além de provocar problemas de compactação ou adensamento de camadas sub-superficiais, que favorecem a redução de capacidade de infiltração de água no solo, com a consequente ocorrência da erosão. Em consequência disso, a capacidade produtiva do solo vai diminuindo gradativamente e, a cada ano, o agricultor vai obtendo menores rendimentos. Por outro lado, tem sido observado que nem sempre é preciso revolver o solo com arações e gradagens, destorroá-lo e afofá-lo para que as sementes germinem e as plantas se desenvolvam bem.
As sucessivas lavras e gradagens usadas no preparo do solo, degrada a sua estrutura e contribui para compactar o solo. A resistência do solo à penetração de raízes é basicamente função de seu grau de compactação, textura e teor de umidade e, a exposição da superfície preparada do solo às condições climáticas por longos períodos, sofrem efeitos conjugados das chuvas, dos ventos e das mudanças de temperatura, degradando a sua estrutura e acelerando a decomposição da matéria orgânica. O uso também de equipamentos cada vez mais pesados e com maior frequência tem contribuído para degradar de forma mais rápida as áreas agrícolas.
Diante dessas inconveniências, foram conduzidos experimentos controlados sobre preparo de solo, durante alguns anos, por pesquisadores de países de agricultura desenvolvida, onde chegaram a conclusão de que se tem registrado exageros na prática de preparo do solo e, que o mais importante fator a levar em consideração quando das operações de preparo do solo, estava na eliminação e controle das invasoras. Face a essas constatações, surgiram os outros tipos de preparo do solo, como: preparo reduzido, preparo mínimo e sem preparo.
10.4.3. Preparo ou cultivo mínimo
O preparo mínimo representa a mínima manipulação do solo necessária a produção da cultura ou para satisfazer os requisitos de preparo sob existentes condições de solo e clima. Diferencia-se do preparo reduzido por suprimir a aração (preparo primário) e por permitir uma considerável quantidade de resíduos culturais sobre a superfície do solo, tornando-o, um sistema recomendado para o controle da erosão.
Na implantação do preparo mínimo, é necessário que na colheita de uma cultura, a palha ou resto cultural seja picado e distribuído sobre a superfície do solo. Assim, o único preparo do solo para semeadura da cultura seguinte, consiste na passagem de uma grade leve ou escarificador sobre os restos culturais distribuídos sobre o solo. Essa gradagem serve apenas para realizar uma pequena mobilização do solo, além de promover algum controle das plantas invasoras e efetuar a incorporação parcial dos restos culturais.
O preparo mínimo do solo, combina a mínima mobilização do solo com o aproveitamento integral dos restos culturais. A passagem de grade leve ou escarificador sobre a superfície do solo, serve para destruir possíveis crostas superficiais do solo, e isto servirá para favorecer a infiltração de água no solo, como também para controlar em parte, o desenvolvimento das invasoras e semi-incorporar os restos culturais. Assim, maior parte dos restos culturais permanecerão sobre a superfície do solo, e isto servirá de proteção ao solo contra o impacto direto das gotas de chuva, reduzindo a ocorrência da erosão hídrica.
10.4.4. Plantio direto ou sem preparo
O sistema de plantio direto ou sem preparo, consiste na semeadura das culturas sem preparar o solo, isto é, sem que haja mobilização do solo por arado, grade ou qualquer tipo de implemento. O único tipo de preparo do solo que pode ocorrer no plantio direto é uma faixa estreita, aberta no solo com o propósito único, para colocação do adubo e a semente nas linhas de semeadura. Este sistema de cultivo é também denominado de plantio direto na palha.
A característica notável desse sistema de preparo, é que a superfície do solo fica totalmente coberta pelos restos culturais, tornando-o mais eficiente no controle da erosão do solo, e consequentemente na redução das perdas de solo e água por erosão. A prática do plantio direto consiste em associar a manutenção dos restos culturais sobre a superfície do solo com a semeadura das culturas sem o revolvimento do solo. A eliminação das ervas daninhas, tanto pode ser feita com aplicação de herbicidas, quanto por capinas manuais ou qualquer outro meio manual ou mecânico.
Sob o ponto de vista de desenvolvimento de uma agricultura sustentável, o plantio direto além de aliar produtividade à técnicas que permitam a exploração racional do solo, também depende da reestruturação da maneira de pensar do produtor, na medida em que isso representa a manutenção da capacidade produtiva da terra.
A importância desse sistema de cultivo frente aos agricultores está condicionada à formação de uma boa cobertura do solo, que o proteja das variações de temperatura, da ação do vento e do impacto erosivo das gotas de chuva, melhorando consequentemente, a capacidade de retenção de água e a estruturação natural do perfil. Dessa forma, as condições químicas e físicas do solo são preservadas e a atividade biológica do solo favorecida.
Um aspecto importante no plantio direto, diz respeito ao tipo e características do solo a ser cultivado. Não se recomenda introduzir o plantio direto em solos que sofreram erosão severa ou em solos compactados, degradados fisicamente. Nesses casos, antes de ser introduzido o plantio direto, deve-se controlar a erosão, descompactar o solo, tornando-o mais fofo e recuperar as suas características físicas.
Quando se utiliza o plantio direto numa área continuamente, a cada 4 ou 5 anos, recomenda-se efetuar uma aração profunda seguida de uma a duas gradagens niveladoras, com a finalidade de incorporar corretivos eadubos ao solo, uma vez que estes são aplicados superficialmente. Neste caso, além de incorporar o calcário e os adubos corretivos, estará também incorporando os restos culturais acumulados sobre a superfície do solo e quebrando o encrostamento ou selamento superficial que se formou durante esse tempo.
Na criação do sistema de plantio direto ou semeadura direta, o maior obstáculo não foi a fabricação de máquinas capazes de plantar em áreas cujo solo não tivesse sido preparado. O problema inicial era a eliminação das plantas invasoras das áreas agrícolas. O herbicida era a alternativa, porém estes, a época, ou eram seletivos ou tornavam o solo inútil para a agricultura face o seu efeito residual. Somente em 1956 é que o impasse do herbicida foi solucionado por pesquisadores, através da elaboração de um composto químico (herbicida) denominado “paraquat”. Este produto era capaz de eliminar a vegetação verde, porém era desativado assim que entrava em contato com o solo. Com essa descoberta foi possível pulverizar a resteva de uma cultura para eliminar as ervas daninhas e, efetuar imediatamente o plantio da cultura desejada.
O plantio direto fornece ao produtor diversas vantagens: a) maior controle da erosão; b) melhor manutenção da umidade do solo; c) manutenção da matéria orgânica do solo; d) manutenção e melhoria da estrutura do solo; e) melhoria da germinação das sementes; f) melhor desenvolvimento das plantas; g) menor trabalho e menor custo de produção; h) aumento do tempo de vida útil das máquinas; i) minimizar a necessidade de replantio; j) minimizar as perdas de insumos pela enxurrada; l) reduz a temperatura do solo; m) proporciona maior atividade biológica; n) melhora a fertilidade do solo e a reciclagem de nutrientes; o) diminui a lixiviação de nutrientes, entre outras.
Nesse sistema de cultivo, observa-se que a distribuição de adubos na superfície do solo concorre para elevar os teores de nutrientes numa camada superficial de no máximo 5 cm de espessura e, logo abaixo dessa camada, ocorre deficiência dos nutrientes aplicados na adubação. Observa-se ainda, que o favorecimento da camada superficial em nutrientes e umidade, contribui para que as plantas desenvolvam seu sistema radicular superficialmente, facilitando consequentemente, o tombamento das plantas, como também tornando-as vulneráveis a qualquer deficiência hídrica, por menor que seja o período de falta de chuva.
A adoção do plantio direto ocorre através de quatro etapas: a) eliminação ou redução do preparo do solo; b) utilização de herbicidas dessecantes; c) obtenção de cobertura morta e; d) utilização de plantadeiras específicas.
Para se ter uma idéia do número de passagem de máquinas sobre a superfície do solo submetido aos diferentes sistemas de preparo do solo, no Quadro 21, é mostrado o trânsito de máquina nos principais sistemas de preparo para as condições do Sul do Paraná. Dos dados, verifica-se que no cultivo convencional, numa utilização por dez anos, o número de passagem de máquina sobre o solo seria muito elevado, chegando a um total entre 150 e 160 passagens. O problema da excessiva passagem de máquinas sobre o solo agrava-se ainda mais, uma vez que atrelado ao trator nas operações de cultivo, estão: arado, grade, adubadeira, semeadeira e pulverizador, o que certamente exigirá da máquina, maior potência para execução dessas operações.
O plantio direto ou semeadura direta é mais recomendável no caso de solos com baixa susceptibilidade à compactação e à formação de crostas superficiais, boa drenagem interna, alta atividade biológica, consistência friável sob diversas condições de umidade, altas taxas iniciais de infiltração e superfície rugosa. Sendo menos adequado para solos altamente degradados ou para aqueles que endurecem muito durante a estação seca. Nesses tipos de solos, a aração é necessária para criar uma área favorável à infiltração da água, ao estabelecimento das lavouras e à penetração de raízes. Este sistema, apesar de todos os benefícios conferidos ao solo, e de resultar numa agricultura mais ecológica, requer um nível razoável de tecnificação e gerenciamento da fazenda ou propriedade, com um sistema de manejo de pragas mais integrado.
Quadro 21 – Trânsito de máquinas sobre o solo em diferentes sistemas de preparo, nas culturas de trigo e soja.
	Sistema de Preparo
	Cultura
	Operações
	
	
	Aração
	Gradagem
	Plantio
	Ap. Herbicida
	Colheita
	Total
	Convencional
Mínimo
Plantio Direto
	Trigo
Soja
Trigo
Soja
Trigo
Soja
	1
1
0
0
0
0
	3
4
2 - 3
2 - 3
0
0
	1
1
1
1
1
1
	1
1 - 2
1
1 - 2
1
1 - 3
	1
1
1
1
1
1
	7
8 - 9
5 - 6
5 - 7
3
3 - 5
Fonte: Ramos M. - EMBRAPA/PONTA GROSSA - PR.
Nessa filosofia, o produtor rural deve ter uma visão global da propriedade e entender o sistema produtivo como um negócio, no qual, preservação do meio ambiente, redução de custo e aumento de produtividade assumem papel fundamental.
Acrescenta-se ainda, que o plantio direto começou a ser utilizado nos Estados Unidos, em meados da década de 60, quando um grande programa de conservação de solos foi lançado pelo governo daquele país, preocupado com a erosão crescente das áreas agricultáveis. No Brasil, o movimento em direção a um sistema de cultivo mais ecológico, começou em 1970, na região Sul, como alternativa para solucionar os problemas de erosão e conservação do solo. Nas culturas de verão do ano agrícola 1996/1997, foram dois milhões de hectares utilizados com plantio direto no Rio Grande do Sul, trezentos mil hectares em Santa Catarina, um milhão e meio de hectares no Paraná e dois milhões e duzentos mil hectares no estado de São Paulo.
Na época de implantação do plantio direto no Sul do país, o maior entrave foi a carência de produtos capazes de combater pragas e ervas daninhas. A indisponibilidade de maior variedade de herbicidas para resolver de forma efetiva o controle das espécies invasoras comuns nas áreas de cultivo, refletiu-se no lento crescimento de utilização desse sistema, na fase inicial de implantação no Brasil. A introdução de herbicidas mais eficientes finalmente viabilizou o sistema.
O plantio direto também pode ser implantado com o uso de tração animal, ou mesmo por serviços manuais. No comércio, existem máquinas e equipamentos desenvolvidos para as diferentes operações exigidas pelo sistema.
O crescimento de utilização do plantio direto, desencadeou um processo de modernização da atividade agrícola que resultou num sistema avançado e barato de manejo das plantas daninhas. Esse crescimento trouxe consigo, na década de oitenta, excessiva dependência dos meios químicos para controle das espécies invasoras, com possíveis consequências para o homem e o meio ambiente.
Diante da situação, a forma utilizada para tornar o sistema mais sustentável foi a rotação de culturas. Essa prática reduziu o uso de agroquímicos e a pressão exercida pelas pragas e doenças, permitindo um controle mais efetivo das invasoras, uma melhoria nas propriedades físicas, químicas e biológicas do solo, um menor risco econômico devido à diversificação e uma maior eficiência no uso de água e nutrientes.
Nos anos noventa, a evolução do plantio direto mostra uma tendência, representada pelo emprego reduzido devido a pressão econômica imposta aos produtores e pelos excelentes resultados alcançados com a integração da agricultura e pecuária. A combinação de culturas extensivas com a produção de carne ou de leite, além de representar uma cobertura morta mais variada e acrescida dos benefícios agregados a esse tipo de exploração, significa ainda garantia da estabilidade da renda do produtor rural e alternativa de retorno à situação do equilíbrio natural.

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