PGE - Relatório Sniffy

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Resumo 
 
A partir da matéria apresentada, foi proposto um exercício em laboratório, com a utilização do software Sniffy Pro. 
O exercício teve como objetivo a observação, análise e intervenção no comportamento, controlado por contingências. 
O programa reproduz em forma virtual a caixa de Skinner, e permite o condicionamento do comportamento do rato Sniffy, ainda sem nenhum comportamento condicionado, e, privado de alimento.
O exercício foi dividido em 7 estágios: Nível Operante, Treino ao Comedouro, Modelagem, Prática CRF, Extinção, Treino Discriminativo e Reforçamento por Razão Fixa.
No primeiro estágio, nível operante, foram observados o comportamento do Sniffy, sem nenhuma intervenção. 
No treino ao comedouro, o rato era recompensado cada vez que emitia um comportamento próximo ao esperado: a pressão à barra.
Durante o processo de modelagem, o objetivo era que o Sniffy associasse a liberação do alimento à pressão da barra. Sendo reforçado com as pelotas, sempre que exerceu o comportamento. 
Após a modelagem, na Prática CFR, pudemos observar a taxa de frequência com que o Sniffy pressionava a barra.
Depois de o comportamento condicionado, o objetivo era a extinção do comportamento, diminuindo sua frequência pela falta de reforçamento.
Com o comportamento ja extinto, o Sniffy foi novamente condicionado, desta vez o comportamento reforçado foi a pressão à barra diante de um SD, presença de som na caixa - para o recebimento do alimento. 
Após o treino discriminativo, no esquema de Reforçamento por razão Fixa, o comportamento foi reforçado após a sucessão de cinco pressões à barra. 
Após todos os procedimentos realizados, e da análise os dados obtidos, pudemos observar de forma prática  o proposto teórico, assim como sua funcionalidade e objetivo.
Sumario
 
Introdução.................................................................................
Método 
Sujeito............................................................................ 
Materiais........................................................................ 
Procedimento................................................................. 
Resultados.................................................................................
Discussão..................................................................................
Conclusão.................................................................................
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Introdução
 
O presente trabalho tem por objetivo aplicar na prática, a teoria do comportamento operante proposto por Skinner, através da observação, e manipulação do software Sniffy Pro. 
 
Neste discorreremos sobre o Behaviorismo Radical que tem por objeto de estudo o comportamento.
 
Podemos entender por comportamento, a interação entre organismo e o ambiente. Alguns termos podem resumir a teoria como, observação; análise e intervenção. Com a interferência de quem aplica o experimento,  podemos observar as mudanças do comportamento. A partir de modificações no ambiente, logo novos comportamentos serão realizados. 
De acordo com Skinner, qualquer condição no ambiente e no organismo que possa produzir algum efeito no comportamento deve ser levado em consideração e analisado.
 
Em seu trabalho Skinner realiza uma análise entre estímulo e resposta, representado como S-R, ou seja, o estímulo produz a resposta, e a relação entre estímulo e resposta é chamada, reflexo. 
Ao comportamento que os organismos trazem desde o nascimento damos o nome de reflexo inato ou comportamento respondente.
Os organismos também desenvolvem a capacidade de aprender novos reflexos, e reagir de outras maneiras à novos estímulos. 
 
O organismo se comporta a todo momento, sendo controlado por suas consequências, às quais damos o nome de reforço. O reforço aumenta a probabilidade de um determinado comportamento voltar a ocorrer. Podemos classificar o reforço em dois tipos: reforço positivo e reforço negativo. O reforço positivo acrescenta um estímulo reforçador ao ambiente, fazendo com que o comportamento aumente de frequência. Já o negativo, retira o estímulo aversivo do ambiente influenciando de mesma forma, a ocorrência do comportamento. 
 
Um estímulo, antecedente, pode ser associados ao reforçamento, de forma a influenciar a probabilidade de ocorrência de um comportamento, este denominados estímulo discriminativo. Segundo os autores, “Estímulos associados ao reforço aumentam a probabilidade de o comportamento ocorrer, quando apresentados, e os estímulos que sinalizam a extinção ou a punição diminuem a probabilidade de um comportamento ocorrer, quando apresentados” ((MOREIRA E MEDEIROS, c. 6, p 97), representados por S + e S-, respectivamente. 
O organismo também tem a capacidade de desaprender algum comportamento, quando realizamos a retirada do reforço, ocorre diminuição da frequência ou o desaparecimento do comportamento reforçado, chamado de extinção. 
 
Também foram abordados os conceitos de Esquemas de Razão, este possui como característica a exigência de um número determinado de respostas para a apresentação de cada reforçador, isto é, para que o reforço seja apresentado, é necessário que certo número de respostas seja emitido. Existem dois tipos principais de esquemas de razão: Razão Fixa (RF) e Razão Variável (VR). Na Razão Fixa, o número de respostas exigido para a apresentação de cada reforçador é sempre o mesmo, e em VR, o número de respostas entre cada reforçador se isto varia.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Método
 
 
Sujeito
 
Rato albino virtual, representado pelo software denominado Sniffy Pro, uma ferramenta que simula o comportamento do sujeito em nível operante permitindo a interferência no comportamento do mesmo. 
 
Materiais 
 
O experimento foi realizado em dupla no laboratório de informática, nos computadores disponibilizados pela Universidade Paulista, contendo o programa Sniffy Pro. Em um ambiente virtual, simulando a câmara operante, desenvolvida por Skinner para treinamento do comportamento em estado de confinamento. nesta contém o alimentador, barra de pressão para o fornecimento do alimento, auto falantes acionados pela pressão da barra e bebedouro.
Com o apoio de folhas de registro distribuídas pela professora, para anotações dos comportamentos observados; cronômetro; pen drive; lápis e borracha.
 
Procedimentos 
 
Nivel operante - Observação, anotação dos comportamentos emitidos pelo Sniffy em modo operante por 15 minutos. Sendo eles: pressão à barra, farejar,  levantar, limpar-se e comer. 
Após, contagem da frequência total de cada resposta. 
Um integrante da dupla ficou responsável pela observação e descrição dos comportamentos, enquanto o outro realizou as anotações referentes nos espaços discriminados na folha de registro, subdivida por minuto.
 
 
 
Treino ao comedouro - Foram estabelecidos padrões de comportamento, sempre que o rato se aproximava do comedouro. Bem como, quando se levantava, pressionava a barra ou emitia qualquer comportamento próximo ao esperado, era liberada uma pelota de alimento, e,  enquanto se alimentava eram liberadas mais quatro pelotas sucessivas. Como reforçador condicionado, a cada liberação da pelota era emitido um som. 
 
O treino foi realizado até que a barra “Sound Food” atingisse o nível indicado, quando isso ocorreu, o rato, independente do local em que estava, retornava ao comedouro em busca do alimento assim que ouvia o som. 
 
Modelagem - Para modelagem do comportamento, toda vez que o rato se aproximava da barra, era liberado uma pelota, a fim de que ele associasse a barra de pressão à liberação de alimento. Ao final obtivemos a resposta desejada quando o rato passou a pressionar a barra por volta de oito a dez vezes consecutivas. 
As respostas ao comportamento foram indicadas no gráfico denominado “bar sound”.Prática CRF - Após o rato ser modelado, por 15 minutos observamos e anotamos a frequência total de cada resposta dada por ele. um integrante da dupla observou todas as respostas a cada minuto, enquanto outro integrante realizou as anotações.
 
 
Extinção - Foram registrados as respostas de pressão à barra sem a apresentação do reforço. A observação durou até que a extinção do comportamento, quando Sniffy deixou progressivamente de emitir a resposta antes condicionada.  
 
Treino Discriminativo: Observação do Sniffy por 60 minutos e registro de quantas vezes ele pressionou a barra durante a apresentação do estímulo discriminativo (presença do som). A cada vez que o som era emitido dentro da caixa (S+), o Sniffy era reforçado positivamente com o alimento; e quando o som desligava (S-), mesmo que, pressionando a barra, o alimento não era fornecido.
 
Esquema de reforçamento razão fixa - Configurar o software para que o Sniffy fosse reforçado a cada 5 pressões à barra. Foi observado por 30 minutos e registrada  a frequência de resposta a pressão à barra. 
 
 
 
 
Resultados:
 
Nível Operante: 
 
Pudemos observar que as respostas de farejar, levantar e limpar-se foram significativamente maiores do que as respostas de pressão à barra e comer (aproximação ao comedouro). Obtivemos as seguintes taxas de resposta:
Farejar: 146
Levantar: 56
Limpar-se: 108
Pressão à barra: 8
Comer: 10
 
 
Resultado treino ao comedouro: 
O treino ao comedouro durou 32 minutos, com início às 20h48 e término: 21h20.
Durante esse tempo, Sniffy se aproximou do comedouro 83 vezes, sendo alimentado em média por 5 pelotas por vez, num total de 436 pelotas apresentadas.
 
 
Modelagem:
Esse processo foi realizado das 19:03hr até as 19:33hr, onde o Sniffy apertou a barra por 365 vezes até estar com o comportamento condicionado.
Não tivemos dificuldade para modelar o rato, assim que finalizamos o treinamento, em poucos minutos conseguimos o resultado esperado.
 
CRF
 
Constatamos que a frequência de pressão a barra aumentou significativamente em relação a observação em Nível Operante , foram em torno de 219 vezes, enquanto as outras resposta foram menos realizadas, farejou 91 vezes, se levantou por 18 vezes e limpou-se por 21. 
 
 
 
 
 
Extinção 
 	Ao iniciar o processo de extinção, teve uma grande frequência de pressão a barra, no primeiro minuto pressionou a barra por 30 vezes, no segundo minuto houve uma queda na frequência pela metade, pressionou apenas por 14 vezes, já no terceiro minuto houve novamente um aumento na frequência, pressionando por 35 vezes, indicando resistência à extinção nesses primeiros 3 minutos. A partir do quarto minuto em diante ocorreu a queda drástica na frequência, passou a pressionar a barra apenas 4 vezes por minuto, no oitavo minuto não passa a pressionar por mais de 1 vez, e assim segue até o vigésimo quinto minuto, nesse ponto já indicou extinção do condicionamento, e retomada ao Nível Operante. 
No total de frequência acumulada o Sniffy pressionou a barra por 92 vezes, confirmando a extinção em menos de 25 minutos. 
 
 
Treino discriminativo:
 
Pudemos observar que no início do experimento as respostas em S+ e S- estavam com resultados equiparados. A partir do minuto 22, o Sniffy apresentou maior número de respostas em S+.
A Partir do minuto 45, Sniffy não apresentou mais respostas em S-.
 
 
Razão Fixa:
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Discusão
 
 
A partir da comparação entre entre os procedimentos pudemos observar a teoria proposta na prática, com a finalidade de comprovar a hipótese de Skinner de que o comportamento pode ser alterado de acordo com o ambiente e seus reforços.
Para realização do experimento utilizamos de contingências controladas.
No Nível Operante, sem intervenção do experimentador, o sujeito raramente apresentava a resposta de pressionar a barra; já no Esquema de Reforçamento Contínuo, Sniffy passou a pressionar a barra com maior frequência, visto que estava sendo reforçado com o alimento a cada vez que pressionava a barra; Logo após, quando o reforço foi o retirado, o comportamento que havia sido condicionado diminuiu de freqüência até atingir a extinção.
Assim, comprovamos a importância do reforçamento na manutenção do comportamento condicionado. 
No treino discriminativo foi acrescentado um novo estímulo, antecedente à ação. Sniffy distinguiu que enquanto houve a presença do som (novo estímulo - S+) ao pressionar à barra, seria alimentado; e quando o som desligava, mesmo quando emitia a resposta, não era reforçada, levando a extinção do comportamento na ausência do SD.
 
A partir da inserção da razão fixa de cinco pressões à barra para a liberação do alimento, Sniffy apresentou um aumento significativo a resposta de pressão comparado ao CRF, pois para ser reforçado era necessário um número maior de respostas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
  
 
Conclusão
 
Os resultados obtidos mostram que o procedimento de treino utilizado neste trabalho pode confirmar as teorias da Análise do Comportamento. 
Através deste, podemos perceber a relevância da intervenção dos psicólogos comportamentais, nas práticas terapêuticas.
Na teoria Behaviorista, todos as ferramentas de ação são precisas, quando aplicadas coerentemente a uma determinada realidade.
Esse trabalho possibilita aos alunos de Psicologia aprofundar seus conhecimentos sobre a teoria comportamental, e reconhecer o valor dos reforços e das contingências aplicadas ao comportamento, bem como a possibilidade de intervenção sobre comportamentos indesejados. 
E também , reforça a noção de interferência do meio sobre o organismo.