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PRÁTICA 4: FORMAÇÃO DE GEL COM DIFERENTES AMIDOS (efeito da temperatura). Camila Ferreira Souza Rodrigues Nathália Tavares Silva Raphael Corrêa Nascimento Thatiana Andrade Fonseca Lavras, 2018 INTRODUÇÃO A umidade existente no amido é de cerca de 12 a 14%. A água fria, no máximo 30% da massa do amido, pode penetrar nas regiões amorfas do grânulo, sem perturbar as zonas cristalinas. Caso o amido venha a ser aquecido na presença de água, as moléculas de amido começam a vibrar intensamente, até quebrar as pontes de hidrogênio intermoleculares, fato que permite a entrada de água nas zonas cristalinas. (Ribeiro & Seravalli, 2007) As zonas cristalinas são perdidas quando há aquecimento contínuo na presença de água em abundância, a birrefringência desaparece e o amido se torna transparente. Denominamos como “ponto de gelatinização” quando ocorre o desaparecimento da birrefringência. Como esse ponto não é bem definido, grânulos menores gelatinizam primeiro e depois os maiores, é utilizado o termo “faixa de temperatura de gelatinização”. Durante a gelatinização, o grão incha e a viscosidade da suspensão aumenta, formando uma pasta, até um valor máximo de viscosidade. (Ribeiro & Seravalli, 2007) A viscosidade da pasta decorre da alta resistência ao fluxo de água por parte dos grânulos inchados de amido. Esses grânulos inchados podem ser quebrados e desintegrados pela moagem ou agitação intensa da pasta , desta maneira a viscosidade diminui-rá. (Ribeiro & Seravalli, 2007) O amido gelatinizado apresenta sua viscosidade máxima quando está na temperatura de gelatinização. Mas se essa pasta for resfriada, a viscosidade vai aumentar de acordo com o decréscimo de temperatura, pois as pontes de hidrogênio intermoleculares serão formadas e forma-rá um gel. A dureza do gel depende da concentração e do tipo de amido. (Ribeiro & Seravalli, 2007). OBJETIVO Observar as alterações na cor e na viscosidade dos sistemas com amidos de diferentes fontes e água, após aquecimento e agitação, nas temperaturas estudadas. MATERIAIS E MÉTODOS Para a realização deste experimento utilizou-se os seguintes objetos: Equipamentos, vidrarias e utensílios: · béqueres de 600ml; · proveta de 300ml.; · bastões de vidro; · termômetros até 150°C; · potes de vidro médios; · fogão; · balança; · luvas térmicas; Material de consumo: · 16g de cada tipo de amido extraído na aula prática anterior (amido de batata doce; amido de batata inglesa, amido de inhame; amido de mandioca). Procedimento experimental: Primeiramente foi feita a tara da balança analítica e pesado 16g de amido de cada amostra (batata inglesa, inhame, batata doce, mandioca). Em uma proveta, foi medido 300 mL de água, que foram adicionados ao amido obtido. Foi feita a homogeneização da mistura em um béquer agitando com o bastão de vidro, e em seguida a mistura foi aquecida em um fogão em diferentes temperaturas com o auxílio de um termômetro. Quando a mistura chegou à temperatura de 40ºC foi retirada uma quantidade de aproximadamente 50 mL de amostra e colocado em pote de vidro. O mesmo experimento se repetiu nas outras temperaturas de 50ºC, 70ºC, 80ºC e 95ºC. Após essa etapa foi necessário esperar esfriar as amostras em temperatura ambiente para que pudéssemos observar as alterações na cor e viscosidade nas diferentes temperaturas estudadas. RESULTADOS E DISCUSSÕES ● 40°C: Não houve formação de gel e a solução encontrava-se em uma cor branco, com pouca presença de corpo de fundo; ● 50°C não houve mudança na textura e nem na cor de nenhuma das amostras; ● 70°C: As amostras de batata doce, batata inglesa e inhame não tiveram alteração de textura e nem cor. Já a mandioca houve o início da formação do gel,isso se deve ao fato da mandioca ter maior teor de amido. O inhame possui mais amido em ligação de amilose o que favorece a formação do gel, mas ainda não tem a formação do gel; ● 80°C: Nesta temperatura, houve mudanças mais visíveis. As soluções alcançaram seu pico de viscosidade e opacidade. Portanto,nessa temperatura todos as amostras viraram gel. Até os amidos de batata inglesa e batata doce, viraram gel essa temperatura,mesmo que seja maior. Isso ocorre pois nas batatas há menos amilose e mais amilopectina o que aumenta a temperatura de formação do gel. O inhame que era para se tornar gel mais cedo,gelatiniza nessa temperatura. A mandioca aumentou a viscosidade; ● 95°C: As características permaneceram as mesmas da amostra de 80°C. Efeito da temperatura: Os amidos usados com mais freqüência devem ser cozidos pelo menos a 90°C, temperatura acima da qual a gelatinização acontece e as mudanças na translucidez ocorrem. Com a elevação da concentração do amido podem-se obter géis mais firmes a temperaturas mais baixas. As pectinas têm pouca influência com a temperatura, variando mais com o conteúdo de sólidos e pH. Por exemplo, pode-se formar gel até 100°C se tivermos pH de 2,0 a 3,5, e sacarose de 60 a 65%. Por outro lado se uma dispersão em água quente de 0,3 a 0,4% de pectina é esfriada até a temperatura ambiente não se forma gel. CONCLUSÃO De acordo com as discussões dos resultados obtidos, pode-se concluir que a solução com amido de mandioca, dentre todos os tubérculos estudados, foi a que se gelificou com maior rapidez (70ºC). Isso se deve à sua composição: cerca de 20 a 30% é composta por amilose e de 70 a 80%, por amilopectina, sendo esta a maior responsável pela gelificação, devido a sua maior capacidade de absorver a água durante o aquecimento. Além disso, é importante ressaltar também que ocorreu a retrogradação na mistura do amido de mandioca. Esse fenômeno comumente ocorre quando a mistura está em repouso e esfriada: as ligações de hidrogênio são restauradas e a rede do amido pode começar a contrair-se, o que provoca a expulsão de grande parte de água, endurecimento do produto final e formação reversa de grânulos de amido precipitados. REFERÊNCIAS Ribeiro, Seravalli - Química de Alimentos (2007) https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/3275062/mod_resource/content/1/Bragante2 009%20Processo%20de%20Gelifica%C3%A7%C3%A3o%20em%20Alimentos.pdf
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