Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Universidade Federal de Vic¸osa - UFV Centro de Cieˆncias Exatas e Tecnolo´gicas - CCE Departamento de Matema´tica - DMA MAT 147 - CA´LCULO II 2013/I Professor Luiz Henrique Couto Gabarito da 2a Prova - Turma 3 1. (25 pts) Encontre a soluc¸a˜o geral da equac¸a˜o diferencial ordina´ria y′ − xy − x3y2 = 0. Soluc¸a˜o: Note que esta e´ uma equac¸a˜o de Bernoulli, pois y′ − xy − x3y2 = 0⇔ y′ − xy = x3y2. • 1o caso: y = 0 Note que y = 0 e´ soluc¸a˜o desta EDO. • 2o caso: y 6= 0 Multiplicando a EDO por 1 y2 , obtemos y−2 · y′ − x · y−1 = x3. Fazendo a mudanc¸a de varia´vel v = y−1, segue que v′ = −y−2 · y′ e, assim, y−2 · y′ = −v′. Substituindo esses valores na EDO, ficamos com a equac¸a˜o −v′ − xv = x3 ⇔ v′ + xv = −x3. Esta equac¸a˜o e´ linear e pode ser resolvida pelo Me´todo do Fator Integrante. Tomando o fator integrante µ(x) = e ∫ xdx = e x2 2 e multiplicando a EDO por este, obtemos e x2 2 · v′ + xex 2 2 · v = −x3ex 2 2 ⇔ [ v · ex 2 2 ]′ = −x3ex 2 2 e, integrando ambos os lados em relac¸a˜o a x, v · ex 2 2 = − ∫ x3e x2 2 dx+ c1. Note que ∫ x3e x2 2 dx = ∫ x2e x2 2 xdx e, fazendo a mudanc¸a de varia´vel u = x2 2 ⇒ du = xdx, temos ∫ x2e x2 2 xdx = ∫ 2ueudu = 2 [ueu − eu] + c2, usando integrac¸a˜o por partes. Assim, v · ex 2 2 = −2 [ x2e x2 2 − ex 2 2 ] + c⇒ v = 2− x2 + ce−x 2 2 . Voltando para a varia´vel y, temos 1 y = 2− x+ ce−x 2 2 ⇒ y = 1 2− x2 + ce−x22 . 1 2. Resolva os itens abaixo: (a) (15 pts) Calcule a se´rie de Maclaurin para a func¸a˜o f(x) = e3x. Soluc¸a˜o: A se´rie de Maclaurin para f(x) e´ definida por ∞∑ n=0 f (n)(0) n! xn. Como f(x) = e3x, segue que f ′(x) = 3e3x, f ′′(x) = 32e3x, f (3)(x) = 33e3x, f (4)(x) = 34e3x e, assim, f (n)(x) = 3ne3x ⇒ f (n)(0) = 3ne3·0 = 3n ⇒ f (n)(0) n! = 3n n! . Portanto, e3x = f(x) = ∞∑ n=0 3n n! xn. (b) (12 pts) Utilize o item anterior para mostrar que ∞∑ n=0 (−1)n22n n! = e−4. Soluc¸a˜o: Fazendo x = −4 3 na expressa˜o e3x = ∞∑ n=0 3n n! xn, obtemos e−4 = e3(− 4 3) = ∞∑ n=0 3n n! ( −4 3 )n = ∞∑ n=0 (−1)n 3 n n! · 4 n 3n = ∞∑ n=0 (−1)n4n n! = ∞∑ n=0 (−1)n22n n! = e−4. 3. Seja f(x) = ∞∑ n=0 (−1)nxn√ n2 + 3 . (a) (15 pts) Encontre o domı´nio de f . Soluc¸a˜o: O domı´nio de f e´ o intervalo de convergeˆncia da se´rie de poteˆncias. Seja an = (−1)nxn√ n2 + 3 . Como lim n→∞ ∣∣∣∣an+1an ∣∣∣∣ = limn→∞ ∣∣∣∣∣ xn+1√(n+ 1)2 + 3 · √ n2 + 3 xn ∣∣∣∣∣ = limn→∞ ∣∣∣∣ xn · x√n2 + 2n+ 4 · n2 + 3xn ∣∣∣∣ = |x| lim n→∞ √ n2 + 3 n2 + 2n+ 4 = |x| √ lim n→∞ n2 + 3 n2 + 2n+ 4 = |x| · 1 = |x|, segue, pelo teste da raza˜o, que a se´rie converge para x tal que |x| < 1, isto e´, a se´rie e´ convergente no intervalo (−1, 1). Testando os extremos: 2 • Em x = −1, a se´rie se torna ∞∑ n=0 (−1)n(−1)n√ n2 + 3 = ∞∑ n=0 (−1)2n√ n2 + 3 = ∞∑ n=0 1√ n2 + 3 . Como esta e´ uma se´rie nume´rica de termos positivos, comparando no limite com a se´rie harmoˆmica, temos lim n→∞ 1√ n2+3 1 n = lim n→∞ n√ n2 + 3 = 1 > 0 e, assim, a se´rie nume´rica tem o mesmo comportamento que a se´rie harmoˆnica, ou seja, diverge. • Em x = 1, a se´rie se torna ∞∑ n=0 (−1)n(1)n√ n2 + 3 = ∞∑ n=0 (−1)n 1√ n2 + 3 . Note que (i) bn = 1√ n2 + 3 > 0 para todo n ≥ 0 pois e´ quociente de dois nu´meros na˜o negativos: √ n2 + 3 e 1. (ii) Fazendo f(x) = 1√ x2 + 3 , segue que f ′(x) = − x√ (x2 + 3)3 . Como f ′(x) < 0⇔ x > 0, a func¸a˜o f e´ decrescente para x > 0 e, como f(n) = bn para n ∈ N, a sequeˆncia (bn) sera´ decrescente para n > 0. (iii) lim n→∞ bn = limn→∞ 1√ n2 + 3 = 0. Logo, pelo teste de Leibnitz, a se´rie converge em x = 1. Portanto, o domı´nio de f e´ dado por D(f) = IC(f) = (−1, 1]. (b) (2 pts) Calcule f (1). Soluc¸a˜o: Note que 1 ∈ D(f). Desse modo, f(1) = ∞∑ n=0 (−1)n(1)n√ n2 + 3 = ∞∑ n=0 (−1)n 1√ n2 + 3 . (c) (5 pts) Escreva a se´rie de poteˆncias que define a func¸a˜o f ′. Soluc¸a˜o: Sabemos que f(x) = ∞∑ n=0 (−1)nxn√ n2 + 3 = 1√ 3 − 1 · x√ 4 + 1 · x2√ 7 − 1 · x 3 √ 12 + . . .+ (−1)n · xn√ n2 + 3 + . . . . Derivando termo a termo, obtemos f ′(x) = − 1√ 4 + 2x√ 7 − 3x 2 √ 12 + . . .+ (−1)nn · xn−1√ n2 + 3 + . . . = ∞∑ n=1 (−1)nn · xn−1√ n2 + 3 . (d) (8 pts) Encontre o domı´nio de f ′. Soluc¸a˜o: Note que o raio de convergeˆncia de f ′ e´ o mesmo de f . Assim, a se´rie para f ′ ira´ convergir em (−1, 1). Para determinarmos o intervalo de convergeˆncia de f ′, basta examinarmos os extremos deste intervalo. • Para x = 1, a se´rie se torna ∞∑ n=1 (−1)nn · (1)n−1√ n2 + 3 = ∞∑ n=1 (−1)nn√ n2 + 3 , que diverge pelo Crite´rio do Termo Geral, pois lim n→∞ (−1)nn√ n2 + 3 na˜o existe. 3 • Para x = −1, a se´rie se torna ∞∑ n=1 (−1)nn · (−1)n−1√ n2 + 3 = ∞∑ n=1 (−1)2n−1n√ n2 + 3 = ∞∑ n=1 − n√ n2 + 3 , que diverge pelo Crite´rio do Termo Geral, pois lim n→∞− n√ n2 + 3 = −1 6= 0. Logo, o domı´nio de f ′ e´ dado por D(f ′) = (−1, 1). 4. Se a afirmativa for verdadeira, prove. Se for falsa, deˆ um contra-exemplo. (a) (8 pts) (F )) Se ∞∑ n=1 an converge, enta˜o ∞∑ n=1 a2n converge. Soluc¸a˜o: Falsa, tome an = (−1)n 1√ n . Note que (i) bn = 1√ n > 0 para todo n > 0 pois e´ quociente de nu´meros na˜o negativos. (ii) Como a raiz quadrada e´ uma func¸a˜o crescente, √ n < √ n+ 1 e, assim, 1√ n+ 1 < 1√ n , donde conclu´ımos que a sequeˆncia (bn) e´ decrescente. (iii) lim n→∞ bn = limn→∞ 1√ n = 0. Logo, pelo teste de Leibnitz, a se´rie ∞∑ n=1 an converge. No entanto, ∞∑ n=1 a2n = ∞∑ n=1 1 n diverge. (b) (10 pts) (V )) A soluc¸a˜o do PVI{ xy4dx+ ( y2 + 2 ) e−3xdy = 0 y(0) = 1 e´ dada (implicitamente) por e3x(3x− 1) = 9 y + 6 y3 − 16. Soluc¸a˜o: Verdadeira. Note que xy4dx+ ( y2 + 2 ) e−3xdy = 0⇒ ( y2 + 2 ) y4 dy = − x e−3x dx⇔ ( 1 y2 + 2 y4 ) dy = −xe3xdx. Integrando ambos os lados, obtemos∫ ( y−2 + 2y−4 ) dy = ∫ −xe3xdx⇒ −y−1 − 2 3 y−3 = −xe 3x 3 + e3x 9 + c1 ⇒ −1 y − 2 3 1 y3 = −xe 3x 3 + e3x 9 + c1 e, multiplicando esta euqac¸a˜o por −9, obtemos 9 y + 6 y3 = 3xe3x − e3x + c. Fazendo x = 0 nesta equac¸a˜o, como y(0) = 1 pela condic¸a˜o inicial, segue que 9 1 + 6 13 = 3 · 0e30 − e3·0 + c⇒ 15 = −1 + c⇒ c = 15 + 1 = 16 4 e, enta˜o, a soluc¸a˜o do PVI e´ dada por 9 y + 6 y3 = 3xe3x − e3x + 16⇔ e3x(3x− 1) = 9 y + 6 y3 − 16. 5
Compartilhar