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ABSTRACT The Fibromyalgia Syndrome is the most common cause of chronic widespread pain, being second only to osteo- arthtritis, the most common diagnosis in the rheumatology practice. It is estimated to affect 2% to 4% of the popula- tion, being more frequent in women, between 40 and 60 years, than in men. It can also be described in juveniles with equal gender distribution and in elderly. Although most of the pain and most of the trigger points present in this syndro- me are located in muscle, it is believed that the widespread allodynia is due to a central nervous system neurosensory amplification of nociception and not specifically from muscle pathology. In this review, we tried to summarize the la- test concepts about this syndrome, which occurs frequently nowadays, its physiopathology, and its treatment. Keywords: Fibromyalgia, trigger point, neuroendocrine aberration, central sensitization, allodynia. 634 Artigo de Revisão REV. DOR 2005 - Jul/Ago/Set - 6 (3): 634-640 FIBROMIALGIA: DIAGNÓSTICO, SINTOMAS, FISIOPATOLOGIA E TRATAMENTO FYBROMYALGIA: DIAGNOSES, SYMPTONS, PHYSIOPATHOLOGY AND TREATMENT Maria Teresa Rolim Jalbut Jacob1 Luiz Gonzaga Jacob2 Beatriz Jalbut Jacob3 RESUMO A fibromialgia é a causa mais comum de dor crônica difusa. Após a osteoartrite é o diagnóstico mais freqüente na prática reumatológica1. Estima-se que ela atinja 2% a 4% da população mundial, acometendo com maior freqüência mulheres (5 a 9 mulheres para 1 homem), entre 40 e 60 anos, podendo ocorrer também na infância sem diferença sig- nificativa entre os sexos, e em idosos2,3. Apesar da dor e dos pontos dolorosos presentes na síndrome se localizarem nos músculos, acredita-se atualmente que a alodinia generalizada tenha sua origem em uma amplificação da nocicep- ção pelo sistema nervoso central e não em uma patologia muscular específica3. Nesta revisão, tentamos sumarizar conceitos atuais sobre esta síndrome muito freqüente, sua fisiopatologia, sintomas e tratamento. Unitermos: Fibromialgia, ponto sensível, alteração neuroendócrina, sensibilização central, alodinia. 1 - Médica Anestesiologista, Acupunturista do Centro de Terapia da Dor. 2 - Médico Ortopedista, Acupunturista do Centro de Terapia da Dor. 3 - Acadêmica da Faculdade de Medicina de Jundiaí. Endereço para correspondência: Maria Teresa R J Jacob e-mail: jalbutjacob@terra.com.br INTRODUÇÃO A fibromialgia (FM) é caracterizada por dor musculoesquelética difusa, sensação de edema em tecidos moles e presença de pontos doloro- sos à digitopressão em vários locais do corpo, denominados pontos sensíveis. Ela pode ser classificada como primária ou concomitante, e quando não se consegue diferenciar as duas formas, usa-se o termo fibromialgia. A FM é pri- mária quando não existe uma condição coadju- vante que possa contribuir para o quadro dolo- roso, e concomitante quando coexiste com ou- tra patologia, como por exemplo artrite reuma- tóide, osteoartrite ou hipotireoidismo, que pos- 635 Fibromialgia: diagnóstico, sintomas, fisiopatologia e tratamento Jacob MTRJ, Jacob LG, Jacob BJREV. DOR 2005 - Jul/Ago/Set - 6 (3): 634-640 sa contribuir com a dor. O termo FM secundária deixou de ser utilizado, uma vez que o trata- mento das patologias concomitantes não leva ao alívio do quadro da FM, e o tratamento da FM não torna desnecessário o tratamento des- tas patologias, que devem ser tratadas adequa- damente. A Síndrome Dolorosa Miofascial (SMD) causa dor musculoesquelética limitada a um grupo muscular mais localizado, porém existem evidências de que os portadores de SDM podem desenvolver dor crônica generali- zada após um período médio de 6 anos, suge- rindo que as duas entidades estejam relaciona- das tanto clínica como fisiopatologicamente2. Alguns profissionais acreditam que sua incidên- cia esteja aumentando ultimamente, mas o que provavelmente está ocorrendo é uma maior conscientização por parte da comunidade mé- dica e da mídia sobre esta síndrome. Provavel- mente, a FM não é uma patologia recente, po- rém como não deixa lesões permanentes em ossos e articulações, não devem ser encontra- das evidências históricas para dar suporte a es- ta teoria3. Atualmente, a FM tem se tornado um problema de saúde pública importante, pois as disfunções físicas que ela causa podem ser de intensidade média a severa, podendo ser com- paradas com as da artrite reumatóide, determi- nando custos que não podem ser ignorados3. DIAGNÓSTICO Apesar de ser, provavelmente, uma patologia antiga, somente em 1990 o Colégio Americano de Reumatologia (ACR) estabeleceu os critérios oficiais para a classificação da FM. Apesar de criticados por serem extremamente subjetivos, estes critérios continuam a ser utilizados mundial- mente2 e incluem: 1 - Dor difusa há 3 meses ou mais, nos 4 quadran- tes do corpo, assim como na coluna cervical, dorsal, lombar ou na parte anterior do tórax; 2 - Presença de pelo menos 11 dos 18 pontos sen- síveis clássicos dolorosos à digitopressão, apli- cando-se uma pressão média de 4 kg; Na prática clínica, nem todos os pacientes apresentam 11 pontos dolorosos ou dor gene- ralizada como estabelecido pelo ACR, mas po- dem apresentar outros sinais característicos de FM. Estes pacientes podem ser diagnosticados como apresentando uma FM incompleta e tra- tados como sendo portadores de FM2,4. De acordo com alguns autores, a presença de 5 pontos dolorosos associados a 3 critérios me- nores (alteração de sono, fadiga,dores de ca- beça, etc.) é suficiente para o diagnóstico6. Es- tes critérios demonstram a importância de uma história clínica bem-feita, acompanhada de exame físico detalhado, realizados por profissi- onal médico habilitado, uma vez que o diagnós- tico é essencialmente clínico. Como os sinto- mas da FM podem simular uma série de outras patologias, é necessária a exclusão de patolo- gias concomitantes, pois estas devem ser tra- tadas adequadamente. SINTOMAS CLÍNICOS DOR O sintoma característico da FM é a dor crô- nica difusa, que normalmente é descrita como originando-se na musculatura, porém muitos pacientes referem dor articular5. A rigidez, sem- pre pior pela manhã, associada à dor articular, pode reforçar a impressão de condição artríti- ca. A intensidade da dor varia no decorrer do dia e de um dia para outro, ocorrendo reagudi- 636 Fibromialgia: diagnóstico, sintomas, fisiopatologia e tratamento Jacob MTRJ, Jacob LG, Jacob BJ REV. DOR 2005 - Jul/Ago/Set - 6 (3): 634-640 zações na presença de excesso de atividade, infecções sistêmicas, lesões de tecidos moles, alterações de sono, exposição ao frio e umida- de, e stress psicológico. FADIGA Presente em aproximadamente 89% dos pa- cientes6, a fatigabilidade fácil, secundária à ativi- dade física, mental e stress psicológico, é outro sintoma típico da FM. Provavelmente sua etiolo- gia é múltipla, e inclui sono não restaurador, fal- ta de condicionamento físico, depressão, disfun- ções do eixo hipotálamo-hipofisário-adrenal e deficiência do hormônio de crescimento7. ALTERAÇÕES DO SONO Praticamente a maioria (95% dos pacientes portadores de FM)6 refere alterações de sono. Mesmo que apresentem um sono contínuo, com duração de 8 a 10 horas, acordam referindo cansaço, e a maioria refere sono superficial. Muitos apresentam um EEG com padrão alpha- delta de sono, porém este não é o único padrão de EEG e nem tampouco específico para FM6,8. Curiosamente, a indução de sono alpha-delta em pessoas saudáveis induz dor musculoes- quelética e/ou rigidez muscular. SINTOMAS ASSOCIADOS Freqüentemente, os pacientes referem uma série de sintomas somáticos, além das dores musculoesqueléticas. Acredita-se, atualmente, que estes sintomas sejam devidos, pelo menos em parte, ao processamento sensorial anormal. SÍNDROME DAS PERNAS INQUIETAS (SPI) Refere-se a sensações parestésicas não usuais nos membrosinferiores, mas que também podem ocorrer em outras partes do corpo (membros superiores, ou até no crânio). Estas sensações ocorrem com mais freqüência à noite e dimi- nuem com a movimentação. Este sintoma costu- ma ser acompanhado de uma alteração do sono, anteriormente denominada mioclonia noturna e que atualmente tem a denominação de distúrbio periódico dos movimentos da perna. A SPI apre- senta uma incidência de 31% em pacientes por- tadores de FM contra 2% nos grupos controle9. SÍNDROME DO INTESTINO IRRITÁVEL Esta síndrome ocorre com uma freqüência de 60% entre os portadores de FM e de aproxima- damente 20% na população geral10. Os sintomas incluem dor e distensão abdominal, e alteração de hábitos intestinais (constipação, diarréia ou os dois alternadamente).Tipicamente, o descon- forto abdominal melhora com a evacuação. SÍNDROME DA BEXIGA IRRITÁVEL (SBI) Presente em 40% a 60% dos portadores de FM11. Os sintomas são facilmente confundidos com infecções urinárias de repetição, cistite in- tersticial ou problemas ginecológicos. Quando estas condições forem excluídas, deve-se pen- sar em SBI. Os sintomas típicos são desconfor- to suprapúbico, urgência miccional e disúria. DISFUNÇÃO COGNITIVA Costuma ser um problema comum em FM, presente em cerca de 87,5% dos pacientes. De- ve-se em parte ao fato da atenção ser desviada para a dor crônica, a fadiga mental e o sofrimen- to psicológico. Observam-se, principalmente, problemas crônicos e incapacitantes de memó- ria, dificuldade de concentração, troca de pala- vras ao falar e/ou escrever, entre outras6. 637 Fibromialgia: diagnóstico, sintomas, fisiopatologia e tratamento Jacob MTRJ, Jacob LG, Jacob BJREV. DOR 2005 - Jul/Ago/Set - 6 (3): 634-640 INTOLERÂNCIA AO FRIO E À UMIDADE Cerca de 30% dos pacientes referem esta queixa. Alguns pacientes chegam a desenvolver Fenômeno de Raynaud Primário, o que pode le- var a confusão diagnóstica com Lúpus Eritema- toso Sistêmico e Escleroderma4. HIPERSENSIBILIDADE Uma conseqüência do processo sensorial alterado na FM é a amplificação de muitas sen- sações, inclusive com hipersensibilidade a luz, barulho, toque e cheiros. Sintomas alérgicos (rinites, erupções cutâneas, etc.) podem ocor- rer sem existir uma verdadeira alergia. Por es- te motivo, freqüentemente, os pacientes apre- sentam sensibilidade química múltipla e intole- rância medicamentosa. Um trabalho cita uma prevalência de 52% de sensibilidade química múltipla em FM12. TONTURA As causas relacionadas à FM incluem: altera- ção proprioceptiva secundária à falta de condi- cionamento físico, alteração proprioceptiva se- cundária a pontos gatilhos em esternoclidomas- tóideo e outros músculos cervicais, hipotensão centralmente mediada (HCM) e efeitos colaterais dos medicamentos. A HCM apresenta uma pre- valência de aproximadamente 60% nos casos de FM e resulta de um reflexo paradoxal de en- chimento do ventrículo direito. A HCM pode se manifestar por fadiga severa pós-exercícios, após tempo prolongado em posição supina ou em resposta a situações estressantes13. EDEMA Presente em cerca de 40% a 60% dos paci- entes2, o edema, mais comum em extremida- des, pode ocorrer ao acordar pela manhã ou após permanecer em uma mesma posição por período prolongado. Ele acompanha freqüente- mente as mudanças de temperatura. DOR NA FACE OU DOR DE CABEÇA A dor facial e/ou de cabeça, freqüente- mente, é resultado de uma rigidez intensa ou contratura exagerada da musculatura cervi- ca l e dos ombros, o que leva a uma dor i r rad iada para a cabeça ou face. Ela também pode ser o resultado de um mau funciona- mento da art iculação temporomandibular (disfunção de ATM), condição que ocorre em 1/3 dos portadores de FM e que afeta as ATM e músculos adjacentes. RESPOSTAS EMOCIONAIS Por se tratar de patologia crônica e extrema- mente variável, a FM pode dificultar ou impedir as atividades de trabalho ou mesmo de lazer. Desta forma, com freqüência, os pacientes apresentam períodos de irritabilidade, ansieda- de ou depressão. Porém, independentemente de ser uma resposta emocional a um estado doloroso crônico, depressão e ansiedade são extremamente freqüentes concomitantemente com a FM (86,4%). FISIOPATOLOGIA Apesar da fisiopatologia da FM não estar to- talmente esclarecida, está claro que é uma pa- tologia heterogênea, onde vários fatores intera- gem, como por exemplo a genética, fatores neurormonais, fatores psicológicos, sono não restaurador e meio ambiente, porém, a sensibi- lização central parece ser o mais importante. Ao contrário do que se pensava no início, os 638 Fibromialgia: diagnóstico, sintomas, fisiopatologia e tratamento Jacob MTRJ, Jacob LG, Jacob BJ REV. DOR 2005 - Jul/Ago/Set - 6 (3): 634-640 trabalhos atuais, incluindo biópsia muscular e estudos imunoistoquímicos e molecular, não evidenciaram alterações musculares significati- vas em comparação com os grupos controle. Possivelmente, mesmo na ausência de estímu- lo nocivo na periferia existe um estado de hiperexci- tabilidade tônica e intrínseca e uma hipersensi- bilidade dos neurônios moduladores da dor nos portadores de FM, que seriam geneticamente determinados2,3. Entre as alterações centrais, podemos citar: 1 - Dor mais intensa e mais generalizada pós-pres- são mecânica; 2 - Diminuição marcante da tolerância dolorosa pós- estímulo elétrico cutâneo não-doloroso, acompa- nhada de disestesia generalizada e persistente; 3 - Somação temporal e hiperexcitabilidade; 4 - Potenciais evocados somatossensoriais cerebrais anormais pós-estímulação nociva periférica, ativa- ção nociceptiva central aumentada; 5 - Disfunção do córtex motor pós-estimulação mag- nética do cérebro; 6 - Diminuição do fluxo sangüíneo regional no tálamo e núcleo caudado; Observam-se também diferenças neuroquímicas, tais como: 1 - Elevada concentração de substância P no líqui- do cefalorraquidiano (LCR); 2 - Diminuição da serotonina no plasma; 3 - Diminuição do ácido 5-hidroxidoindolacético no LCR; 4 - Diminuição do ácido 5-hidroxidoindolacético na urina de 24 horas; 5 - Baixa dose de triptofano plasmático e baixo ní- vel de transporte de triptofano; 6 - Baixo metabólito da norepinefrina no LCR; 7 - Baixo metabólito da dopamina no LCR; 8 - Diminuição do neuropeptídeo Y no plasma; Vários estudos controlados demonstraram anor- malidades no eixo hipotálamo-hipofisário- adrenal, incluindo: 1 - Diminuição do cortisol urinário livre de 24 horas; 2 - Ausência da flutuação normal da dosagem de cor- tisol em 24 horas; 3 - Resposta exagerada do ACTH ao hormônio adre- nocorticotrófico e hipoglicemia; 4 - Diminuição da resposta dos hormônios tireoidia- nos ao hormônio tireóideo-estimulante e ao hor- mônio tireotrófico; 5 - Diminuição do hormônio do crescimento; 6 - Diminuição do fator de crescimento-1 insulina like. Como dissemos anteriormente, a FM é consi- derada como uma Síndrome por Sensibilização Central. Além da FM, um grande grupo de pato- logias apresenta este tipo de disfunção2,14: Sín- drome da Fadiga Crônica, Síndrome do Intestino Irritável, Síndrome Uretral na Mulher, Dor Mio- fascial, Síndrome da Dor e Disfunção Temporo- mandibular, Síndrome das Pernas Inquietas, Sensibilidade Química Múltipla, Cefaléia Tensio- nal, Enxaqueca e Dismenorréia Primária. Assim como no caso da FM, nenhuma destas síndro- mes parece ser explicada por alteração estrutu- ral tecidual ou patologia psiquiátrica, mas sim pelo “terceiro paradigma” sugerido por Yunus14. Estas patologias seriam caracterizadas por alte- rações neurormonais, levando a uma sensibiliza- ção central diferente das observadas em doen- ças psiquiátricas e com uma anormalidade fun- cional neuroendócrina claramente demonstrável. TRATAMENTO Nenhum tratamento é completamente eficaz para a FM. Por se tratar de uma síndromeextrema- mente complexa, a melhor abordagem consiste 639 Fibromialgia: diagnóstico, sintomas, fisiopatologia e tratamento Jacob MTRJ, Jacob LG, Jacob BJREV. DOR 2005 - Jul/Ago/Set - 6 (3): 634-640 em esclarecimento do paciente quanto à sua pato- logia, eliminação dos fatores agravantes e perpe- tuantes, tratamento farmacológico, intervenções não-farmacológicas, melhora da qualidade de so- no, aumento gradual das atividades físicas e uma abordagem multidisciplinar.O tratamento será tan- to mais efetivo quanto mais individualizado for pa- ra cada paciente2,3. TRATAMENTO MEDICAMENTOSO Baseado nos conceitos atuais sobre fisiopa- tologia, muitas drogas de ação central têm sido estudadas em FM e se mostram eficazes como medicação analgésica: ANTIDEPRESSIVOS Sua ação analgésica é central e se deve ao au- mento da neurotransmissão mediada tanto pela serotonina como pela noradrenalina1,2. A amitripti- lina é um dos mais utilizados e também há mais tempo, porém várias substâncias têm se mostra- do eficazes, como por exemplo venlafaxina, tra- zodona, sertralina e recentemente a duloxetina. ANTICONVULSIVANTES Essas substâncias são efetivas no tratamento da epilepsia pelo bloqueio dos canais de sódio e/ou cálcio ou por aumentar a neurotransmissão inibitória; sua ação analgésica segue, provavel- mente, os mesmos mecanismos1,2. Entre eles po- demos citar o clonazepam, a gabapentina, o topi- ramato e a pregabalina. SEDATIVOS, HIPNÓTICOS Sua eficácia não deve ser subestimada, pois o sono de má qualidade aumenta a fadiga e a dor na FM. São utilizados o alprazolam e o zol- pidem, entre outros. ANTIINFLAMATÓRIOS São utilizados em cerca de 91% dos pacientes, porém sua utilidade é limitada nos casos de FM. ANALGÉSICOS Alguns estudos sugerem que a associação de tramadol com o paracetamol poderia ser mais efi- caz no controle da dor do que o placebo. RELAXANTES MUSCULARES A ciclobenzaprina, pela sua ação supra-espi- nal, se mostra benéfica na condição global do paciente, porém sem efeito na fadiga ou no nú- mero de pontos sensíveis. INJEÇÃO DE PONTOS SENSÍVEIS É uma terapia adjuvante de grande valia, prin- cipalmente se o paciente consegue determinar as áreas que são mais dolorosas. TRATAMENTOS NÃO-FARMACOLÓGICOS Acredita-se que a terapia medicamentosa as- sociada a intervenções não-farmacológicas leva a melhores resultados. Entre elas podemos citar: acupuntura, hipnoterapia, condicionamento físi- co, terapia física, terapia comportamental2. CONCLUSÃO A FM é uma condição crônica que leva a dor e sofrimento, e faz parte de um amplo espectro de síndromes similares. Apesar da fi- siopatologia da FM não estar totalmente es- clarecida, está claro que o principal proble- ma é a alteração neuroendócrina com sensi- bilização central. É necessário que mais es- tudos e pesquisas sejam realizados neste campo para um melhor entendimento e trata- mento destas síndromes. 640 Fibromialgia: diagnóstico, sintomas, fisiopatologia e tratamento Jacob MTRJ, Jacob LG, Jacob BJ REV. DOR 2005 - Jul/Ago/Set - 6 (3): 634-640 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. Kranzler JD, Gendreau JF, Rao SG. The psychopharmacology of fibromyalgia: a drug development perspective. Psychopharmacology Bulletin 2002; 36(1):165-213. 2. Rachlin ES, Rachlin IS. Myofascial pain and fibromyalgia, trigger point manage- ment. 2nd ed, St.Louis, Mosby, 2002; 3-53. 3. Mense S, Simons DG. Muscle pain, understanding its nature, diagnosis, and treatment.1st ed, Baltimore, Lippincott Willians & Wilkins, 2001; 289-332. 4. Bennett R. Chronic widespread pain and the fibromyalgia Construct. Rheumatic Pain, 01-1999. 5. Reilly PA, Littlejohn GO. Peripheral artralgic presentation of fibrositis/fibromyal- gia syndrome. J Reumatol 1992; 19:281. 6. Blotman F, Thomas E. Fibromyalgia 1st Part. L’ Observatoire du Mouvement.11- 2003, número 09. 7. Bennett RM & cols. Hypotalamic-pituitary-insulina-like growth factor - I axis dysfunction in patients with fibromyalgia. J Rheumatol 1997; 24:1384-7. 8. Donald F & cols. Musculoskeletal complaints and fibromyalgia in patients atten- ding respiratory sleep disorders. Clinic J Reumatol 1996; 23:1612-9. 9. Yunus MB, Alday JC. Restless legs syndrome and leg cramps in fibromyalgia syndrome: a controled study. BMJ 1996; 312:1339. 10. Sivri A, Cindas A, Dincer F, Sivri B. Bowel dysfunction and irritable bowel syndrome in fibromyalgia patients. Clin Rheumatol 1996; 15:283. 11. Clauw DJ, Schmidt M et al. The relationship between fibromyalgia and intersti- cial cystitis. J Psychiatr Res 1-1997; 31:125. 12. Slotkoff AT, Rodrilovic DA, Clauw DJ. The relationship between fibromyalgia and the multiple chemical sensitivity syndrome. Scand J Rheumatol 1997; 26:364. 13. Bou-Holaigah I et al. 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Dimorf® LC Cápsulas com microgrânulos de liberação cronogramada: alívio da dor crônica por via oral. CONTRA-INDICAÇÕES: Dimorf® Comprimidos, Solução Oral e Dimorf® LC: hipersensibi- lidade à morfina. Insuficiência ou depressão respiratória, depressão grave do sistema nervoso central, crise de asma brônquica, insuficiência cardíaca secundária, doença pulmonar obstrutiva crô- nica, arritmias cardíacas, aumento da pressão intracraniana ou traumatismo crâneo-encefálico, tumor cerebral, alcoolismo agudo, delirium tremens, desordens convulsivas, após cirurgia do trato bi- liar, cirurgia no abdômen, anastomose cirúrgica, administração conjunta com inibidores da MAO ou após um período de 14 dias com este tratamento. Dimorf® Solução Injetável e Dimorf® SP: paci- entes alérgicos à morfina ou outros opióides, asma brônquica ou obstrução das vias aéreas superiores. Problemas de coagulação causados por terapia anticoagulante ou doenças hematológicas. Dependência de analgésicos opióides. A administração por via peridural ou intratecal está contra-indicada na presença de infecção no local da injeção, terapia anticoagulante, diátese hemorrágica, administração parenteral de corticosteróides num período inferior a duas semanas ou outra droga ou condição médica que contra-indique as técnicas peridural ou intratecal. CUIDADOS E ADVERTÊNCIAS: Os pacientes devem estar sob monitoramento de depressão respiratória. Administração intravenosa rápida pode resultar em rigidez da parede peitoral. Em administração peridu- ral ou intratecal, o médico deve estar familiarizado com as condições do paciente. Pelo fato de que administração peridural é associada a menor potencial em relação aos efeitos adversos imedia- tos ou tardios que a administração intratecal, a primeira deve ser escolhida sempre que possível. Manter monitoramento por pelo menos 24 horas após administração peridural ou intratecal inicial. Deve-se ter disponível equipamento de ressuscitação para os pacientes que tenham recebido sobredose, e pessoal experiente no uso e limitações de antagonista narcótico específico como a na- loxona. Extrema cautela em pacientesque apresentam: Pressão intracranial elevada ou enxaqueca, Doença Pulmonar Crônica, doença hepática ou renal, cirurgia ou doença do trato biliar, desor- dens no sistema urinário, pacientes hospitalizados (com reduzido volume de sangue circulante, cardiopatias ou drogas simpatomiméticas). Gravidez - Categoria C. Trabalho de Parto: Administração via peridural, intratecal ou intravenosa, pode causar depressão respiratória do recém-nascido (naloxona e equipamento de ressuscitação devem estar disponíveis para reversão do quadro). Ama- mentação: O sulfato de morfina é excretado no leite materno. Uso Pediátrico: Seu uso não é recomendado. Uso em Idosos: Os efeitos farmacodinâmicos do sulfato de morfina neuraxial em idosos são mais variados que na população jovem. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS: depressores do SNC como álcool, sedativos, anti-histamínicos ou drogas psicotrópicas (IMAO, fenotiazínas, buti- rofenonas e antidepressivos tricíclicos) potencializam os efeitos depressores da morfina. REAÇÕES ADVERSAS: Dimorf®Comprimidos, Dimorf® Solução Oral e Dimorf® LC: depressão respiratória; depressão circulatória; parada respiratória; choque e parada cardíaca. As reações adversas mais observadas incluem tontura, vertigem, sedação, náusea, vômito e transpiração. SNC: euforia, des- conforto, fraqueza, dor de cabeça, insônia, agitação, desorientação e distúrbios visuais. Gastrintestinais: boca seca, anorexia, constipação e espasmo no trato biliar. Cardiovasculares: rubor na fa- ce, bradicardia, palpitação, desmaio e síncope. Geniturinárias: hesitação ou retenção urinária, efeito antidiurético, redução da libido e impotência. Alérgicas: prurido, urticária, outras erupções cutâ- neas, edema. Podem ocorrer também: prurido - a administração de dose peridural ou intratecal de Dimorf® Injetável é acompanhada de prurido generalizado e está relacionado com a dose; reten- ção urinária - a retenção urinária é um efeito colateral freqüente; constipação - a constipação é freqüentemente encontrada durante a infusão contínua de sulfato de morfina. DIMORF® SP: o mais sério efeito colateral é a depressão respiratória. A administração, na forma de bolus, pela via intratecal ou peridural, pode apresentar uma rápida depressão respiratória. A excitação do SNC resul- tando em convulsões aparece após administração de altas doses intravenosas de morfina. POSOLOGIA: Dimorf® Comprimidos: adultos: 15 a 30 mg cada 4 horas. Dimorf® Solução Oral: cada 1 ml contém 10 mg de sulfato de morfina que corresponde a 26 gotas. Dose oral para adultos: de 10 a 30 mg a cada 4 horas. Dose oral pediátrica: a dose deve ser individualizada pelo médico de acor- do com a gravidade da dor, levando-se em consideração a idade e o peso do paciente. A dose média recomendada, na administração por via oral é de 0,3 a 0,6 mg/kg. Dimorf® Solução Injetável: dosagem para administração peridural em adultos: a dose inicial de 5 mg na região lombar pode proporcionar alívio da dor por até 24 horas e, se o adequado alívio da dor não for conseguido den- tro de 1 hora, administrar cuidadosamente doses incrementais de 1 a 2 mg. Para infusão contínua, uma dose inicial de 2 a 4 mg/24 horas é recomendada. Doses complementares de 1 a 2 mg po- dem ser administradas se o alívio da dor não foi conseguido inicialmente. Administração intratecal: a dose é normalmente 1/10 da utilizada na administração peridural. Dosagem para via intratecal em adultos: injeção de 0,2 a 1 mg proporciona satisfatório alívio da dor por até 24 horas. Dimorf® LC: uma cápsula de 30 mg, 60 mg ou 100 mg a cada 12 horas (após titulação da dose) ou segun- do orientação médica. Dimorf®SP: administração intramuscular: a dose inicial deverá ser de 5 a 20 mg/70 kg de peso. Administração intravenosa: a dose inicial deverá ser de 2 a 10 mg/70 kg de peso. Administração peridural: dosagem para via peridural em adultos: a posologia é a mesma que para Dimorf® Solução Injetável. Administração intratecal: a dosagem intratecal é normalmente 1/10 da dosagem peridural. Dosagem para via intratecal em adultos: a posologia é a mesma que para Dimorf® Solução Injetável. A Naloxona (Narcan®) é o antídoto para as reações adversas graves de Dimorf®. CRISTÁLIA - Produtos Químicos Farmacêuticos Ltda - Farm. Resp.: Dr. Joaquim A. dos Reis - CRF-SP nº 5061- Rod. Itapira-Lindóia, km 14 – Itapira - SP – CNPJ nº 44.734.671/0001-51 - SAC 0800-7011918 - Nº do Lote, data de Fabricação e Prazo de Validade: vide rótulo/cartucho - Classificação: Apresentações injetáveis em caixas com 50 amp: Venda sob Prescrição Médica - Res- trito a hospitais – Com notificação de receita “A” / Apresentações injetáveis em caixas com 5 amp: Venda sob Prescrição Médica - Venda sob retenção de receita “A” / Apresentações orais: Venda sob Prescrição Médica - Venda sob retenção de receita “A” – Reg. MS nº 1.0298.0097 - A PERSISTIREM OS SINTOMAS O MÉDICO DEVERÁ SER CONSULTADO.
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