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ANOTAÇÕES DE AULA CIÊNCIA CLASSICA E CIÊNCIA MODERNA

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O PENSAMENTO NÃO TRAZ CONHECIMENTO COMO AS CIENCIAS
O PENSAMENTO NÃO PRODUZ SABDORIA PRÁTICA UTILIZAVEL
O PENSAMENTO NÃO RESOLVE OS ENIGMAS DO UNIVERSO 
O PENSAMENTO NÃO NOS DOTA DIRETAMENTE COM O PODER DE AGIR
Martin Heidegger 
 
ANOTAÇÕES DE AULA
O contexto em que vamos estudar os conteúdos da disciplina Sociedade Tecnologia e Inovação será o do itinerário da razão. Para percorrermos esse caminho iremos nos deslocar partindo da ciência clássica em direção a ciência moderna. Nesse sentido, reunimos segmentos de textos de diversos autores que procuram explicitar os principais pontos que marcaram esse itinerário. Devemos destacar que um dos principais assuntos que iremos observar será a questão do conhecimento dentro do universo do pensamento greco-romano, medieval e moderno.
O SIGNIFICADO DA VISÃO DO MUNDO OU COSMOVISÃO DO MUNDO ANTIGO
 Primeiramente devemos entender o que é a cosmovisão. A cosmovisão ou visão do mundo, ou ainda na sua forma original em alemão, weltanschaaung, é a maneira de como vemos o mundo que nos cerca, como interpretamos a vida. É ela que desencadeia as nossas decisões práticas relativas as nossas suposições, convicções e valores, que dão sentido para nos sobre o mundo e vida. É um modelo conceitual de crenças e valores com as quais avaliamos a realidade e a aplicamos em nossa vida. Adquirimos uma visão do mundo ou cosmovisão, primeiramente, a partir de pressuposições, opiniões que acreditamos ser verdadeiras, sem as conferir e independente de outras fontes ou sistemas. Dessa maneira se interpreta a realidade em sua parte ou seu todo, adotando uma posição interpretativa da realidade. Posso, por conseguinte, interpretar o mundo a partir de uma intepretação. Dentro dessa visão interpretativa, ou visão de mundo, não estamos preocupados em saber se ela é verdadeira ou falsa, pois é a minha visão do mundo e nesse sentido, não existe neutralidade, pois sempre estarei tomando uma posição frente a realidade das coisas e da vida que me cerca. 
Para os gregos a orientação gnosiológica, ou seja, a teoria geral do conhecimento humano que preocupa em entender a natureza e os limites do ato cognitivo, era voltada para a sensibilidade como principal fonte do conhecimento. Nesse sentido, a verdade era relativa ao sujeito e variava, portanto, de sujeito para sujeito e de um para outro momento da existência individual. Isso pode ser demonstrado pelo comentário de Protágoras, quando afirma que “o homem é a medida de todas as coisas”, isso quer dizer que o sujeito mediante as suas experiências sensíveis é pedra de toque e juiz da realidade, e distingue o existente do inexistente por meio de suas sensações as quais, não obstante, não dependem tanto do objeto exterior presente, o qual pode provocar sensações opostas em sujeitos diferentes, dependendo do estado subjetivo de cada um, que varia de um para outro sujeito e de um para outro momento da existência individual. 
Em oposição a essa forma de conhecimento sensível, Platão irá propor que o conhecimento não consiste apenas nas sensações individuais, mas nos juízos que fazemos sobre elas; juízos, que são elaborados pela alma ou ideia em direção a um princípio unificador, a uma continuidade do sujeito ou ao descobrimento da consciência no sujeito. Nesse sentido, o conhecimento só tem nos dados dos sentidos seus materiais em bruto, que só se alcança mediante atividade sintética do sujeito, que estabelece as relações mútuas entre os dados, reconhecendo, comparando ou diferenciando a existência dos dados. Nesse sentido, o juízo de comparação, distinção, valorização etc., que constitui o conhecimento, não pertence, apenas às distintas afecções sensíveis, mas ao princípio unitário que é o sujeito, a alma, a consciência em sua onipresença simultânea em cada uma das sensações, unidade indivisível na multiplicidade dividida das impressões que submete à sua atividade sintética. Isso quer dizer que é a unidade do sujeito, cuja atividade sintética é o único que pode transformar as impressões sensíveis em ato de conhecimento. Com isso o interesse central e fundamental da investigação gnosiológica se transfere necessariamente da consideração da exterioridade do mundo dos objetos conhecidos para a consideração da interioridade do sujeito cognoscente. Será a descoberta e percepção dessa interioridade ou sua consciência, que dará aos gregos o princípio da consciência moral.
 O próximo grande momento no itinerário da razão será fornecido pela síntese aristotélica formava um cosmos físico bem ordenado, nele tudo encontrava o seu lugar. A terra ocupava o centro do universo. O mundo era uma realidade dada aos sentidos. O homem não dominava a natureza. Os homens se encontravam sob o abrigo protetor da cumeeira celeste, de onde se exercia a providência astral. Tudo devia estar submetido aos astros-deuses que comandavam o devir dos seres e das coisas. O mundo era concebido como um todo finito e hierarquicamente ordenado. O pensamento considerava conceitos como valor, perfeição, sentido e finalidade. Contemplar o cosmos era contemplar a verdade.
O SIGNIFICADO DE VALOR NA CIENCIA CLÁSSICA
A questão do valor está inserida na chamada classes de bens. Haviam três classes de bens: 
- Os bens valiosos: são aqueles que são desejados não apenas por sua própria causa, mas também, porque aumentam o valor intrínseco de quem os possuir. P.ex. conhecimento, virtude e saúde. 
- Os bens úteis: são aqueles que são desejados porque permitem que alguém adquira bens valiosos. P. ex. alimento, remédio, dinheiro, ferramentas e livros.
- Os bens aprazíveis: são aqueles que são desejados por si mesmos em função da significação que dão a quem os possuir. P.ex. felicidade, reputação honrada, prestígio social, flores, comida saborosa. Eles nada acrescentam ao valor intrínseco do possuidor nem são desejados como meios, ainda que possam estar associados a bens valiosos ou úteis.
A EDUCAÇÃO NO MUNDO CLÁSSICO
Na educação do mundo clássico estava dividida em duas artes: as artes liberais e as artes utilitárias.
- Estudar as artes liberais era uma atividade intransitiva pois o efeito do estudo permanecia no indivíduo e aperfeiçoava as faculdades da mente e do espírito. Ela traz a fruição e a realização das possibilidades da natureza humana. As artes liberais ensinavam como viver, elas treinavam uma pessoa a erguer-se acima de seu ambiente material para viver uma vida intelectual e racional, e, portanto, viver uma vida par adquirir a verdade. 
- As artes utilitárias ou servis permitiam que alguém servisse a outrem, ao estado, a uma corporação, a uma profissão com a qual se ganhe a vida. 
CONTEÚDOS DAS ARTES LIBERAIS:
TRIVIUM: Artes da linguagem pertinentes a mente
- A lógica ou arte do pensamento
- A gramática ou arte de inventar ou combinar símbolos 
- A retórica ou arte da comunicação
QUADRIVIUM: As quatro artes da quantidade pertencentes a matéria 
- Aritmética ou teoria do número
- Música ou aplicação da teoria do número
- Geometria ou teoria do espaço
- Astronomia ou aplicação da teoria do espaço 
Os ofícios utilitários eram a carpintaria, alvenaria, vendas, impressão edição, serviços bancários, direito e medicina. 
As sete belas artes eram a arquitetura, a música instrumental, a escultura, a pintura, a literatura, o teatro e a dança.
Os ofícios utilitários e as sete belas artes são atividades transitivas, enquanto a característica das artes liberais é a condição dela serem atividades intransitivas ou imanentes.
No exercício tanto das artes utilitárias quanto das belas artes, ainda que a ação comece no agente, ela sai do agente e termina no objeto produzido, tendo usualmente um valor comercial. 
No exercício das artes liberais, todavia, a ação começa no agente e termina no agente, que é aperfeiçoado pela ação; consequentemente, o artista liberal, longe de ser pago por seu trabalho árduo - do qual, aliás, é o [único a receber todo o benefício – usualmente paga a um professor para que este lhe dê a instrução e o guiamento necessário na prática dasartes liberais.
A QUESTÃO DA SABEDORIA E DA TEORIA NA CIENCIA CLÁSSICA
O homem da ciência clássica buscará conhecimento na sabedoria, que é a soma do saber daquilo que é digno de ser sabido, pois é pela mediação desse tipo de saber que podemos atingir a verdadeira reconciliação com a vida. O ponto adequado é justamente o de um pensamento que se torne capaz de apreender a totalidade e de compreender como todos os seres, todas as qualidades e todos os conhecimentos nela se instalam; como, de modo especial, a vida mesma do sábio inscreve-se nesse agenciamento universal de todas as coisas, concebido como harmonia, perfeição do inteligível, desabrochar supremo da beleza. Ver essa beleza é inserir-se ativamente nela. 
- O saber contemplativo é saber da totalidade. Todos os seres, todas as qualidades, todos os acontecimentos estão instalados na totalidade.
- O saber se manifesta principalmente na palavra (logos). A palavra é um signo que se remete ao designado. A relação entre o signo e o que ele significa para nós é uma relação intencional. A palavra é um signo verbal que realiza a tentativa de tornar presente algo que está ausente. Pela palavra eu transcendo a realidade concreta da situação, transformando o ser ausente em ser presente. A palavra é ao mesmo tempo um componente do aparecimento e o lugar no qual ele pode produzir-se, é um prolongamento daquilo que se mostra, a revelação das virtualidades ainda envoltas naquilo que constitui apenas o aparecer. 
- A vida inautêntica é uma vida encerrada no erro da imediates das visões parciais
- A vida autentica é a vida que se conforma com a verdade 
- A verdade é a integralidade da manifestação; é ao mesmo tempo, a revelação do mundo, segundo a sua máxima envergadura, é o movimento acabado de sua vinda em sua auto demonstração, tal como ele se revela desde suas origens até as mais tênues terminações de sua florescência. Por isso, ela se eleva acima de toda forma de apreensão, quer seja da ordem da sensibilidade, da imaginação ou do pensamento, que permaneceria apenas na superfície mais visível das coisas, só podendo apreender, por isso mesmo, fragmentos relativamente isolados da realidade. 
- O saber ao elevar-se a uma contemplação adequada daquilo que mantém coesas todas as formas particulares na unidade de um imenso jorrar, indo ao encontro da força mesma do originário, o ser humano pensante ultrapassa sua própria particularidade, as determinações pelas quais está submetido às leis da matéria, da vida e da história, para coincidir com aquilo que se encontra na raiz de todas as leis e, por conseguinte, para além de toda lei, de toda determinação e de todo condicionamento. O originário é, necessariamente, o incondicionado, o que só remete a si, ao abismo inexaustivo de sua energia manifestadora: só pode ser celebração de si mesmo, irradiação numa glória incomparável e sem declínio.
A QUESTÃO DA TEORIA
- Aqui o tema inspirador não é mais da sabedoria, mas o da teoria. Encontramo-nos sempre na ordem do saber, mais exatamente, de um saber da totalidade. O que agora é evidenciada é uma visão, considerada, de certa forma, como um valor em si, como desvinculado de toda perspectiva prática, não somente no plano instrumental, no plano de interesses imediatos.
- A teoria é o esforço sublime do logos no homem para elevar uma vida contingente, aparentemente entregue às fatalidades e voltada ao aniquilamento, à condição sublime de uma vida soberana, que é o acordo sem falha com aquilo que se encontra no coração mesmo da manifestação.
- A teoria é ao mesmo tempo o espaço onde são recolhidas as forças constituintes e a forma mais espetacular na qual se atesta sua virtude. É ao mesmo tempo o reflexo e a realização do movimento universal da verdade, isto é, da vinda a si da realidade total na epifania de seu incessante advento.
- A teoria é uma espécie de repetição da realidade que se revela. Ela reefetua, no espaço da palavra as etapas constitutivas da manifestação. Desta forma, torna-se a si mesma manifestação, não somente no sentido em que, ao produzir-se, se dá a contemplar em seu acabamento, mas também, e mais radicalmente, no sentido em que se torna o momento supremo da manifestação, na instância na qual o aparecimento da realidade é recolhido na força da palavra. Esta é ao mesmo tempo um componente do aparecimento e o lugar no qual ele pode produzir-se, ao mesmo tempo momento terminal e condição originária. É por isso que a palavra não é apenas um simples relatório descritivo, mas prolongamento daquilo que se mostra, a revelação das virtudes ainda envoltas naquilo que constituía apenas o aparecer; e ao encontrar a fonte no aparecer que se torna visível sua eficácia, ela é capaz de exprimir toda a sua força e de acrescentar, assim, ao visível, esta espécie de irrigação sem limites que consagra sua infinidade.
- A teoria sob forma acabada, é sistema, vale dizer, configuração conceitual acabada, de que todos os elementos são interdependentes; e mostra, por sua estrutura mesma, sua coerência interna e seu caráter de saturação. O sistema possui sua própria lei de funcionamento. E é através dela que ele faz ver a lei do mundo e a verdade da existência. Ora, é precisamente isso que caracteriza a interpretação. O discurso hermenêutico não é uma descrição, mas uma espécie de recriação. Não se liga a aparência para tentar restituir sua tessitura de superfície, mas visa a revelar um sentido. Ora, o sentido não se mostra como um objeto nem como um sistema de objetos. É este elemento impalpável que atravessa todos os objetos e todos os sistemas, religando-se ao movimento universal da manifestação.
- A teoria, mesmo, parcial, não é um simples resumo de resultados de observação, nem tão pouco uma simples síntese de generalizações empíricas. É um discurso que tenta reconstituir à sua maneira, o funcionamento do conjunto de certo setor da realidade, restituindo-lhe, por assim dizer, pelo menos de modo conjectural, a vida secreta, apropriando-se de seus princípios constituintes, e que se esforça, desse modo, por prolongar o visível em direção a todos os seus desenvolvimentos potenciais.
 
FATOS HISTÓRICOS RELACIONADOS COM A FORMAÇÃO DA SOCIEDADE TRADICIONAL
- Fim do Império Romano
- A igreja como guardiã da tradição escrita: cristianismo, bidismo, islamismo, judaísmo e induismo
- A Idade Média e feudalismo europeu
- A revolução comercial 
- A cultura manuscrita
- As revoluções burguesas ou liberais do século XVII e XVIII: Revolução Americana (1776); Revolução Francesa (1789); Revolução Inglesa (1642); primeira Revolução Industrial (Inglaterra).
- Democracia clássica burguesa
- Surgimento do público – século XIX
- Surgimento da sociedade de massa
- Séculos XIX e XX – A burguesia detém os meios de produção, o monopólio dos meios de comunicação, coerção e persuasão.
CARACTERISTICAS DA SOCIEDADE TRADICIONAL
- O modo de vida é semelhante entre as famílias.
- Cada indivíduo tem seu papel (parentesco).
- Apesar da diferenciação de cultura e riqueza existe o cordial respeito, há segurança na exposição de ideias.
- Cada qual na sua vila, aldeia, bairro, campo ou cidade ocupa o seu lugar.
- As tarefas de caráter profissional, artístico, cientifico e político são exercidas por minorias qualificadas.
 - A evolução das comunidades tradicionais se processam sem sobressaltos ou choque, pois não havia a ostensiva imposição e mudança brusca de hábitos.
- Cada um de seus membros é uma pessoa, figura humana única e inconfundível pela sua qualificação, representada em habilidades, virtuosidades (excelência) e virtudes próprias.
- As pessoas vivem em pequenas comunidades que mantem entre si relações de vizinhança, à base de sentimentos de amizade. Tais relações geram uma comunhão e permitem a cada indivíduo e a cada grupo uma expressão própria, que lhes proporciona, pela discussão dos temas e problemas comuns, uma marcada satisfação intelectual.
- Em razão das condições ambientais, há nesta sociedade menos facilidade; em compensação, nela homens e mulherestem ambições limitadas, que os esforços comuns podem ir atendendo a médio e longo prazo. 
- A estrutura da sociedade tradicional está bem definida: há uma elite (política, econômica e intelectual) composta de elementos em que se veem qualidades de liderança, que detém o poder de onde saem as decisões, e uma comunidade solidária de pessoas e grupos, cujos princípios e aspirações os levam a aceitar e manter os status quo. Compreende-se por que tal tipo de sociedade, por excelência conservadora, se oponha a mudanças e inovações, perturbadoras do ritmo de sua vida o qual consideram satisfatória.
A MENTALIDADE ECONOMICA PRE-CAPITALISTA 
 - O homem pré-capitalista é homem natural (A natureza é o reino da necessidade, nesse sentido, o homem produz conforme as suas necessidades) que não busca desesperadamente o sucesso.
Sua Natureza humana acompanha o desenrolar da natureza, sem sobressaltos ou bruscas mudanças.
- Buscasse praticar uma relação de equilíbrio em que prevalece produzir aquilo que se consome.
- É uma economia de subsistência.
Há duas classes sociais fixas e imutáveis; os proprietários e os trabalhadores.
O dinheiro é ganho para ser gasto não se busca o acumulo, isto leva a um cenário de abuso nos gastos, do que decorre o fato das classes senhoriais acabarem se extinguindo devido a esse modo de vida dispendioso.
- A grande massa trabalhadora desenvolve uma noção de equilíbrio entre a entrada e a saída de recursos e a necessidade de produção de bens.
- Essa ideia nasce nos bosques do interior da Europa (entre povos que se sedentarizaram) e depois se espalham entre as populações citadinas de artesão que trabalham para suprir as suas necessidades de subsistência.
- A cobiça pelo lucro é buscada em caças ao tesouro nas minas, na alquimia e depois nos processos de conquista.
- A ideia de contas exatas [e uma ideia especificamente moderna, na época pre- capitalista os dados são totalmente aproximativos.
- O trabalhador, ou seja, o artista, artesão e camponês vivem para seu trabalho, nesse sentido a excelência de uma qualidade do seu produto é uma questão de honra, suas criações são individuais, sua produção é a realização desses indivíduos.
É uma economia tradicionalista, empírica, nela se utiliza o que se recebeu, se faz o que se aprende, ou o que se está habituado a fazer.
- A característica fundamental dessa época é a tranquilidade na segurança 
DO NASCIMENTO E SIGNIFICADO DA CIÊNCIA MODERNA
Nicolau Copérnico (1473- 1543)
Johannes Kepler (1571- 1630)
Galileu Galilei (1564-1642)
- A ciência moderna rompe com o sistema de representação do mundo antigo e medieval.
- Há uma redução do real ao geométrico e destruição da imagem mítica do cosmos.
- Alteram-se em profundidade o lugar do homem no mundo, a relação que ele mantém com o mundo, consigo mesmo e com Deus.
- Para Galileu a natureza só pode ser conhecida pela experiência, a partir da linguagem geométrica e matemática, não basta mais observar a natureza.
- O universo precisa ser compreendido sob a forma de um contínuo físico de extensão indefinida. 
- A geometrização do espaço significa sua infinitização.
- Reduz o mundo a uma espécie de mundo geométrico sem nenhuma relação com presença humana.
- A ciência mecanicista destrói o mundo natural enquanto meio simbólico de referência para a existência do homem. Afirma um novo regime de unidade asséptizado de valores humanos, mas sem propor novos valores.
- O universo se resume num conjunto de objetos, de que todas as significações qualitativas centralizadas para as exigências da inteligibilidade físico-matemática.
- A verdade do mundo é indiferente à verdade do homem.
- A originalidade de Galileu consistiu em descobrir que as matemáticas constituem a gramática da ciência física. Foi essa descoberta da estrutura racional da natureza que possibilitou a criação da ciência moderna experimental.
- Com Galileu todo o sistema dos pressupostos intelectuais herdado dos gregos e canonizado pelos teólogos, é demolido e substituído por outro, radicalmente novo, uma nova imagem do universo, imagem quantitativa, atômica, e infinitamente extensa vem a substituir a velha imagem qualitativa, contínua, limitada e religiosa herdada pelos gregos.
- As condições históricas que possibilitaram o surgimento o nascimento da ciência moderna foram: o surgimento sistema bancário, aceleração rápida da técnica (naval, minas, artilharia, imprensa), a promoção social dos engenheiros, dos artistas e as grandes navegações, a reforma religiosa e a contrarreforma.
- A ideia de um Deus criador deu origem a ideia de um Deus engenheiro ou arquiteto que tem sua obra analisada, metódica e matematicamente. 
- O processo de produção de conhecimento consiste justamente na transformação de uma matéria prima determinada, que é o conhecimento científico e/ou representação pré-científica, num determinado produto intelectual, que é um novo conhecimento científico. Essa transformação é efetuada por determinados agentes de produção científica, que se utilizam de determinados instrumentos de trabalho (conceitos, teoria e métodos) em determinadas condições sócio culturais de produção.
- A ciência moderna já nasce mecanicista pois considera a natureza como maquina, como um conjunto de mecanismos cujas leis precisam ser descobertas.
- O problema filosófico do maquinismo não se coloca em função do papel da máquina na produção, mas em função de sua influência sobre a vida humana. Sonha-se, nessa época com uma ciência que seria ao mesmo tempo sabedoria e poder, com a ciência tornando o homem senhor e dominador da natureza.
- A civilização industrial nasceu desse mecanicismo, daí por diante, o ritmo natural da vida foi progressivamente sendo substituído por um ritmo mecânico, pôr um quadro artificial e por meio fabricado.
- A técnica pré-industrial reduzia-se a uma técnica de adaptação as coisas. A técnica industrial será uma técnica de exploração das coisas, ou ainda, de criação de coisas.
- Não há mais princípios vitais nem tampouco enteléquias (a realização plena e completa de uma tendência, potencialidade ou finalidade natural, com a conclusão de um processo transformativo até então em curso em qualquer um dos seres animados e inanimados do universo) inapreensíveis.
- A máquina não veio aliviar o sofrimento dos homens. Pelo contrário, veio agravá-lo. Veio transformar o homem num escravo de sua própria criação. Ao criar muita riqueza, repartiu por toda parte a miséria. Ao reduzir a força física, introduziu um trabalho monótono e fastidioso, substituindo o ritmo vital e o ritmo humano do trabalho por uma uniformidade do ciclo mecânico que se repete indefinidamente.
- O trabalho industrial, gerador de fadiga insuportável, constitui vicio radical do mecanismo centralizado.
- A tecnologia moderna na sua evolução adquiriu velocidade e possui um caráter cada vez mais sistêmico. É inconscientemente controlada, condição que a liga ao desenvolvimento da ciência.-
- A relação estreita entre a ciência e a tecnologia é a sua característica mais específica.
 - A fronteira entre ambas desaparece cada vez mais.
- A ciência tem como objetivo o progresso do conhecimento, enquanto que a tecnologia tem por objetivo a transformação da realidade dada. A ciência visa conquistar novas informações sobre a realidade, ao passo que a tecnologia visa insertar informações nos sistemas existentes, quer se trate de sistemas naturais que de sistemas artificiais.
- No domínio da tecnologia trata-se essencialmente de intervir no curso das coisas, seja para impedir certos estados de se reproduzirem, seja ao contrário, para reapareceram estados que não apareceriam espontaneamente. É isto, em função de certos objetivos que, em definitivo, são ditados pelos sistemas de valores comandando a ação. São esses sistemas de valores que determinam o que aparece como desejável ou como devendo ser evitado.
- O problema tecnológico propriamente dito consiste em obter o efeito desejadocom o máximo de eficiência, vale dizer, de tal modo que a chance de obter esse efeito seja o maior possível.

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