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Término da análise e a reanálise; Psicanálise e Psicofarmacologia - Clinica Psicanalítica Estácio

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AULA 14: TÉRMINO DA ANÁLISE E A REANÁLISE; PSICANÁLISE E PSICOFARMACOLOGIA 
Clínica Psicanalítica 
Clínica Psicanalítica 
 Aula 14: Término da análise e a reanálise; 
Psicanálise e Psicofarmacologia 
AULA 14: TÉRMINO DA ANÁLISE E A REANÁLISE; PSICANÁLISE E PSICOFARMACOLOGIA 
Clínica Psicanalítica 
• Término da análise e a reanálise; 
• Psicanálise e Psicofarmacologia. 
AULA 14: TÉRMINO DA ANÁLISE E A REANÁLISE; PSICANÁLISE E PSICOFARMACOLOGIA 
Clínica Psicanalítica 
Término da análise e a reanálise; Psicanálise e Psicofarmacologia. 
Quanto tempo dura uma análise? 
Não é possível estabelecermos um tempo médio. 
Mas podemos concordar que ela é longa. 
AULA 14: TÉRMINO DA ANÁLISE E A REANÁLISE; PSICANÁLISE E PSICOFARMACOLOGIA 
Clínica Psicanalítica 
O tempo de uma análise está idealmente associado ao final do tratamento. Depende da terapia, da 
remoção do mal estar, a identificação com o analista, os sintomas, a quantidade de sessões que uma 
pessoa realiza etc. 
 
Freud em seu texto “Análise terminável e interminável” diz que: 
“Todo analista deveria periodicamente – com intervalos de aproximadamente cinco anos – submeter‐se 
mais uma vez à análise, sem se sentir envergonhado por tomar esta medida”. 
“Periodicamente” nos leva a pensar em uma sequência sucessiva, entre estar em análise, não estar 
em análise, estar em análise. 
 
Assim como, “não ter vergonha”, a expressão faz referência ao aspecto infinito da análise a que 
Freud faz em seu texto (Analise terminável e interminável). 
Término da análise e a reanálise; Psicanálise e Psicofarmacologia. 
AULA 14: TÉRMINO DA ANÁLISE E A REANÁLISE; PSICANÁLISE E PSICOFARMACOLOGIA 
Clínica Psicanalítica 
Término da análise e a reanálise; Psicanálise e Psicofarmacologia. 
LACAN 
Ao se referir a ideia de Freud, Lacan substituiu ao caráter quase 
ritualesco de a cada cinco anos retomar uma análise, algo bem mais 
objetivo e definido, a saber: “fazer uma segunda vez o corte, 
restaurando assim o nó borromeu* em sua forma original”. 
 
*Lacan utilizou esse termo para discutir a estrutura do sujeito. 
REAL 
NÃO 
SENSO 
SENTIDO 
Por que a cada cinco anos? 
Talvez por ter sido este o tempo que Freud pensou que uma pessoa fosse capaz de se manter sujeita ao 
inconsciente, antes de se reacomodar em novas formações sintomáticas adaptativas: por isso, a 
necessidade de retomar a análise intermitentemente, pois o tempo faz sintoma. 
AULA 14: TÉRMINO DA ANÁLISE E A REANÁLISE; PSICANÁLISE E PSICOFARMACOLOGIA 
Clínica Psicanalítica 
LACAN 
Cada um dos três círculos do nó borromeano representa umas das instâncias que compõe o aparelho 
psíquico: 
1. O simbólico, a combinatória sem substância que organiza os significantes; 
2. O imaginário, a dimensão do que se vê ou que se pensa que se vê dos objetos; 
3. O real, aquilo que, por escapar à possibilidade de recobrimento total pelos significantes, 
permanece na zona do inominável. 
 
Depois de uma primeira análise que levaria a uma superioridade do Simbólico sobre os registros do 
Imaginário e do Real, seria necessário uma segunda para articular os três registros da forma que 
convém, sem hierarquia. Há muito tempo já era preocupação de Lacan esclarecer que uma análise deve 
ultrapassar o Édipo, como referência última da significação do sujeito. 
Término da análise e a reanálise; Psicanálise e Psicofarmacologia. 
AULA 14: TÉRMINO DA ANÁLISE E A REANÁLISE; PSICANÁLISE E PSICOFARMACOLOGIA 
Clínica Psicanalítica 
Término da análise e a reanálise; Psicanálise e Psicofarmacologia. 
O Édipo, como mito, serviu a Freud para ordenar, para dar 
uma razão ao que se passava na clínica. Foi e é um ponto 
fundamental. Ultrapassá‐lo não quer dizer desprezá‐lo ou 
desmenti‐lo, mas sim que podemos e devemos ir mais 
além na condução de um tratamento. 
AULA 14: TÉRMINO DA ANÁLISE E A REANÁLISE; PSICANÁLISE E PSICOFARMACOLOGIA 
Clínica Psicanalítica 
É o que indica a famosa frase de Lacan: “ir além do pai com a condição de sabermos dele nos servir”. 
 
Manter o Édipo no horizonte de uma análise é correlato a uma concepção idealística do tratamento. 
A grande virada da psicanálise seria o deslocamento da função do ideal a uma função da causa. Se o 
ideal fosse conservado como motor da existência, a psicanálise seria uma correção de rumo; 
transformaria enganos em acertos, maus caminhos em bons caminhos e assim apareceria como um 
bem acabado “Discurso do Mestre”. 
Término da análise e a reanálise; Psicanálise e Psicofarmacologia. 
AULA 14: TÉRMINO DA ANÁLISE E A REANÁLISE; PSICANÁLISE E PSICOFARMACOLOGIA 
Clínica Psicanalítica 
A proposta institucional de Lacan – a Escola – é solidária a seus avanços clínicos e explica o fato da 
primeira Escola criada nesse tempo de contraexperiência (contra‐análise), após a dissolução, chamar‐se 
Escola da Causa Freudiana. 
Término da análise e a reanálise; Psicanálise e Psicofarmacologia. 
O que se pretende não é acabar com o engano mas, ao reconhecê‐lo como 
estrutural, possibilitar a cada analisando a experiência de se orientar pela causa 
de seu desejo, uma vez que o ideal universal está irremediavelmente furado. É 
preciso ser tolo frente ao significante, para justamente evitar se perder. 
AULA 14: TÉRMINO DA ANÁLISE E A REANÁLISE; PSICANÁLISE E PSICOFARMACOLOGIA 
Clínica Psicanalítica 
Reanálise 
Sob a denominação de “reanálise” parece estarmos frente a um fato novo, mas a retomada de análise é 
algo já descrito por Freud. 
 
Não existe um indicador definitivo do término de uma análise, mas critérios que permitiriam considerá-
la como terminada. Tais critérios, no entanto, podem ser questionados, por exemplo: 
 
1. A qualidade do analista: São muitos os ex‐pacientes de Freud e de Lacan que, ou retomaram uma 
análise, ou a continuaram, após a morte deles, com um ou vários outros analistas. 
 
2. Ter feito o passe: Alguns colegas que se submeteram a este procedimento, nomeados ou não A.E. 
(Analista da Escola) retomaram uma análise. 
 
3. Ser A.M.E. (Analista Membro da escola): Este título de garantia deveria dar mais responsabilidade 
que dignidade, podendo assim favorecer, em certos casos, a retomada de uma análise. 
Término da análise e a reanálise; Psicanálise e Psicofarmacologia. 
AULA 14: TÉRMINO DA ANÁLISE E A REANÁLISE; PSICANÁLISE E PSICOFARMACOLOGIA 
Clínica Psicanalítica 
Reanálise 
4. Pelo tempo de divã: não quer dizer muito, pois não se trata de envelhecer o paciente. 
 
Poderíamos continuar esta série mas sabemos que ela é inconclusa. Apostaria, no entanto, em um índice 
provisório que merecerá futuramente melhor aprofundamento: a implicação no trabalho da Escola é o 
que deve se seguir ao final da análise. É assim que compreendemos que nem todos os analistas devam 
fazer uma reanálise; por sua implicação na lógica da Escola. A Escola não é feita para os não tolos, nem 
para os espertos, nem para os cínicos. 
 
Quanto ao tempo total de uma análise, que sem dúvida preocupa, acho que a retificação atual da “cultura 
analítica”, incidência da Escola, deverá demonstrá‐lo fora dos critérios do mercado comum dos bens. 
Término da análise e a reanálise; Psicanálise e Psicofarmacologia. 
AULA 14: TÉRMINO DA ANÁLISE E A REANÁLISE; PSICANÁLISE E PSICOFARMACOLOGIA 
Clínica Psicanalítica 
"O serviço prestado por estas substâncias, na luta pela felicidade e no afastamento da desgraça, é tão 
apreciado como um benefício que, tanto indivíduos quanto povos, lhes concederam um lugar 
permanente na economia de sua libido“. 
Psicanálise e Psicofarmacologia 
 
Desde tempos imemoriais sabe-se que substâncias químicas introduzidas no corpo podem modificar 
estados psíquicos. 
 
Álcool, ópio, haxixe, cocaína, alucinógenos foram usados largamente na história, pelas mais diversas 
civilizações, associados às práticasde cura, de união com os deuses e com o sagrado, de revelação e 
aquelas puramente hedonistas. 
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AULA 14: TÉRMINO DA ANÁLISE E A REANÁLISE; PSICANÁLISE E PSICOFARMACOLOGIA 
Clínica Psicanalítica 
A moderna psicofarmacologia é feita, portanto, de medicações antipsicóticas, antidepressivas, 
ansiolíticas, estabilizadoras do humor e antiepilépticas, distribuídas em vários grupamentos químicos 
com seus protótipos. 
 
A extensão do uso provou que elas não eram tão específicas quanto se imaginava inicialmente e, 
apesar de permanecer vigente a classificação por finalidades terapêuticas básicas, elas se modificaram 
sensivelmente, se ampliaram ou confluíram. 
 
Assim: 
• Verificou-se que os antidepressivos tratavam mais eficazmente alguns distúrbios ligados à angústia 
(síndrome do pânico, por exemplo) do que a maior parte dos ansiolíticos; 
• Verificou-se que os neurolépticos podiam ser utilizados em transtornos impulsivos ou em doenças 
pertencentes ao espectro obsessivo compulsivo (Gilles de la Torrete, por exemplo); 
• Verificou-se que algumas medicações antiepilépticas podiam ser utilizadas para tratamento e 
prevenção de transtornos de humor ou afetivos. 
Término da análise e a reanálise; Psicanálise e Psicofarmacologia. 
AULA 14: TÉRMINO DA ANÁLISE E A REANÁLISE; PSICANÁLISE E PSICOFARMACOLOGIA 
Clínica Psicanalítica 
Se, por meio dos psicofármacos, pode-se tratar eficazmente os transtornos psíquicos, que lugar resta 
para a psicanálise? 
 
A Psicanálise, como modo de investigação dos processos mentais, método de tratamento baseado 
nessas investigações e conjunto de teorias psicológicas e psicopatológicas em que são sistematizados os 
dados introduzidos a partir da investigação e tratamento, pertence, evidentemente, ao campo clínico. 
Ela se aplica à psiquiatria e estabelece com os discursos e disciplinas que a compõe relações das mais 
díspares (diferente). 
 
Em um de seus últimos textos, Esboço de Psicanálise, espécie de testamento, Freud escreve: 
 
"Só conhecemos de nossa vida mental duas coisas: seu órgão somático e o lugar de sua atividade, o 
cérebro ou o sistema nervoso, de uma parte, e nossos estados de consciência como dados imediatos, 
de outra parte”. 
Término da análise e a reanálise; Psicanálise e Psicofarmacologia. 
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Clínica Psicanalítica 
Término da análise e a reanálise; Psicanálise e Psicofarmacologia. 
Seu aparelho psíquico se funda, inequivocamente, em um corpo biológico, mas dele se destaca. O 
modo de relação entre ambos é problemático, mas nenhum dos polos é negado, nem suas organizações 
específicas. Talvez os termos que melhor condensem essa forma de articulação sejam pulsão e apoio. 
 
Pulsão 
É "um conceito situado na fronteira entre o psíquico e o somático, como o representante psíquico dos 
estímulos que se originam dentro do organismo e alcançam a mente, como uma medida de exigência 
feita à mente no sentido de trabalhar em consequência de sua ligação com o corpo". 
 
É uma montagem que reúne quatro elementos díspares: 
• A fonte (Quelle) – processo somático que ocorre em um órgão ou parte do corpo; 
• A pressão (Drang) – seu fator motor, a quantidade de força ou a medida da exigência de trabalho 
que ela representa; 
• A finalidade (Ziel) – que é sempre a satisfação; 
• O objeto (Objekt) – a coisa em relação à qual ou através da qual a pulsão é capaz de atingir sua 
finalidade. 
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Clínica Psicanalítica 
Término da análise e a reanálise; Psicanálise e Psicofarmacologia. 
Como escrevia Freud em 1905: “[...] a satisfação da zona erógena estava a princípio 
estreitamente associada à satisfação da necessidade de alimento. A função corporal 
fornece à sexualidade a sua fonte ou zona erógena; indica-lhe imediatamente um 
objeto, o seio; finalmente, causa-lhe um prazer que não é redutível à pura e simples 
satisfação da fome, uma espécie de brinde de prazer“. 
As pulsões sexuais, que só secundariamente se tornam independentes, apoiam-se nas 
funções vitais que lhes fornecem uma fonte orgânica, uma direção e um objeto. Essa 
relação é particularmente evidente na atividade oral do lactente. 
Apoio 
É um termo que designa a relação primitiva das pulsões sexuais com as pulsões de autoconservação. 
AULA 14: TÉRMINO DA ANÁLISE E A REANÁLISE; PSICANÁLISE E PSICOFARMACOLOGIA 
Clínica Psicanalítica 
Essas noções e conceitos trazem em si a marca de uma contradição e não resolvem propriamente a 
questão da articulação entre o psíquico e o somático. Ao contrário, eles representam esta articulação 
paradoxal, são termos que nomeiam uma zona de ignorância. 
Término da análise e a reanálise; Psicanálise e Psicofarmacologia. 
A pulsão parte do somático, apoia-se no somático, 
torna-se pressão e apresenta-se no psíquico com 
um representante, podendo satisfazer-se com 
objetos variados. 
Neste movimento, o corpo se apresenta mas é 
apenas representado entre o conjunto de 
representações, diferente do que é em sua origem 
orgânica, ao nível psíquico. 
Existe, então, o corpo suporte das funções corporais importantes para a vida no modelo das quais se 
opera o apoio, corpo da necessidade e, pelo viés deste brinde de prazer, desse lucro obtido à margem, 
encontramos o corpo erotizado e erógeno. 
 
Não se trata de retomar toda a problemática do corpo em Psicanálise, mas de trazer alguns conceitos 
que evidenciam que não há, a princípio, uma contradição entre as noções de corpo oferecidas pelas 
neurociências e pela psicanálise, mas diferenças. 
AULA 14: TÉRMINO DA ANÁLISE E A REANÁLISE; PSICANÁLISE E PSICOFARMACOLOGIA 
Clínica Psicanalítica 
Término da análise e a reanálise; Psicanálise e Psicofarmacologia. 
De uma forma sintética, poderíamos dizer que a noção psicanalítica supõe e se apoia nas 
neurociências, mas dela se destaca. 
 
De um ponto de vista freudiano, poderíamos admitir, por exemplo, que os psicofármacos agem na 
fonte (Quelle) e na pressão (Drang), o que resultaria em modificações da pulsão. 
 
Seria necessário, por outro lado, que as neurociências incluíssem em sua análise esse corpo erógeno e 
representacional apresentado pela Psicanálise (por exemplo, o corpo histérico). 
 
A Psicanálise foi fundada à partir da clínica psiquiátrica, contribuiu intensamente para sua formação e 
foi, de certa forma, a primeira teoria que conseguiu ordenar e explicar um vasto setor da clínica. 
AULA 14: TÉRMINO DA ANÁLISE E A REANÁLISE; PSICANÁLISE E PSICOFARMACOLOGIA 
Clínica Psicanalítica 
Término da análise e a reanálise; Psicanálise e Psicofarmacologia. 
Na atualidade, a eficácia dos modelos neurobiológicos e dos psicofármacos coloca em questão suas 
teorias e seu método terapêutico. 
 
Os psicofármacos agem em praticamente todos os quadros psiquiátricos. Se tomarmos a classificação por 
finalidades terapêuticas anti-psicóticos, antidepressivos, ansiolíticos, estabilizadores de humor e 
antiepilépticos podemos agrupar grosseiramente as condições clínicas em que atuam. Assim: 
O que há em comum em todos esses quadros e em seus fenômenos típicos e característicos? 
• Anti-psicóticos – Esquizofrenias, Distúrbios Delirantes, Episódios Psicóticos Agudos, Psicoses Orgânicas, 
Depressões com sintomas Psicóticos; 
• Antidepressivos – Depressões, ataque de pânico e transtornos de ansiedade em geral (fobias, TOC etc.); 
• Estabilizadores de Humor – Transtornos afetivos, bi ou monopolares; 
• Antiepilépticos – Epilepsias, transtornos impulsivos e transtornos afetivos bi ou monopolares. 
AULA 14: TÉRMINO DA ANÁLISE E A REANÁLISE; PSICANÁLISE E PSICOFARMACOLOGIA 
Clínica Psicanalítica 
Término da análise e a reanálise; Psicanálisee Psicofarmacologia. 
Pelo menos de um ponto de vista lacaniano podemos colocar que o traço comum é o aparecimento 
no real de algo que, por alguma razão, não pode permanecer no plano simbólico. 
 
O que é o real? 
 
• Não retomaremos a problemática do conceito de real na teoria lacaniana. Importa colocar que ele 
sofreu, ao longo do tempo, diversas mutações que alteraram profundamente seu sentido e lugar 
no corpo teórico. 
• Em um primeiro momento – Foi tomado como aquilo que se situava totalmente exterior ao 
campo analítico, impossível de ser abordado por ele; 
• Em um segundo momento – Foi abordado sucessivamente como significado e como significante; 
• Em um terceiro momento – Surge como algo que não é nem significante nem significado, um real 
outro ao sentido e ao saber, totalmente heterogêneo à linguagem. 
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Clínica Psicanalítica 
Término da análise e a reanálise; Psicanálise e Psicofarmacologia. 
• Os psicofármacos poderiam intervir no real? 
• Poderiam modificar a experiência do real? 
• Como abordar analiticamente os efeitos das medicações? 
 
De um ponto de vista lacaniano poderíamos admitir, como hipótese, que os psicofármacos intervêm 
no real, que modificam a experiência do real e que agem através da modulação do gozo. 
 
Quanto à questão da eficácia dos psicofármacos,os psicanalistas adotam quatro posições básicas que 
podem ser resumidas em quatro afirmações dogmáticas: 
a) “A psicofarmacologia é um mito criado pela indústria farmacêutica“; 
b) “Os psicofármacos são drogas e, como tais, produzem apenas estados de alteração de consciência 
ou estados de embriaguez“; 
c) “Os psicofármacos agem, são eficazes, mas isto não tem qualquer importância para a psicanálise 
já que a psicanálise, por seus métodos e objeto, se distingue radicalmente da psiquiatria“; 
d) “Os psicofármacos agem, são eficazes, e isto tem importância para a psicanálise, afetando seu 
campo que possui numerosas intersecções com a psiquiatria". 
AULA 14: TÉRMINO DA ANÁLISE E A REANÁLISE; PSICANÁLISE E PSICOFARMACOLOGIA 
Clínica Psicanalítica 
Término da análise e a reanálise; Psicanálise e Psicofarmacologia. 
Podemos adotar a letra “d”, por entendermos que todas as outras posições são refutáveis e refutadas 
empiricamente. 
 
É cada vez mais comum a prática multidisciplinar entre terapeutas e psiquiatras. São frequentes, 
portanto, os casos de pacientes que estão em análise e que se utilizam de alguma medicação. 
AULA 14: TÉRMINO DA ANÁLISE E A REANÁLISE; PSICANÁLISE E PSICOFARMACOLOGIA 
Clínica Psicanalítica 
AVANCE PARA FINALIZAR 
A APRESENTAÇÃO. 
VAMOS AOS PRÓXIMOS PASSOS? 
 
 
A clínica psicanalítica na atualidade; 
 
Psicanálise e as neurociências.

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