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Aspectos da técnica clínica - Clinica Psicanalítica Estácio

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AULA 10: ASPECTOS DA TÉCNICA CLÍNICA 
Clínica Psicanalítica 
Clínica Psicanalítica 
 Aula 10: Aspectos da técnica clínica 
AULA 10: ASPECTOS DA TÉCNICA CLÍNICA 
Clínica Psicanalítica 
Recordar, repetir e elaborar 
(Novas recomendações sobre a técnica da Psicanálise II) 
AULA 10: ASPECTOS DA TÉCNICA CLÍNICA 
Clínica Psicanalítica 
Bastava hipnotizar o paciente e reproduzir o contexto 
psíquico, no qual a pessoa estava no momento em que o 
sintoma se formou. O foco do tratamento era: o da 
formação do sintoma. 
Recordar, repetir e elaborar 
A técnica psicanalítica sofreu profundas alterações desde o início. 
 
Em sua primeira fase (a da catarse de Breuer): recordar e ab-reagir, com auxílio do estado hipnótico, 
eram as metas a serem alcançadas. O objetivo consistia, então, libertar-se de um material reprimido. 
AULA 10: ASPECTOS DA TÉCNICA CLÍNICA 
Clínica Psicanalítica 
Quando a hipnose foi abandonada, a tarefa transformou-se em descobrir, a partir das associações 
livres do paciente, o que ele deixava de recordar. Freud acreditava que na fala do paciente 
estariam conteúdos ICS, e que através da arte interpretativa era possível derrubar as resistências 
do paciente. 
• a resistência seria contornada mediante o trabalho de interpretação e a comunicação dos seus 
resultados ao doente; 
• o foco não era somente identificar o momento em que se formou o sintoma, mas considerar 
momentos anteriores ao surgimento da doença; 
• o elemento da ab-reação retrocedeu para segundo plano, sendo substituído pelo esforço do 
paciente. 
A interpretação em Psicanálise 
AULA 10: ASPECTOS DA TÉCNICA CLÍNICA 
Clínica Psicanalítica 
Finalmente, o analista abandona a tentativa de colocar em foco um momento ou problemas específicos. 
 
A técnica sistemática hoje utilizada 
• O analista não foca mais o seu trabalho em “um” momento específico ou problema, ele vai 
considerar tudo que o paciente expõe, todo o conteúdo presente na superfície da mente do paciente; 
 
Emprega a arte da interpretação principalmente para identificar as resistências que lá aparecem, e torná-
las conscientes ao paciente. 
Disto resulta um novo tipo de divisão de trabalho 
Recordar, repetir e elaborar 
AULA 10: ASPECTOS DA TÉCNICA CLÍNICA 
Clínica Psicanalítica 
Freud divide seu trabalho da seguinte forma: 
 
• O médico revela ao paciente as resistências, que são desconhecidas; 
• Quando as resistências estiverem vencidas, o paciente vai poder relacionar situações e 
vinculações esquecidas , sem dificuldade. 
 
Apesar das técnicas terem sofrido mudanças, o objetivo continua sendo o mesmo, “preencher as 
lacunas da memória” e assim vencer as resistências formadas pela repressão. 
 
O objetivo dessas técnicas permaneceu inalterado, sem dúvida. 
Em termos descritivos: preenchimento das lacunas da recordação; 
Em termos dinâmicos: superação das resistências da repressão. 
Recordar, repetir e elaborar 
AULA 10: ASPECTOS DA TÉCNICA CLÍNICA 
Clínica Psicanalítica 
Freud — em suas considerações a respeito do esquecimento de impressões, cenas, vivências ou 
experiências — diz que, em geral, esse esquecimento reduz-se a um “bloqueio” delas. Quando o 
paciente fala dos conteúdos esquecidos, conclui que na verdade ”sempre soube, mas nunca tinha 
pensado nisso”. 
 
Ele também aborda a questão da amnésia infantil, que é uma fase tão importante da vida para 
nós, mas é completamente balanceada pelas lembranças encobridoras. 
Nestas se conserva não apenas algo essencial da vida infantil, mas verdadeiramente todo o 
essencial. É preciso apenas saber extraí-lo por meio da análise. As lembranças representam os anos 
esquecidos da infância tão adequadamente quanto o conteúdo manifesto do sonho representa os 
pensamentos oníricos. 
Recordar, repetir e elaborar 
AULA 10: ASPECTOS DA TÉCNICA CLÍNICA 
Clínica Psicanalítica 
Ao que diz respeito aos processos psíquicos, devem ser considerados separadamente, na relação entre 
o esquecer e recordar. Freud fala que com frequência acontece de ser “recordado” algo que na 
verdade nunca poderia ser “esquecido”, em ocasião nenhuma foi “notado” — nunca tendo sido 
consciente. 
 
O paciente não nota a diferença de algo que foi esquecido e algo que nunca foi CS, e a convicção que o 
paciente alcança no decurso da análise, independe da lembrança. 
IMPORTANTE! 
Nesse momento, Freud aponta algo de novo. 
O aparelho psíquico não somente se constitui de conteúdos recalcados, ou seja, idéias insuportáveis 
ao CS, mas também de idéias e conteúdos que nunca constituíram uma representação. Mas estão lá, 
sendo esses também energias. 
Recordar, repetir e elaborar 
AULA 10: ASPECTOS DA TÉCNICA CLÍNICA 
Clínica Psicanalítica 
Há um tipo especial de experiências que ocorreram na infância muito remota e não foram 
compreendidas na ocasião, mas que subsequentemente foram compreendidas e interpretadas. 
Obtêm-se conhecimento delas através dos sonhos e se é obrigado a acreditar neles com base 
nas provas mais convincentes fornecidas pela estrutura da neurose. 
 
Há certos casos, em que Freud diz, que alguns pacientes não recordam coisa alguma do que 
esqueceu ou reprimiu, mas expressa-o pela atuação (acting out). Esses conteúdos irão se 
expressar pela atuação, ou seja, irão se reproduzir não como lembrança e sim como ação, 
atuando, sem ter a CS de que está repetindo. 
 
• O paciente em tratamento, tem uma compulsão à repetição. A repetição é um modo de 
recordar. 
• No processo analítico, o que interessa é a relação desta compulsão à repetição com a 
transferência e a resistência. 
Recordar, repetir e elaborar 
AULA 10: ASPECTOS DA TÉCNICA CLÍNICA 
Clínica Psicanalítica 
A transferência é, ela própria, uma parcela de repetição, e a 
repetição é uma transferência do passado esquecido, 
[transferência] não só para o médico, mas para todos os âmbitos da 
situação presente. 
 
O analisando se entrega à compulsão de repetir, que substitui o 
impulso à recordação, não apenas na relação pessoal com o 
médico, mas também em todos os demais relacionamentos e 
atividades contemporâneas de sua vida; por exemplo, quando, no 
decorrer do tratamento, escolhe um objeto amoroso, toma para si 
uma tarefa, começa um empreendimento. 
 
• Quanto maior a resistência, maior a atuação (acting out) 
Recordar, repetir e elaborar 
AULA 10: ASPECTOS DA TÉCNICA CLÍNICA 
Clínica Psicanalítica 
Exemplo: 
• o analisando não diz que se lembra de haver sido teimoso e rebelde ante a autoridade dos 
pais, mas se comporta de tal maneira diante do médico; 
 
• não se lembra de que sua investigação sexual infantil não o levou a nada, deixando-o 
perplexo e desamparado, mas apresenta uma quantidade de sonhos e pensamentos 
confusos; 
 
• lamenta que nada dá certo para ele, e vê, como seu destino, jamais concluir um 
empreendimento; 
 
• não se lembra de ter se envergonhado bastante de certas atividades sexuais e ter sentido 
medo de que fossem descobertas, mas mostra vergonha do tratamento a que se submete 
agora e procura escondê-lo de todos etc. 
Recordar, repetir e elaborar 
AULA 10: ASPECTOS DA TÉCNICA CLÍNICA 
Clínica Psicanalítica 
• Se a terapia se inicia com uma suave e discreta 
transferência positiva, ela permite inicialmente um 
aprofundar da recordação, durante o qual mesmo os 
sintomas patológicos silenciam; 
 
• Mas, se no decurso da terapia, a transferência se torna 
hostil ou muito intensa, por isso necessitando de repressão, 
imediatamente o recordar cede o lugar à atuação. 
Recordar, repetir e elaborar 
A partir de então as resistências determinam a sequência do que será repetido. 
 
 
O paciente, ao invés de recordar, repete, sob as condições da resistência. 
AULA 10: ASPECTOS DA TÉCNICA CLÍNICA 
Clínica PsicanalíticaEsta compulsão aumenta com o início da análise, e devemos tratar sua doença não como um 
acontecimento do passado, mas como uma força atual. 
Importante: O trabalho do analista é remontar o passado com aquilo que o paciente experimenta como 
algo presente. 
Vimos então que o analisando repete em vez de lembrar, repete sob as condições 
da resistência. 
 
O que repete ou atua ele de fato? 
 
Ele repete sua inibições, atitudes inúteis, seus traços patológicos de caráter, seus 
sintomas (compulsão à repetição). 
Recordar, repetir e elaborar 
AULA 10: ASPECTOS DA TÉCNICA CLÍNICA 
Clínica Psicanalítica 
O recordar (induzido pela hipnose) dava a impressão de um 
experimento de laboratório. 
 
O repetir (no tratamento analítico) implica evocar um 
fragmento da vida real. 
Recordar, repetir e elaborar 
Por isso não pode ser inócuo e irrepreensível em todos os casos. A isto se relaciona todo aquele 
problema de “piorar durante a terapia”, frequentemente inevitável. 
AULA 10: ASPECTOS DA TÉCNICA CLÍNICA 
Clínica Psicanalítica 
Antes de tudo, a iniciação do tratamento leva o doente a mudar 
sua atitude consciente para com a doença. 
 
Ele, que habitualmente se contentava em lamentá-la, desprezá-la 
como absurda e subestimar sua importância, tem agora que 
conquistar a coragem de dirigir sua atenção para os fenômenos de 
sua doença. 
Recordar, repetir e elaborar 
• A nova atitude, em relação à doença, intensifica os conflitos e põe em evidência sintomas que 
ainda não se haviam revelado. Na verdade, esses só podem ser vencidos ao se tornarem 
presentes. 
• No curso do tratamento, segundo Freud, também podem surgir outros perigos, novos e mais 
profundos impulsos instintuais, que até então o paciente não havia sentido, podendo repetir-se. 
AULA 10: ASPECTOS DA TÉCNICA CLÍNICA 
Clínica Psicanalítica 
Nessa nova técnica, o médico deve estar preparado para uma luta perpétua com o paciente, para 
manter na esfera psíquica todos os impulsos que o paciente insiste em dirigir à esfera motora. 
 
• É um triunfo para o tratamento o fato do paciente conseguir utilizar o recordar ao invés de 
descarregar em ação. 
ATENÇÃO! 
Para isso, devemos considerar que o instrumento principal para reprimir a compulsão do paciente à 
repetição, e transformá-la em um motivo para recordar, reside no “manejo da transferência”. 
Recordar, repetir e elaborar 
AULA 10: ASPECTOS DA TÉCNICA CLÍNICA 
Clínica Psicanalítica 
IMPORTANTE! 
O sucesso do processo de análise reside em fornecer a todos os sintomas da doença, um novo 
significado transferencial e em substituir sua neurose comum por uma “neurose de transferência” da 
qual o paciente pode ser curado pelo trabalho terapêutico. 
Recordar, repetir e elaborar 
AULA 10: ASPECTOS DA TÉCNICA CLÍNICA 
Clínica Psicanalítica 
A transferência cria uma região intermediária entre a doença e a vida real. A partir das reações 
repetitivas exibidas na transferência, despertam-se as lembranças sem dificuldade, após a resistência 
ter sido superada. 
Recordar, repetir e elaborar 
A nova condição representa uma doença artificial acessível à nossa intervenção 
AULA 10: ASPECTOS DA TÉCNICA CLÍNICA 
Clínica Psicanalítica 
O paciente precisa de um tempo para 
elaborar melhor algo que ele acabou de 
conhecer, para assim superar. Esse deve ser 
o trabalho analítico — o médico deve 
esperar e deixar as coisas seguirem o seu 
curso. Essa é a linha correta do tratamento. 
Não podemos esquecer que ao nomear a resistência não se pode conduzi-la à sua imediata cessação. 
Como se sabe, a superação das resistências tem início quando o médico desvela a resistência jamais 
reconhecida pelo paciente e a comunica a ele. 
• Freud chama atenção para os casos em que o médico se queixou de haver mostrado ao doente sua 
resistência, sem que, no entanto, algo mudasse; a resistência havia mesmo se fortalecido e toda a 
situação se tornava ainda mais obscura. 
Recordar, repetir e elaborar 
AULA 10: ASPECTOS DA TÉCNICA CLÍNICA 
Clínica Psicanalítica 
Deve-se dar ao paciente tempo para conhecer a resistência, para elaborá-la. 
• Só quando a resistência está em seu auge é que pode o analista, trabalhando em comum com o 
paciente, descobrir os impulsos instintuais reprimidos que estão alimentando a resistência; 
 
• Esta elaboração das resistências pode, na prática, revelar-se uma tarefa árdua para o sujeito da 
análise e uma prova de paciência para o analista. Todavia, trata-se da parte do trabalho que 
efetua as maiores mudanças no paciente. 
ATENÇÃO! 
A possibilidade de descarregar somente os afetos não é eficaz como um todo, é necessário também dar 
condição de elaboração a esses afetos. Freud diz que além da interpretação, o médico deve promover 
condição de elaboração, constituindo então, a Técnica Analítica. 
Recordar, repetir e elaborar 
AULA 10: ASPECTOS DA TÉCNICA CLÍNICA 
Clínica Psicanalítica 
AVANCE PARA FINALIZAR 
A APRESENTAÇÃO. 
VAMOS AOS PRÓXIMOS PASSOS? 
 
 
Estruturas clínicas e direção do 
tratamento; 
A função diagnóstica – neurose, 
psicose e perversão.

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