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1º Desafio Enade Direito

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Sabe-se que as novas tecnologias alteraram o quadro tradicional das principais 
mídias que serviam para apresentar conteúdos educacionais. Hoje, não dispomos 
apenas de mídias como o texto impresso, os sons das transmissões radiofônicas e as 
imagens do vídeo ou da televisão, pois podemos contar com os novos dispositivos 
eletrônicos, ou seja, com as mídias digitais. Por isso, as práticas de leitura e de escrita 
ganham novas possibilidades educacionais, podendo ser vivenciadas e veiculadas 
não apenas no espaço da escola, já que elas se virtualizam e são desterritorializadas, 
estendendo-se para ambientes virtuais e sendo exibidas em dispositivos como 
telefones celulares, tablets e notebooks, ao mesmo tempo em que convivem com os 
livros impressos e os cadernos. 
A partir do que é afirmado acima, é possível concluir corretamente que: 
 
As novas práticas de escrita e de leitura nos ambientes virtuais impõem o “internetês” 
como principal linguagem da atualidade, o que leva, inevitavelmente, ao desaparecimento 
da língua padrão e à necessidade de a escola usar somente o “internetês”, pois essa é a 
linguagem mais adequada para o ensino-aprendizagem a partir do uso de dispositivos 
digitais e num contexto em que não mais se usa livros ou cadernos. 
 
Os instrumentos digitais móveis cada vez mais modernos, como, por exemplo, os 
aparelhos celulares, favorecem a mobilidade da leitura, proporcionando aos seus usuários 
a liberdade tão cerceada pelas convenções que a leitura impressa inevitavelmente impõe, 
já que é impossível se ler um livro ou jornal impresso em vários lugares, como num 
ônibus, numa praça ou em outro local ao ar livre. 
 
A extinção da leitura em livros impressos no Brasil é inevitável e certa em curtíssimo 
prazo, haja vista os leitores hoje conviverem com repositórios digitais de leitura cada vez 
mais modernos, como os tablets. 
 
Os livros eletrônicos e os textos digitalizados, além de oferecerem inúmeras facilidades 
para a leitura e para a pesquisa, extinguiram a cultura impressa por meio de seu 
rebaixamento, haja vista o desaparecimento dos textos impressos e a mão no contexto 
escolar. 
 
As práticas de leitura e de escrita no contexto do hipertexto eletrônico são marcadas por 
mais possibilidades pedagógicas e pela diversidade nas suas manifestações, ao mesmo 
tempo em que não exterminam, necessária e imediatamente, com os suportes materiais 
anteriores às mídias digitais. 
Gabarito 
A primeira opção está incorreta porque o “internetês” não leva necessariamente 
ao desaparecimento da língua padrão nem deve ser motivo para a escola 
abandonar a norma culta, além de não implicar o desaparecimento inevitável 
do livro e do caderno. A segunda alternativa está incorreta porque o texto 
impresso pode ser lido, também, em diversos lugares, além disso, o texto 
impresso não leva ao cerceamento da liberdade na leitura. A terceira 
alternativa está incorreta porque as diversas formas de escrita coexistem, não 
havendo uma previsão de extinção certa dos livros impressos em curto prazo. 
A quarta opção está incorreta porque os textos eletrônicos ou digitais não são 
mais importantes do que os demais tipos de textos nem levaram ao 
desaparecimento dos textos impressos ou manuscritos no contexto escolar. 
Gabarito 
2 
As novas práticas de leitura e de escrita no hipertexto eletrônico, as mudanças de 
comportamento nas redes sociais, as novas formas de se relacionar nos ambientes 
virtuais, as transações comerciais eletrônicas e a economia no mundo digital são 
algumas das manifestações que ocorrem no ciberespaço e podem ser associadas, 
corretamente, com: 
 
A inclusão digital, pois fazem parte da realidade de todos os cidadãos e se constituem em 
experiências vivenciadas integralmente por todas as pessoas no mundo. 
 
A cibercultura, pois fazem parte dos aspectos culturais das novas tecnologias e das mídias 
digitais. 
 
A sociedade do espetáculo, porque são práticas relacionadas apenas com a exibição e o 
entretenimento. 
 
As ferramentas e comunicações assíncronas, já que são práticas que ocorrem somente em 
modo ou tempo diferidos. 
 
A robotização, uma vez que são práticas nas quais a dimensão humana e afetiva, 
necessariamente, é suprimida. 
Gabarito 
A opção A está incorreta porque as manifestações mencionadas não fazem parte da 
experiência de todos os cidadãos. A alternativa C está incorreta porque as práticas 
relacionadas com o ciberespaço vão além do espetáculo e do entretenimento, com o 
trabalho com o hipertexto e boa parte das atividades comerciais e econômicas. A 
alternativa D está errada porque as práticas mencionadas no enunciado correspondem 
tanto a ferramentas síncronas quanto assíncronas. A opção E está incorreta porque as 
manifestações que ocorrem no ciberespaço não anulam, necessariamente, a dimensão 
humana e afetiva. 
Gabarito 
3 
A globalização é, de certa forma, o ápice do processo de internacionalização do 
mundo capitalista. [...] No fim do século XX e graças aos avanços da ciência, 
produziu-se um sistema de técnicas presidido pelas técnicas da informação, que 
passaram a exercer um papel de elo entre as demais, unindo-as e assegurando ao 
novo sistema técnico uma presença planetária. Só que a globalização não é apenas a 
existência desse novo sistema de técnicas. Ela é também o resultado das ações que 
asseguram a emergência de um mercado dito global, responsável pelo essencial dos 
processos políticos atualmente eficazes. 
SANTOS, Milton. Por uma outra globalização: do pensamento único à 
consciência universal. Rio de Janeiro: Record, 2000, p. 23-24. 
Considerando o enunciado anterior, sobre o processo de globalização na 
sociedade contemporânea, assinale a alternativa correta. 
 
A globalização é um processo exclusivamente baseado no desenvolvimento das novas 
técnicas de informação e sua origem está diretamente relacionada com a difusão e 
universalização do uso da internet, que se deu a partir do final da década de 1990. 
 
Entre as características próprias da globalização temos a alteração profunda na divisão 
internacional do trabalho, em que a distribuição das funções produtivas tende a se 
concentrar cada vez mais em poucos países, como é o caso dos Estados Unidos e do 
Japão. 
 
Sobre as ações que asseguram a emergência do mercado global, o autor está se referindo 
à doutrina econômica neoliberal que, entre outros princípios, defende o fortalecimento do 
Estado e a intervenção estatal como reguladora direta dos mercados – industrial, 
comercial e financeiro. 
 
Atualmente, as relações econômicas mundiais, compreendendo a dinâmica dos meios de 
produção, das forças produtivas, da tecnologia, da divisão internacional do trabalho e do 
mercado mundial, são amplamente influenciadas pelas exigências das empresas, 
corporações ou conglomerados multinacionais. 
 
As estratégias protecionistas tomadas pelos governos em todo o mundo, dificultando a 
entrada de produtos estrangeiros em seus mercados nacionais são consideradas como 
características marcantes do processo de globalização. 
Gabarito 
As grandes corporações econômicas, fruto do modelo capitalista neoliberal, são as 
principais protagonistas das mudanças que vêm ocorrendo nas relações econômicas 
mundiais. 
Gabarito 
4 
Leia o trecho: 
O sertão vai a Veneza 
Festival de Veneza exibe “Viajo Porque Preciso, Volto Porque Te Amo”, de Karim 
Aïnouz e Marcelo Gomes, feito a partir de uma longa viagem pelo sertão nordestino. 
[...] Rodaram 13 mil quilômetros, a partir de Juazeiro do Norte, no Ceará, passando 
por Pernambuco, Paraíba, Sergipe e Alagoas, improvisando dia a dia os locais de 
filmagem. “Estávamosà procura de tudo que encetava e causava estranhamento. 
Queríamos romper com a ideia de lugar isolado, intacto, esquecido, arraigado numa 
religiosidade intransponível. Eu até evito usar a palavra ‘sertão’ para ter um novo 
olhar sobre esse lugar”, conta Karim. A ideia era afastar-se da imagem histórica da 
região na cultura brasileira. “Encontramos um universo plural que tem desde uma 
feira de equipamentos eletrônicos a locais de total desolação”, completa Marcelo. 
CRUZ, Leonardo. 
Folha de S. Paulo, p. E1, 05/09/2009. 
A partir da leitura desse trecho, é INCORRETO afirmar que 
 
A feira de equipamentos eletrônicos, símbolo da modernidade e da tecnologia sofisticada, 
é representativa do contrário do que se pensa sobre o sertão nordestino. 
 
As expressões isolamento, esquecimento e religiosidade, utilizadas pelos cineastas, são 
consideradas adequadas para expressar a atual realidade sertaneja. 
 
O termo “sertão” tem conotação pejorativa, por implicar atraso e pobreza; por isso, seu 
uso deve ser cuidadoso. 
 
Os entrevistados manifestam o desejo de contribuir para a desmitificação da imagem do 
sertão nordestino, congelada no imaginário de parte dos brasileiros 
 
Revela o estranhamento que é comum entre pessoas mal informadas e simplificadoras, 
que veem o sertão como uma região homogênea. 
Gabarito 
A afirmação contida na terceira alternativa - o termo "sertão" tem conotação pejorativa, 
por implicar atraso e pobreza; por isso, seu uso deve ser cuidadoso - não corresponde ao 
encontrado no texto, pois, embora o cineasta Karim Aïnouz afirme evitar o termo 
“sertão”, impregnado de valor negativo, para despertar uma nova visão sobre o lugar, 
refere-se a fala do próprio autor e não a um uso geral do termo. Tal generalização não 
está explicita no texto e, portanto, esta alternativa é a resposta incorreta. As demais 
afirmativas encontram justificativa no texto. 
Gabarito 
5 
Segundo as concepções teóricas de Karl Marx, é correto afirmar que: 
 
O direito não pode ser visto como uma superestrutura que justifica e mantém a dominação 
econômica, pois pertence à estrutura social básica; 
 
As relações econômicas são independentes das relações jurídicas; 
 
As relações de trabalho determinam as relações econômicas, mas não o contrário; 
 
A alienação é produzida como consequência das crenças religiosas e, por isso, a 
modernidade, ao romper com a concepção teocêntrica de mundo, funda uma nova ordem; 
 
As relações de dominação são anteriores ao capitalismo, mas o capitalismo fundou a idéia 
de dominação contratual; 
Gabarito 
A resposta correta é a E: 
Marx vê o capitalismo como uma “era” baseada em uma luta de classes marcada pela 
divisão da sociedade entre os detentores dos meios de produção e o proletariado. Esta 
relação de dominação funda-se, juridicamente, a partir de relações contratuais. Embora 
Marx analise esta característica inerente ao capitalismo, sustenta ser a história da 
humanidade marcada pela luta de classes, o que reforça a tese de que todos os modos de 
produção caracterizaram-se pela existência de relações de desigualdade e dominação. 
Gabaritotext_format 
6 
Analisando o caso como se tivesse acontecido nos dias atuais no Brasil, verifique as 
seguintes afirmações: 
I - Quem comete dois crimes e é condenado por eles é reincidente, ainda que o 
segundo seja praticado antes de ser condenado pelo primeiro. 
II - O infanticídio pode ser praticado pela mãe, ou pelo pai. 
III - O roubo, ainda que de coisa de menor valor, configura crime. 
Em relação às afirmações, SOMENTE: 
 
A I está correta; 
 
A lI está correta; 
 
A lll está correta; 
 
A I e II estão corretas; 
 
A II e III estão corretas; 
Gabarito 
A lll está correta; 
Nesta análise, apesar de existir corrente minoritária que entende aplicável o princípio da 
insignificância mesmo em crime de roubo, não se afasta o tipo penal em si enquanto 
crime. Vale ainda citar a julgamento consolidado do STJ a tal respeito de 
número1.159.735. 
Gabaritotext_format 
7 
A ação direta de inconstitucionalidade é instrumento de controle 
I - concentrado e produz efeitos erga omnes e vinculantes, por força de disciplina 
constitucional. 
II - concentrado e produz efeitos inter partes e ex tunc, por força de disciplina legal. 
III - difuso ou concentrado e produz efeitos inter partes e vinculantes por força de 
disciplina constitucional e legal. 
IV - concentrado e pode produzir efeitos ex nunc ou ex tunc, conforme disciplina 
legal. 
Estão corretas as afirmações contidas nos incisos: 
 
 I e II; 
 
 I e IV; 
 
II e III; 
 
II e IV; 
 
 III e IV; 
Gabarito 
As afirmações I e IV; 
A Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI), que é um dos meios de controle de 
constitucionalidade pátrio, encontra-se prevista no texto constitucional (alínea “a”, inciso 
I do artigo 102), bem como na Lei 9.868/99. O escopo da Ação Direta de 
Inconstitucionalidade é retirar do sistema leis ou atos normativos que contrariem a 
Constituição, ou seja, promover, por meio da ADI, a exclusão de leis ou atos normativos 
inconstitucionais. 
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8 
Não há, em suma, um direito justo no céu dos conceitos platônico, e um direito 
imperfeito e injusto no nosso pobre e imperfeito mundo sublunar. O problema do 
Direito Natural não é descobrir esse celestial livro de mármore onde, gravadas a 
caracteres de puro ouro, as verdadeiras leis estariam escritas, e que, ao longo dos 
séculos, sábios legisladores terrenos não conseguiram vislumbrar. 
(CUNHA, Paulo Ferreira da. O ponto de Arquimedes: natureza humana, direito 
natural, direitos humanos. Coimbra: Almedina, 2001. p. 94) 
Considerando as reflexões contidas no texto, é possível afirmar sobre os direitos 
humanos na atualidade: 
 
A afirmação histórica dos direitos humanos, desde o jusnaturalismo, se iniciou apenas 
muito recentemente, no final do século XX, por isso ainda são desconhecidos dos juristas; 
 
O grande problema dos direitos humanos é o de que não estão positivados, por isso não 
são efetivados; 
 
O problema atual dos direitos humanos é o de que, apesar de positivados e 
constitucionalizados, carecem de ser efetivados; 
 
O problema atual dos direitos humanos é o de sua fundamentação lógica, na medida em 
que ainda são considerados deduções teológicas ou frutos de conjunturas econômicas; 
 
Os direitos humanos são, em todas as suas manifestações, garantias negativas da 
cidadania, por isso não carecem nenhum tipo de prestação econômica por parte do Estado; 
Gabarito 
O problema atual dos direitos humanos é o de que, apesar de positivados e 
constitucionalizados, carecem de ser efetivados; 
Quanto à alternativa proposta, a assertiva sintetiza a preocupação de Noberto Bobbio que, 
partindo de sua perspectiva normativista e historicista coloca a fundamentação e a eficácia 
como problemas centrais da questão dos Direitos Humanos. Ou seja, o Direito é pura 
norma que encontra sua construção e legitimidade se fundam no processo histórico. 
Quer dizer que o conteúdo dos direitos humanos é variável no decorrer do tempo. Daí sua 
conclusão que os direitos humanos carecem de mais eficácia que fundamentação, 
porquanto essa seria impossível. 
Entretanto, haveria mais conformidade entre o enunciado e o gabarito se esse dissesse 
respeito ao pensamento de Miguel Reale que, pelo seu historicismo-cultural guarda certa 
proximidade do pensamento de Bobbio mas que, entretanto, conserva uma idéia de 
Direito natural segundo a qual não há um Direito natural transcendente e a-histórico, 
mas invariantes axiológicas, constantes e inamovíveis, presentes na própria essênciada 
natureza humana. 
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9 
Texto 1 
“Diadorim vinha constante comigo. Que viesse sentido, soturno? Não era, não, isso 
eu é que estava crendo, e quase dois dias enganoso cri. Depois, somente, entendi que 
o emburro era mesmo meu. Saudade de amizade. Diadorim caminhava correto, com 
aquele passo curto, que o dele era, e que a brio pelejava por espertar. Assumi que 
ele estava cansado, sofrido também. Aí mesmo assim, escasso no sorrir, ele não me 
negava estima, nem o valor de seus olhos. Por um sentir: às vezes eu tinha a cisma 
de que, só de calcar o pé em terra, alguma coisa nele doesse. Mas, essa ideia, que me 
dava, era do carinho meu. Tanto que me vinha a vontade, se pudesse, nessa 
caminhada, eu carregava Diadorim, livre de tudo, nas minhas costas.” 
ROSA, Guimarães. Grande Sertão: Veredas. São Paulo: Nova Fronteira, 1985. 
 
Texto 2 
“É neste sentido que se afirma que a moralidade que o Direito visa garantir e 
promover no Estado Democrático de Direito não é a moralidade positiva – que toma 
os valores majoritariamente vigentes como um dado inalterável, por mais opressivos 
que sejam – mas a moralidade crítica. É a moral que não se contenta em chancelar 
e perpetuar todas as concepções e tradições prevalecentes numa determinada 
sociedade, mas propõe-se à tarefa de refletir criticamente sobre elas, a partir de uma 
perspectiva que se baseia no reconhecimento da igual dignidade de todas as 
pessoas.” 
(Petição inicial da ADPF nº 178) 
Os textos citados, de diferente natureza (literário, o de Guimarães Rosa; técnico-
jurídico, o da petição na Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental nº 
178), tratam das possibilidades de relação amorosa entre os seres humanos, da 
ordenação dessas relações pelo Direito, que hoje referenda as relações 
heterossexuais e nega reconhecimento às homossexuais, e do impacto desse 
reconhecimento, ou desse não reconhecimento, na autoestima das pessoas. 
Quais dos argumentos manejados na ADPF atuam para superar a rigidez da 
fórmula jurídica que só reconhece a união estável entre “homem e mulher” (CRFB, 
art. 226, § 3º)? 
 
O argumento da eficácia jurídica, que afirma a necessidade de o Direito refletir a 
sociedade; 
 
O argumento majoritário, que impõe ao Direito acompanhar o comportamento da maioria; 
 
 
O argumento do positivismo jurídico, que considera a lei como moral positiva; 
 
O argumento da dignidade humana, que impõe reconhecimento da igual dignidade de 
todas as pessoas; 
 
O argumento da moral, que deve chancelar as tradições prevalecentes na sociedade; 
Gabarito 
O argumento da dignidade humana, que impõe reconhecimento da igual dignidade de 
todas as pessoas; 
Em nosso País, Ruy Barbosa, no início do século XX, em famosa oração, assim 
pronunciou: 
“A regra da igualdade não consiste senão em quinhoar desigualmente aos desiguais, na 
medida em que se desigualam. Nesta desigualdade social, proporcionada à desigualdade 
natural, é que se acha a verdadeira lei da igualdade”. 
A problemática desenvolvida a partir da fórmula do tratamento igual aos iguais, e desigual 
aos desiguais, consiste em encontrar um fator de desigualdade que permita a 
diferenciação. Note se que, em nome dessa diferenciação, considera-se lícita a 
denominada discriminação positiva, que estabelece em termos normativos um tratamento 
desigual àqueles formalmente iguais, verbi gratia, a previsão constitucional que assegura 
a reserva de vagas em concursos públicos para deficientes físicos. Tal discriminação se 
impõe diante da insuficiência de uma mera legalidade formal perante a lei e, em 
contrapartida, da exigência de uma igualdade material – que se pode dizer – perante o 
direito. E ser igual perante o direito ultrapassa os limites de uma mera igualdade perante 
a lei. Igualdade perante o direito, igualdade nos direitos, compreende o afastamento de 
qualquer tipo de discriminação injustificada, assim como igual fruição dos direitos, 
sobretudo daqueles constitucionalmente previstos. 
O que a ADPF propôs, em termos simplificados, foi uma igualdade de tratamento entre 
os heterossexuais e os homossexuais, no seguinte sentido: se heterossexuais podem 
formar uma família por meio da união estável, por qual razão os homossexuais também 
não poderiam? E o nome jurídico para tal figura é união homoafetiva. Portanto, estava 
em causa saber se a opção sexual seria elemento suficiente para um tratamento diferente 
entre heteros e homossexuais. Sobre o assunto, a palavra do Ministro do STF a 
época, Ayres Britto, no julgamento da ADPF 132: “o sexo das pessoas, salvo expressa 
disposição constitucional em contrário, não se presta como fator de desigualação 
jurídica”. Pelo visto e ponderado, percebe-se que na construção de uma sociedade 
fundada na igualdade, o direito cumpre uma importante missão: propor novos valores à 
sociedade. Ainda que se contrariem tradicionais ideias majoritárias. 
Gabaritotext_format 
10 
A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por 
afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da 
mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, 
para o exercício de cargo em comissão ou de confiança, ou ainda de função 
gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer dos Poderes da 
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste 
mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal. Súmula Vinculante 
nº 13 do Supremo Tribunal Federal Com base na leitura dessa súmula, é CORRETO 
afirmar que o STF sedimentou o entendimento 
de que: 
I - o patrimonialismo deve ser banido definitivamente da prática existente na 
Administração Pública. 
II - a proibição da prática do nepotismo não se estende às empresas públicas e às 
sociedades de economia mista. 
III - as nomeações de administradores públicos devem obedecer aos princípios da 
moralidade e da impessoalidade previstos na Constituição brasileira. 
IV - o servidor concursado, detentor de função gratificada, uma vez que se enquadre 
nas 
hipóteses do enunciado, deve ser demitido do cargo efetivo a bem do serviço público. 
V - as vedações previstas no enunciado sumulado impedem o exercício de cargo 
público 
provido por meio de concurso público de provas e títulos. 
Estão CORRETAS somente as afirmativas 
 
 
 
II e IV; 
 
 III e IV; 
 
 I e V; 
 
 
I e III; 
 
II e V; 
Gabarito 
As afirmativas I e III estão corretas devido: 
A questão em tela trata da aplicação da Súmula Vinculante nº 13 do Supremo Tribunal 
Federal, que explicita a inconstitucionalidade da prática do nepotismo na Administração 
Pública. Essa Súmula foi editada na esteira da decisão que declarou a constitucionalidade 
da Resolução o nº 07, do Conselho Nacional de Justiça (STF, Pleno, ADC nº 12, Rel. 
Min. Carlos Ayres Britto, DJE de 18.12.2009). 
A primeira assertiva, conquanto genérica, está correta: os cargos e as funções públicas 
não integram o patrimônio dos agentes públicos – nem dos que têm poder de nomear, 
nem dos que são nomeados. Desde a Declaração dos Direitos do Homem da Assembleia 
Nacional Francesa, entende-se que, sendo “todos os cidadãos iguais perante a lei, são, 
igualmente, admitidos a todas as dignidades, cargos e empregos públicos, segundo a 
capacidade de cada um e sem outra distinção que não seja a das suas virtudes ou talentos” 
(art. 6º, in fine). Portanto, tratar cargos públicos como patrimônio pessoal, do qual os 
administradores podem dispor como bem entenderem, viola a Constituição da República. 
A seguir, a terceira assertiva está correta: diz-se que a Súmula Vinculantenº 13 explicitou 
a inconstitucionalidade da prática do nepotismo porque essa prática ofende diretamente 
os princípios constitucionais da moralidade e da impessoalidade, enunciados no art. 37 
da Constituição da República. São esses os princípios violados quando o administrador 
trata cargos e funções públicas como patrimônio seu. 
Gabarito

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