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Medidas de segurança

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Medidas de segurança 
Conceito 
Sanção penal imposta pelo Estado, na execução de uma sentença, cuja 
finalidade é exclusivamente preventiva, a fim de se evitar que o autor de uma 
infração penal que tenha demonstrado periculosidade volte a delinquir 
(Finalidade preventiva). 
 A pena se fundamenta na culpabilidade (naquilo que o indivíduo fez); a 
medida de segurança se fundamenta na periculosidade (naquilo que o 
indivíduo é). Difere, assim da pena, a qual se funda na culpabilidade, pois na 
medida de segurança tem como premissa a periculosidade. (ESTEFAM, 2010, p. 
176) 
Sua aplicação pressupõe: 
 a) tenha agente praticado um fato típico e ilícito; 
 b) que seja caso, em tese, de condenação; 
 c) que o réu tenha demonstrado periculosidade. (ESTEFAM, 2010, p. 176) 
Há duas espécies de periculosidade: 
 1ª) presumida: Independe da comprovação no caso concreto, pois a lei 
presume de forma absoluta (ocorre na hipótese do inimputável por doença 
mental (art. 26, caput, do CP); 
 2ª) Real: Exige demonstração no processo (ocorre quando o réu é semi-
imputável por doença mental –art. 26, § único do CP). (ESTEFAM, 2010, p. 176) 
Diferenças entre pena e medida de segurança 
• As penas têm caráter retributivo-preventivo. As medidas de segurança 
têm natureza eminentemente preventiva; 
• O fundamento da aplicação da pena é a culpabilidade; a medida de 
segurança fundamenta-se na periculosidade; 
• As penas são determinadas; as medidas de segurança são por tempo 
indeterminado. Só findam quando cessa a periculosidade do agente; 
• As penas são aplicáveis aos imputáveis e semi-imputáveis; as medidas de 
segurança são aplicáveis aos inimputáveis e, excepcionalmente aos semi-
imputáveis, quando estes necessitarem de tratamento curativo. 
Princípio da legalidade 
Como sanção, submete-se aos princípios da legalidade (Art. 5º, XXXIX da CF). 
Pressupostos ou requisitos para aplicação da medida de segurança 
• Prática de fato típico punível; 
• Periculosidade do agente. Pode ser presumida (art. 26, “caput” do CP) e Real 
(Art. 26, § único; 
• Ausência de imputabilidade plena. 
Espécies de medida de segurança (Art. 96 do CP) 
a) Internação em hospital de custódia e tratamento psiquiátrico (Detentiva): 
Será obrigatória nos crimes apenados com reclusão. 
b) Sujeição a tratamento ambulatorial (restritiva): Será obrigatória nos crimes 
apenados com detenção e se mostrar recomendável no caso concreto. 
 OBS1: De acordo com o STJ, se ao réu for imposta medida de segurança 
de internação e ele se encontrar em penitenciária, em virtude da vaga 
de estabelecimento adequado, haverá constrangimento ilegal, 
devendo ser beneficiado com tratamento ambulatorial. (ESTEFAM, 2010, 
p. 176) 
 OBS2: O tratamento ambulatorial pode ser convertido a qualquer tempo 
em internação, desde que necessário para fins curativos (Art. 97, § 4º do 
CP). O inverso não é possível. (ESTEFAM, 2010, p. 176) 
Sistemas de aplicação 
1º) vicariante: Só admite a imposição de uma espécie de sanção penal: pena 
ou medida de segurança; 
2º) duplo binário: sistema que admite a imposição de pena e medida de 
segurança pelo mesmo fato a pessoa perigosa. 
O CP adota o sistema vicariante. (ESTEFAM, 2010, p. 176-177) 
Inimputabilidade e medida de segurança: 
De acordo com o CP, a inimputabilidade pode ocorrer em três hipóteses: 
 1ª) Doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou 
retardado; 
 2ª) Menoridade; 
 3ª) Embriaguez completa por caso fortuito ou força maior. 
 Somente no 1º caso é que se cogita a aplicação de uma medida de 
segurança, pois ao menor inimputável aplica-se o ECA (Lei 8069/90) e, no 
terceiro caso, a solução será a absolvição própria (sem aplicação de qualquer 
sanção). (ESTEFAM, 2010, p. 177) 
 Hipóteses de aplicação de medidas de segurança 
A medida de segurança somente é cabível para o inimputável por doença 
mental (Art. 26, “caput” do CP), cuja sentença tem natureza absolutória 
imprópria (absolve, mas aplica sanção), e para o semi-imputável por doença 
mental (art. 26, § único do CP), cuja sentença terá natureza condenatória (em 
que o juiz imporá uma sentença reduzida de 1 a 2/3 e, havendo necessidade 
de tratamento, por ser perigoso o réu, a substituirá por medida de segurança. 
(ESTEFAM, 2010, p. 177) 
Regras da medida de segurança: 
• Tem prazo indeterminado e persistem enquanto durar a periculosidade do 
agente; 
• Para o STF, este prazo nunca poderá ultrapassar 30 anos, uma vez que se 
estende às medidas de segurança a vedação constitucional relativa a 
penas de caráter perpétuo; 
• A cessação da periculosidade, que acarreta o término da medida de 
segurança, só pode ser constatada por perícia médica, não podendo 
substituí-la o relatório clínico; 
• O Exame de cessação de periculosidade só poderá ser realizado após o 
prazo mínimo fixado na sentença (1 a 3 anos); após este prazo, será 
realizado anualmente, ou a qualquer tempo, se o juiz das Execuções o 
determinar; 
• A desinternação ou a liberação serão sempre condicionais, pois, se o 
agente praticar fato indicativo de sua periculosidade, será restabelecida 
a medida. (ESTEFAM, 2010, p. 177) 
Medida de segurança durante a execução da pena 
 Diante da superveniência de doença mental na fase de execução da 
pena, abrem-se duas possibilidades: 
 1ª) Internação em hospital para o tratamento da doença (CP, art. 41); 
 2ª) Conversão da pena em medida de segurança (LEP, art. 183). 
 O STJ entendeu que à medida de segurança substitutiva, não se aplica 
a regra legal do tempo indeterminado de cumprimento, devendo ter como 
limite máximo o prazo da pena privativa de liberdade substituída. (ESTEFAM, 
2010, p. 178) 
Prescrição e extinção de punibilidade 
Todas as causas extintivas de punibilidade (Art. 107 do CP) são aplicáveis às 
medidas de segurança, inclusive a prescrição. 
Internação provisória ou preventiva 
A lei 12403/2011 modificou o sistema da prisão preventiva, criando diversas 
outras medidas cautelares, dentre elas a internação provisória (art. 319, VII do 
CPP), que poderá ser decretada nas hipóteses de crimes praticados com 
violência ou grave ameaça, quando os peritos concluírem ser o réu inimputável 
ou semi-imputável e houver risco de reiteração. 
Cuida-se, portanto, de medida aplicável somente em relação a infrações 
graves, praticadas com violência ou grave ameaça, e que pressupõe, além da 
constatação, em decorrência da instauração de incidente de sanidade, de 
que o indiciado ou réu é inimputável ou semi-imputável, a conclusão de que 
apresenta considerável potencial de reincidência. A internação deve ocorrer 
em hospital de custódia e tratamento psiquiátrico ou, à falta, em outro 
estabelecimento adequado. (ESTEFAM, GONÇALVES, 2013, p. 656).

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