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12. Propriedade intelectual e inovações na agricultura 2

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Propriedade intelectual e inovações na agricultura
CNPq/FAPERJ/INCT-PPED 
Atores e interações no sistema nacional de inovação para a agricultura: a indústria de sementes e máquinas agrícolas. Autora: Juliana Pires de Arruda Leite
	O conjunto de organizações e instituições que compõem um sistema de inovação representa uma estrutura onde vários agentes desenvolvem um amplo conjunto de atividades voltadas para inovar que inclui:
 
realizar pesquisa e desenvolvimento (P&D) por meio da criação e combinação do conhecimentos; 
construir competências a serem usadas nas atividade de P&D e na inovação; 
estabelecer redes e promover a aprendizagem entre diferentes organizações envolvidas no processo inovativo: 
criar e modificar instituições (regras, normas, rotinas) que influenciam a capacidade de inovação das organizações e o próprio processo inovativo (propriedade intelectual); e 
financiar o processo de inovação e outras atividade que possam facilitar a comercialização e a adoção de conhecimentos e tecnologias.
Sistemas de inovação são compostos por atores heterogêneos. Heterogeneidade que se expande ainda mais quando a base do conhecimento é multidisciplinar e possui diferentes fontes, como no caso da agricultura.
Roseboom (2004 apud MENDES, 2009) classificou dois grandes grupos de agentes num sistema de inovação conforme as suas funções: 
O primeiro integra funções que são exclusivamente (ou predominantemente) de responsabilidade do governo – formulação de políticas; alocação de recursos públicos; regulação e relações internacionais;
2. Àquelas funções que são compartilhadas entre governo e demais agentes e stakeholders relacionados à inovação (financiamento, pesquisa e desenvolvimento, criação de fluxos de conhecimento, transferência de tecnologias, capacitação de recursos humanos).
Segundo Malerba (2006), entre os diferentes atores, existe o seguinte:
processo de troca;
Competição;
Comando (integração vertical);
Cooperação formal;
Interações informais e relações de rede.
Um sistema setorial é composto de teias de relacionamentos entre atores heterogêneos, com diferentes objetivos, crenças, competências e comportamentos.
Alves e al (2005) destacam cinco áreas em que a biotecnologia está revolucionando a forma de praticar agricultura:
biodiversidade – marcadores moleculares, novas moléculas, novos genes;
produção vegetal e silvicultura – melhoramento genético, propagação, crescimento e nutrição, defesa vegetal;
agroindústria – produtos fermentados, biomassa, processamento de alimentos, produção de energia;
meio ambiente – biomonitoração, biorrecuperação de ecossistemas degradados e controle biológico.
Existem duas frentes não excludentes de pesquisa para a área de sementes: o melhoramento convencional, sustentado em cruzamento/seleção e genética quantitativa e melhoramento que utiliza técnicas derivadas da biologia molecular e da bioinformática, para a obtenção das modificações genéticas desejadas. 
Os autores evidenciam as implicações econômicas dos sistemas de biossegurança e autorizações relacionadas à rotulagem, preservação de identidade, segregação e rastreabilidade, aspectos ligados a inovações tecnológicas que afetam o comércio de commodities agrícolas.
Importantes empresas sementeiras nacionais, principalmente dos segmentos de soja e milho, foram adquiridas por grandes empresa transnacionais.
O advento de novos paradigmas tecnológicos, como o inovador sistema de fazer sementes introduzindo-se genes de outras espécies, sustenta-se nos avanços da biologia e da genética molecular. Pavitt (1984) denominou de setores intensivos em ciência.
Pesquisas em melhoramento genético: as pesquisas são realizadas tanto pelo setor público como pelo setor privado. No setor público, a Embrapa realiza papel relevante no desenvolvimento de novas sementes, assim como outros institutos de pesquisa e universidades.
O setor privado é representado pelas filiais das grandes empresas multinacionais atuantes no país, assim como pelas empresas nacionais, cooperativas e fundações sem fins lucrativos.
Os atores envolvidos no processo de pesquisa em melhoramento vegetal tem origem em diversas áreas do conhecimento. O avanço na fronteira do conhecimento, como no caso das biotecnologias, tem realçado o caráter multidisciplinar dessa fase da pesquisa. As articulações entre instituições públicas e privadas em redes de pesquisa tem sido mais utilizadas.
	O Processo tecnológico na indústria de sementes
Pesquisa em melhoramento genético Semente básica 
Processo de multiplicação Semente certificada difusão
Processo de multiplicação: permite que a semente básica se torne semente comercial. O tempo deste processo varia conforme a disponibilidade de área e dos testes realizados. 
Esta fase é realizada por empresas cooperantes ou licenciadas para a multiplicação ou beneficiamentos das sementes, sob licença/contrato com empresas geradoras da semente básica.
Semente certificada: é resultado do processo de multiplicação da semente básica, produzida em corresponsabilidade com a entidade certificadora, que atesta a semente segundo padrões específicos de qualidade, nos quais se comprove a manutenção das características de melhoramento genético da semente.
Cada classe de sementes deve apresentar garantia de identidade genética e de pureza varietal, conforme normas estabelecidas por entidade certificadora. Além da certificação, as empresas podem proteger legalmente suas novas cultivares desenvolvidas, mediante registro de cultivares no Sistema Nacional de Proteção de Cultivares (SNPC).
Difusão: é o processo pelo qual a nova semente é divulgada ao público. Dá-se por meio de palestras técnicas, seminários, congressos e dias de campo, geralmente promovidos pelas empresas a fim de fornecer o maior número possível de informações sobre o novo produto.
Santini e Paulillo (2003) descrevem os contratos de parceria na indústria de sementes, que variam entre:
A parceria tecnológica para o desenvolvimento de pesquisa em conjunto;
Parceria em testes de ensaio para avaliação dos resultados ou de validade de teste DHE e VCU;
Os contratos de produção que envolvem a multiplicação e a comercialização das sementes.
A indústria de máquinas agrícolas: o setor de máquinas agrícolas abrange a produção de equipamentos para toda a cadeia agroindustrial, desde o preparo do solo, passando pelo plantio, colheita até o armazenamento e o transporte de produtos agrícolas para o consumo direito ou indústria alimentícia.
O segmento é composto de três modalidades: tratores de roda, colheitadeiras e implementos agrícolas.
O desenvolvimento de máquinas agrícolas no Brasil encontra relação com o período mundialmente conhecido como revolução verde, marcadamente caracterizado pela intensificação de uso de insumos industriais no campo.
	Enquanto as máquinas (tratores e colheitadeiras) organizam-se numa estrutura oligopolizada, com grandes players de atuação mundial e maior dinamismo tecnológico, os implementos (arados, grades ou plantadeiras) contam com um sem-número de empresas pequenas e médias, de operação regional e com tecnologia de produção tradicional, mais intensiva em metalurgia que propriamente mecânica.
	O crescimento do poder de mercado das grandes empresas transnacionais no setor de máquinas agrícolas, da mesma forma que no setor de sementes, deu-se a partir da estratégia de fusões e aquisições, criando empresas globais com grande capacidade competitiva.
Estas fusões e aquisições que, segundo Castro e Fonseca (1991), podem ser identificadas desde o final dos anos 1970, reforçam o processo de concentração de capitais e oligopolização da indústria mundial de tratores e equipamentos agrícolas.
Fonseca ressalta que a evolução técnica das máquinas e implementos teve sua trajetória ligada à figura de inventores: homens práticos que produziram inovações que demandaram anos de melhoria até atingirem o mercado e a fabricação em série. 
A autora ressalta que,para este setor, a existência de um padrão de desenvolvimento tecnológico não radical, mas cumulativo. Este padrão está associado à presença de fortes economias de escala na planta, assim como na diferenciação de produtos. 
Para Castro e Fonseca (1991), este modelo de inovação dá lugar a duas formas de aprendizado: 1) entre as atividades de P&D e as etapas de fabricação, que pode resultar em economias de custo; 2) entre a atividade de P&D e as atividades agrícolas, em que o trator tem o desempenho avaliado pelos usuários, que pode incentivar e acelerar a diferenciação de produtos.
No que diz respeito às tecnologias de fronteira fomentadas pelo setor de máquinas agrícolas, Reame Jr. (2008) afirma que uma transição se delineou: equipamentos de base tecnológica mecânica (materiais, pneumática, hidráulica) estão sendo substituídos por novas tecnologias como a eletrônica, software, sensoriamento e comunicação de dados, no contexto da agricultura de precisão.
Esta nova geração de tecnologias é capaz de tratar de maneira específica cada parcela da terra, planta ou animal. São produtos que incorporam equipamentos computadorizados e tecnologia de satélites que permitem precisar a quantidade e a localização de aplicação de insumos como fertilizantes, sementes e pesticidas.
Mediante geoprocessamento, é possível gerar mapas digitais para monitoramento de máquinas e implementos agrícolas, assim como as produções agrícolas.
	
	Vian (2009) identifica a existência de um tipo de interação, que é a parceria entre as empresas regionais de menor porte e as grandes transnacionais, para o desenvolvimento, produção e comercialização de equipamentos específicos, com pequeno volume de produção.
	O autor destaca uma tendência de fechamento de parcerias entre as empresas de equipamentos autopropelidos e as de implementos agrícolas e a consolidação de parceriais entre as empresas de tratores e de implementos.
	A noção de sistemas de inovação seja adequada para a análise da realidade agrícola do país, na medida em que se constitui em uma complexa gama de atores, dispersos em diferentes cadeias produtivas, com uma ampla diversidade de elos entre o setor público, o setor privado e as organizações da sociedade civil. 
	No Brasil, os institutos públicos de pesquisa e as universidades foram os principais responsáveis pela adaptação, geração e introdução de novas tecnologias, que possibilitaram alcançar significativos ganhos de produtividade no setor agrícola, sendo a criação da Embrapa, em 1973, um marco na construção dos sistema nacional de inovação para a agricultura. 
O desenvolvimento da P&D, no setor de sementes, se mostra mais decisivo no que tange à concorrência e à estrutura de mercado. A inovação, naquele setor, é parte fundamental do sucesso das firmas, e o setor privado investe grandes quantias na realização de pesquisa, principalmente em engenharia genética.
No setor de máquinas agrícolas, a inovação não exerce tanta força no processo concorrencial, mais fundamentado nos aspectos do financiamento e da rede de distribuição e assistência técnica.
Se o sistema nacional de inovação para a agricultura apresenta diversidade de agentes, afirma-se que existem gargalos. Fuck e Bonacelli (2010) afirmam que a evolução do sistema brasileiro de CT&I para a agricultura evidencia uma baixa capacidade de organização sistêmica entre seus principais atores.
A Embrapa e seu papel no sistema 
nacional de inovação agrícola: 
Pedro Abel Vieira at al
O Sistema de Inovação Agrícola (SAI) do Brasil revelou-se fundamental e tornou o país referência mundial em agricultura tropical. 
Entre os resultados do SAI:
desenvolvimento do sistema de plantio direto,
tecnologias ambientalmente sustentáveis, como os inoculantes de soja, feijão, milho, trigo e cana-de-açúcar e os agentes de controle biológico;
Indústria de sementes e mudas e de um programa de bioenergia reconhecidos mundialmente.
Maior feito: incorporar áreas marginais à produção, como as dos cerrados com grãos, fibras e carnes e as do semiárido, com frutas. 
A trajetória da agricultura brasileira não foi baseada exclusivamente nas expansão da fronteira agrícola.
Embora a incorporação de novas áreas tenha sido um vetor importante, entre as décadas de 1970 e 1990, foi o aumento da produtividade que possibilitou ao Brasil a ocupação de um lugar de destaque na produção agrícola global.
Entre 1975 e 2011, houve um intenso crescimento da produção agrícola no Brasil, enquanto o aumento do uso da terra revelou-se muito inferior, significando aumento do rendimento.
Quando o rendimento cresce persistentemente, isso implica que houve mudança de métodos de produção pelos agricultores, ou seja, emprego de tecnologia, que é o fator-chave do crescimento da produção.
	A trajetória da agricultura brasileira no passado foi calcada no deslocamento da fronteira agrícola em direção aos cerrados e ao semiárido e, no presente, as exigências socioambientais tem grande importância no direcionamento das políticas e dos investimentos no setor.
A agricultura brasileira contemporânea apresentou uma trajetória marcada por quatro vetores distintos:
expansão da fronteira agrícola;
obtenção de ganhos de produtividade;
busca de sustentabilidade econômica;
necessidade de produzir com sustentabilidade ambiental e social que contribuíram para resultados como uma maior produção, oferta de preços mais baixos e de grandes volumes de divisas para o país.
A inovação na agricultura está cada vez mais complexa e dependente da inovação em geral.
O investimento em pesquisa e desenvolvimento (P&D) agrícola no Brasil é menor que nos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) que nos seus concorrentes diretos na agroeconomia mundial.
O Sistema de Inovação Agrícola (SIA) é complexo, diverso e tem a Embrapa como principal agente. 
A Embrapa conta com 46 centros de pesquisa compostos por dez centros nacionais temáticos: Agrobiologia, Agroenergia, Agroindústria de Alimentos, Agroindústria Tropical, Informática Agropecuária, Instrumentação, Meio Ambiente, Monitoramento por Satélite, Recursos Genéticos e Biotecnologia, Solos;
14 centros nacionais de produtos: Algodão, Arroz e Feijão, Caprinos e Ovinos, Florestas, Gado de Corte, Gado de Leite, Hortaliças, Mandioca e Fruticultura, Milho e Sorgo, Pesca e Aquicultura, Soja, Suínos e Aves, Trigo, Uva e Vinho;
17 centros ecorregionais e agroflorestais: Acre, Agropecuária Oeste, Agrossilvipastoril, Amapá, Amazônia Ocidental, Amazônia Oriental, Cerrados, Clima Temperado, Cocais, Meio-Norte, Pantanal, Pecuária Sudeste, Pecuária Sul, Rondônia, Roraima, Semiárido, Tabuleiros Costeiros;
5 unidades de serviços: Café, Gestão Territorial, Informação Tecnológica, Produtos e Mercado, Quarentena Vegetal.
	O Sistema de Inovação Agrícola (SAI) conta com o apoio da rede das Organizações Estaduais de Pesquisa Agropecuária (Oepas), possibilitando a cobertura dos variados ambientes de produção agrícola do país e a integração com os diversos atores do setor agrícola nacional.
	A Embrapa mantem acordos com o setor privado para a pesquisa aplicada e a solução de problemas de curto prazo.
Os avanços na produção, na produtividade/rendimento e na participação mundial da agricultura brasileira atestam o sucesso do SAI nas últimas quatro décadas.
	Os progressos foram obtidos principalmente na produção agropecuária propriamente dita. Cada vez mais essa segmentação é substituída por uma configuração contínua, que começa antes da produção, passa pelos sistemas de produção e termina na mesa do consumidor, com crescente governança deste último.
	
	As melhorias ocorreram em diversas áreas do conhecimento – na mecânica (máquinas e implementos, irrigação e aviação agrícola), na química (fertilizantes e defensivos), na biologia (sementes, microorganismos, controle biológico e transgênicos), na agronomia (preparo e conservação do solo, práticas culturais, cultivares, épocas de plantio, colheita e pré-processamentoe sistema de produção animal), nos processos agroindustriais (pós-colheita, processamento, logística, especialização, agregação de valor) e nos processos organizacionais (gestão, criação de cooperativas, mercados e comercialização).
	
	Essas áreas envolvem questões transdisciplinares (alimentos convenientes, emissões de gases do efeito estufa, especialidade, funcionalidade, inocuidade, qualidade, rastreabilidade, sanidade, segurança e aspectos sociais).

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