Sintese e questoes 6a aula PC 20 a e 23set16

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Prof. Dr. Jair Rodrigues Garcia Junior - UNOESTE, 2016.
Curso de Educação Física
Bioquímica Aplicada à Educação Física
Sexta aula (20 e 23 set 2016)
Via da fosfocreatina (PC)
	A creatina é um composto nitrogenado sintetizado a partir dos aminoácidos metionina, glicina e arginina. Um adulto possui cerca de 120 g de creatina no corpo e 95% deste total está nos músculos. Neles, 60% da creatina está na forma fosforilada (creatina ~ P), que é a forma de combustível energético, pois é a energia que mantém a ligação entre a creatina e o P. Parte da creatina corporal é convertida espontaneamente em creatinina, a qual é eliminada diariamente na urina (2 g/dia). Por isso, a necessidade diária de creatina para indivíduos sedentários é de 2 g. Parte é obtida da alimentação (carnes) e parte é produzida pelo fígado, pâncreas e rins.
	Quando é iniciado um treinamento, a necessidade de creatina nos músculos aumenta. Normalmente o suprimento também aumenta, pois há maior consumo de alimentos fonte e os órgãos mencionados acima aumentam sua produção. Dessa forma, os músculos (fibras musculares) acumulam mais creatina fosfato, aumentam a capacidade para o exercício, acumulam mais água e ficam hipertrofiadas (inchadas). Porém, há concentrações mínima e máxima (limite) de creatina. Uma pessoa que não se alimenta de carnes têm o mínimo que é de aproximadamente 120 mmol/Kg, enquanto um individuo treinado, que consuma ou não suplementos de creatina, pode atingir o máximo de 160 mmol/Kg. Após o consumo indicado no suplementos (20 g/d durante 5 dias) a concentração tende a ser de 140-150 mmol/Kg.
A via da PC é a via mais simples, rápida e potente para ressíntese do ATP, porém é ativada apenas na transição de uma condição de baixa para alta demanda de energia, quando é ativada a enzima creatina fosfoquinase (CPK ou CK). Portanto, não é utilizada durante o repouso. Essa via consiste na cisão (quebra) da ligação entre a creatina e o fosfato (P), liberando energia “apenas” para ressíntese do ATP. O estoque de PC (90 mmol/Kg tecido) é cerca de 4-6 vezes maior que o estoque de ATP nas fibras musculares. Mesmo assim, é bastante limitado. Quando a contração muscular é vigorosa (intensa), o estoque de PC é suficiente apenas para 10-15 segundos e se esgota, diferente do estoque de ATP, que nunca se esgota. Portanto, mesmo realizando um exercício de intensidade moderada-alta, depois de 15-30 seg o estoque de PC se esgota e o indivíduo não pode mais contar com essa via metabólica para a produção de energia durante a continuidade do exercício. 
O estoque de PC pode ser resposto, porém isso só pode acontecer durante o repouso, quando a mesma enzima creatina fosfoquinase (CPK ou CK), havendo disponibilidade de energia, reverte a reação química. Não há necessidade de consumir alimentos ou qualquer coisa, pois basta usar a energia disponível do ATP para reestabelecer as ligações entre creatina e P. Normalmente, 3-4 min de recuperação são suficientes para repor cerca de 85% da PC, proporcionando condições para realização de um novo esforço semelhante ao anterior. Os exercícios de musculação representam um bom exemplo da utilização e reposição da PC. A cada série de repetições o estoque de PC e depletado (esgotado). No período de recuperação antes da série seguinte, o estoque é parcialmente reposto e permite a execução de outra série. 
Utilize as informações acima e explicações da aula para responder as questões.
21. A creatina é um aminoácido, uma proteína ou outro tipo de molécula? Quais são os substratos para sua síntese?
22. Em qual condição a PC é utilizada pelos músculos como substrato energético? 
23. O estoque de PC é pequeno, médio ou grande? Esse estoque é suficiente para quanto tempo de prática de um esforço máximo (de alta intensidade)?
24. Quando ocorre a ressíntese da PC? O que é necessário para essa ressíntese?