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Ética e Moral

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Filosofia 
O que é ética?
Noções de bem e mal: podemos discernir uma coisa da outra a partir da moral, um conjunto de 
regras de conduta (derivada do latim mores) que significa aquilo que tem relação com os 
costumes. Seu significado se aproxima do de ética (do grego ethos), mas há uma diferença entre 
elas. 
A ética se preocupa em detectar os princípios de uma vida conforme à sabedoria filosófica, em 
elaborar reflexão sobre as razões de se desejar justiça e a harmonia sobre os meios alcançá-la. A 
moral está mais preocupada na construção de um conjunto de prestações destinadas a 
assegurar uma vida em comum, justa e harmoniosa. 
 A moral seria um código de conduta definindo ações como boas ou más, a ética constituiria uma 
reflexão filosófica sobre a moral.
A ética pressupõe em primeiro lugar um sistema de valores(avaliando se possui qualidade 
negativa ou positiva), em segundo pressupõe que o agente moral (a pessoa que faz algo de bom 
ou de mal), é responsável, consciente e livre em relação à suas ações ou seja ele assume a 
responsabilidade pelo que faz e por isso pode ser culpado, ou digno de mérito (se faz algo bom).
 Mas para que se possa assumir qualquer responsabilidade, é necessário que sua ação seja livre 
e consciente.
Um exemplo disso seriam crimes culposos, pois neles o agente não tinha intenção de causar mal 
aquele outro indivíduo, sendo assim, sua ação não era livre e consciente, logo ele não pode ser 
culpado. 
EGOÍSMO E ALTRUÍSMO 
Egoísmo, vem do grego oigo, que significa "eu", remete a ideia de que seria uma pessoa que 
coloca os próprios interesses em primeiro lugar, muitas vezes em detrimento dos interesses dos 
demais. 
Já o altruísmo, vem do francês autres , que significa "outro". Significa a atitude daquele que se 
importa com as demais pessoas. 
Casos de egoísmo causam indignação justamente por colocar seus interesses acima dos valores 
morais, casos de altruísmo geram admiração por expressarem virtudes. 
Mas nem todas as atitudes egoístas são condenáveis, já que o homem também precisa pensar 
nos seus próprios interesses para sobreviver. Egoísmo fere a moralidade quando seus 
interesses próprios entram em conflito com os interesses coletivos. 
Alguns pensadores dizem que o egoísmo é uma característica natural do ser humano, como por 
exemplo por temerem consequências desagradáveis dos seus atos.
THOMAS HOBBES Egoísmo seria uma característica natural. Hobbes dizia que o ser humano 
não hesita em usar violência para garantir satisfação de seus desejos, mas essa não é a melhor 
condição da natureza humana, pois o ser humano só evolui (material ou espiritualmente) quando 
freia seus impulsos egoístas. 
Herbert Spencer defendia uma moral egoísta, pois o ser humano deveria primeiro cuidar de seus 
interesses, para então cuidar dos interesses alheios. Só assim seria possível a autopreservação. 
Ayn Rand diz que já que o homem não possui uma forma de sobrevivência automática, ele deve 
esforçar-se para sustentar sua vida. E se isso fosse ser mau (preocupar-se primeiro consigo, com 
seus interesses), sobreviver seria mau, a vida humana seria má.
Joseph Butler (bispo anglicano e filósofo inglês do século XVIII) defende o altruísmo como 
tendência natural do ser humano, tanto quanto o egoísmo. Ele dizia que há um princípio natural 
de benevolência no homem, 	que o amor próprio e a benevolência são coincidentes. A 
benevolência nós daria satisfação e o amor-próprio segurança em relação ao nosso 
comportamento na sociedade.
.
O egoísmo e altruísmo podem ser entendidos tanto como princípios da natureza humana 
(egoísmo ou altruísmo psicológicos), como também compreendidos como princípios morais e 
(egoísmo ou altruísmo normativo).
Teorias éticas 
Além de nos dizer o que não é permitido, a moral também nos dá diretrizes para tomarmos 
nossas decisões.
 Em princípio, parece algo impessoal, vindo de cima, como por exemplo de Deus. Mesmo se sua 
existência fosse negada como fonte dos preceitos morais, ainda devemos admitir que muitas, 
senão todas as convicções morais se devem algum tipo de doutrinação: as ordens, conselhos, 
ameaças, súplicas de nossos pais, professores, amigos, autoridades públicas, artistas, leitura de 
autores do passado e etc. Então por que se muitos os preceitos morais que cultivamos vão 
contra os nossos interesses pessoais, devemos segui-ló por quê? Por que devemos ser virtuosos 
ou agir de acordo com os preceitos estabelecidos pela moral? 
Se adotarmos um comportamento moral seria mais proveitoso? Há evidências de que isso 
não é verdade. Agir de modo estritamente moral, pode implicar em sacrifício como de uma 
carreira profissional, aceitação em um grupo social ou até mesmo colocar em risco a própria 
vida. Sendo assim, qual a justificativa da moral?
Qual a sua origem? Alguns diriam que é religiosa, mas nem todos aceitariam. Platão coloca a 
seguinte questão: "O que é pio é amado pelos Deuses por ser pio ou é pio por ser amado pelos 
Deuses?", ele quis dizer que os preceitos divinos não são justos pelo mero fato de terem sido 
dados pelos Deuses, mas são dados pelos Deuses pelo fato de serem justos.
A moral não é só aquilo que se considera bom ou mal, certo ou errado, justo ou injusto e varia 
imensamente de uma época para outra, de um povo para outro ou até mesmo de um indivíduo 
para outro, sendo assim, como podemos compreender e aceitar tamanha diversidade de 
sistemas morais? E mesmo que possamos admitir que apenas um deles esteja correto, que 
razões teríamos para discernir qual deles seria entre tantos? 
Devido à complexidade, vários filósofos formularam teorias que podemos dividir, de modo 
simplificado, em três categorias: teoria das virtudes, teoria do dever e as teorias 
consequencialistas.
Teoria das virtudes 
Enfatiza a importância de desenvolvemos bons hábitos, de modo a fortalecer o nosso caráter.
Por exemplo: É necessário que uma pessoa aprenda a virtude da benevolência para começar agir 
de modo benevolência, ou seja, pressupõe que o agir se dá de acordo com o ser.
Para podermos viver e agir de forma moral é necessário antes aprender essas normas para poder 
distinguir o certo do errado.
Platão identificava quatro virtudes em particular, também conhecidas como virtudes cardeais: 
sabedoria, coragem, temperança e fortaleza. Posteriormente autores cristãos (como Ambrósio 
de Milão, Agostinho de Hipona e Tomás de Aquino) retornariam esse sistema Platônico e 
acrescentariam as chamadas virtudes teologais: Fé, esperança e caridade. 
Para Aristóteles, as virtudes identificariam como os bons hábitos que seriam necessários para 
controlar nossas emoções
No perigo, por exemplo, nós sentimos medo e para enfrentá-lo, expressamos a virtude da 
coragem. Aristóteles identificou e analisou 11 diferentes virtudes: coragem, moderação, 
liberdade, magnificências, magnanimidade, orgulho, meio termo entre ambição e 
desprendimento, amabilidade, sinceridade, espirituosidade, vergonha, justiça.
Para os gregos o cultivo da virtude tinha como objetivo a eudaimonia que seria "boa vida” ou 
“felicidade”, mas não se ligava aos Prazeres individuais, tão pouco a felicidade era momentânea, 
tratava de uma vida cuja realização pessoal só podia dar-se com a participação do cidadão 
para o bem comum. Era um sentido de realização, uma vida de Sabedoria filosófica em que 
todas as virtudes integrariam. 
Atualmente a teoria das virtudes teve um declínio com a ascensão de teorias éticas que 
enfatizam a ação, mas ainda possui seus defensores, como o filósofo britânico
Alasdair MacIntyre: Ele dizia que o aprendizado das virtudes se dá concomitantemente ao das 
atividades práticas. Criticou a concepção Iluminista que busca fundamentar a moral universal 
com base em uma noção de razão universal. Ele buscou uma solução para esse problema em 
uma nova fundamentação para moral, recorrendoa história da filosofia e tomando como base a 
teoria aristotélica das virtudes.
Teorias do dever 
para a maioria das pessoas os preceitos morais são entendidos como obrigações, devem ser 
seguidos simplesmente porque é nosso dever e não porque seu cumprimento resultará em 
algum benefício nosso ou de outrem. Por exemplo: Meu vizinho matou alguém eu posso 
denunciá-lo ou posso não denunciá-lo, mas nada disso é relevante, pois o que importa é que eu 
tenho um dever moral em denunciar para que a justiça seja feita independentemente das 
circunstâncias 
Samuel Pufendorf 
Disse que os deveres se dividem em três categorias: os deveres para com Deus, os deveres para 
consigo mesmo e os deveres para com os outros.
John Locke 
Outra importante teoria do dever é aquela que parte do princípio de que existem direitos e 
deveres, John Locke falou sobre isso, ele disse que existem os direitos naturais do ser humano 
como direito à vida, à saúde, à liberdade e à propriedade. A declaração Universal Direitos dos 
Humanos, adotada pela ONU, tem forte inspiração na teoria dos direitos e deveres. 
Immanuel Kant, diferente de Pufendorf, não se baseia em uma pluralidade de princípios morais, 
mas se define a partir de um único fundamento chamado imperativo categórico, que se 
diferencia imperativos hipotéticos, que são baseados em desejos ou condições como: se você 
quiser ser bem Vista socialmente deve tratar as pessoas com respeito. O imperativo categórico 
determina o que devemos ou não fazer e ponto final. Além disso se difere de Locke porque, para 
ele, o discernimento da Lei moral é tarefa somente da razão e não da experiência. Kant acredita 
que a norma moral seria Universal, válida para todas as épocas e para todas as pessoas.
As teorias consequencialistas 
colocam toda a ênfase nas consequências e a norma passa a ser considerada válida, ou não de 
acordo com o resultado da ação e não pelo fato da norma ser justa em si.
 O utilitarismo defende a ética consequencialista
 Jeremy Bentham disse que as consequências da ação humana podem ser expressas em duas 
categorias: prazer e dor e a moralidade deve garantir o máximo de prazer e um mínimo de dor 
para o maior número de pessoas, se considerando assim, capaz de julgar e avaliar um valor 
moral da conduta humana. Enfatiza a moralidade da ação.
 John Stuart Mill criticou ele(Jeremy Bentham), pois ele dizia que a ação moral não envolve 
apenas fatores quantitativos( a quantidade de dor e prazer no caso),mas tem de ser avaliada 
também, em seu aspecto qualitativo. Para Mill, existe uma diferença qualitativa entre o ato de 
por exemplo jogar damas ou ler poesia, nesse caso ler seria qualitativamente mais elevado. Isso 
pode gerar alguns paradoxos éticos, por exemplo: um torturador que sente prazer na tortura 
maior do que a dor sentida pela vítima. Justificaria moralmente a tortura? 
Busca entender em que consistiria a avaliação moral da ação e a moralidade das próprias 
normas. 
Para Mill a intervenção do estado na economia e na sociedade tem aspectos bons e ruins. Sua 
proposta é organizar o Estado de modo a garantir a permanência da liberdade, de aumentar a 
produção de riquezas. Ele também era um defensor do sufrágio feminino e crítico da religião 
Tradicional, em parte inspirado pelo filósofo francês Auguste Comte, positivista, Mill propõe a 
criação de uma religião da humanidade fundada em bases Racionais.
Dilemas éticos 
Muitas vezes somos incapazes de discernir claramente se nossa ação será boa ou má. Os 
problemas éticos geralmente ocorrem porque na situações concretas, muitas vezes entram em 
jogo valores diferentes e conflitantes se as ações humanas são livres e simples, escolhas podem 
ser dolorosas, como por exemplo: eu tenho a oportunidade de salvar milhares de pessoas, mas 
para isso eu teria que cometer um crime. Essa ação seria certa ou errada? 
Herbert de Souza (Betinho) foi um sociólogo que dirigia uma ONG de auxílio a portadores de HIV. 
Uma pessoa gostaria de doar $40000 a sua organização, dinheiro oriundo de jogo do bicho, se 
ele aceitasseestaria recebendo dinheiro oriundo de uma atividade ilegal, mas estaria ajudando a 
enfrentar uma epidemia que assolava o Brasil. Ele aceitou a ajuda justificando sua decisão da 
seguinte maneira: a ética não é uma etiqueta que a gente põe e tira, é uma luz que a gente projeta 
com os nossos pés, de modo como pudermos com acertos e erros, sempre e sem hipocrisia. 
Os dilemas éticos envolvem um difícil e delicado processo de avaliação dos valores em jogo em 
cada situação.
Relativismo moral 
É um tanto impossível encontrar princípios morais absolutos. Atualmente, é amplamente aceito 
que a moral não deriva da natureza humana, mas é construída histórica e culturalmente, temos 
que reconhecer que a moral é uma construção cultural e não um fato da natureza ou revelação 
divina. Se a moral varia de uma época histórica a outra, de povo para povo, de grupo social para 
grupo social, então não poderia haver um ponto de vista privilegiado ninguém poderia julgar 
as ações do outro, pois cada um age de acordo com suas próprias normas e não haveria termos 
de comparação. Todo julgamento seria preconceituoso.
Relativismo moral seria uma posição metaética em que o julgamento moral ou de valores varia 
conforme a entidade diferentes como indivíduos, culturas e classes sociais que as propõe.

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