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Variações linguísticas A língua portuguesa encontra-se em constante alteração, evolução e atualização, não sendo um sistema estático e fechado. O uso faz a regra e os falantes usam a língua de modo a suprir suas necessidades comunicativas, adaptando-a conforme suas intenções e necessidades. Sendo uma sociedade complexa, formada por diferentes grupos sociais, com diferentes hábitos linguísticos e diferentes graus de escolarização, ocorrem variações na língua, principalmente de caráter local, temporal e social. Nem todas as variações linguísticas usufruem do mesmo prestígio, sendo algumas consideradas menos cultas. Contudo, todas as variações devem ser encaradas como fator de enriquecimento e cultura e não como erros ou desvios. Tipos de variação As variações linguísticas ocorrem principalmente nos âmbitos geográficos, temporais e sociais. Variações regionais (diatópicas ou geográficas) São variações que ocorrem de acordo com o local onde vivem os falantes, sofrendo sua influência. Este tipo de variação ocorre porque diferentes regiões têm diferentes culturas, com diferentes hábitos, modos e tradições, estabelecendo assim diferentes estruturas linguísticas. Exemplos de variações regionais: Diferentes palavras para os mesmos conceitos; Diferentes sotaques, dialetos e falares; Reduções de palavras ou perdas de fonemas. Variações históricas (diacrônicas) São variações que ocorrem de acordo com as diferentes épocas vividas pelos falantes, sendo possível distinguir o português arcaico do português moderno, bem como diversas palavras que ficam em desuso. Exemplos de variações históricas: Expressões que caíram em desuso; Grafemas que caíram em desuso; Vocabulário típico de uma determinada faixa etária. Variações sociais (diastráticas) São variações que ocorrem de acordo com os hábitos e cultura de diferentes grupos sociais. Este tipo de variação ocorre porque diferentes grupos sociais possuem diferentes conhecimentos, modos de atuação e sistemas de comunicação. Exemplos de variações sociais: Gírias próprias de um grupo com interesse comum, como os skatistas. Jargões próprios de um grupo profissional, como os policiais. Variações situacionais (diafásicas) São variações que ocorrem de acordo com o contexto ou situação em que decorre o processo comunicativo. Há momentos em que é utilizado um registro formal e outros em que é utilizado um registro informal. Exemplos de variações situacionais: Linguagem formal, considerada mais prestigiada e culta, usada quando não há familiaridade entre os interlocutores da comunicação ou em situações que requerem uma maior seriedade. Linguagem informal, considerada menos prestigiada e culta, usada quando há familiaridade entre os interlocutores da comunicação ou em situações descontraídas. Como a resenha pede um elemento importante de interpretação de texto, depois de ter feito uma boa leitura e releitura do texto, e antes de começar a escrever seu resumo crítico, identifique: Qual foi o tema tratado pelo autor? (Um ótimo meio de identificar um tema importante de um livro é resumi-lo em uma só palavra.) Qual o problema que ele coloca? Qual a posição defendida pelo autor com relação a este problema? A opinião do autor ficou clara para você? Quais os argumentos centrais e complementares utilizados pelo autor para defender sua posição? Como a obra reflete nos dias atuais? COMO COMEÇAR Mas como começar uma resenha? Uma boa introdução deve ser informativa, clara e cativar o leitor, a fim de que ele saiba o que o espera e tenha interesse em continuar a leitura. Há várias possibilidades para a abertura do texto: o contexto histórico do livro, uma anedota, uma frase surpreendente ou intrigante, uma afirmação etc. Independentemente do tipo de frase inicial, lembre-se de escolher algo direto, conciso e relacionado de alguma forma à sua crítica da obra. Há uma série de questões que você pode tentar responder em sua introdução. Veja: De que trata o livro? De que modo o assunto é abordado? Qual é a tese do autor? Qual a intenção do autor? A que tipo de leitor se dirige o autor? O tratamento dado ao tema é compreensível? O livro foi escrito de modo interessante e agradável? O leitor, que é a quem o livro se destina, irá achá-lo útil? Comparando essa obra com outras similares e com outros trabalhos do mesmo autor, a que conclusões chegamos? Com as informações mais importantes em mãos, você vai discorrer sobre elas em alguns parágrafos. A introdução serve para fazer com que o leitor se localize, ou seja, é importante explicar todos os pontos relevantes da obra que está sendo resenhada em relação a estes critérios: assunto/tema; o problema elaborado pelo autor; e a posição do autor diante deste problema. Aqui, tente não deixar o conteúdo muito complicado, apenas introduza o leitor e faça com que ele se familiarize com o texto lido por você. Se você emperrar na introdução, deixe-a por último. Uma vez que seus argumentos estejam organizados e sua posição em relação à obra esteja estabelecida, será mais fácil escrever uma introdução compatível com o conteúdo da crítica. COMO DESENVOLVER O desenvolvimento, na teoria, é a parte mais longa da resenha. É nele que você vai ter liberdade para se alongar um pouco mais, discutir as ideias presentes na obra resenhada e as ligações entre ela e outros textos, teorias ou autores. No desenvolvimento, você deve apresentar o conteúdo da obra, enfatizando as ideias centrais do texto e os argumentos e ideias secundárias. Aqui, deve mesclar os momentos de pura descrição com a sua análise crítica. Mas lembre-se: não devem ser feitas separações físicas entre as partes da resenha (com a subdivisão do texto em resumo, análise e julgamento, por exemplo). COMO CONCLUIR Outro ponto em que muitos têm dúvidas é na hora de escrever a conclusão. Esse espaço final da resenha serve para expor sua avaliação geral sobre a obra. Até aqui você já deve ter discutido os argumentos do autor e como ele os defende, assim como ter avaliado a qualidade e a eficiência de diversos aspectos do livro ou artigo. Agora é o momento de avaliar o trabalho como um todo, determinando coisas como se o autor conseguiu ou não atingir os objetivos propostos e se a obra contribui de maneira significante para a área de conhecimento da qual faz parte. Se você defendeu sua posição com bons argumentos, a conclusão surgirá naturalmente. Procurar brechas na trama vai ajudá-lo a pensar sobre essas questões de um modo mais crítico. Por outro lado, detectar os elementos que o autor desenvolveu com sucesso vai ajudá-lo a identificar as qualidades do livro. CHECK FINAL Ao finalizar seu texto, deixe o esboço de lado e releia-o após alguns dias para enxergar o texto com um novo olhar. Quando fizer isso, considere se sua resenha contém: · Uma síntese do texto resenhado, com a apresentação das principais ideias do autor; · Uma análise aprofundada de pelo menos um ponto; · Um julgamento do texto como um todo, feito a partir da análise desenvolvida ao longo; · Soluções para os problemas encontrados por você. Partindo de tudo que foi dito, talvez você já tenha uma boa ideia sobre o que escrever em sua resenha e até mesmo sobre a estrutura que deve seguir: como iniciar, desenvolver e finalizar seu texto. Agora é hora de colocar a mão na massa! Com estas dicas, você com certeza vai escrever uma resenha crítica vencedora.
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