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03/05/2018 Disciplina Portal http://estacio.webaula.com.br/Classroom/index.html?id=2303811&classId=932004&topicId=2652712&p0=03c7c0ace395d80182db07ae2c30f034&enableForum= Tópicos em Libras: surdez e inclusão Aula 1 - Diferença, inclusão e identidade na sociedade contemporânea INTRODUÇÃO Adquirir noções instrumentais da língua de sinais não é o único objetivo deste curso. A língua de sinais é utilizada por sujeitos sinalizantes (surdos ou ouvintes que dominam a língua de sinais brasileira) em contextos especí�cos de interação cujo histórico aponta para preconceitos e mal-entendidos acerca das diferenças como um todo e da identidade do surdo na sociedade. 03/05/2018 Disciplina Portal http://estacio.webaula.com.br/Classroom/index.html?id=2303811&classId=932004&topicId=2652712&p0=03c7c0ace395d80182db07ae2c30f034&enableForum= Você já viu um grupo de surdos conversando? Pôde perceber a riqueza linguístico-comunicacional por detrás daqueles movimentos que parecem estranhos aos ouvintes? Pois então, a partir de agora você irá conhecer um pouco mais sobre a língua de sinais brasileira: seus usuários, seus costumes e formas como lidam com o mundo. Nesta primeira aula, você deverá abrir os seus horizontes em relação a um mundo diferente, o mundo da língua de sinais e dos sujeitos sinalizantes. Vamos começar? OBJETIVOS Reconhecer algumas mudanças na sociedade contemporânea em relação às formas de comportamento do sujeito na vida social. Identi�car aspectos relacionados à identidade do sujeito contemporâneo em termos de inclusão social. Identi�car aspectos culturais e sociolinguísticos da surdez. Estabelecer noções básicas de LIBRAS. 03/05/2018 Disciplina Portal http://estacio.webaula.com.br/Classroom/index.html?id=2303811&classId=932004&topicId=2652712&p0=03c7c0ace395d80182db07ae2c30f034&enableForum= COMEÇANDO A TRABALHAR Que tal começarmos esta disciplina já com uma parte prática? Muitas vezes os ouvintes acreditam que as palavras em LIBRAS são construídas letra a letra, mas isso não é bem verdade. Entretanto, para muitas palavras, especialmente nomes de pessoas e lugares, as letras do alfabeto compõem uma palavra da mesma maneira como ocorre em qualquer língua. VÍDEO No vídeo ao lado, você assiste a um surdo sinalizando as letras do alfabeto manual da Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS). Ao �nal, ele também irá sinalizar os números de 0 a 9. Aproveite para rever quantas vezes quiser, pois esse é o seu primeiro contato com a LIBRAS, como ouvinte, para aprender o "bê-á-bá" da comunidade surda. A Datilologia é uma representação manual da ortogra�a do português ou de qualquer outra língua oral, cumpre a função de empréstimo linguístico, ou seja, introduz na LIBRAS novas palavras que não têm sinais próprios. VÍDEO Neste vídeo, você verá uma série de sinais (nome, sinal, idade, casa/morar, onde) aplicados fora de contexto, somente para você conhecer as palavras usadas na apresentação pessoal. Informação Cultural (IC): Nas comunidades sinalizantes é hábito apresentar-se não somente informando o nome, mas também com um SINAL. Esse SINAL pode ser entendido como uma espécie de “batismo” dentro dessas comunidades. Cada pessoa tem um SINAL próprio que faz referência a alguma característica particular dela (somente referência física; física com a primeira letra do nome; um evento marcante etc.). VÍDEO Neste vídeo, você viu os sinais aplicados dentro de frases, em contextos de uso efetivo da língua. No primeiro vídeo, as palavras estavam isoladas; neste, elas são empregadas em situações práticas de comunicação em LIBRAS. Informação Linguística (IL): as frases em LIBRAS, muitas vezes, omitem algumas palavras que são usadas; em outras palavras, são construções sintéticas, econômicas. Lembre-se: LIBRAS não é a tradução de língua portuguesa. Quer um exemplo? Em português, dizemos “qual é o seu nome?”, já em LIBRAS basta usar as palavras “seu” + “nome”, e a interrogação é marcada pela expressão facial. ENTENDENDO O CENÁRIO Faremos, nesta primeira aula, algumas considerações sobre inclusão, identidade e diferença, principalmente no âmbito dos estudos sobre surdez e língua de sinais. 03/05/2018 Disciplina Portal http://estacio.webaula.com.br/Classroom/index.html?id=2303811&classId=932004&topicId=2652712&p0=03c7c0ace395d80182db07ae2c30f034&enableForum= Ao veri�carmos a história da educação de surdos e também de como a sociedade os tratou, veri�caremos uma série de equívocos que vão desde considerar a pessoa surda um “de�ciente mental”, em sentido mesmo pejorativo, até obrigá-la a métodos educativos que visavam apagar as diferenças entre surdos e ouvintes, impondo aos surdos a língua e a cultura oral. Para saber mais sobre essas estratégias para a inclusão, leia Lei de LIBRAS (glossário) e o decreto que a regulamenta (glossário). VOCÊ SABIA? 03/05/2018 Disciplina Portal http://estacio.webaula.com.br/Classroom/index.html?id=2303811&classId=932004&topicId=2652712&p0=03c7c0ace395d80182db07ae2c30f034&enableForum= As pessoas surdas não são mudas. O termo “surdo-mudo” é fruto de um equívoco do passado. Os surdos têm, salvo exceção, o aparelho fonador preservado. Se aparentemente não falam, isso se deve a di�culdades impostas pela memória auditiva e não percepção do som que emitem. Por isso, não se deve falar “surdo-mudo”. Vamos começar, então, re�etindo um pouco sobre a sociedade contemporânea e suas “novas” formas de relacionamento, construção de identidade e preservação da cultura; em especial, as in�uenciadas pela chamada globalização. Para tal, é necessário que se investiguem as relações entre língua, cultura e sociedade. A sociedade contemporânea reivindica uma revisão das próprias formas de se pensar a língua, o papel e lugar das ciências políticas que a tomam como objeto de pesquisa, re�exão e análise. Nesse sentido, a sociedade é convocada a enfrentar as constantes incompletudes, provocadas por um mundo globalizado, onde o global e o local se interpenetram e as diferenças não se encaixam na “completude” (BAUMAN, 2005). VÍDEO As novas formas de relacionamento através da internet, redes sociais – ciberespaço etc. e o intercâmbio cultural são signi�cativamente mais velozes e dinâmicos do que no passado. Além da internet, o celular é hoje um aparelho quase que indispensável à sobrevivência na sociedade urbana. Este aspecto atinge inclusive as pessoas surdas, cujo uso do celular é bastante frequente, tornando-se um excelente meio de comunicação para esse grupo social. Além disso, a própria disciplina que você está fazendo neste exato momento faz parte da evolução tecnológica que permite a comunicação a qualquer hora e em qualquer lugar, como você pôde observar no vídeo acima. Através dessas novas relações, o local e o global passaram a se interpenetrar constantemente, di�cultando sua identi�cação e tornando incoerente um conceito de identidade (linguística e cultural) que não seja o mesmo para qualquer indivíduo; em outras palavras, uma identidade �uida, comum a todos. MAS SERÁ QUE SOMOS IGUAIS? 03/05/2018 Disciplina Portal http://estacio.webaula.com.br/Classroom/index.html?id=2303811&classId=932004&topicId=2652712&p0=03c7c0ace395d80182db07ae2c30f034&enableForum= LÍNGUA E IDENTIDADE PARA OS SURDOS Fonte da Imagem: Esse fenômeno da crise de identidade pode ser observado em vários setores da sociedade. Em relação aos surdos e às comunidades sinalizantes não é diferente. Após vários anos de total exclusão e subjugamento a padrões culturais inerentes a uma vida tipicamente ouvinte, os surdos – conduzidos pelas pesquisas na área da linguística, da educação e outras – puderam reconhecer-se como seres dotados de uma língua. Suas comunidades linguísticas apresentam peculiaridades culturais a elas inerentes. Fonte da Imagem: 03/05/2018 Disciplina Portal http://estacio.webaula.com.br/Classroom/index.html?id=2303811&classId=932004&topicId=2652712&p0=03c7c0ace395d80182db07ae2c30f034&enableForum=Os surdos passam, então, a a�rmar suas identidades com base, principalmente, em características linguísticas e culturais. Devido aos longos anos de uma experiência não favorável ao seu reconhecimento, foi necessária a criação de associações diversas, a produção de discurso de defesa e luta, entre outros, que garantissem esse espaço na sociedade. DESFAZENDO MITOS E PRECONCEITOS Assim, fazer da identidade linguística uma tarefa e um objetivo do trabalho, pode ser considerado um ato de libertação: libertação da inércia dos costumes tradicionais, das autoridades imutáveis, das rotinas pré-estabelecidas e das verdades inquestionáveis. A exacerbação disso levou, por um lado, a conquistas imprescindíveis, mas, por outro, a equívocos prejudiciais. Por isso, propomos agora um esquema para que você possa rever algumas informações consideradas “verdadeiras”: PRECONCEITO X PRECONCEITO Muito surdos passaram a negar veementemente a possibilidade de aprendizado da língua portuguesa, uma vez que, para muitos, isso signi�caria uma perda de sua “identidade surda”. OUVINTE X SURDO O novo olhar da sociedade sobre a surdez, evidentemente, não pode e não deve implicar subordinação, no sentido de se concluir que há uma comunidade melhor e superior a outra. No entanto, não se pode esquecer que a categoria “surdo” tem seu signi�cado construído a partir da oposição “ouvinte” e vice-versa. Mesmo que se possam admitir diferentes dimensões de signi�cados para essas categorias, o que se tem constantemente é que surdos e ouvintes são comumente tomados como um sendo o contrário do outro. SURDEZ E A LÍNGUA PORTUGUESA Há necessidade de se repensar as formas de discutir identidade surda no campo da surdez. Não se pode, em nome da defesa de uma causa, intensi�car implicitamente o aumento das di�culdades do surdo em relação à língua portuguesa. Uma coisa é dizer que o surdo tem a LIBRAS como primeira língua (ou língua nativa), outra coisa é, baseado em uma visão biologizante, fazê-lo acreditar que não tem capacidade para aprender língua portuguesa. O SURDO E A RELAÇÃO FAMILIAR Sempre é bom lembrar que a maioria dos surdos é �lho de pais ouvintes e possui uma família de ouvintes. A despeito do fato de que muitas famílias o renegam ou demoram a aceitá-lo como ser capaz, não se pode propor que os surdos simplesmente ignorem a existência de suas bases familiares, sejam elas quais forem. ATIVIDADE Para �nalizar esta aula, propomos a você um desa�o. Abaixo você dispõe de alguns termos importantes utilizados nessa aula e a descrição deles. Leia atentamente a descrição e tente encaixar ao termo correto. • INES; • Sinal; • Inclusão; • Sinalizante; • Integração; • Libras. •______________: Conjunto de ações que visam incluir pessoas portadores de necessidades (educativas) especiais na sociedade como um todo, mas que para tal promove modi�cações/adaptações também da parte da sociedade para receber e incluir essas pessoas. •______________: Conjunto de ações que visam integrar pessoas portadoras de necessidades (educativas) especiais à sociedade sem, contudo, exigir mudanças da sociedade. •______________: Neste curso, refere-se ao elemento linguístico que corresponde aos itens lexicais formadores do léxico da língua de sinais. 03/05/2018 Disciplina Portal http://estacio.webaula.com.br/Classroom/index.html?id=2303811&classId=932004&topicId=2652712&p0=03c7c0ace395d80182db07ae2c30f034&enableForum= •______________: Refere-se a toda pessoa que domina a língua de sinais e é dela usuário no seu cotidiano. •______________: Sigla referente a Língua Brasileira de Sinais. Trata-se da língua de sinais utilizada por grande parte dos surdos brasileiros que a têm como primeira língua. A língua brasileira de sinais foi reconhecida como meio legal de comunicação entre pessoas das comunidades de surdos brasileiros através da Lei 10436 de 24 de abril de 2002. •______________: Instituto Nacional de Educação de Surdos, fundado em 1857 pelo Imperador D. Pedro II sob orientação do professor francês Ernest Huet. Resposta Correta Glossário
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