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Seminário I Histeria tratametno psíquico tratamento da alma

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Universidade Federal de São Carlos . 
Ensino Temático de Filosofia II 
Silvia Cristina Vergilio Pica, RA 600539 
São Carlos, 07 de Dezembro de 2017. 
Seminários I - Histeria - 1888, e Tratamentos psíquico e tratamento da alma- 1889. 
 
 
 
SEMINÁRIO I 
SIGMUND FREUD - HISTERIA - 1888 (PARTE I) 
 
Introdução 
Desde os primórdios, nos estudos da medicina na antiga Grécia, um médico de renomada 
reputação Hipócrates (460 a 377 a.c), concebeu a palavra Histeria, a um conjunto de 
sintomas em uma doença considerada orgânica que advinha do útero ( doença uterina), sendo 
portanto essa doença exclusivamente feminina, desta forma, sua teoria era bastante excêntrica 
para os dias atuais, mas coerente para época. Essa doença orgânica, a qual ele denomina 
Histeria, era causada pela privação sexual (de relações sexuais), e assim o útero se deslocava 
pelo corpo da mulher a procura de umidade, o que acaba acometendo a mulher de vários 
sintomas, como: convulsões, respiração ofegante, pois o útero subiria até o hipocôndrio onde 
era gerado esses sintomas, e se o útero chegasse a atingir o coração da paciente, esta entraria 
em sofrimento e teria algumas reações, tais como: ansiedade e vômitos. 
Durante os séculos a Histeria recebeu várias vertentes de estudos, e abordagens, era vista de 
várias formas. 
A partir da Idade Média, por exemplo, ela deixou de ser tratada pela medicina, e passou a ter 
uma abordagem agostiniana, passando a ser objeto da Teologia (teólogos cristãos, religiosos e 
padres). 
Alguns sintomas como por exemplo, convulsões, respiração ofegante, eram vistos como 
expressões de prazer sexual, e desta forma, era considerado um grande pecado, quando os 
sintomas acrescentavam o sufocamento e os vômitos, as mulheres acometidas de histeria 
eram vistas como possuídas pelo demônios, isto na época da inquisição, e a Igreja Católica 
investigava cada caso de histeria que, na grande maioria da vezes eram considerados como 
casos de bruxaria, feitiçaria, e possessão demoníaca- satanismo, e o fim desses histéricos era 
ser condenados a morte pela fogueira. 
1 
Muitas foram as formas de se, descrever, analisar ou mesmo julgar os sintomas da histeria 
durante os séculos. Outra observação seria que, algumas vezes a histeria era vista sendo um 
efeito, um calor que percorre todo o corpo, ebulindo em um manifestação constante que não 
cessa, causando convulsões, e que todo esse excesso de calor seria a paixão, um entusiasmo e 
grande amor, e desta forma seria atribuído esses sintomas as moças que procuram por um 
namorado, para as mulheres - jovens viúvas ou jovens separadas. 
Após tantas demonstrações de como era vista a histeria, e as formas que seus sintomas eram 
classificados como: possessões demoníacas - satanismo, bruxaria, feitiçaria, necessidades 
sexuais, e todas elas atribuídas exclusivamente as mulheres (jovens solteiras -separadas ou 
viúvas), depois de muitos enganos nos julgamentos, a Histeria sai do âmbito exclusivo da 
Igreja, as consideradas ‘investigações religiosas’, para se tornar um estudo científico, ela 
volta para a àrea da medicina. 
Assim na segunda metade do século XVIII, um renomado neurologista e pesquisador francês 
Jean Martin Charcot, começa a tratar a histeria como uma neurose. 
O médico austríaco Sigmund Freud, fez seus estudos sobre o histeria influenciado pelos 
achados de Charcot. 
Assim o que vai ser estudado, neste seminário será sobre a Histeria e o Tratamento psíquico e 
da alma, o que está relacionado aos métodos e as formas de tratamento. 
 
 
 HISTERIA - 1888 (PARTE I) 
 
O conceito de histeria que aparece no livro, sendo um enfoque da psique e da alma, algo que 
está contido, ou que se apresenta ao decorrer dos estudos de Freud. 
Para tanto, Freud busca através dos sintomas saber as causas principais, se elas são 
biológicas ou causas nervosas, causado pela mente. Desta forma, Freud apontou com o 
Estudo sobre a Histeria algumas considerações muito importante sobre a mente e o corpo, em 
que elas podem atuar concomitantemente sobre a origem de uma doença. 
A histeria como foi sendo estudada de várias modos, era vista de forma preconceituosa e 
também de origem factual pela igreja que tratava com exorcismo, ou nos casos mais 
escabrosos com a morte. 
2 
A histeria é uma neurose, ou seja, alterações perceptíveis do sistema nervoso, ela se baseia na 
alteração e modificação biológica do sistema nervoso, uma excitação nas partes diferentes do 
sistema nervoso. 
Segundo alguns estudo da histeria, uma fórmula ‘fisiopatológica’, que foi assim descoberta 
para definir a neurose de modo ‘nosográfico’, pela totalidade dos sintomas que apresenta 
(apresenta de forma igual a doença de Basedow pelo grupo de sintomas -exoftalmia, bócio, 
tremor, aceleração do pulso e alteração psíquica). 
Os estudos em geral sobre o conhecimento dos estados psíquicos, alguns estudiosos como os 
alemães quantos os ingleses, concebem a definição ‘histeria’ com os estudos nervosos em 
geral, a neurastenia e algumas outras neuroses que não foram retiradas do caos das doenças 
nervosas. 
Para Charcot a histeria é um quadro clínico, nítido e bem definido, que pode se reconhecer 
com clareza daquilo que se conhece como ‘ grande histeria’ ou histeroepilepsia.’ 
Dentro da sintomatologia inclui-se uma série de sintomas como sendo: 
Os ataques convulsivos: dividido em três fases, no primeiro sendo os ataques epiléticos, no 
segundo como se os movimentos se assemelham ao do ataque epiléticos, mas com menos 
intensidade e brutalidade, que não causa nenhum ferimento, e no terceiro o paciente tem 
alucinações, em que a consciência pode ser mantida ou não. 
Os ataques podem durar horas ou até mesmo o dia todo, alguns ataques histéricos podem ao 
invés de possuir fases apresentam uma espécie de coma, este coma pode se assemelhar a um 
sono natural mas, como possui uma atividade respiratória e circulatória diferenciada, há uma 
diminuição em um sistema orgânico em que a respiração fica atingida e a circulação do 
sangue e do oxigênio ao cérebro diminui, e assim existe o perigo desse ataque resultar em 
morte; pois houve casos de ataques que duraram semanas e a nutrição do corpo diminui. 
 
As zonas histerogênicas: são lugares hipersensíveis do corpo, em que a estimulação 
desencadeia um ataque, e geralmente começa neste local. E como identificar essas zonas, elas 
ocupam lugar na pele, nas partes profundas dos ossos, mucosas, nos órgãos dos sentidos 
(olhos, nariz, boca), ocorrem no tronco, como no abdomem (ovários das mulheres), no peito 
tanto das mulheres como nos dos homens, que aparecem nos testículos,no cordão 
espermático (trato urinário do pênis). As zonas histerogênicas, são numerosas, as vezes raras, 
unilaterais ou bilaterais. 
3 
Os distúrbios da sensibilidade: esses distúrbios desempenham um papel proporcionalmente 
menor. Consiste em anestesia ou hiperestesia , na hiperestesia a tendência é de transformar as 
sensações ordinárias em sensações dolorosas, acuidade anormal da sensibilidade e estímulos, 
a anestesia é uma suspensão geral ou parcial da sensibilidade em decorrência neurológicas, 
ou podem ser introduzidos por anestésicos, e podem ser descritos como sendo um estado de 
insensibilidade, apatia, desinteresse ( insensível ao sofrimento alheio, frieza). 
 
A anestesia histérica : ela e geralmente de um grau tão alto que atinge de forma mais intensa o 
tronco nervoso, impedindo a reação sensível. E quando ela é total estendendo-se por toda a 
superfície da pele, e também a maioria dos órgãos sensoriais, consistindo em uma anestesia 
semelhante a que é produzida (cápsulas internas), causados por agentes externos. 
A semi anestesia histérica pode ocorrer as vezes em um órgão dos sentidos, ou qualquer outro 
lado, qualquer lugar que seja sensível dentro do campo simétrico. Além disso, a anestesia 
histérica pode ocorrer em pontos dispersos, ser unilateral ou bilateral, aparecendo em certas 
áreas do corpo do paciente, nos membros inferiores ou nos órgãos internos ( laringe, 
estômago, etc). 
A anestesia histérica, geralmente é um sintoma que deve ser examinado pelo médico, porque, 
embora sua extensão e intensidade sejam muito grandes, ela geralmente escapa 
completamente à percepção do paciente. 
 
Distúrbios da atividade sensorial : esses distúrbios podem afetar todos os órgãos dos sentidos, 
altera a sensibilidade, pois os distúrbios histéricos da visão consiste em ( amaurose unilateral 
ou ambliopia) . 
Além da visão que pode permanecer alterada, pode ocorrer uma diminuição extraordinária 
das atividades sensoriais especialmente alterando o olfato e a audição (surdez). 
 
Paralisias : são mais raras que a anestesia e geralmente acompanhadas de anestesia na parte 
do corpo paralisada. A Paralisia histérica não levam em consideração a construção 
anatômica do sistema nervoso. A Hemiplegia histérica, afeta o braço a perna do mesmo lado, 
podendo haver uma contratura dos músculos faciais e da língua. Ela pode também perdurar, 
afetar somente o segmento de um membro como a mão. As hemiplegia histérica está 
associada em todos os casos com hemianestesia. 
4 
A anestesia das pernas pode apresentar paralisia intestinal e da bexiga, que pode ser 
semelhante a uma paralisia espinhal. A paralisia pode se estender não a membros inteiros, 
mas a fragmentos como mãos, ombros e cotovelos, etc. ; podendo atingir os músculos dos 
glúteos, e também pode ocorrer alguns fenômenos como a alteração da excitabilidade 
elétrica, que corresponde na incapacidade de pronunciar sons ou movimentos para falar e 
também a capacidade fonética é mantida. Todas as paralisias histéricas são consideradas de 
grande intensidade pois elas podem limitar uma parte do corpo, de executar movimentos. 
 
As Contraturas : entre as formas de histeria, existe uma inclinação geral da musculatura para 
responder com contraturas a estímulos leves. Elas não cedem enquanto dormem, e ao 
contrário das contraturas orgânicas, sua intensidade não varia pelo trabalho da excitação, 
temperatura, etc. 
As contraturas musculares sensoriais e viscerais são muito frequentes e em uma série de 
casos, constituem o mecanismo pelo qual a paralisia cancela a função. 
 
Caracteres gerais : a simatologia histórica possui uma série de caracteres gerais cujo 
conhecimento é significativo, tanto para o diagnóstico quanto para a concepção desta 
neurose. A da histeria é descrita pelo paciente como dolorosa na máxima extensão, a 
anestesia e paralisia podem facilmente tornar-se absolutas, onde a contratura histérica pode 
operar a contração máxima de que um músculo é capaz. 
 
Os sintomas de afecções orgânicas, refletem na anatomia, os distúrbios orgânicos, com base 
nos distúrbios histéricos,causam espasmos vasculares, cujo efeito anatômico se distingue de 
uma embolia por exemplo, não gerando uma alteração permanente. 
Justamente com os sintomas da histeria (físicos), pode-se notar uma série de distúrbios 
psíquicos, aos quais são descobertas as alterações desta doença, algumas alterações 
associadas como inibições de atividades voluntárias, acentuação e sufocação de sentimentos, 
etc.. . 
Uma psicose, no sentido dado pelos psiquiatras, não pertence a histeria, mas pode ser 
desenvolvida com base no status histérico e nesse caso, deve ser concebido como uma 
complicação. 
5 
Existe uma forma de histeria grave, que é uma alteração que, muitos dos doentes pertencem 
às classes de pessoas gentis, que sentem a externalização de sua doença. 
Como podemos notar a histeria deve ser considerada como um status, uma diátese nervosa, 
que de tempos em tempos produz explosões, e que a etiologia do status histérico deve ser 
procurado na hereditariedade, sendo ela disposta por herança de distúrbios da atividade 
nervosa, entre parentes que são epilépticos, parentes químicos e assim por diante. 
Outro fator que podemos encontrar no entanto, são as causas acidentais da histeria, que são o 
surgimento de explosões educacionais histérica (histeria apenas nos filhos), quando 
despertam prematuramente as atividades intelectuais nas crianças, excitação frequente e 
violenta, e assim a predisposição a histeria hereditária é descartada. 
Dentro da esfera sexual a histeria é muitas vezes superestimada, pois existe histeria em 
meninas e em garotos sexualmente imaturos e por outro lado, a neurose também aparece com 
todos os seus sinais distintos no sexo masculino. 
Algumas observações feitas por médicos em que, algumas mulheres apresentam alterações 
anatômicas nos genitais e outras não, e desenvolveram casos de histeria. Sendo assim, a vida 
sexual desenvolve um papel importante na etiologia da histeria, principalmente no sexo 
feminino onde o trauma é uma causa ocasional da histeria. 
Os traumas gerais graves conhecidos como coluna ferroviária e cérebro ferroviário, são 
conhecidos por Charcot como histeria. Esses estados são sombrios e graves, e estão ligados à 
depressão e aos desespero melancólico, e pelo menos em uma série de casos que mostram 
uma combinação de sintomas histéricos com neurastênicos orgânicos. Charcot também 
mostra que a encefalopatia do saturnismo pertence a histeria, e que muitos anestésicos dos 
alcoólatras não são uma condição particular, mas são sintomas de histeria. Sendo assim a 
histeria é sempre a mesmacoisa, apenas ela é despertada por diferentes causas. 
 
A histeria é mais uma anomalia constitucional do que uma condição demarcada. É possível 
que seus primeiros sintomas aparecem mais frequentemente na primeira infância, e que não é 
nada comum o aparecimento das condições históricas em crianças de 6 a 10 anos, ou em 
período anterior a puberdade, que traz nos meninos e nas meninas uma predisposição 
histérica intensa, uma explosão de neurose. 
A histeria infantil produz os mesmos sintomas que a histeria - neurose adulta, só que as 
crianças histéricas são em muitas vezes precoces e dotadas, em que em certos casos a histeria 
6 
é apenas um sintoma de uma profunda degeneração do sistema nervoso, que expressa uma 
perversa moral perinatal. Desta forma o período que compreende a juventude com mais de 15 
anos, é claramente expressa a neurose histérica em mulheres. 
 
Defini-se histeria crônica, como distúrbios (surtos) leve e distúrbios (surtos) graves, histeria 
aguda ( separados por anos, períodos livres de distúrbios). Os primeiros anos de um 
casamento feliz, pode interromper a doença, e pode voltar quando os laços conjugais são 
resfriados, ou por causa de partos repetidos que causaram cansaço físico. 
Os homens, parecem propensos a histeria nas idades imaturas, de traumas e intoxicações, e 
também podem ser uma doença grave e os sintomas são geralmente tenazes, e a doença é de 
cunho prático, por causa de perturbações em seu trabalho. 
Existe casos em que os sintomas desaparecem, as contraturas e as paralisias que geralmente 
duram anos, derrepente sem que se espere que os distúrbios sejam curados, a função 
perturbada é restaurada em toda a sua extensão. 
Uma coisa que é válido ressaltar, é que, em nenhum caso a histeria traz risco de morte, 
mesmo na histeria mais longa, a clareza mental e as aptidões são preservadas. Mas a histeria 
ela pode ser combinada com muitas outras condições nervosas, sejam elas neuróticas ou 
orgânicas, o que mais tarde traz grandes dificuldades de análise. 
As combinações mais frequentes é a histeria com a neurastenia , que se torna neurastênico, 
algumas pessoas que têm predisposições histéricas. Esse tipo de combinação ocorre 
principalmente em homens histéricos, o sistema nervoso masculino tem uma predisposição à 
neurastenia, bem como as mulheres histéricas, mas, algumas mulheres que os médicos 
suspeitam serem histéricas na verdade são neurastênicas. 
Assim, a histeria local pode estar associada as condições do local de certos órgãos, como um 
estômago afetado, frio, vômitos, anestesia ou hiperestesia da pele, nestes casos a condição 
orgânica torna-se uma causa ocasional de neurose. 
 
Em nenhuma outra doença pode atingir conquistas milagrosas, do ponto de vista da terapia o 
médico pode dividir o tratamentos em: Tratamento em predisposição histérica, explosões 
histéricas e sintomas histéricos singulares (histeria local). 
No tratamento da predisposição histérica, o médico tem alguns espaço de manobra, sendo 
necessário adotar medidas profiláticas e de não submeter o sistema nervosos à rendimentos 
7 
excessivos, tratar anemia, o que parece dar um reforço, caso haja inclinação para contrair 
neurose, e reduzir os sintomas de histerias leves. 
No tratamento de histeria aguda, a neurose produz continuamente novos fenômenos e a tarefa 
do médico é árdua, os erros são frequentes, e os acertos são raros. O tratamento é remover o 
paciente de seu ambiente habitual e isolá-lo do círculo em que o foco foi gerado. Esse método 
permite realizar uma supervisão médica severa para que propicie o sucesso do tratamento. 
Geralmente o histérico não é o único paciente nervoso dentro do círculo familiar, pode 
produzir um aumento na excitação ou mudanças psíquicas no paciente, produzindo sintomas 
mais intensos. 
Os ataques histéricos em crianças, na maioria das vezes é necessário tirá-lo da família, para 
uma residência em um instituto médico, no qual muitas vezes a família é que produz maior 
resistência ao próprio doente. Pois o paciente longe de todas as excitações do espírito que 
contribuem para o surgimento da histeria e a aplicação de todos os tipos de meios 
terapêuticos revigorantes (massagens, hidroterapia etc..), ajuda na disposição da histeria mais 
aguda e grave, pois ela produz uma desordem geral, física e moral do paciente. 
O tratamento de um sintoma histérico singular não oferece perspectiva de sucesso enquanto 
persistir a histeria aguda. Os sintomas removidos têm recorrências ou são substituídos por 
novos, em que o médico e paciente acabam cansados. 
Sobre a prescrição de medicações, um erro grave é prescrever narcóticos. No caso de histeria 
local e residual, os medicamentos internos nem sempre podem ser evitados, e seu efeito é 
incerto. 
Em alguns casos é escolhido o tratamento direto ou indireto. Em último caso é recomendado 
uma terapêutica geral e se recomenda uma estadia ao ar livre, hidroterapia, eletricidade, e 
melhoria do sangue por medicação de arsênico e ferro. 
No tratamento indireto , é necessário cuidar de eliminar as fontes de irritação da natureza 
física, que podem ser causados por dores de garganta ou inflamação nasal que podem ser 
pertinentes para a histeria. 
No tratamento direto, consiste em eliminar as fontes da irritação psíquica, desta forma as 
causas da histeria sejam buscada no inconsciente. Nesse tratado, o paciente é iniciado na 
hipnose para eliminação do sofrimento, desta forma garantindo que através deste estímulo o 
sofrimento seja removido. 
8 
Na verdade muitos sintomas histéricos que resistiram a todos os tratamentos desaparecem 
espontaneamente sob a influência de um motivo psíquico como por exemplo; uma paralisia 
de mão direita é cancelado se em uma alteração o paciente tem o impulso de golpear seu 
oponente, ou uma excitação moral, um terror, uma expectativa (por um lugar de 
peregrinação), ou finalmente uma subversão de excitação dentro do sistema nervoso por traz 
de um ataque de convulsões. 
O tratamento psíquico direto dos sintomas histéricos se tornará o mais usado quando nos 
círculos médicos a sugestão for melhor compreendido ( Bernheim -Narrey). 
 
Sendo assim: 
A histeria é uma anormalidade dos sistema nervoso que se baseia numa distribuição direta 
de excitações, provavelmente com a formação de um excesso de estímulos dentro do órgão da 
alma. Sua sintomatologia mostra que esse estímulo excedente é distribuído por 
representações conscientes ou inconscientes, e que a distribuição das excitações dentro do 
sistema nervoso é capaz de causar distúrbios histéricos, e que tais intervenções são em 
partes de natureza física, e em outra partediretamente de natureza psíquica. 
 
(PARTE II) 
TRATAMENTO PSÍQUICO - 
TRATAMENTO DA ALMA - (1890) 
 
 
Introdução : "Psique" é uma palavra grega , e "Seele" em alemão é ("alma"), e pode-se 
dizer "tratamento psíquico" é o mesmo que "tratamento da alma", e assim se trata de 
tratamento dos fenômenos patológicos da vida espiritual. Mas esse não é o significado da 
expressão, pois o "Tratamento psíquico e o tratamento de parte da alma - são distúrbio 
psíquico ou corporal - com recursos que, de forma primária e imediata, influenciam a alma do 
homem, e assim qualquer pessoa achará que os distúrbios patológicos do corpo e da alma 
podem ser eliminados por "meras" palavras dos médicos. 
 
 
9 
 
 
Depois de um período bastante inférito em que dependia da chamada "filosofia da natureza", 
a medicina, sob a influência feliz das ciências naturais, fez seu maior progresso como ciência 
e como arte: aprofundou na construção do organismo mostrando que consiste em unidades 
microscópicas (células); aprendeu a compreender nos termos da física e da química cada uma 
das funções vitais, e para distinguir as alterações visíveis e apreensivas nas partes do corpo 
que são uma conseqüência dos vários processos patológicos; por outro lado, descobriu os 
sinais que revelam a presença de processos morbosos profundos no organismo vivo. Além 
disso, identificou um grande número de microorganismos causadores de doenças e, com a 
ajuda das intelecções que acabavam de ser obtidas, reduziu consideravelmente os perigos das 
operações cirúrgicas graves. Todos esses desenvolvimentos e descobertas diziam respeito à 
natureza corpórea do homem; e seguindo uma orientação incorreta (mas compreensível) do 
julgamento, os médicos restringiram seu interesse, e assim deixaram a cabo dos filósofos, a 
quem eles desprezavam, lidar com a alma. É verdade que a medicina moderna teve 
oportunidade suficiente para estudar o nexo entre o corpóreo e a alma, nexus cuja existência é 
inegável; mas em nenhum caso ele deixou de apresentar a alma como comandada pelo 
corpóreo. 
Desta forma se supõem que as operações mentais do cérebro bem nutrido e de 
desenvolvimento normal, de modo que sejam perturbados quando esse órgão estiver doente; e 
que se algumas substâncias tóxicas fossem introduzidas na circulação, era possível provocar 
certos estados de doença mental, ou que, em pequena escala, os sonhos podiam variar de 
acordo com os estímulos fornecidos quando estiver dormindo,. (tanto no animal quanto no 
homem) é de ação recíproca, mas a relação entre a ação da alma no corpo, pois se ele (o 
médico) concedesse uma certa autonomia à vida da alma, deixariam de pisar no campo 
seguro da ciência. 
Nos últimos quinze anos, essa orientação unilateral da medicina em direção ao corpóreo foi 
gradualmente modificada e a mudança originou-se diretamente na prática médica. 
Com o passar do tempo grande variedades de doentes e de queixas de distúrbios de vários 
pacientes, representaram um grande desafios aos médicos, que apesar de fazerem 
investigações, os avanços não chegavam a algo palpável e nem visível sobre as patologias 
encontradas nem na vida e nem na alma. Havia nesses grupos de pacientes, uma variedade de 
10 
quadro clínicos como: não conseguir realizar um trabalho intelectual devido a dores de 
cabeça ou falhas de atenção; eles machucam os olhos quando lêem, suas pernas se cansam 
quando andam; sentir surdez ou dormências; sofrem de distúrbios digestivos na forma de 
sensações dolorosas, vômitos ou espasmos gástricos; eles não podem defecar sem purgar, 
tornaram-se insomniacos, etc. Eles podem sofrer simultaneamente ou sucessivamente todas 
essas doenças, ou apenas algumas delas, e que sem dúvida todos os casos relatados poderiam 
ser sintomas da mesma doença, pois muitas das patologias estão claramente ligadas as 
influências da irritação, medo, frustração, emoções fortes de perda e dor, preocupações e 
decepções, etc., que podem desaparecer dando lugar a um estado sadio ou deixar sequelas. 
A pesquisa médica finalmente chegou à conclusão de que essas pessoas podem ser tratados 
por terem dores de estômago ou problema na visão, etc., se não há neles uma condição 
indicando que seja o sistema nervoso a ser tratado. 
O estudo do cérebro e dos nervos de quem sofre, não teve até agora nenhuma descoberta de 
alteração visível, e até mesmo muitas características do seu quadro patológico, mas que 
detemos a esperança que algum dia com meios e exame mais fino ser possível verificar se há 
alterações capazes de causar a doença. Esses estados têm sido chamados nervosidade 
(neurastenia, histeria), e são definidos como doenças meramente 'funcional' sistema nervoso. 
Muitas das afecções nervosas persistentes naqueles pacientes que apresentam apenas sinais 
patológicos da alma (chamados delírios, idéias obsessivas, insanidades). 
Os médicos tiverem a tarefa de investigar a natureza das manifestações nos casos das pessoas 
nervosas ou neuróticas e chegaram a essa descoberta: pelo menos em alguns desses pacientes, 
os sinais patológicos são apenas de uma influência alterada da vida de sua alma em seu corpo, 
portanto a causa do distúrbio deve ser buscado na alma, e procurar a causa mais remota que 
acomete a alma, que é uma influência perturbadora; e assim a ciência encontrou o nó sobre a 
dimensão da relação entre corpo e alma. 
Sobre a influência da alma, muitas coisas sempre foram conhecidas que só agora foram 
colocadas na luz certa, e o exemplo mais comum e atual de uma influência no corpo que 
qualquer um pode observar é a chamada "expressão de emoções"; pois quase todos os estados 
de humor que um homem pode ter são expressos na tensão e relaxamento de seus músculos 
faciais, a atitude de seus olhos, o fluxo de sangue em sua pele, a maneira de usar seu aparelho 
de fala e as posturas de seu membros, especialmente as mãos. Essas alterações corporais 
11 
concomitantes quase nunca são úteis para o experimentador. Pelo contrário, se ele tenta 
esconder seus processos mentais dos outros, eles muitas vezes impedem seus propósitos. 
Mas outros servem como sinais confiáveis a partir dos quais os processos da alma podem ser 
inferidos, e eles são muitas vezes mais confiáveis do que em manifestações verbais 
simultâneas e deliberadas, pois se enquanto um homem realizar certas atividades psíquicas, é 
possível sujeitá-lo a um exame mais atento, há outras conseqüências corporais nas alterações 
de seu pulso, nas mudanças na distribuição do sangue dentro do corpo e assim por diante. 
Em certos estados da mente chamados afecções, a coparticipação do corpo é tão 
impressionante e tão grande que muitos pesquisadores da alma passaram a pensar que anatureza das afecções consistiria apenas nessas exteriorizações corporais. Sabe-se então, que 
ocorrem alterações extraordinárias na circulação, secreções, nos estados de excitação dos 
músculos voluntários, sob a influência, por exemplo, de medo, raiva, quiescência da alma, 
arrebatamento sexual, que são menos conhecidos, mas perfeitamente demonstrados, são 
outras conseqüências corporais das afecções que não estão mais incluídas nas suas 
exteriorizações. Estados afetivos persistentes de uma natureza dolorosa ou, como eles dizem, 
"depressiva" , como o cuidado. preocupação e luto, reduzir a nutrição do corpo como um 
todo, tornar o cabelo cinza, desaparecer os tecidos adiposos e as paredes dos vasos 
sangüíneos se alteram patologicamente. Por outro lado, sob a influência de excitações 
jubilosas de "felicidade", vemos que o corpo inteiro floresce e a pessoa recupera muitos dos 
traços da juventude. 
É evidente que as grandes afecções têm muito a ver com a incapacidade de resistência a 
infecções; um bom exemplo disso é o que certos observadores médicos indicaram: a 
propensão para contrair tifo e disenteria é muito maior nos membros de um exército 
derrotado do que nos triunfantes. 
Os estados de doença podem ser desenvolvidos e influenciados por efeitos violentos, ou um 
grande susto ou uma dor súbita, pois nos estados depressivos podem aparecer e modificar a 
vida da pessoa. 
O pensamento ou a imaginação podem influenciar profundamente, e desempenharem um 
papel de promotores e inibidores de doenças físicas, pois a imaginação da pessoa pode 
produzir dores que ela não tenha, e mesmo ao deixar de sentir as dores que existe no corpo é 
influenciada pela imaginação ou pela negação. 
 
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E possível produzir ou aumentar a dor concentrando a atenção, elas desaparecem 
desviando-a, esta experiência pode ser usada para acalmar as crianças; o guerreiro adulto não 
sente dor por sua ferida na febre do combate; e é provável que o mártir, no ardor de seu 
sentimento religioso, na consagração de todos os seus pensamentos à recompensa celestial 
que já sorri para ele, permanece completamente insensível à dor causada pelas torturas. 
A influência da vontade nos processos patológicos do corpo não é tão fácil de documentar 
com exemplos, mas é bem possível que a intenção de curar ou a vontade de morrer não deixe 
de influenciar o resultado, mesmo em casos sérios e delicados. 
As eficácias dos tratamentos pelo pensamento, traz inúmeras tendências, com a esperanças e 
as terapias milagrosas, que são inexplicáveis, e de certa forma curiosos, pois os pacientes se 
submetem a todos tipo de tratamento para poder se curar. 
No entanto, a influência da expectativa de confiança torna-se mais evidente nas chamadas 
"curas milagrosas" que ainda são consumidas diante dos nossos olhos sem a cooperação da 
arte médica. As curas milagrosas no sentido apropriado, ocorrem em crentes sob a influência 
de cenários adequados para aumentar os sentimentos religiosos, isto é, em lugares onde uma 
imagem milagrosa é venerada ou onde uma pessoa santa ou divina que apareceu aos mortais, 
prometendo-lhes alívio em troca de sua adoração, ou onde as relíquias de um santo são 
mantidas como tesouros. Não parece fácil que a fé religiosa sozinha possa facilmente 
dispersar a doença através da expectativa, pois, em curas milagrosas, muitas vezes ocorrem 
outras perdas. O tempo em que a busca da graça divina deve ser marcado por características 
particulares; o esforço corporal imposto aos doentes, ao trabalho e aos sacrifícios da 
peregrinação, estão destinados a torná-lo digno dessa graça. Seria confortável, mas bastante 
incorreto, simplesmente negar essas curas milagrosas à fé, e explicar seus depoimentos pela 
conjunção de uma fraude piedosa com uma observação imprecisa. 
Pois preocupam-se não apenas com doenças de origem psíquica, cuja base é a "imaginação" e 
sobre a qual as circunstâncias da peregrinação podem ser influenciadas, mas também para 
estados patológicos de uma raiz "orgânica" que anteriormente tinha sido refratário a todos os 
esforços médicos. Mas não há necessidade de adotar poderes além de almas para explicar 
curas milagrosas. Tudo acontece de forma natural; de fato, o poder da fé religiosa é reforçado 
neste caso por várias forças instintivas genuinamente humanas. A fé piedosa do indivíduo é 
aumentada pelo entusiasmo da multidão no meio do qual geralmente se aproxima do lugar 
sagrado. Em virtude desse efeito de massa, todos os movimentos da alma do indivíduo podem 
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subir ao extremo. E quando é um homem sozinho que procura curar em um lugar sagrado, a 
fama e o prestígio desse lugar substituem a influência da multidão. 
Em todas as épocas existem sacerdotes e médicos da moda, em particular entre a sociedade 
seleta; e a ânsia de excelência e igualdade das mais exaltadas são poderosas forças da alma. 
Esses curandeiros produzem efeitos terapêuticos que dominam sua jurisdição e nas mãos do 
médico da moda, conhecido talvez por curar uma personalidade proeminente, o mesmo 
recurso cede muito mais do que outros médicos podem obter. Existem então taumatérios 
humanos, como existem divinos; só que esses homens, elevados aos altares de prestígio a 
favor da moda e da imitação, caem logo de seu pedestal. Daí a superabundância de curandero 
artes e curandeiras, que agora estão novamente desafiando os médicos para o exercício de sua 
profissão. 
As palavras são, sem dúvida, os principais mediadores da influência que um homem finge 
exercer sobre os outros; as palavras são bons meios para provocar alterações animistas 
naquele a quem elas são direcionadas, e por isso, já não parece enigmático afirmar que a 
insanidade da palavra pode eliminar os fenômenos patológicos, mas aqueles que, por sua vez, 
têm sua raiz nos estados da alma. 
Os médicos reconheceram claramente a importância do estado de espírito para a cura, eles 
surgiram com a idéia de não deixar o paciente se livrar da quantidade de solicitação psíquica 
[Entgegenkommen] = para se encontrar ou se conhecer, que ele poderia produzir e de ter o 
humor buscando favoravelmente com os meios apropriados o médico através do humor das 
mudanças de humor chegar a um meio que favoreça o tratamento do paciente . Com esse 
compromisso, nasce o tratamento psíquico moderno. Assim, surgiram muitos modos de 
tratamento; alguns evidentes, outros compreensíveis somente após a adoção de instalações 
complexas. É óbvio, por exemplo, que o médico de hoje não pode mais se maravilhar como 
se fosse um sacerdote ou possuidor de uma ciência oculta, pois através de sua personalidade 
ele tem que ganhar a confiança e parte da simpatia de seu paciente. Todos os laços com o 
paciente envolvendo sentimentos deternura são excluídos para o médico por causa do 
significado vital dessas situações de humor. 
O médico talvez possa orientar a atividade voluntária e a atenção do paciente, e em vários 
estados patológicos, mas essas raras oportunidades dificilmente dão lugar ao direito de 
instituir o tratamento psíquico como um procedimento terapêutico particular. No entanto, por 
um caminho singular e imprevisível, o médico recebeu a possibilidade de exercer uma 
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influência profunda, e transitória, sobre a vida psíquica de seus pacientes, e aproveitá-la para 
fins terapêuticos. Há muito que se sabe, embora apenas nas últimas décadas tenha sido 
estabelecido sem dúvida que é possível, por certas influências benignas, colocar os seres 
humanos em um estado de curiosidade ascética, que tem uma grande semelhança com o sono, 
e por esse motivo chamou de "hipnose". 
Para hipnotizar é preciso segurar um objeto brilhante na frente dos olhos, imóvel por alguns 
minutos, ou aplicando um relógio de bolso na orelha do paciente ou voluntário durante o 
mesmo tempo, ou repetidamente passando a mão aberta na frente do rosto. 
Por exemplo, a pessoa está sentada, um dedo é segurado diante de seus olhos, ele é obrigado 
a encará-lo, e então ele é informado: "Você se sente cansado. Seus olhos estão fechados, ele 
não pode mais abri-los. Seus membros se sentem pesados, ele não pode mais movê-los. Você 
adormeceu, etc. " Pois bem; nota-se que a coisa comum a esses procedimentos é o 
encadeamento da atenção; No primeiro mencionado, tenta-se cansá-lo por estímulos 
sensoriais fracos. Mas, ainda não foi satisfatoriamente elucidado com a mera "a palavra" 
provoca o mesmo estado que os outros procedimentos. Os hipnóticos exercitados indicam que 
dessa forma uma alteração claramente hipnótica pode ocorrer em 80 por cento dos 
indivíduos. 
O estado hipnótico possui gradações muito diferentes; nos mínimos graus, o hipnotizado 
sente apenas uma ligeira perplexidade, enquanto o grau mais elevado, que tem características 
surpreendentes, é chamado de "sonambulismo" pela sua semelhança com a ação, observada 
como um fenômeno natural, de adormecer . Mas a hipnose não é de todo um sono como 
nosso sono noturno ou produzido por meios artificiais. Nele apresentam alterações e 
demonstram preservar operações psíquicas que faltam no sono normal. 
as a característica mais significativa e mais importante para nós reside no comportamento dos 
hipnotizados em relação ao seu hipnotizador. Enquanto ele se comporta para o mundo 
exterior num todo como um sono faria, isto é, ele sente falta de todos os seus sentidos, ele 
permanece acordado para a pessoa que o colocou em um estado hipnótico, apenas ela ouve e 
vê, entende e responde. 
Não é que o mundo dos hipnotizados seja restrito ao hipnotizador. Isso acrescenta ao fato de 
que o primeiro obedece completamente o último, torna-se obediente e crédulo, até mesmo 
sem restrições na hipnose profunda. A manifestação prática desta obediência e dessa 
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credulidade, enfatiza-se, como personagem do estado hipnótico, que a influência da 
vida-alma sobre o corpo é extraordinariamente elevada no hipnotizado. 
Se o hipnotizador diz: "Você não pode mover seu braço", ele fica como imóvel; é evidente 
que o hipnotizado aplica toda a sua força, e não pode movê-la. 
Se o hipnotizador diz: "Seu braço se move sozinho, você não pode parar", esse braço se 
move, e vemos o esforço hipnotizado em vão para mantê-lo quieto. A representação que o 
hipnotizador deu aos hipnotizados pela palavra provocou apenas a relação alma-corpo que 
corresponde ao seu conteúdo. 
No campo das percepções sensoriais. O hipnotizador diz: "Você vê uma cobra, você cheira 
uma rosa, você escuta a música mais bonita", e o hipnotizado vê, cheira, escuta o que exige a 
inscrição instalada. Como você sabe como os hipnotizados realmente têm essas percepções? 
Pode-se pensar que ele apenas finge; mas não há motivo para hesitar porque ele se comporta 
como se ele realmente os tenha. 
Isso tudo pode ser chamado de sugestão ao ditado do hipnotizador. 
A obediência hipnótica pode ser usada para fazer uma série de experiências extremamente 
surpreendentes, que perseguem visões profundas da fábrica da alma e criam no observador 
uma convicção inabalável sobre o poder insuspeito da alma sobre o corpo. Ao hipnotizado 
pode ser transmitido a sugestão de executar uma ação determinada somente após um certo 
período após o despertar da hipnose (a sugestão para hipnotizado do hipnotizador), e 
hipnotizado cumpre esse termo e no meio do seu estado de vigília executa a ação sugerida, 
sem poder dar motivo disso. 
O despertar da hipnose vem facilmente através da palavra autorizada do hipnotizador: 
"Acorde". Na hipnose mais profunda, nada é lembrado após o que foi experimentado durante 
a hipnose sob a influência do hipnotizador. Este fragmento da vida da alma permanece, por 
assim dizer, separado do resto, alguns hipnotizados tem uma memória de sonhos, e relatam 
estar sobre um impulso psíquico. 
Existe um questionamento sobre a eficácia da hipnose, pois, a hipnose não parece satisfazer 
todas as necessidades do médico, na medida em que ele quer se apresentar como um "doutor 
da alma" em frente aos doentes? A hipnose empresta ao médico uma autoridade maior talvez 
do que qualquer sacerdote ou taumaturgo já possuído, pois traz todo o interesse psíquico do 
hipnotizado na pessoa do médico; repete no paciente a discrição de sua vida espiritual em que 
discernimos o obstáculo caprichoso para a externalização das influências psíquicas no corpo; 
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institui em si mesmo e por si só um aumento da regra da alma sobre o corpo, como foi 
observado apenas pelas afecções mais poderosas; e a possibilidade de tornar possível apenas 
no estado normal trazer à luz o que na hipnose foi introduzida no paciente (sugestão 
pós-hipnótica) coloca nas mãos do médico o uso do grande poder que ele exerce na hipnose 
para modifique o estado do paciente na vigília. 
O tratamento hipnótico significa realmente uma grande extensão do poder de ação do médico 
e, portanto, uma progressão da arte terapêutica. Todo paciente pode ser aconselhado a confiar 
se for exercido por um especialista e médico confiável. Mas a hipnose deve ser usada de 
maneira diferente do habitual hoje. Geralmente, esse tipo de tratamento é usado somente 
quando todos os outros meios não tiveram êxito e o paciente já está intimidado e 
desencorajado. Então, ele deixa seu médico, que não pode hipnotizar ou não pratica esse 
método, e vai a um médico estranho, que muitas vezes não faz e não pode fazer senão 
hipnotizar. 
A hipnose, se fosse útil, estaria em pé de igualdade com os outros procedimentosterapêuticos e deixaria de constituir um último refúgio, ou mesmo, uma recaída do científico 
no curandeirismo. No entanto, o procedimento terapêutico hipnótico não é apenas útil em 
todos os estados neuróticos e distúrbios gerados pela "imaginação", bem como no 
desarraigamento de hábitos patológicos (alcoolismo, vícios de morfina, desvios sexuais), mas 
em muitos Doenças dos órgãos (mesmo de natureza inflamatória) em que se tem a 
possibilidade de eliminar, mesmo que a doença básica continue, os sinais mais irritantes para 
os doentes, como a dor, a inibição do movimento, etc. A seleção de casos para o uso do 
procedimento hipnótico depende inteiramente da decisão do médico. 
O tratamento por hipnose pode ser tão laborioso, quanto demorado, pois existem diferentes 
pessoas, e os resultados podem ser conseguidos com outros tipos de tratamento. Pois o 
paciente que quer ser colocado em estado hipnótico pode se recusar a ser sugestionado a 
cessar sua paralisia imaginária, pois os pacientes com neuroses são difíceis de serem 
hipnotizados, e bem mais fácil em pessoas sadias. 
É bom que o paciente conheça esses defeitos do método terapêutico hipnótico e as 
possibilidades de decepção que sua aplicação implica. A virtude terapêutica da sugestão 
hipnótica é factual, não requer elogios exagerados. Por outro lado, é bastante compreensível 
que os médicos a quem o tratamento psíquico hipnótico tenham prometido tantas coisas que 
mais tarde não cumpriram, não se cansam de procurar outros procedimentos que permitam 
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uma influência mais profunda ou menos essencial na alma do paciente. Há certas perspectivas 
de que o tratamento psíquico moderno, consciente de seu objetivo, que representa um 
renascimento de métodos terapêuticos antigos, colocará os médicos nas mãos de armas ainda 
mais poderosas para combater a doença. Os meios e as formas de alcançar isso serão 
marcados por uma compreensão mais profunda dos processos da alma-vida em si, uma 
intelecção cujos primeiros passos se baseia precisamente em experiências hipnóticas. 
 
 
Referência utilizada: 
 
Freud, Sigmund - Obras completas Sigmund Freud Ordenamiento, comentarios y notas de 
James Strachey con la colaboración de Anna Freud, asistidos por Alix Strachey, Alan Tyson y 
Angela Richards - Traducción directa del alemán de José L. Etcheverry - Volumen 1 
(1886-99). Publicaciones prepsicoanalíticas y manuscritos inéditos en vida de Freud 
-Amorrortu editores 
 
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