Buscar

CURSO+DE+PROCESSO+DO+TRABALHO

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 141 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 6, do total de 141 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 9, do total de 141 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO Professor: Ricardo Tupy
1. TEORIA GERAL DO DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
1.1. Conceito
- Wilson de Souza Campos Batalha, Carlos Coqueijo Costa, Waldemar Ferreira utilizam a 
expressão Direito Judiciário do Trabalho.
- Crítica: A disciplina abrange todo o sistema processual (partes, procedimentos, termos etc.) 
e não se limita ao estudo das atividades do Judiciário Trabalhista.
- “Direito Processual do Trabalho é o conjunto de princípios, regras e instituições destinado a 
regular a atividade dos órgãos jurisdicionais na solução dos dissídios, individuais ou 
coletivos, pertinentes à relação do trabalho”. (MARTINS, p. 18).
- Carlos Henrique Bezerra Leite conceitua “o direito processual do trabalho como ramo da 
ciência jurídica, constituído por um sistema de normas, princípios, regras e instituições 
próprias, que tem por objeto promover a pacificação justa dos conflitos decorrentes das 
relações de emprego e de trabalho, bem como regular o funcionamento dos órgãos que 
compõem a Justiça do Trabalho” (grifo acrescentado, LEITE, p. 81).
1.2. Posição Enciclopédica
- O Direito Processual do Trabalho é espécie do Direito Processual, ramo do Direito Público.
(MARTINS, p. 25).
1.3. Autonomia
- Em relação à autonomia do DPT, apresentam-se duas teorias: a Monista e a Dualista.
- Para a Teoria Monista, o Direito Processual seria único. Portanto, o DPT não possuiria 
autonomia. (Ramiro Podetti).
- A Teoria Dualista defende a autonomia do DPT, havendo várias correntes:
a) Radical (Hélio Sarthou): O DPT é completamente independente do direito processual, não 
se sujeitando nem os princípios da teoria geral do processo.
b) Autonomia Relativa (Wilson de Souza Campos Batalha): A aplicação subsidiária das 
normas de processo civil demonstra a relatividade da autonomia do DPT (CLT, art. 769).
c) Inominada (Coqueijo Costa, Wagner Giglio, Délio Maranhão, Tostes Malta): O DPT é 
autônomo. Matéria extensa, doutrina homogênea e método próprio.
- Uma vasta matéria, que mereça estudo de conjunto; princípios próprios e institutos 
peculiares caracterizam a autonomia de uma ciência.
- Para Sérgio Pinto Martins, o DPT possui autonomia sob o ponto de vista doutrinário, 
jurisdicional e científico. Porém, pela inexistência de um código sobre a matéria, não se pode 
falar que haja autonomia legislativa. (MARTINS, p. 20/22).
- Carlos Henrique Bezerra Leite também entende que o DPT é autônomo, mas reconhece que 
“não desfruta de métodos tipicamente próprios, pois a hermenêutica, que compreende a 
interpretação, a integração e a aplicação das normas jurídicas processuais é a mesma da teoria 
geral do direito processual” (LEITE, p. 80).
- O fato de ser autônomo, como ciência, não quer dizer que o DPT esteja isolado. Tanto é 
assim que mantém relação com diversos ramos: Direito Constitucional (Justiça do Trabalho e 
competência); Direito do Trabalho (Direito Material a ser aplicado); Direito Processual 
Comum (CLT, art. 769); Direito Administrativo (Organização dos Tribunais); Direito Penal 
(crimes praticados no processo); Direito Civil (capacidade, domicílio, parentesco); Direito 
Comercial (Falência, Recuperação extrajudicial e judicial); Direito Tributário (CLT, art. 889; 
Lei 8.830/80; CTN, art. 186).
1
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO Professor: Ricardo Tupy
1.4. Fontes
- Fonte seria aquilo que origina ou produz; origem; causa.
- Fontes podem ser materiais ou formais.
- “Fontes materiais são o complexo de fatores que ocasionam o surgimento de normas, 
envolvendo fatos e valores. São analisados fatores sociais, psicológicos, econômicos, 
históricos etc. São os fatores reais que irão influenciar na criação da norma jurídica.” 
(MARTINS, p. 30).
- Fontes formais correspondem à exteriorização do Direito.
- As fontes formais podem ser:
a) Heterônomas – Impostas de forma coercitiva. Normalmente de origem estatal.
b) Autônomas – Produzidas pela vontade das partes.
- No DPT somente podem ser concebidas as fontes heterônomas, pois não é permitido às 
partes criar, segundo sua vontade, regras processuais (entendimento majoritário).
- Lição interessante é a do Prof. Carlos Henrique Bezerra Leite, que divide as fontes formais 
do DPT em: 
a) fontes formais diretas, que abrangem a lei em sentido genérico e o costume; 
b) fontes formais indiretas, que são extraídas da doutrina e da jurisprudência; 
c) fontes formais de explicitação, que são fontes integrativas (analogia, princípios gerais do 
direito e eqüidade).
Como exemplo das primeiras, cita Constituição Federal, CLT, Lei 5.584/70, CPC, Lei 
6.830/80 (Execução Fiscal), Lei 7.701/88 (Especialização das Turmas dos Tribunais do 
Trabalho), LC 75/93 (LOMPU), Lei 7.347/85 (Ação Civil Pública), CDC, ECA, Decreto-Lei 
779/69 e Regimentos Internos dos Tribunais (CF, art. 96, I, a).
Em relação às segundas, destaca a importância da jurisprudência do Tribunal Superior do 
Trabalho, apesar de discordar de algumas posições deste.
Já em relação às terceiras, afirma que o art. 769 da CLT permite a utilização de outras normas 
integrativas previstas no CPC, como o art. 126 (“O juiz não se exime de sentenciar ou 
despachar alegando lacuna ou obscuridade da lei. No julgamento da lide caber-lhe-á aplicar as 
normas legais; não as havendo, recorrerá à analogia, aos costumes e aos princípios gerais do 
direito”) e art. 127 (“juiz só decidira por equidade nos casos previstos em lei”).
O referido doutrinador entende que costume é fonte normativa apenas quando o ordenamento 
jurídico prevê autorização para o juiz aplicá-lo. O “protesto nos autos”, segundo ele, seria 
exemplo de costume como fonte do DPT.
Em relação aos tratados internacionais, assevera que essas fontes são de origem estatal, pois 
firmadas por pelo menos dois Estados soberanos. Também diverge da posição do STF, pois 
defende que os tratados internacionais firmados pelo Brasil que versem direitos humanos são, 
por força do art. 5º, § 2º, da CF/88, também normais constitucionais.
- Com a EC 45/04, esses tratados, caso sejam aprovados pelo mesmo quorum das emendas 
constitucionais, passaram a ostentar status de norma constitucional.
- O STF alterou seu posicionamento quanto aos tratados internacionais que versem sobre 
direitos humanos. Eles ostentariam o status de normas supralegais (acima da legislação 
infraconstitucional, mas abaixo da Constituição). Pacto de S. José da Costa Rica, Súmula 
Vinculante 25 e Precedentes RE 562051 RG, RE 349703, RE 466343, HC 87585, HC 95967, 
HC 91950, HC 93435, HC 96687 MC, HC 96582, HC 90172, HC 95170 MC. 
1.5. Princípios
- Os princípios constituem a base de um sistema jurídico, proporcionando sua coesão, 
harmonia e unidade.
- Princípios são os alicerces da ciência (CRETELLA JR apud MARTINS, p. 37).
2
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO Professor: Ricardo Tupy
“PRINCÍPIOS. No sentido jurídico, notadamente no plural, quer significar as normas elementares ou 
os requisitos primordiais instituídos como base, como alicerce de alguma coisa.
E, assim, princípios revelam o conjunto de regras ou preceitos, que se fixaram para servir de 
norma a toda espécie de ação jurídica, traçando, assim, a conduta a ser tida em qualquer operação 
jurídica.
Desse modo, exprimem sentido mais relevante que o da própria norma ou regra jurídica. 
Mostram-se a própria razão fundamental de ser das coisas jurídicas, convertendo-se em perfeitos 
axiomas.
Princípios jurídicos, sem dúvida, significamos pontos básicos, que servem de ponto de partida 
ou de elementos vitais do próprio Direito. Indicam o alicerce do Direito.
E, nesta acepção, não se compreendem somente os fundamentos jurídicos, legalmente 
instituídos, mas todo axioma jurídico derivado da cultura jurídica universal. Compreendem, pois, os 
fundamentos da Ciência Jurídica, onde se firmaram as normas originárias ou as leis científicas do 
Direito, que traçam as noções em que se estruture o próprio Direito.
Assim, nem sempre os princípios se inscrevem nas leis. Mas, porque servem de base ao 
Direito, são tidos como preceitos fundamentais para a prática do Direito e proteção de direitos.” 
(SILVA, 1973, p. 1220).
- Conflito entre princípios e conflito entre regras: Ronald Dworkin e Robert Alexy. 
Neoconstitucionalismo. As regras se aplicam de acordo com a lei “all-or-nothing” (tudo ou 
nada). São analisadas pelo critério da validade. Os princípios, por sua vez, são mandados de 
“otimização”. Os princípios são valorados, têm uma dimensão de peso. 
- Princípios distinguem-se de peculiaridades: Princípios são gerais; informam orientam e 
inspiram outros preceitos; dão organicidade a institutos e sistemas processuais; constituem a 
regra. Peculiaridades são restritas a poucos preceitos; delas não derivam normais legais; 
esgotam sua atuação em âmbito restrito; constituem a exceção. (GIGLIO apud MARTINS, p. 
38).
- Sérgio Pinto Martins cita 13 peculiaridades do DPT, dentre elas: função normativa; recursos, 
regra geral, só com efeito devolutivo; execução começar por ato do juiz, de ofício (ibidem).
1.5.1. Princípios Gerais
- MARTINS (p. 39/40) aponta aqueles consagrados no texto constitucional: direito de petição 
(art. 5º, XXXIV, a), devido processo legal (art. 5º, LIV), contraditório e ampla defesa (art. 5º, 
LV), juiz natural (art. 5º, XXXV), inadmissibilidade de provas ilícitas (art. 5º, LVI), 
publicidade e fundamentação das decisões judiciais (art. 93, IX). Afirma que alguns autores 
confundem princípios do Direito Processual Comum com os Princípios do Direito Processual 
do Trabalho. Segundo MARTINS, celebridade, a busca pela simplificação e até mesmo o jus 
postulandi não são exclusividade do DPT e que também são buscados no Direito Processual 
Comum.
- Com a EC 45/04: acrescentou-se o princípio da duração razoável do processo (art. 5º, 
LXXVIII).
1.5.2. Princípios de Direito Processual do Trabalho
- Não há consenso entre os juristas especializados quanto a esses princípios. 
- Bolívar Viegas Peixoto enumera, de forma exaustiva, 35 princípios. São eles: Princípio da 
instrumentalidade, Princípio do devido processo legal, Princípio da indisponibilidade, 
Princípio da oralidade, Princípio da celeridade, Princípio da unicidade das audiências, 
Princípio da concentração, Princípio do jus postulandi, Princípio da irrecorribilidade das 
decisões interlocutórias, Princípio na dúvida pro operário, Princípio da informalidade, 
Princípio da conciliação, Princípio dispositivo, Princípio inquisitivo, Princípio do ônus da 
prova, Princípio da imediatidade, Princípio da norma mais favorável, Princípio da 
3
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO Professor: Ricardo Tupy
eventualidade, Princípio da economia processual, Princípio do contraditório, Princípio da 
publicidade, Princípio da igualdade das partes, Princípio da lealdade e da boa-fé, Princípio da 
imparcialidade do juiz, Princípio do livre convencimento, Princípio da identidade física do 
juiz, Princípio da onerosidade, Princípio da sucumbência, Princípio da gratuidade da Justiça, 
Princípio do duplo grau de jurisdição, Princípio unirrecorribilidade das sentenças, Princípio 
da preclusão, Princípio do non reformatio in pejus, Princípio das nulidades e Princípio da 
fungibilidade (apud GIGLIO, p. 69/123).
- Coqueijo Costa entende que os princípios que regem o processo do trabalho são os básicos 
do processo civil, porém com as devidas adaptações, especialmente no processo coletivo do 
trabalho (COSTA, p. 17).
- Christóvão Piragibe Tostes Malta enumera 17 métodos e princípios relacionados ao processo 
trabalhista: oralidade, concentração, eventualidade, imediação e identidade física do juiz, 
métodos dispositivo e inquisitivo, contraditório ou método da igualdade ou da audição 
jurídica, convencimento racional do juiz, instrumentalidade da forma dos atos processuais, 
publicidade, duplo grau de jurisdição, lealdade processual, economia, livre dicção do direito 
objetivo, imparcialidade do juiz, preclusão, verossimilhança e congruência (MALTA, p. 
37/44).
- José Martins Catharino aponta os princípios: a) da adequação (à finalidade do direito 
material); b) do tratamento desigual; c) teleológico ou da finalidade social específica (impedir 
os efeitos violentos da questão social); d) normatividade jurisdicional (apud MARTINS, p. 
40/41).
- Wagner Giglio (p. 66/68) cita como princípios próprios do DPT: o protecionista, o da 
jurisdição normativa, o da despersonalização do empregador e o da simplificação 
procedimental.
- Para Carlos Henrique Bezerra Leite (p. 69/77), os princípios peculiares do DPT são: 
princípio da proteção, princípio da finalidade social, princípio da busca da verdade real, 
princípio da indisponibilidade, princípio da conciliação, princípio da normatização coletiva e 
outros (princípio da simplicidade das formas, princípio da despersonalização ou 
desconsideração da personalidade jurídica do empregador e princípio da extrapetição)
- Sérgio Pinto Martins entende que o verdadeiro princípio do processo do trabalho é o da 
proteção, estando nele englobadas diversas peculiares. Argumenta que aquilo que os demais 
autores denominam como princípios específicos do DPT são, na verdade, princípios gerais e 
comuns à ciência processual ou peculiaridades do processo laboral. Para o que Wagner Giglio 
denominou de princípios ideais do processo do trabalho (ultra ou extrapetição, iniciativa de 
ofício e coletivização das ações), asseverou que seriam tendências, ou seja, no futuro, serão as 
orientações a serem utilizadas. Defendeu a maior utilização do princípio da iniciativa ex 
ofício e do princípio da coletivização das ações (p. 43/45). 
4
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO Professor: Ricardo Tupy
2. JUSTIÇA DO TRABALHO
2.1. Órgãos
- Evolução:
a) Conselho Nacional do Trabalho, Conselhos Regionais do Trabalho e Juntas de Conciliação 
e Julgamento (Poder Executivo);
b) Tribunal Superior do Trabalho, Tribunais Regionais do Trabalho e Juntas ou Juízes de 
Conciliação de Julgamento (CF/46, arts. 94 e 122: Justiça do Trabalho passa a fazer parte do 
Poder Judiciário);
c) Tribunal Superior do Trabalho, Tribunais Regionais do Trabalho e Juntas ou Juízes de 
Conciliação de Julgamento (CF/88, art. 111, redação original);
d) Tribunal Superior do Trabalho, Tribunais Regionais do Trabalho e Juízes do Trabalho.
1ª instância: JCJ → VT.
(CF/88, arts. 111 e 116, com redação dada pela EC 24/99).
- A Constituição Federal de 1937 concedeu maior autonomia à Justiça do Trabalho, mas foi 
silente quanto sua inserção ou não no Judiciário. Todavia, conforme relata Carlos Henrique 
Bezerra Leite, o STF reconheceu-lhe o caráter jurisdicional. (LEITE, p. 103)
- Sérgio Pinto Martins aponta os seguintes aspectos peculiares da Justiça do Trabalho: a) dá 
efetividade ao Direito do Trabalho; b) não há divisão em entrâncias nas Varas do Trabalho; c) 
na primeira instância não existem órgãos ou Varas especializadas; d) os tribunais são criados 
por regiões e não por Estados. (MARTINS, p. 73).2.2. Investidura
- Carreira: Juiz do Trabalho Substituto → Juiz do Trabalho (Titular) → Juiz do TRT.
- Exigências: a) bacharel em Direito; b) ter, no mínimo, três anos de atividade jurídica (CF, 
art. 93, I); c) idade entre 25 e 45 anos (CLT, art. 654, §4).
- Segundo Sérgio Pinto Martins, “tem-se entendido que não há mais a exigência de idade 
mínima para inscrição ao concurso de juiz do trabalho, apenas a idade máxima não poderá ser 
superior a 65 anos, que é a idade limite para que um juiz possa ser indicado para os tribunais 
superiores”. (MARTINS, p. 73)
- Segundo a Resolução n. 11, de 31/01/06 do Conselho Nacional de Justiça, somente será 
computada a atividade jurídica após a obtenção do grau de bacharel em Direito (art. 1º) e 
considera-se atividade jurídica “aquela exercida com exclusividade por bacharel em Direito, 
bem como o exercício de cargos, empregos ou funções, inclusive de magistério superior, que 
exija a utilização preponderante de conhecimento jurídico, vedada a contagem do estágio 
acadêmico ou qualquer outra atividade anterior à colação de grau” (art. 2º). 
2.3. Garantias, Vedações e Prerrogativas
- Idem ao de todo membro do Poder Judiciário.
- Garantias: 
“I - vitaliciedade, que, no primeiro grau, só será adquirida após dois anos de exercício, 
dependendo a perda do cargo, nesse período, de deliberação do tribunal a que o juiz estiver 
vinculado, e, nos demais casos, de sentença judicial transitada em julgado;
II - inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, na forma do art. 93, VIII; 
III - irredutibilidade de subsídio, ressalvado o disposto nos arts. 37, X e XI, 39, § 4º, 150, II, 
153, III, e 153, § 2º, I.” (CF/88, art. 95).
- Vedações:
“I - exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função, salvo uma de magistério;
II - receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou participação em processo;
5
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO Professor: Ricardo Tupy
III - dedicar-se à atividade político-partidária; 
IV receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas físicas, 
entidades públicas ou privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei;
V exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes de decorridos três anos do 
afastamento do cargo por aposentadoria ou exoneração.” (CF/88, art. 95, parágrafo único).
- “O exercício de cargo de magistério superior, público ou particular, somente será permitido 
se houver correlação de matérias e compatibilidade de horários, vedado, em qualquer 
hipótese, o desempenho de função de direção administrativa ou técnica de estabelecimento de 
ensino” (grifo acrescentado, LC 35/79, art. 26, § 1º).
- “Não se considera exercício do cargo o desempenho de função docente em curso oficial de 
preparação para judicatura ou aperfeiçoamento de magistrados” (grifo acrescentado, LC 
35/79, art. 26, § 2º).
- Prerrogativas: arts. 33 e 34 da LC 35/79 (LOMAN)
Art. 33 - São prerrogativas do magistrado:
I - ser ouvido como testemunha em dia, hora e local previamente ajustados com a autoridade ou Juiz 
de instância igual ou inferior;
II - não ser preso senão por ordem escrita do Tribunal ou do órgão especial competente para o 
julgamento, salvo em flagrante de crime inafiançável, caso em que a autoridade fará imediata 
comunicação e apresentação do magistrado ao Presidente do Tribunal a que esteja vinculado (vetado);
III - ser recolhido a prisão especial, ou a sala especial de Estado-Maior, por ordem e à disposição do 
Tribunal ou do órgão especial competente, quando sujeito a prisão antes do julgamento final;
IV - não estar sujeito a notificação ou a intimação para comparecimento, salvo se expedida por 
autoridade judicial;
V - portar arma de defesa pessoal.
Parágrafo único - Quando, no curso de investigação, houver indício da prática de crime por parte do 
magistrado, a autoridade policial, civil ou militar, remeterá os respectivos autos ao Tribunal ou órgão 
especial competente para o julgamento, a fim de que prossiga na investigação.
Art. 34 - Os membros do Supremo Tribunal Federal, do Tribunal Federal de Recursos, do Superior 
Tribunal Militar, do Tribunal Superior Eleitoral e do Tribunal Superior do Trabalho têm o título de 
Ministro; os dos Tribunais de Justiça, o de Desembargador; sendo o de Juiz privativo dos outros 
Tribunais e da Magistratura de primeira instância.
2.4. Organização da Justiça do Trabalho
2.4.1. Tribunal Superior do Trabalho
- Antecedente histórico: Conselho Nacional do Trabalho instituído pelo Decreto n. 16.027/23, 
órgão consultivo do Ministério da Agricultura, Indústria e Comércio, instância recursal em 
matéria previdenciária e autorizava dispensa de servidor público portador de estabilidade.
- CF/1946: CNT → TST.
- Decreto-lei 9.797/46: 11 integrantes do TST.
- CF/67: 17 Ministros, sendo 11 togados e vitalícios e 6 classistas e temporários.
- CF/88 (redação original): 27 Ministros, 17 togados e 10 classistas.
- EC 24/99: 17 Ministros.
- EC 45/04: 27 Ministros (dentre os brasileiros com mais 35 e menos de 65 anos).
- Nomeação: É realizada pelo Presidente da República, após prévia aprovação do Senado 
Federal.
- Dos 27 ministros: 
a) um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e 
membros do Ministério Público do Trabalho com mais de dez anos de efetivo exercício, 
indicados em lista sêxtupla pelos órgãos de representação das respectivas classes.
MPT ou OAB → lista sêxtupla → TST → lista tríplice → Presidente da República.
6
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO Professor: Ricardo Tupy
27 : 5 = 5,4 que será arredondado para 6 (seis), conforme entendimento do STF.
 b) os demais dentre juízes dos Tribunais Regionais do Trabalho, oriundos da magistratura da 
carreira, indicados pelo próprio Tribunal Superior.
- As regras de obrigatoriedade para promoções por antiguidade ou merecimento não se 
aplicam para o TST.
(MARTINS, p. 84/86).
- São órgãos do TST:
a) Tribunal Pleno: composição – 27 Ministros; quorum – 11; deliberação – maioria absoluta;
b) Seção Administrativa: composição – Presidente, Vice e Corregedor, 2 Ministros mais 
antigos e 2 eleitos pelo plenário; quorum – 5;
c) Seção Especializada em Dissídios Coletivos (SDC): composição – Presidente, Vice e 
Corregedor, 6 Ministros mais antigos; quorum – 6;
d) Subseção I da Seção Especializada em Dissídios Individuais (SBDI-1): composição – 
Presidente, Vice e Corregedor, 4 Presidentes de Turmas, 4 Ministros; quorum – 7;
e) Subseção II da Seção Especializada em Dissídios Individuais (SBDI-2): composição – 
Presidente, Vice e Corregedor, 6 Ministros; quorum – 5;
f) Turma: composta por 3 Ministros, presidida pelo mais antigo; quorum – 3.
(LEITE, p. 105/107)
- Funcionarão junto ao TST a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de 
Magistrados do Trabalho e o Conselho Superior da Justiça do Trabalho (CF/88, art. 111-A, 
§2º).
- O endereço eletrônico: www.tst.jus.br
2.4.2. Tribunais Regionais do Trabalho
- Antecedentes históricos: Conselhos Regionais do Trabalho (Decreto-lei n. 1237/39).
- CF/1946: CRT’s → TRT’s.
- CF/67: lei fixaria o número de membros. TRT: 2/3 togados e vitalícios (participação de 
advogados e MPT); 1/3 classistas e temporários (paridade). EC 1/69: idem.
- CF/88, art. 112, redação original: exigência de um TRT por Estado.
- CF/88, art. 112, redação dada pela EC 45/04: não consta mais essa exigência.
- Os TRT’s estão divididos em 24 Regiões: 1ª – RJ; 2ª – SP; 3ª – MG; 4ª – RS; 5ª – BA; 6ª – 
PE; 7ª – CE; 8ª – PA e AP; 9ª – PR; 10ª – DF e TO; 11ª – AM e RR; 12ª – SC; 13ª – PB; 14ª 
– RO e AC; 15ª - SP (Campinas);16ª – MA; 17ª – ES; 18ª – GO; 19ª – AL; 20ª – SE; 21ª – 
RN; 22ª – PI; 23ª – MT e 24ª – MS.
- Os Tribunais Regionais do Trabalho compõem-se de, no mínimo, 7 juízes, recrutados, 
quando possível, na respectiva região, e nomeados pelo Presidente da República dentre 
brasileiros com mais de 30 e menos de 65, sendo: I - um quinto dentre advogados com mais 
de dez anos de efetiva atividade profissional e membros do Ministério Público do Trabalho 
com mais de dez anos de efetivo exercício, indicados em lista sêxtupla pelos órgãos de 
representação das respectivas classes; II - os demais, mediante promoção de juízes do 
trabalho por antiguidade e merecimento, alternadamente (grifo acrescentado, CF/88, art. 115).
- Os TRT’s poderão instalar a justiça itinerante ou funcionar descentralizadamente, 
constituindo Câmaras regionais (§§ 1º e 2º do art. 115). TRT 3ª Região criou a Turma 
Recursal de Juiz de Fora.
- Constituição do órgão especial, nos termos do art. 93, XI, da CF/881.
1 nos tribunais com número superior a 25 julgadores, poderá ser constituído órgão especial, com o mínimo de 11 
e o máximo de 25 membros, para o exercício das atribuições administrativas e jurisdicionais delegadas da 
competência do tribunal pleno, provendo-se metade das vagas por antiguidade e a outra metade por eleição pelo 
tribunal pleno.
7
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO Professor: Ricardo Tupy
- Possuindo 4 turmas ou mais, é facultada a criação de Seção Especializada em dissídios 
coletivos. Caso contrário, será da competência do pleno a decisão de dissídios coletivos.
- Turma: composição – 5 juízes; quorum – 3.
(MARTINS, p. 80/84)
- TRT’s têm competência para julgar, por exemplo, dissídios coletivos, mandados de 
segurança e ações rescisórias (original); recurso ordinário, agravo de petição e agravo de 
instrumento (recursal).
(LEITE, p. 107/109)
- O endereço eletrônico do TRT da 3ª Região (Minas Gerais) é www.trt3.jus.br.
2.4.3. Varas do Trabalho
- Antecedentes históricas: Juntas de Conciliação e Julgamento (Decreto 22.132/32), 
subordinadas ao Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio. Ministro nomeava 
componentes e poderia avocar processos.
- CF/1946: JCJ → Poder Judiciário.
- EC 24/99: JCJ (colegiado) → VT (monocrático).
- “A lei criará varas da Justiça do Trabalho, podendo, nas comarcas não abrangidas por sua 
jurisdição, atribuí-la aos juízes de direito, com recurso para o respectivo Tribunal Regional do 
Trabalho” (CF/88, art. 112).
- Segundo a Lei 6.947/81, são critérios para criação de novas Varas:
a) de 2 em 2 anos TST analisa as propostas;
b) mais de 24 mil empregados na localidade ou mais de 240 reclamações anuais, em média, 
nos últimos três anos;
c) nos locais onde já existam Varas só serão criadas quando ultrapassar 1.500 processos por 
ano;
d) jurisdição pode se estender até um raio de 100 km da sede, desde que exista acesso.
(MARTINS, p. 72/73).
- O TRT da 3ª Região alterou a jurisdição de algumas Varas do Trabalho e criou Postos 
Avançados (v.g. PA Viçosa).
2.5. Órgãos Auxiliares da Justiça do Trabalho
- Secretaria;
- Oficial de Justiça Avaliador;
- Distribuidor;
- Contadoria (SLJ – Setor de Liquidação Judicial).
8
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO Professor: Ricardo Tupy
3. MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO
3.1. Origem
- A palavra “ministério” provém do latim ministerium, que significa amplo ofício, cargo, 
função ou mister. Já a expressão “parquet” é da tradição francesa. Antes de adquirir a 
condição de magistrados e ter assento ao lado dos juízes, ficavam os procuradores do rei, 
inicialmente, sobre o assoalho (parquet).
- Origem: Ordenança, de 25.03.1302, do rei francês Felipe IV, o Belo.
- “No regime francês, os procuradores do rei preocupavam-se apenas com a defesa dos 
interesses privados do rei, mas, com o correr do tempo, eles passaram a exercer funções de 
interesse público e do próprio Estado.” (LEITE, p. 120/121).
- “No Brasil, a vinculação do Ministério Público ao Executivo tardou em ser rompida, de vez 
que somente a Constituição de 1988 implementou-a, ao estabelecer que o Ministério Público 
constitui-se em função essencial do Estado, competindo-lhe a defesa do Estado Democrático 
de Direito, dos direitos sociais e interesses individuais indisponíveis). (FONSECA, p. 33). 
3.2. Órgãos
- O Ministério Público abrange: I - o Ministério Público da União, que compreende: a) o 
Ministério Público Federal; b) o Ministério Público do Trabalho; c) o Ministério Público 
Militar; d) o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios; II - os Ministérios Públicos 
dos Estados. (CF/88, art. 128). MP = MPU (MPF+MPM+MPT+MPDFT) e MP's estaduais.
- Também contará com o Conselho Nacional do Ministério Público - CNMP (CF/88, art. 130-
A, acrescentado pela EC 45/04).
- São órgãos do Ministério Público do Trabalho (LC 75/93, art. 85):
I - o Procurador-Geral do Trabalho – representante maior da instituição, competindo-lhe a 
sua administração, sendo indicado em lista tríplice pelo Colégio de Procuradores e nomeado 
pelo Procurador-Geral da República;
II - o Colégio de Procuradores do Trabalho – Assembleia soberana que elege os órgãos 
representantes, constitui listas sêxtuplas para o quinto constitucional (TST e TRT’s) e delibera 
sobre questões institucionais;
III - o Conselho Superior do Ministério Público do Trabalho – colegiado composto pelo 
Procurador-Geral e nove Subprocuradores-Gerais, exerce a função fiscalizatória e deliberativa 
(regimento interno, concurso, promoção, avaliação, estágio probatório) e decide sobre 
arquivamento de inquéritos civis e procedimentos investigatórios;
IV - a Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público do Trabalho – promove a 
integração e a coordenação dos órgãos institucionais do MPT;
V - a Corregedoria do Ministério Público do Trabalho – exerce a função fiscalizatória da 
atividade funcional e da conduta dos membros, sendo dirigida pelo Corregedor-Geral 
(Subprocurador-Geral indicado por listra tríplice do Conselho Superior e nomeado pelo 
Procurador-Geral do Trabalho);
VI - os Subprocuradores-Gerais do Trabalho – atuam primordialmente junto ao TST e 
compõem privativamente o Conselho, a Câmara de Coordenação e Revisão e a Corregedoria;
VII - os Procuradores Regionais do Trabalho – atuam perante os TRT’s e substituem os 
Subprocuradores-Gerais em caso de afastamento por mais de 30 dias;
VIII - os Procuradores do Trabalho – atuam perante os TRT’s e a primeira instância.
(FONSECA, p. 35).
- Carreira do MPT: Procurador do Trabalho → Procurador Regional do Trabalho → 
Subprocurador-Geral do Trabalho (LC 75/93, art. 86).
- Endereço eletrônico do MPT: www.mpt.gov.br .
9
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO Professor: Ricardo Tupy
- Endereço eletrônico da PRT 3ª Região (MG): www.prt3.mpt.gov.br .
3.3. Garantias, Vedações e Prerrogativas
- Idem ao de todo membro do Ministério Público.
- Garantias (CF/88, art. 128, § 5º, I):
“a) vitaliciedade, após dois anos de exercício, não podendo perder o cargo senão por sentença 
judicial transitada em julgado;
b) inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, mediante decisão do órgão 
colegiado competente do Ministério Público, pelo voto da maioria absoluta de seus membros, 
assegurada ampla defesa;
c) irredutibilidade de subsídio, fixado na forma do art. 39, § 4º, e ressalvado o disposto nos 
arts. 37, X e XI, 150, II, 153, III, 153, § 2º, I.”
- Vedações (CF/88, art. 128, § 5º, II):
“a) receber, a qualquer títuloe sob qualquer pretexto, honorários, percentagens ou custas 
processuais;
b) exercer a advocacia;
c) participar de sociedade comercial, na forma da lei;
d) exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer outra função pública, salvo uma de 
magistério;
e) exercer atividade político-partidária;
f) receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas físicas, 
entidades públicas ou privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei.”
- Também é vedado o exercício da advocacia no juízo ou tribunal em que, antes de decorridos 
três anos do afastamento do cargo por aposentadoria ou exoneração (CF/88, art. 128, §6º, 
incluído pela EC 45/04).
- As regras sobre impedimento e suspeição também se aplicam ao membro do MPT, que deve 
agir imparcialmente, “o que conduz a uma curiosa metáfora, bem expressa por Piero 
Calamandrei, segundo quem, o membro do MPT concentra em sua atividade a passionalidade 
do advogado e a imparcialidade do juiz, pois deve agir com veemência e parcimônia, visto 
que defende o interesse geral” (FONSECA, p. 36).
- As prerrogativas estão previstas no art. 18 da Lei Complementar 75/93, dentre as quais:
I – institucionais: sentar-se no mesmo plano e imediatamente à direita dos juízes 
singulares ou presidentes dos órgãos judiciários perante os quais oficiem; ter ingresso e 
trânsito livres, em razão de serviço, em qualquer recinto público ou privado, respeitada a 
garantia constitucional da inviolabilidade do domicílio; o porte de arma, independentemente 
de autorização;
II - processuais: ser preso ou detido somente por ordem escrita do tribunal competente ou em 
razão de flagrante de crime inafiançável, caso em que a autoridade fará imediata comunicação 
àquele tribunal e ao Procurador-Geral da República, sob pena de responsabilidade; ser 
recolhido à prisão especial ou à sala especial de Estado-Maior, com direito a privacidade e à 
disposição do tribunal competente para o julgamento, quando sujeito a prisão antes da decisão 
final; e a dependência separada no estabelecimento em que tiver de ser cumprida a pena; ser 
ouvido, como testemunhas, em dia, hora e local previamente ajustados com o magistrado ou a 
autoridade competente; receber intimação pessoalmente nos autos em qualquer processo e 
grau de jurisdição nos feitos em que tiver que oficiar.
- “Quando, no curso de investigação, houver indício da prática de infração penal por membro 
do Ministério Público da União, a autoridade policial, civil ou militar, remeterá 
imediatamente os autos ao Procurador-Geral da República, que designará membro do 
Ministério Público para prosseguimento da apuração do fato.” (Parágrafo único).
10
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO Professor: Ricardo Tupy
- “Os órgãos do Ministério Público da União terão presença e palavra asseguradas em todas as 
sessões dos colegiados em que oficiem” (LC 75/93, art. 20).
3.4. Atribuições
- Previstas nos arts. 83 e 84 da LC 75/93:
Art. 83. Compete ao Ministério Público do Trabalho o exercício das seguintes atribuições junto aos 
órgãos da Justiça do Trabalho:
I - promover as ações que lhe sejam atribuídas pela Constituição Federal e pelas leis trabalhistas;
 II - manifestar-se em qualquer fase do processo trabalhista, acolhendo solicitação do juiz ou por sua 
iniciativa, quando entender existente interesse público que justifique a intervenção;
III - promover a ação civil pública no âmbito da Justiça do Trabalho, para defesa de interesses 
coletivos, quando desrespeitados os direitos sociais constitucionalmente garantidos;
IV - propor as ações cabíveis para declaração de nulidade de cláusula de contrato, acordo coletivo ou 
convenção coletiva que viole as liberdades individuais ou coletivas ou os direitos individuais 
indisponíveis dos trabalhadores;
V - propor as ações necessárias à defesa dos direitos e interesses dos menores, incapazes e índios, 
decorrentes das relações de trabalho;
VI - recorrer das decisões da Justiça do Trabalho, quando entender necessário, tanto nos processos em 
que for parte, como naqueles em que oficiar como fiscal da lei, bem como pedir revisão dos 
Enunciados da Súmula de Jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho;
VII - funcionar nas sessões dos Tribunais Trabalhistas, manifestando-se verbalmente sobre a matéria 
em debate, sempre que entender necessário, sendo-lhe assegurado o direito de vista dos processos em 
julgamento, podendo solicitar as requisições e diligências que julgar convenientes;
VIII - instaurar instância em caso de greve, quando a defesa da ordem jurídica ou o interesse público 
assim o exigir;
IX - promover ou participar da instrução e conciliação em dissídios decorrentes da paralisação de 
serviços de qualquer natureza, oficiando obrigatoriamente nos processos, manifestando sua 
concordância ou discordância, em eventuais acordos firmados antes da homologação, resguardado o 
direito de recorrer em caso de violação à lei e à Constituição Federal;
X - promover mandado de injunção, quando a competência for da Justiça do Trabalho;
XI - atuar como árbitro, se assim for solicitado pelas partes, nos dissídios de competência da Justiça 
do Trabalho;
XII - requerer as diligências que julgar convenientes para o correto andamento dos processos e para a 
melhor solução das lides trabalhistas;
XIII - intervir obrigatoriamente em todos os feitos nos segundo e terceiro graus de jurisdição da 
Justiça do Trabalho, quando a parte for pessoa jurídica de Direito Público, Estado estrangeiro 
ou organismo internacional.
Art. 84. Incumbe ao Ministério Público do Trabalho, no âmbito das suas atribuições, exercer as 
funções institucionais previstas nos Capítulos I, II, III e IV do Título I, especialmente:
I - integrar os órgãos colegiados previstos no § 1º do art. 6º, que lhes sejam pertinentes;
II - instaurar inquérito civil e outros procedimentos administrativos, sempre que cabíveis, para 
assegurar a observância dos direitos sociais dos trabalhadores;
III - requisitar à autoridade administrativa federal competente, dos órgãos de proteção ao trabalho, a 
instauração de procedimentos administrativos, podendo acompanhá-los e produzir provas;
IV - ser cientificado pessoalmente das decisões proferidas pela Justiça do Trabalho, nas causas em que 
o órgão tenha intervido ou emitido parecer escrito;
V - exercer outras atribuições que lhe forem conferidas por lei, desde que compatíveis com sua 
finalidade.
- O MPT atuará como parte, por exemplo, nas hipóteses previstas no art. 83, incisos I, III, IV, 
V, VII e X, ao propor ação civil pública, ação anulatória de cláusula convencional, ação 
rescisória e dissídio coletivo de greve e, por fim, quando atuar como substituto processual.
- Como custo legis, a elaboração de parecer seria obrigatória nos dissídios individuais em que 
figurem, como partes ou interessados, menores, incapazes e índios; nas ações civis públicas; 
11
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO Professor: Ricardo Tupy
nos mandados de segurança; nos dissídios coletivos em caso de greve que possa acarretar 
lesão à ordem e à segurança pública; bem como nos demais casos de interesse público.
(LEITE, p. 132/133).
- Houve controvérsia acerca de qual ramo do Ministério Público teria a atribuição sobre as 
medidas de prevenção de acidentes de trabalho, Ministério Público dos Estados ou MPT. “A 
matéria pacificou-se no Supremo Tribunal Federa (STF), inicialmente, por decisões 
reiteradas, que culminaram com a Súmula 736 daquele egrégio Tribunal, o qual fixou, 
recentemente, entendimento lastreado no artigo 114, VI, da Constituição Federal (CF),de que 
as ações de dano moral decorrentes de acidente do trabalho ou doença profissional também 
competem à Justiça do Trabalho e, portanto, as ações civis públicas, que incluam pedidos 
reparatórios dessa natureza, cabem ao Parquet laboral. (FONSECA, p. 34).
3.4.1. Coordenadorias do Ministério Público do Trabalho
- O MPT atuaria em sete ramos coordenados:
1) Administração Pública (CONAP) – preservar os princípios constitucionais (CF, art. 37) e 
assegurar a contratação por concurso público;
2) Trabalho Escravo (CONAETE) – combater o trabalho escravo, inclusive com atuação 
conjunta com demais órgãos;
3) Trabalho Infantil (CORDINFÂNCIA) – combater o trabalho infantil, também com atuação 
em conjunto com ONG’s, empresas e Poder Executivo;
4) Discriminação (COORDIGUALDADE) – combater a discriminação nas relações de 
trabalho;
5) Meio Ambiente do Trabalho (CODEMAT) – combater a doença profissional e o acidente 
de trabalho;
6) Formalização do Trabalho (CONAFRET) – combater as fraudes nas relações de emprego, 
como terceirização irregular, trabalho informal, cooperativas e estágios fraudulentos;
7) Trabalho Portuário e Aquaviário – combater a exploração nessas atividades.
(FONSECA, p. 37).
- Mais informações: www.pgt.mpt.gov.br .
12
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO Professor: Ricardo Tupy
4. COMPETÊNCIA TRABALHISTA – PARTE I
4.1. Competência e Jurisdição
- Competência é medida da jurisdição de cada órgão judicial.
- Todo juiz tem jurisdição, mas competência é delimitada por lei.
- Critérios para determinação da competência: de acordo com a matéria (ratione materiae), a 
qualidade das partes (ratione personae), a função ou hierarquia dos órgãos julgadores (em 
razão da função ou da hierarquia) ou o lugar (ratione loci).
4.2. Competência Trabalhista e a Emenda Constitucional n. 45/2004
- A EC 45/04 ampliou o rol de competência da Justiça do Trabalho:
Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho conciliar e julgar os dissídios individuais e coletivos entre 
trabalhadores e empregadores, abrangidos os entes de direito público externo e da administração 
pública direta e indireta dos Municípios, do Distrito Federal, dos Estados e da União, e, na forma da 
lei, outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, bem como os litígios que tenham origem 
no cumprimento de suas próprias sentenças, inclusive coletivas.
§ 1º Frustrada a negociação coletiva, as partes poderão eleger árbitros.
§ 2º Recusando-se qualquer das partes à negociação ou à arbitragem, é facultado aos respectivos 
sindicatos ajuizar dissídio coletivo, podendo a Justiça do Trabalho estabelecer normas e condições, 
respeitadas as disposições convencionais e legais mínimas de proteção de trabalho.
§ 3º Compete ainda à Justiça do Trabalho executar, de ofício, as contribuições sociais previstas no art. 
195, I, a, e II, e seus acréscimos legais, decorrentes das sentenças que proferir.
(grifo acrescentado, redação anterior)
Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar:
I as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito público externo e da 
administração pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; 
II as ações que envolvam exercício do direito de greve;
III as ações sobre representação sindical, entre sindicatos, entre sindicatos e trabalhadores, e entre 
sindicatos e empregadores;
IV os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data , quando o ato questionado envolver 
matéria sujeita à sua jurisdição;
V os conflitos de competência entre órgãos com jurisdição trabalhista, ressalvado o disposto no art. 
102, I, o;
VI as ações de indenização por dano moral ou patrimonial, decorrentes da relação de trabalho;
VII as ações relativas às penalidades administrativas impostas aos empregadores pelos órgãos de 
fiscalização das relações de trabalho; 
VIII a execução, de ofício, das contribuições sociais previstas no art. 195, I, a , e II, e seus acréscimos 
legais, decorrentes das sentenças que proferir;
IX outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, na forma da lei. 
§ 1º - Frustrada a negociação coletiva, as partes poderão eleger árbitros.
§ 2º Recusando-se qualquer das partes à negociação coletiva ou à arbitragem, é facultado às mesmas, 
de comum acordo, ajuizar dissídio coletivo de natureza econômica, podendo a Justiça do Trabalho 
decidir o conflito, respeitadas as disposições mínimas legais de proteção ao trabalho, bem como as 
convencionadas anteriormente.
§ 3º Em caso de greve em atividade essencial, com possibilidade de lesão do interesse público, o 
Ministério Público do Trabalho poderá ajuizar dissídio coletivo, competindo à Justiça do Trabalho 
decidir o conflito. 
(grifo acrescentado, redação dada pela EC 45/04).
13
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO Professor: Ricardo Tupy
4.3. Competência em Razão da Matéria
4.3.1. Ações Oriundas da Relação de Trabalho
- Relação de Trabalho é gênero; Relação de Emprego é espécie.
- Relação de trabalho refere-se “a toda e qualquer atividade humana em que haja prestação de 
trabalho, como relação de trabalho: autônomo, eventual, de empreitada, avulso, cooperado, 
doméstico, de representação comercial, temporário, sob a forma de estágio etc. Há, pois, a 
relação de trabalho pela presença de três elementos: o prestador do serviço, o trabalho 
(subordinado ou não) e o tomador do serviço”. (LEITE, p. 148).
- Qual é o alcance do termo “relação de trabalho”? Há várias correntes.
- AMPLIATIVA IRRESTRITA (minoritária): Toda e qualquer relação jurídica que envolva a 
prestação de serviços, sem qualquer exceção. Abrangeria também a prestação de serviços por 
pessoas jurídicas. Crítica: Transformaria a Justiça Especializada em Comum.
- AMPLIATIVA MODERADA (majoritária no âmbito da Justiça do Trabalho): O termo 
“relação de trabalho” teria ampliado a competência da Justiça Especializada. Esta 
compreenderia todo labor humano, salvo se o prestador de serviços for uma pessoa jurídica. 
Há divergências quanto aos critérios para definição ou exclusão.
- RESTRITIVA. O termo “relação de trabalho” seria sinônimo de relação de emprego. Logo, 
por si só, não teria havido ampliação de competência. A Justiça do Trabalho somente 
apreciaria a relação de emprego, salvo se houver previsão expressa em lei para a relação de 
trabalho (inciso IX do art. 114 da Constituição). STJ tem prestigiado essa corrente.
- “[...] a Justiça do Trabalho terá competência para analisar questões envolvendo trabalhador 
autônomo, representante comercial autônomo (Lei n. 4.886/65) empresários, estagiários, 
trabalhadores eventuais, trabalhador voluntário e os respectivos tomadores de serviços, assim 
como as ações entre parceiros, meeiros, arrendantes e arrendatários, questões de empreitada, 
quando houver lei ordinária federal tratando do tema. Enquanto isso, a competência será da 
Justiça Comum Estadual.” (MARTINS, p. 105, adepto desta última corrente). 
- Carlos Henrique Bezerra Leite (p 154), ao analisar o conflito entre o inciso I e IX do art. 114 
da Constituição, conclui que a Justiça do Trabalho será competente para conciliar e julgar as 
lides que derivem da relação de trabalho. Porém, o referido autor estipula duas condições: 
1ª) haja lei dispondo expressamente que é da Justiça do Trabalho essa competência;
2ª) não haja lei dispondo expressamente que tal competência é da Justiça Comum.
Por isso o doutrinador entende que a relação de trabalho de representação comercial ainda 
seria da competência da Justiça Comum, pois há disposição legal (Lei 4886/65, art. 39) 
prevendo a competência desta justiça.
LEITE é adepto da corrente majoritária moderada.
- As relaçõesque envolvam consumidor e fornecedor (relações de consumo) passariam ou não 
a ser submetidas à Justiça do Trabalho? Polêmica.
- Existe o entendimento no sentido de que haveria competência da Justiça do Trabalho para as 
demandas propostas apenas pelo fornecedor de serviços pessoa física. Crítica: A Justiça do 
Trabalho deixaria de ser “mão-dupla”, pois não seriam admitidas as demandas do consumidor 
em face do prestador de serviços.
- As relações de consumo não devem ser atribuídas à competência da Justiça do Trabalho, 
pois não haveria como conciliar o conflito entre dois hipossuficientes, o trabalhador 
(fornecedor) e o consumidor (tomador). Defendem esse posicionamento, dentre outros, 
Antônio Loureiro, Ministro Ives Gandra Martins Filho e Carlos Henrique Bezerra Leite.
14
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO Professor: Ricardo Tupy
4.3.1.1. Relação de Trabalho Eventual
- O trabalhador eventual não está tutelado pelo direito material do trabalho (CLT, art. 3º, a 
contrario sensu).
- Por força do inciso I do art. 114 da CF/88, a competência para julgar demanda envolvendo 
relação de trabalho eventual é da Justiça do Trabalho. (LEITE, p. 160).
4.3.1.2. Relação de Trabalho Autônomo
- Com a EC 45/04 as ações oriundas da relação de trabalho autônomo (profissional liberal e 
empreiteiro) passaram a ser da competência da Justiça do Trabalho.
- Carlos Henrique Bezerra Leite, contudo, exclui dessa competência as ações oriundas da 
relação de consumo. “Vale dizer, quando o trabalhador autônomo se apresentar como 
fornecedor de serviços e, como tal, pretender receber honorários do seu cliente, a competência 
para a demanda será da Justiça Comum, e não da Justiça do Trabalho, pois a matéria diz 
respeito à relação de consumo, e não à de trabalho. Do mesmo modo, se o tomador do serviço 
se apresentar como consumidor e pretender a devolução do valor pago pelo serviço prestado, 
a competência também será da Justiça Comum. Isso porque relação de trabalho e relação de 
consumo são inconfundíveis.” Após fornecer as definições de consumidor e tomador, conclui: 
“Afinal, a gênese do direito do trabalho e do direito processual do trabalho é a proteção do 
trabalhador, isto é, do prestador do serviço, e não do tomador de serviços, enquanto a gênese 
do direito das relações de consumo repouso sempre, na proteção do consumidor e nunca do 
prestador ou fornecedor de serviços.” (LEITE, p. 161/162).
4.3.1.3. Relação de Trabalho no Âmbito da Administração Pública
- Duas espécies: a relação estatutária e a relação empregatícia.
- Súmula 137 do STJ: “Compete à Justiça Comum Estadual processar e julgar ação de 
servidor público municipal, pleiteando direitos relativos ao vínculo estatutário”. 
- A Lei 8112/90, art. 240, d e e: direito à negociação coletiva e competência da Justiça do 
Trabalho. STF julgou inconstitucionais esses dispositivos (ADI 492-1, RDT 80/168) que, 
posteriormente, foram revogados pela Lei 9527/97.
- A polêmica retornou com a redação do inciso I do art. 114 da CF/88, dada pela EC 45/04.
- Todavia, o Presidente do STF, Nelson Jobim concedeu liminar na ADI 3395 (já confirmada 
pelo Pleno) no sentido de afastar a competência da Justiça do Trabalho a apreciação das 
causas envolvendo servidor estatutário e a Administração Pública.
- Relação empregatícia → Justiça do Trabalho.
- Servidor Público Temporário (CF/88, art. 37, IX), após EC 45/04, seria da competência da 
JT (LEITE, p. 172). Já para o TST, somente haverá competência se houver fraude. OJ 205.
- O STF, conforme informativo de março/2008, manifestou entendimento de que a 
irregularidade na contratação de servidor temporário não é da competência da Justiça do 
Trabalho, mas sim da Justiça Federal (União) ou da Justiça Estadual (DF, Estados e 
Municípios. O regime jurídico seria administrativo-público. 
- Diante do posicionamento do STF, o TST cancelou sua OJ 205 (Res. 156/2009).
15
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO Professor: Ricardo Tupy
4. COMPETÊNCIA TRABALHISTA – PARTE II
4.3. Competência em Razão da Matéria
4.3.2. Ações que envolvam o direito de greve
- Natureza: Autotutela (Sérgio Pinto Martins) ou Direito (Maurício Godinho Delgado).
- Lei 7783/89, art. 1º: “Para os fins desta Lei, considera-se legítimo exercício do direito de 
greve a suspensão coletiva, temporária e pacífica, total ou parcial, de prestação pessoal de 
serviços a empregador”.
- Com o inciso II do art. 114 da Constituição, a competência da Justiça do Trabalho agora 
abrange todas as ações que decorram do exercício do direito de greve, tais como dissídios 
coletivos, ações de responsabilidade civil propostas pelo empregador contra o sindicato, ações 
possessórias (manutenção da posse, interdito proibitório). Danos morais e materiais 
decorrentes do exercício do direito de greve também serão da competência da Justiça do 
Trabalho.
(MARTINS, p. 119/120).
- No ano passado (2007), o STF, em diversos mandados de injunção, acabou para rever seu 
posicionamento anterior quanto ao direito de greve dos servidores públicos. Entendeu-se pela 
possibilidade de utilização da Lei de Greve (Lei 7.783/1999), aplicável aos empregados da 
iniciativa privada, quanto aos serviços essenciais. Com isso, o exercício do direito de greve 
passou a ser possível. Segundo esse novo entendimento, a norma referente ao direito de greve 
passou a ser compreendida como de eficácia contida (ou contível), tendo aplicabilidade 
imediata. Nas decisões anteriores, o voto vencido do Ministro Moreira Alves era justamente 
nesse sentido.
- Súmula Vinculante 23: “A Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar ação 
possessória ajuizada em decorrência do exercício do direito de greve pelos trabalhadores da 
iniciativa privada.” Precedentes RE 579648, CJ 6959, RE 238737, AI 611670, AI 598457, 
RE 555075 e RE 576803. 
4.3.3. Ações sobre representação sindical, entre sindicatos, entre sindicatos e 
trabalhadores, e entre sindicatos e empregadores
- Justiça do Trabalho passou a ter competência para dirimir conflitos a respeito da 
representação sindical, que decorre do Princípio da Unicidade Sindical (CF/88, art. 8º, II); da 
contribuição sindical (CLT, art. 578), bem como processar e julgar ação anulatória promovida 
pelo MPT ou ações entre sindicatos, entre sindicato e trabalhador(es) ou entre sindicato e 
empregador(es) que tenham por objeto a controvérsia sobre contribuição confederativa e 
assistencial.
4.3.4. Mandado de Segurança 
- A Justiça do Trabalho é competente “para processar e julgar o mandado de segurança, não 
só contra ato judicial prolatado em processo trabalhista originário da relação jurídica de 
emprego ou de trabalho, mas, também, contra ato administrativo que se enquadre na moldura 
do inciso VII do art. 114 da CF, bem como contra ato praticado por autoridade da Justiça do 
Trabalho, desde que, é claro, tal ato seja ilegal ou arbitrário e, paralelamente, viole direito, 
individual ou coletivo, líquido e certo”. (LEITE, p. 832).
- Agora, a VT passou a ter competência funcional para apreciar e julgar o MS. Exemplo 
típico: MS impetrado pelo empregador contra ato da autoridade de fiscalização do trabalho 
(auto de autuação).
16
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO Professor: Ricardo Tupy
4.3.5. Habeas Corpus
- Havia dissenso entre o STF e o TST quanto à competência para apreciação de habeas 
corpus impetrado contra ato de juiz do trabalho de primeira instância que determinava a 
prisão do depositário infiel.
- TST: Juiz do Trabalho → MS → TRT → RO→ TST
- STF: Juiz do Trabalho → MS → TRF
- Após EC 45/04, não há mais dúvida acerca da competência da Justiça do Trabalho para 
processar e julgar habeas corpus quando o ato questionado envolver matéria sujeita à 
jurisdição trabalhista. (LEITE, p. 886).
- Todavia, diante do entendimento do STF quanto à inconstitucionalidade da prisão civil do 
depositário infiel, qualquer que seja a modalidade do depósito (Súmula Vinculante 25 e 
Precedentes RE 562051 RG, RE 349703, RE 466343, HC 87585, HC 95967, HC 91950, HC 
93435, HC 96687 MC, HC 96582, HC 90172, HC 95170 MC), é questionável a competência 
da JT para apreciação de habeas corpus.
4.3.6. Habeas Data
- Sérgio Pinto Martins não vislumbra aplicabilidade dessa ação constitucional na Justiça do 
Trabalho, pois o empregador não dispõe de banco de dados de caráter público. Acredita que o 
habeas data também não serviria para obtenção de dados para fins do estabelecimento de 
participação dos lucros, pois o empregado poderá se utilizar de medida cautelar de exibição de 
documentos (MARTINS, p. 119).
- Carlos Henrique Bezerra Leite, por sua vez, vislumbra “o cabimento do habeas data 
impetrado na Justiça do Trabalho, desde que tal demanda seja oriunda da relação de trabalho, 
como no caso em que um servidor esteja sendo impedido de obter informações sobre seus 
registros funcionais que seriam utilizados para sua candidatura à promoção na carreira do 
órgão público ao qual está vinculado. [...] Outra hipótese reside na possibilidade de 
impetração de habeas data pelo empregador em face do órgão de fiscalização da relação de 
trabalho que esteja se negando a fornecer informações sobre o processo administrativo em que 
ele esteja sofrendo penalidade administrativa” (LEITE, p. 888/889).
- STF afastou a competência da Justiça do Trabalho para ações envolvendo servidores 
estatutários e Administração Pública (ADI 3395) e já decidiu que Banco do Brasil não figura 
como entidade governamental, pois explora atividade econômica nem se enquadra no 
conceito de registros de caráter público (RE 165.304/MG, Informativo 208).
4.3.7. Conflitos de Competência entre Órgãos com Jurisdição Trabalhista
- O conflito pode ser POSITIVO (dois órgãos se julgam competentes) ou NEGATIVO (dois 
órgãos se julgam incompetentes).
- Há previsão na CLT, arts. 803 a 812.
- Legitimados: Juízes do Trabalho, MPT, parte ou interessado (CLT, art. 805).
- CLT, art. 806: “É vedado à parte interessada suscitar conflitos de jurisdição quando já 
houver oposto na causa exceção de incompetência.” Razões: preclusão lógica, pois os 
institutos de conflito e exceção têm a mesma finalidade (LEITE, p. 216); vedação à admissão 
de expedientes protelatórios (MARTINS, p. 141).
- CF/88 (EC 45/04): órgãos com Jurisdição Trabalhista → JT, salvo competência do STF (“os 
conflitos de competência entre o Superior Tribunal de Justiça e quaisquer tribunais, entre 
Tribunais Superiores, ou entre estes e qualquer outro tribunal” – Art. 102, I, o).
- STJ (“os conflitos de competência entre quaisquer tribunais, ressalvado o disposto no art. 
102, I, ‘o’, bem como entre tribunal e juízes a ele não vinculados e entre juízes vinculados a 
tribunais diversos” – Art. 105, I, d).
17
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO Professor: Ricardo Tupy
• Vara do Trabalho TRT versus Vara do Trabalho TRT = TRT
• Vara do Trabalho TRT versus Juiz de Direito (jurisdição trabalhista TRT) = TRT
• Vara do Trabalho TRT versus Juiz de Direito (sem jurisdição trabalhista) = STJ 
• Vara do Trabalho TRT "A" versus Vara do Trabalho TRT "B" = TST
• TST versus Juiz de Direito = STF
• TST versus STJ = STF
4.3.8. Dano Moral ou Patrimonial decorrentes da Relação de Trabalho
- STJ: dano moral – matéria de Direito Civil → Justiça Comum
- STF e TST: dano moral – decorrente relação de emprego – irrelevância aplicação do Direito 
Civil → Justiça do Trabalho.
SÚMULA Nº 392 DO TST. DANO MORAL. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO. 
(conversão da Orientação Jurisprudencial nº 327 da SBDI-1) - Res. 129/2005 - DJ 20.04.2005
Nos termos do art. 114 da CF/1988, a Justiça do Trabalho é competente para dirimir controvérsias 
referentes à indenização por dano moral, quando decorrente da relação de trabalho. 
- Súmula Vinculante 22: “A Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar as 
ações de indenização por danos morais e patrimoniais decorrentes de acidente de trabalho 
propostas por empregado contra empregador, inclusive aquelas que ainda não possuíam 
sentença de mérito em primeiro grau quando da promulgação da Emenda Constitucional no 
45/04.” (Precedentes CC 7204, AI 529763 AgR-ED, AI 540190 AgR e AC 822 MC).
- Competência para julgamento de ação de indenização por danos morais e materiais 
decorrentes de acidente de trabalho proposta pelos sucessores do empregado falecido. 
Competência da Justiça Laboral (STF, Pleno, CC 7545-7 SC, Rel. Min. Eros Grau, Julg. 
03.06.2009).
- A Corte Especial do STJ, julgando o CC 101.977-SP, na sessão de 16.09.2009, deliberou 
pelo cancelamento de sua Súmula 366. 
4.3.9. Penalidades Administrativas aplicadas pelo Poder Executivo (MTe)
- A competência abrangeria mandado de segurança contra ato administrativo da autoridade 
fiscalizadora do trabalho, ações de execução da dívida referente à penalidade, bem como as 
ações anulatórias e declaratórias sobre o tema. As multas aplicadas pelo INSS estariam de 
fora, pois dizem respeito à contribuição previdenciária. O mesmo ocorre em relação às multas 
aplicadas pelos órgãos de fiscalização de profissão, como OAB e CREA. (MARTINS, p. 
115). 
- Com a criação da Receita Federal do Brasil, esta passou a ter competência para a 
arrecadação das contribuições previdenciárias.
- O Prof. Carlos Henrique Bezerra Leite entende que “penalidades administrativas” 
abarcariam tanto os “crimes” quanto as “multas administrativas”. Por isso, assevera que “a 
Justiça do Trabalho passou a ser competente para processar e julgar as ações que tenham por 
objeto a prática de crime de falsidade ideológica, consistente em anotação falsa quanto ao 
contrato de trabalho feito pelo empregador.” E prossegue ao arrematar que “restaria superada 
a Súmula 62 do STJ, que apontava a Justiça Comum Estadual para tais ações”. (LEITE, p. 
181).
- O STF, no ano de 2007, manifestou o entendimento de que a Justiça do Trabalho não tem 
competência penal, mesmo após o advento da EC 45/2004.
18
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO Professor: Ricardo Tupy
“Competência criminal. Justiça do Trabalho. Ações penais. Processo e julgamento. Jurisdição penal 
genérica. Inexistência. Interpretação conforme dada ao art. 114, I, IV e IX, da CF, acrescidos pela EC 
n. 45/2004. Ação direta de inconstitucionalidade. Liminar deferida, com efeito, ex tunc. O disposto no 
art. 114, I, IV e IX, da Constituição da República, acrescidos pela Emenda Constitucional n. 45, não 
atribui à Justiça do Trabalho competência para processar e julgar ações penais.” (ADI 3.684-MC, Rel. 
Min. Cezar Peluso, Julg. 1º.02.07, Plenário, DJE de 03.08.07)
4.3.10. Execução de Ofício das Contribuições Previdenciárias
- Não constitui uma inovação, vez que esta competência decorreu da EC 20/98.
- Há um aparente conflito entre a Súmula 368, I, do TST e o parágrafo único do art. 876 da 
CLT, com redação dada pela Lei 11.457/2007.
DESCONTOS PREVIDENCIÁRIOS E FISCAIS. COMPETÊNCIA. RESPONSABILIDADE PELO 
PAGAMENTO. FORMA DE CÁLCULO. (conversão das Orientações Jurisprudenciais nos 32, 141 e 
228 da SDI-1) Alterada pela Res. 138/2005, DJ 23.11.2005
I. A Justiça do Trabalho é competente para determinar o recolhimento dascontribuições fiscais. A 
competência da Justiça do Trabalho, quanto à execução das contribuições previdenciárias, limita-se 
às sentenças condenatórias em pecúnia que proferir e aos valores, objeto de acordo homologado, 
que integrem o salário-de-contribuição. (ex-OJ nº 141 - Inserida em 27.11.1998)
(...)
Parágrafo único. Serão executadas ex-officio as contribuições sociais devidas em decorrência de 
decisão proferida pelos Juízes e Tribunais do Trabalho, resultantes de condenação ou homologação de 
acordo, inclusive sobre os salários pagos durante o período contratual reconhecido. 
- A questão ainda está pendente de definição pelo STF, o qual já se manifestou, conforme os 
seguintes julgados:
"Recurso extraordinário. Repercussão geral reconhecida. Competência da Justiça do Trabalho. 
Alcance do art. 114, VIII, da Constituição Federal. A competência da Justiça do Trabalho prevista no 
art. 114, VIII, da Constituição Federal alcança apenas a execução das contribuições previdenciárias 
relativas ao objeto da condenação constante das sentenças que proferir." (RE 569.056, Rel. Min. 
Menezes Direito, julgamento em 11-9-08, Plenário, DJE de 12-12-08). No mesmo sentido: AI 
757.321-AgR, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgamento em 20-10-09, 1ª Turma, DJE de 13-11-09; RE 
560.930-AgR, Rel. Min. Marco Aurélio, julgamento em 28-10-08, 1ª Turma, DJE de 20-2-09.
"Recursos extraordinários – Medida cautelar incidental – Competência da Justiça do Trabalho para 
declarar a natureza de verbas fixadas em acordo trabalhista – Matéria pendente de julgamento pelo 
Plenário do Supremo Tribunal Federal (AC 1.109/SP) – Pretendida suspensão de exigibilidade de 
débito previdenciário contestado pela instituição financeira interessada – Cumulativa ocorrência dos 
requisitos concernentes à plausibilidade jurídica e ao periculum in mora – Outorga de eficácia 
suspensiva a recursos extraordinários, que, interpostos pela parte requerente, já foram admitidos pela 
presidência do tribunal recorrido – Decisão referendada pela turma." (AC 1.556-MC-QO, Rel. Min. 
Celso de Mello, julgamento em 6-3-07, 2ª Turma, DJ de 23-3-07)
- Competência não abrange período em que não houve reconhecimento judicial, ou seja, o 
período incontroverso de vínculo. A competência, neste caso, é da Justiça Federal.
19
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO Professor: Ricardo Tupy
4. COMPETÊNCIA TRABALHISTA – PARTE III
4.4. Competência em Razão da Pessoa
- Pessoas Jurídicas: Sindicatos (CF/88, art. 114, III); Entes de Direito Público Externo (CF/88, 
art. 114, I); Administração Direta, Autárquica e Fundacional (CF/88, art. 114, I); União 
Federal (CF/88, art. 114, VII).
- Trabalhadores: empregado urbano; empregado rural; empregado doméstico (Decreto 71.885, 
art. 2º); empregado público, empregado temporário (Lei 6019/74, art. 19); trabalhador avulso 
(CLT, art. 643); atleta profissional de futebol (Lei 6.354/76, art. 29); autônomo (controvérsia), 
eventual (controvérsia).
- Para o Prof. Carlos Henrique Bezerra, não haveria controvérsia quanto à competência da 
Justiça do Trabalho para as lides entre os trabalhadores subordinados típicos (empregados 
urbano e rural) e os tomadores de seus servidores. Todavia, para as lides entre os 
trabalhadores atípicos (doméstico, avulso, temporário, eventual etc.) e os tomadores de seus 
serviços a competência da Justiça do Trabalho estaria condicionada: a) permissão legal em tal 
sentido; b) inexistência de norma prevendo a competência para a Justiça Comum; c) nessa 
última hipótese, superveniência de lei transferindo a competência para a Justiça do Trabalho.
(LEITE, p. 192).
4.4.1. Entes de Direito Público Externo
- “À primeira vista, nenhum Estado pode submeter outros Estados internacionais a seu direito 
interno, pois prevaleceria o princípio de que iguais não podem submeter iguais a seu mundo 
(par in parem nom habet imperium).”
- Imunidade de Jurisdição e Imunidade de Execução.
- O Estado deve indenizar os danos ou prejuízos que resultarem de seus atos. Questão de 
justiça e constitui regra de cortesia internacional (Comitas Gentium).
- A partir de 1970, a European Convention on State Immunity and Additional Protocol alterou 
a idéia de imunidade, pois não se admite que o Estado a alegue quanto a obrigações que tenha 
que ser executadas no território de outro país, inclusive o contrato de trabalho.
- Foreign Sovereign Immunities Act (Estados Unidos, 1976) e State Immunity Act (Reino 
Unido, 1978): ausência de imunidade em relação a atos de gestão.
- Brasil: caso Genny de Oliveira versus Embaixada da República Democrática Alemã – “não 
há imunidade de jurisdição para o Estado estrangeiro, em causa de natureza trabalhista” (STF 
AC 9.696-3 – SP, Rel. Min. Sidney Sanches). Destaque: voto do Min. Francisco Rezek, 
especialista em direito internacional.
- Antes da CF/88, a competência era da Justiça Federal.
- Imunidade de Execução ainda deve ser observada.
(MARTINS, p. 98/101).
4.4.2. Servidores de Cartórios Extrajudiciais
- Servidores públicos lato sensu: competência da Corregedoria dos Tribunais de Justiça 
(entendimento dominante da jurisprudência).
- CF/88, art. 236: “Os serviços notariais e de registro são exercidos em caráter privado, por 
delegação do Poder Público”. (grifo nosso).
- É competente a Justiça do Trabalho do Trabalho e não a Justiça Comum para resolver a 
pendência entre o cartório e seu funcionário (STF, Pleno, AC 69642/110, Rel. Min. Néri da 
Silveira, DJ 10-4-1992).
20
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO Professor: Ricardo Tupy
- Lei 8935/94 (DOU 21-11-1994):
Art. 48. Os notários e os oficiais de registro poderão contratar, segundo a legislação trabalhista, seus 
atuais escreventes e auxiliares de investidura estatutária ou em regime especial desde que estes 
aceitem a transformação de seu regime jurídico, em opção expressa, no prazo improrrogável de trinta 
dias, contados da publicação desta lei.
§ 1º Ocorrendo opção, o tempo de serviço prestado será integralmente considerado, para todos os 
efeitos de direito.
§ 2º Não ocorrendo opção, os escreventes e auxiliares de investidura estatutária ou em regime especial 
continuarão regidos pelas normas aplicáveis aos funcionários públicos ou pelas editadas pelo Tribunal 
de Justiça respectivo, vedadas novas admissões por qualquer desses regimes, a partir da publicação 
desta lei.
- Para Sérgio Pinto Martins, quando a competência é fixada pela Constituição (art. 114), não 
se deve aplicar a lei ordinária.
(MARTINS, p. 101/102).
4.5. Competência em Razão da Função (Competência Funcional)
- “Concerne à distribuição das atribuições cometidas aos diferentes órgãos da Justiça do 
Trabalho, de acordo com o que dispõem a Constituição, as leis de processo e os regimentos 
internos dos tribunais trabalhistas” (LEITE, p. 194).
4.5.1. Varas do Trabalho
- CLT, art. 652 (v.g. os dissídios concernentes a remuneração, férias e indenizações por 
motivo de rescisão do contrato individual de trabalho; os dissídios resultantes de contratos 
de empreitadas em que o empreiteiro seja operário ou artífice; os demais dissídios 
concernentes ao contrato individual de trabalho);
CLT, art. 653 (v.g. julgar as exceções de incompetência que lhes forem opostas; exercer, em 
geral, no interesse da Justiça do Trabalho, quaisquer outras atribuições que decorram da 
sua jurisdição);
- Processar e julgar Ação Civil Pública promovida pelo MPT ou associação sindical (LC 
75/93, art. 83, III; Lei 7.347/85, art. 2º; Lei 8078/90, art. 93);
- CF/88, art. 114 (ressalvadas as competências originais do TRT e TST).
4.5.2. Tribunais Regionais do Trabalho- CLT, arts. 678 e 679 (v.g. originariamente: mandados de segurança, ações rescisórias; 
última instância: ações rescisórias; turmas: recurso ordinário, agravo de petição e agravo 
de instrumento).
4.5.3. Tribunal Superior do Trabalho
- Função: Uniformizar a jurisprudência trabalhista.
4.5.3.1. Pleno
- CLT, art. 702; RITST, art. 70, exemplos:
a) decidir sobre declaração de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder 
Público, quando aprovada a arguição pelas Seções Especializadas ou Turmas;
b) aprovar, modificar ou revogar, em caráter de urgência e com preferência na pauta, 
Súmula da Jurisprudência predominante em dissídios individuais e os Precedentes 
Normativos da Seção de Dissídios Coletivos.
21
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO Professor: Ricardo Tupy
4.5.3.2. Seção Administrativa
- Competência prevista no art. 71 do RITST. Todavia, este dispositivo foi revogado pelo Ato 
Regimental 7/2005, que passou a tratar da matéria (v.g. julgar os recursos de decisões ou atos 
do Presidente do Tribunal em matéria administrativa; julgar os recursos interpostos das 
decisões dos Tribunais Regionais do Trabalho em processo administrativo disciplinar 
envolvendo magistrado, estritamente para controle da legalidade).
4.5.3.3. Seção Especializada em Dissídios Coletivos 
- RITST, art. 72, exemplos:
- originariamente: julgar os dissídios coletivos de natureza econômica e jurídica, situadas no 
âmbito de sua competência ou rever suas próprias sentenças normativas, nos casos previstos 
em lei;
- última instância: os recursos ordinários interpostos contra as decisões proferidas pelos 
Tribunais Regionais do Trabalho em dissídios coletivos de natureza econômica ou jurídica.
4.5.3.4. Seção Especializada em Dissídios Individuais
- RITST, art. 73, exemplos:
- Pleno: julgar, em caráter de urgência e com preferência na pauta, os processos que 
contenham incidentes sobre a uniformização da jurisprudência em dissídios individuais, 
surgidos nas Turmas, nas Seções ou Subseções e que tenham determinado a suspensão de 
outros processos;
- Subseção I (SBDI-1): julgar os embargos interpostos das decisões divergentes das Turmas, 
ou destas com decisão da Seção de Dissídios Individuais, com Orientações Jurisprudenciais 
ou com Súmula e, ainda, as que violarem literalmente preceito de lei federal ou da 
Constituição da República;
- Subseção II (SBDI-2): originariamente: julgar as ações rescisórias propostas contra suas 
decisões e as das Turmas do Tribunal; única instância: julgar os conflitos de competência 
entre Tribunais Regionais e os que envolvam Juízes de Direito investidos da jurisdição 
trabalhista e Varas do Trabalho em processos de dissídios individuais; última instância: 
julgar os recursos ordinários interpostos contra decisões dos Tribunais Regionais em 
processos de dissídio individual de sua competência originária.
4.5.3.5. Turmas
- CLT, art. 702, §2º.
- RITST, art. 74:
I - os recursos de revista interpostos de decisão dos Tribunais Regionais do Trabalho nos casos 
previstos em lei;
II - os agravos de instrumento dos despachos de Presidente de Tribunal Regional que denegarem 
seguimento a recurso de revista; e
III - os agravos e os agravos regimentais interpostos contra despacho exarado em processos de sua 
competência; e
IV – os recursos ordinários em ação cautelar, quando a competência para julgamento do recurso do 
processo principal for atribuída à Turma.
22
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO Professor: Ricardo Tupy
4. COMPETÊNCIA TRABALHISTA – PARTE IV
4.6. Competência em Razão do Lugar
- Estabelecida em lei federal que cria a Vara do Trabalho.
- Objetivo: facilitar a propositura e produção de prova.
4.6.1. Local da Prestação do Serviço
“A competência das Juntas de Conciliação e Julgamento é determinada pela localidade onde o 
empregado, reclamante ou reclamado, prestar serviços ao empregador, ainda que tenha sido 
contratado noutro local ou no estrangeiro” (grifo acrescentado - CLT, art. 651, caput).
- Vários locais de prestação de serviço: a) simultâneos – todos; b) sucessivos - último.
- Prevalece a competência do lugar da prestação de serviço, ainda que não seja a localidade da 
residência do empregado (LEITE, p. 205).
4.6.2. Empregado Agente ou Viajante Comercial
“Quando for parte de dissídio agente ou viajante comercial, a competência será da Junta da localidade 
em que a empresa tenha agência ou filial e a esta o empregado esteja subordinado e, na falta, será 
competente a Junta da localização em que o empregado tenha domicílio ou a localidade mais 
próxima” (grifo acrescentado - CLT, art. 651, §1º).
- O viajante deverá ser comercial: atividade de vendas.
- Critérios: 1º) localidade da agência ou filial a que esteja subordinado o empregado; 2º) se 
não houver agência ou filial, localidade do domicílio ou a vara da localidade mais próxima.
4.6.3. Empregado Brasileiro que Trabalha no Estrangeiro
“A competência das Juntas de Conciliação e Julgamento, estabelecida neste artigo, estende-se aos 
dissídios ocorridos em agência ou filial no estrangeiro, desde que o empregado seja brasileiro e 
não haja convenção internacional dispondo em contrário” (grifo acrescentado - CLT,art.651, §2º).
- Sérgio Pinto Martins entende que é indispensável que a empresa estrangeira tenha repartição 
no Brasil, sob pena de se inviabilizar a ação, pois a empresa poderá não querer se sujeitar à 
jurisdição brasileira. (MARTINS, p. 127).
- Carlos Henrique Bezerra Leite discorda e afirma que a aceitação ou não da empresa 
estrangeira e os problemas operacionais com a sua citação são alheios à questão da 
competência (LEITE, p. 208).
- O direito material a ser aplicado poderá ser o do país da prestação de serviços.
SÚMULA Nº 207 DO TST. CONFLITOS DE LEIS TRABALHISTAS NO ESPAÇO. PRINCÍPIO 
DA "LEX LOCI EXECUTIONIS” A relação jurídica trabalhista é regida pelas leis vigentes no país da 
prestação de serviço e não por aquelas do local da contratação. (Res. 13/1985, DJ 11.07.1985)
- A Lei 7064/1982 que, antes regulava a situação dos trabalhadores contratados no Brasil, ou 
transferidos por empresas prestadoras de serviços de engenharia (consultoria, projetos e obras, 
montagens, gerenciamento e congêneres) para prestar serviços no exterior, passou, com o 
advento da Lei 11962/2009, a regulamentar a situação de qualquer trabalhador contratado no 
Brasil ou transferido por seu empregador para prestar serviços no exterior.
23
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO Professor: Ricardo Tupy
4.6.4. Empresas que Promovem Atividades Fora do Lugar da Celebração do Contrato
“Em se tratando de empregador que promova realização de atividades fora do lugar do contrato de 
trabalho, é assegurado ao empregado apresentar reclamação no foro da celebração do contrato ou 
no da prestação dos respectivos serviços” (grifo acrescentado - CLT, art. 651, §3º).
- Sérgio Pinto Martins argumenta que, por se tratar de exceção, o §3º do art. 651 da CLT deve 
ser interpretado restritivamente, sob pena de esvaziamento da regra geral prevista no caput. 
Assim, a norma se aplica ao “empregador que desenvolve suas atividades em locais incertos, 
transitórios ou eventuais”, tais como atividades circenses, auditorias, feiras reflorestamento, 
empresas de limpeza e de construção civil. (MARTINS, p. 128). Adota a corrente clássica.
- Carlos Henrique Bezerra Leite adota interpretação teleológica no sentido de que a norma 
deve ser aplicada à empresa que realize atividades

Outros materiais