Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1/2 Aristóteles Primeiro filósofo a elaborar tratados sistemáticos de Ética. Aristóteles nos recorda que todos nós temos uma missão a cumprir na própria comunidade, e que nosso dever moral é justamente desempenhar bem nosso papel nela. Uma pessoa virtuosa será, quase com certeza, uma pessoa feliz, mas, para tanto, precisa viver em uma sociedade regida por boas leis. A ética não pode desvincular-se da política: o maior bem individual, a felicidade, só é possível em uma pólis dotada de leis justas. A ética aristotélica afirma que existe moral porque os seres humanos buscam inevitavelmente a felicidade, a ventura, e, para alcançar plenamente esse objetivo, necessitam das orientações morais. Mas, além disso, ela nos proporciona critérios racionais para averiguar que tipo de comportamento, quais virtudes, em suma que tipo de caráter moral, é o adequado para essa finalidade. Aristóteles entende a vida moral como um modo de “autorrealização”, diferente de outras éticas que também postulam a felicidade. Para os hedonistas, contemporâneos de Sócrates, o prazer costuma ser entendido como uma satisfação de caráter sensível enquanto a “autorrealização” (eudemonista, como Aristóteles) pode comportar ações que nem sempre são prazerosas. A ética dos principais filósofos da antiguidade grega pode ser resumida em três aspectos principais: 1. O racionalismo: a vida virtuosa é agir em conformidade com a razão, que conhece o bem, o deseja e guia nossa vontade até ele; 2. O naturalismo: a vida virtuosa é agir em conformidade com a Natureza (o cosmos) e com nossa natureza (nosso ethos), que é uma parte do todo natural; 3. A inseparabilidade entre ética e política: isto é, entre a conduta do indivíduo e os valores da sociedade, pois somente na existência compartilhada com outros encontramos liberdade, justiça e felicidade. (CORTINA e MARTINEZ, 2005). Na filosofia aristotélica, a política é um desdobramento natural da ética. Ambas, na verdade, compõem a unidade do que Aristóteles chamava de filosofia prática. Se a ética está preocupada com a felicidade individual do homem, a política se preocupa com a felicidade coletiva da pólis. A ética, portanto, era concebida como educação do caráter do sujeito moral para dominar racionalmente impulsos, apetites e desejos, para orientar a vontade rumo ao bem e à felicidade, e para formá-lo como membro da coletividade sociopolítica. Sua finalidade era a harmonia entre o caráter do sujeito virtuoso e os valores coletivos, que também deveriam ser virtuosos. 2/2 Podemos concluir que a ética praticada a partir das teorias desses filósofos gregos seria uma ética cívica. Civilidade envolve educação, política, urbanidade e os valores da sociedade.
Compartilhar