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Matéria: Noções de Direito Penal 
Professor Leonardo Galardo 
 
 
www.cejuris.com.br / email: atendimento@cejurisonline.com.br 
 
 
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TÍTULO IV 
DO CONCURSO DE PESSOAS 
Regras comuns às penas privativas de 
liberdade 
Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre 
para o crime incide nas penas a este cominadas, na 
medida de sua culpabilidade. (Redação dada pela Lei 
nº 7.209, de 11.7.1984) 
§ 1º - Se a participação for de menor 
importância, a pena pode ser diminuída de um sexto 
a um terço. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984) 
§ 2º - Se algum dos concorrentes quis participar 
de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena 
deste; essa pena será aumentada até metade, na 
hipótese de ter sido previsível o resultado mais 
grave. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984) 
Circunstâncias incomunicáveis 
Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e 
as condições de caráter pessoal, salvo quando 
elementares do crime. (Redação dada pela Lei nº 
7.209, de 11.7.1984) 
Casos de impunibilidade 
Art. 31 - O ajuste, a determinação ou instigação 
e o auxílio, salvo disposição expressa em contrário, 
não são puníveis, se o crime não chega, pelo menos, 
a ser tentado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984) 
CONCURSO DE PESSOAS 
Crimes Unissubjetivos ou Monossubjetivos x 
Crimes Plurissubjetivos 
 Crimes Unissubjetivos ou Monossubjetivos (DE 
CONCURSO EVENTUAL): 
- São aqueles que podem ser praticados por uma única 
pessoa... 
- 01 (um) único agente já é suficiente para realizar a 
figura típica... 
Exemplo: Furto (Artigo 155 do CP) 
Exemplo: Homicídio (Artigo 121 do CP) 
 Crimes Plurissubjetivos (DE CONCURSO 
NECESSÁRIO): 
- São aqueles que não podem ser praticados por uma 
única pessoa... 
- 01 (um) só agente não é suficiente para realizar a 
figura típica... 
Exemplo: Associação Criminosa (Artigo 288 do CP) 
Exemplo: Rixa (Artigo 137 do CP) 
Norma de Extensão 
(Artigo 29 do CP) 
 
 O “Concurso de Pessoas” que vamos estudar é 
justamente o “Concurso Eventual”... 
 
 O Concurso Eventual exige a utilização da norma de 
extensão do artigo 29 do CP... 
Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o 
crime incide nas penas a este cominadas, na 
medida de sua culpabilidade. 
§ 1º - Se a participação for de menor importância, a 
pena pode ser diminuída de um sexto a um terço. 
 
§ 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de 
crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena 
deste; essa pena será aumentada até metade, na 
hipótese de ter sido previsível o resultado mais 
grave. 
 
 O agente que ingressa no concurso eventual nem 
sempre vai realizar um comportamento típico. 
 Sendo assim, eu preciso trazê-lo para o tipo penal 
através da norma de extensão... 
 
 Podemos citar o partícipe que vai concorrer para a 
conduta... 
 Sem realizar um comportamento típico... 
 Ele só vai induzir ou instigar ou auxiliar... 
 
 Sendo assim, eu preciso trazê-lo para o tipo penal 
através da norma de extensão... 
 Para que ele possa ser punido... 
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Matéria: Noções de Direito Penal 
Professor Leonardo Galardo 
 
 
www.cejuris.com.br / email: atendimento@cejurisonline.com.br 
 
 
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 Por isso que precisamos do artigo 29 do Código 
Penal. 
 
 
 
Teorias do Concurso de Pessoas 
 
Temos três teorias principais relacionadas ao concurso 
de pessoas... 
 
A) TEORIA MONISTA OU UNITÁRIA 
(REGRA DO CÓDIGO PENAL): 
 
- O artigo 29 do Código Penal traz esta 
previsão: 
 
“Quem, de qualquer modo, concorre para 
o crime incide nas penas a este cominadas, 
na medida de sua culpabilidade”. 
 
- Sendo assim, ficou claro que o nosso Código 
Penal adotou a referida teoria... 
- Já que temos uma única infração penal para 
todos os concorrentes... 
 
- A teoria monista ou unitária é um 
desdobramento... 
- Da teoria da conditio sine qua non ou 
equivalência dos antecedentes causais... 
- Que dispõe que tudo que contribui para o 
crime é causa do crime... 
 
- Exemplo: “A” induziu “B” e “C” à prática do 
crime de furto... 
- Nesse caso, teríamos o mesmo crime para 
“A” e “B” e “C”. 
 
 Teoria Monista Pura (NÃO ADOTADA 
PELO CP): 
- Trata todos os concorrentes como causa... 
- E não faz nenhuma distinção na 
punibilidade... 
- Trata todos de forma igualitária... 
 
 Teoria Monista Matizada ou Temperada 
(ADOTADA PELO CP): 
- Trata todos os concorrentes como causa... 
- E faz uma distinção na punibilidade... 
- A punição é efetuada dentro do grau de 
culpabilidade de cada concorrente... 
- Há a consagração do comando constitucional 
de individualização da pena... 
- Artigo 5º, inciso XLVI, da CRFB/88. 
 
- Exemplo: artigo 29, caput, CP: 
“(...) na medida de sua culpabilidade” 
 
- Exemplo: artigo 29, parágrafo primeiro, CP: 
“participação de menor importância” 
 
- Exemplo: artigo 29, parágrafo segundo, CP: 
“desvio subjetivo de condutas” 
 
 
 
B) DUALISTA OU DUALÍSTICA 
(EXCEÇÃO): 
 
- Existe uma infração penal para os autores... 
- Existe uma infração penal para os partícipes... 
 
 Exemplo: Artigo 124, Parte Final do CP 
x Artigo 126 do CP: 
 
01 crime para a gestante que permite as 
manobras abortivas (Artigo 124 do CP): 
 
Art. 124 - Provocar aborto em si mesma ou 
consentir que outrem lhe provoque: 
 
Pena - detenção, de um a três anos. 
 
01 crime para o médico que pratica as 
manobras abortivas (Artigo 126 do CP): 
 
Art. 126 - Provocar aborto com o 
consentimento da gestante: 
 
Pena - reclusão, de um a quatro anos. 
 
 Exemplo: Artigo 317 do CP x Artigo 333 
do CP: 
 
01 crime para o funcionário que recebe 
(Artigo 317 do CP): 
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Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para 
outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora 
da função ou antes de assumi-la, mas em razão 
dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa 
de tal vantagem: 
01 crime para o particular que oferece 
(Artigo 333 do CP): 
Art. 333 - Oferecer ou prometer vantagem 
indevida a funcionário público, para determiná-
lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício: 
 Exemplo: Artigo 318 do CP x Artigo 334 
do CP: 
 
01 crime para o funcionário que facilita 
(Artigo 318 do CP): 
Art. 318 - Facilitar, com infração de dever 
funcional, a prática de contrabando ou 
descaminho (art. 334): 
01 crime para o particular que efetua 
contrabando/descaminho (Artigo 334 do 
CP): 
Art. 334 Importar ou exportar mercadoria 
proibida ou iludir, no todo ou em parte, o 
pagamento de direito ou imposto devido pela 
entrada, pela saída ou pelo consumo de 
mercadoria: 
C) PLURALISTA OU PLURALÍSTICA 
(EXCEÇÃO): 
- Existem tantas infrações penais quanto forem 
os concorrentes... 
- É como se cada autor ou partícipe tivesse 
praticado a sua própria infração penal. 
 
Exemplo: “A” induziu “B” e “C” à prática do 
crimede furto. Nesse caso, teríamos: 
1 crime para “A” (partícipe) 
1 crime para “B” (co-autor) 
1 crime para “C” (co-autor) 
Conceito de Concurso de Pessoas 
- O concurso de pessoas ocorre quando duas ou mais 
pessoas, unidas pelo liame subjetivo, levam a efeito 
condutas relevantes dirigidas ao cometimento de uma 
mesma infração penal. 
- Sendo assim, vamos estudar cada um destes conceitos 
abaixo... 
Requisitos do Concurso de Pessoas 
(Teoria Monista ou Unitária) 
 
A) PLURALIDADE DE PESSOAS E DE 
CONDUTAS: 
 
- A própria expressão “concurso de pessoas” 
traz a ideia de pluralidade... 
- Precisamos de, pelo menos, dois ou mais 
agentes no caso concreto... 
- Precisamos de, pelo menos, duas ou mais 
condutas no caso concreto... 
 
B) RELEVÂNCIA CAUSAL DE CADA 
CONDUTA: 
 
- Cada conduta precisa ter a sua “relevância 
causal”... 
- Com a finalidade de facilitar ou estimular a 
conduta principal... 
- Senão ela será irrelevante para o resultado... 
 
- Podemos citar o exemplo do agente que 
apenas prestou o auxílio material... 
- De emprestar uma arma para a prática do 
crime de homicídio... 
- Porque o matador havia perdido a sua própria 
arma... 
- Porém, este matador encontrou a sua arma 
posteriormente... 
- E deixou de usar a arma do agente... 
 
- Logo, se a conduta do agente não tiver 
contribuído para o resultado... 
- Não será possível falar em concurso de 
pessoas... 
- A conduta do agente será irrelevante... 
 
C) LIAME SUBJETIVO OU VÍNCULO 
PSICOLÓGICO: 
 
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- Deve existir um vínculo psicológico unindo 
os agentes... 
- Deve haver uma convergência de vontades... 
- Os agentes devem ter consciência... 
- De que integram uma mesma empreitada 
criminosa comum. 
 
- Não precisa de acordo prévio... 
- É o que a doutrina chama de coautoria 
sucessiva... 
- A convergência de vontades pode ocorrer 
durante a prática da infração... 
- Ocorre nas hipóteses em que já foi iniciada a 
execução da infração penal... 
- E a aderência do outro agente na realização 
da figura típica ocorre depois... 
 
- A única exigência é que ela ocorra antes da 
consumação... 
- Pois depois da consumação já teremos outras 
figuras típica (exemplo: receptação). 
 
- O simples conhecimento prévio da 
infração é irrelevante... 
- A concordância psicológica não é punível... 
- É necessário que exista, pelo menos, uma 
contribuição causal... 
- O sujeito não é obrigado a denunciar o agente às 
autoridades... 
- Tal conduta só terá relevância se ficar 
comprovado... 
- Que o agente tinha o dever jurídico de fazê-
lo. 
 
- A Autoria Colateral é uma exceção (não 
há concurso de pessoas): 
- A Autoria Colateral possui uma pluralidade 
de pessoas e condutas... 
- A Autoria Colateral possui relevância causal 
de cada conduta... 
- Porém, ela não possui o liame subjetivo ou 
vínculo psicológico... 
- Sendo assim, os agentes respondem por seus 
próprios atos isoladamente... 
 
- Podemos citar o exemplo de dois sujeitos que 
atiraram ao mesmo tempo na vítima... 
- Sem qualquer convergência de vontades ou 
acordo/combinação... 
- Os agentes não sabiam que não estavam 
sozinhos na prática da infração penal. 
 
D) IDENTIDADE DE INFRAÇÃO PENAL: 
 
- Os agentes devem querer praticar a mesma 
infração penal... 
- Os agentes devem convergir esforços para a 
prática... 
- De determinada e escolhida infração penal. 
 
Autor x Partícipe 
 O Código Penal não trouxe um conceito de autor e 
partícipe... 
 Sendo assim, a discussão destas definições ficou a 
cargo da doutrina... 
 Há inúmeras teorias para tentar explicar cada um 
dos conceitos em referência.

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