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27028213_PRTICA_SIMULADA_I._CASO_CONCRETO_SEMANA_3._ESTCIO._2017

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CASO 3Descrição
Gerson, brasileiro, solteiro, medico, residente em Vitoria/ES, é credor de Bernardo, viúvo, residente em Salvador /BA, conforme nota promissória no valor de R$80.000,00 (oitenta mil reais), já vencida em 10/10/2016. Ocorre que, Bernardo, dias após o vencimento da dívida e o não pagamento da mesma, fez uma doação, de seus dois imóveis, um localizado em na cidade de Aracruz e o outro localizado em Linhares, ambos no Espírito Santo, no valor de R$ 300.000,00, para sua filha Janaina , menor impúbere, residente em Macaé /RJ, com sua genitora, com cláusula de usufruto vitalício em seu favor do próprio Bernardo , além da cláusula de incomunicabilidade, conforme Certidão de Ônus Reais. Cumpre salientar que as dívidas de Bernardo ultrapassam a soma de R$ 400.000,00, sendo certo que o imóvel doado para sua filha está alugado para terceiros. Diante de tal situação, Gerson contrata seu serviço advocatício, para defesa de seus interesses, com o fim de anular a doação dos imóveis realizada pelo devedor Bernardo. Elabore a peça processual cabível.
PEÇA INICIAL:
AO EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO PERTENCENTE À VARA CÍVEL Nº__DA COMARCA DE VITÓRIA-ES
	GERSON, brasileiro, solteiro, médico, residente e domiciliado em Vitoria/ES, inscrito no registro geral sob o correspondente número:______ e no cadastro nacional de pessoas físicas Nº___________, vem, mui respeitosamente, através de seu advogado devidamente qualificado, PROPOR, PELO RITO COMUM, AÇÃO PAULIANA/REVOCATÓRIA PARA ANULAÇÃO DE NEGÓCIO JURÍDICO GRATUITO, EM FACE DE BERNARDO, viúvo, residente em Salvador/BA, cujo cadastros nos registros gerais de pessoas físicas são ignorados, PELOS MOTIVOS QUE PASSA A EXPOR:
I. DAS PRELIMINARES
I.II. DA GRATUIDADE JUDICIÁRIA
Requer o Autor, nos termos da lei nº 1.060 de 1950, que lhe seja deferido os benefícios da justiça Gratuita, tendo em vista em que o mesmo não pode arcar com as custas processuais e com os honorários advocatícios sem o prejuízo do sustento próprio. 
I.III. DA COMPETÊNCIA DO JUÍZO
É competente o presente foro para a propositura da presente ação, haja vista o objeto do caso em tela tratar-se de ação revocatória de negócio jurídico gratuito, e no caso em questão, tem-se a cobrança de nota promissória, reconhecida como título executivo, nos termos do artigo 784, inciso I do CPC. Nesses termos:
Art. 784.  São títulos executivos extrajudiciais:
I - a letra de câmbio, a nota promissória, a duplicata, a debênture e o cheque; (...) (CPC)
Dito isto, por tratar-se de obrigação ainda a ser satisfeita (como bem esclarece o artigo 53, inciso III, alínea d), do código de processo civil pátrio), é de competência deste foro o ajuizamento da presente ação, tendo em vista, repisa-se, ser este o lugar onde deva ser satisfeita, e por não conter outra estipulação senão pagar na circunscrição onde fora emitida. Nesse sentido:
Art. 53.  É competente o foro: (...)
III - do lugar: (...)
 d) onde a obrigação deve ser satisfeita, para a ação em que se lhe exigir o cumprimento; (CPC)
II. DOS FATOS
		Ocorre que o Autor, é legítimo credor quirografário de Bernardo, conforme se extrai da nota promissória emitida em favor do mesmo no valor de R$80.000,00 (oitenta mil reais), vencida em 10 de outubro de 2016, acostada aos autos. O cerne da ação está no fato de que Bernardo, dias após o vencimento da dívida e o não pagamento da mesma, fizera uma doação, de seus dois imóveis, um localizado em na cidade de Aracruz e o outro localizado em Linhares, ambos no Espírito Santo, no valor de R$ 300.000,00, para sua filha Janaina, menor impúbere, residente em Macaé /RJ, com sua genitora, com estabelecimento de cláusula de usufruto vitalício em favor do próprio Executado, além da cláusula de incomunicabilidade, conforme Certidão de Ônus Reais. Cumpre ressaltar que as dívidas de Bernardo já ultrapassam a soma de R$ 400.000,00, e o imóvel doado para sua filha encontra-se alugado para terceiros.
III. DO MÉRITO
		III. I. DA INVALIDADE DO NEGÓCIO JURÍDICO
			Excelência, o negócio jurídico do caso ora sob análise, não deixa dúvidas sobre passividade de anulação, visto tratar-se de patente meio ilícito utilizado pelo devedor com o fito de resguardar os imóveis de uma possível execução judicial, proveniente, pois, das inúmeras dívidas que o Réu possui. Tanto é que as doações se deram, de modo impudico, acrescente-se, logo após o vencimento da dívida contraída, tornando-se insolvente. Restando em nítida fraude contra os credores, sujeitando-se, assim, a anulação das transações, em consonância ao que dita o artigo 158 do código civil pátrio. Nesse sentido:
 
 Art. 158. Os negócios de transmissão gratuita de bens ou remissão de dívida, se os praticar o devedor já insolvente, ou por eles reduzido à insolvência, ainda quando o ignore, poderão ser anulados pelos credores quirografários, como lesivos dos seus direitos. (CC)
Cumpre ressaltar que o negócio jurídico também está eivado do vício de nulidade, haja vista a flagrante simulação da doação ocorrida a menor impúbere, com o estabelecimento de cláusula de usufruto vitalício para o Réu, mantendo este, o domínio de fato sobre os bens, e que outro objetivo não seria tal cláusula, senão burlar a justiça e os direitos dos credores, em uma ação executiva judicial? Nesse sentido expõe o artigo 167 do código civil:
Art. 167. É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dissimulou, se válido for na substância e na forma.
§ 1o Haverá simulação nos negócios jurídicos quando:
I - Aparentarem conferir ou transmitir direitos a pessoas diversas daquelas às quais realmente se conferem, ou transmitem; (CC)
			Deste modo, por todo exposto, requer o Autor, a anulação do negócio jurídico gratuito que ocorrera no caso aqui discutido, tendo em vista o claro objetivo de ferir o direito do credor. 
III. II. DO TÍTULO EXECUTIVO EXTRAJUDICIAL
	O Autor emitiu em favor do ora Réu nota promissória no valor de R$ 80.000,000 (oitenta mil reais), sendo que o seguinte título executivo se resta vencido desde 10 de outubro de 2016, com isso, o Autor tornara-se legítimo credor quirografário de quantia líquida, certa e exigível (no atendimento do que dispõe o artigo 784, II do CPC), não conseguindo, frise-se, até a presente data, conciliar com o devedor, meios para saldar a dívida contraída, muito pelo contrário, a bem verdade, fora surpreendido com os recursos danosos utilizados pelo Réu afim de guarnecer seu patrimônio e deixar seus credores sem possibilidades de recuperarem os créditos expedidos, ou em outras palavras, “ a ver navios”. Nesses termos:
Art. 784.  São títulos executivos extrajudiciais:
I - a letra de câmbio, a nota promissória, a duplicata, a debênture e o cheque;
II - a escritura pública ou outro documento público assinado pelo devedor;
 
III. III. DA PENHORA E ALIENAÇÃO DOS BENS DO EXECUTADO 
	Excelência, uma vez constatada a nítida fraude contra os direitos de legítimos credores empregada pelo Réu, e a vista de tal repugnante ato, o douto magistrado declare a anulação dos negócios jurídicos ocorridos, vem, o Autor, desde logo, requerer a alienação ou a penhora dos bens do mesmo, afim de que, deste modo, seja devidamente pago a dívida na quantia certa contraída, ou ainda, caso assim julgue o nobre magistrado, o Credor, desde logo, declara que aceita receber as quantias relativas aos alugueis dos imóveis até que ocorra o efetivo pagamento total do débito, qual seja o montante de R$ 80.000,000 (oitenta mil reais), como é sabido, tais bens encontram-se alugados e rendendo frutos financeiros ao Réu. Nesse sentido: os artigos 824, 825 e 831 do CPC:
 
Art. 824.  A execução por quantia certa realiza-se pela expropriação de bens do executado, ressalvadas as execuções especiais.
Art. 825.  A expropriação consiste em:
I - adjudicação;
II - alienação;
III - apropriação de frutos e rendimentos de empresa ou deestabelecimentos e de outros bens.
Art. 831.  A penhora deverá recair sobre tantos bens quantos bastem para o pagamento do principal atualizado, dos juros, das custas e dos honorários advocatícios. (CPC)
IV. DOS PEDIDOS
	Por todo o exposto, uma vez constatado a efetiva anulabilidade do negócio jurídico celebrado, requer o Autor: 
I. A declaração anulatória do negócio jurídico gratuito que ocorrera no caso aqui discutido, tendo em vista o claro objetivo de fraudar o direito do credor ora Autor, nos termos do artigo 158 do CC; 
II. Do reconhecimento do título extrajudicial que deu início a ação proposta, por ocorrência de sua quantia certa, líquida e exigível, em atendimento ao que dispõe o artigo 784, II do CPC;
III. Deixar expresso a possibilidade receber as quantias relativas aos alugueis dos imóveis até que ocorra o efetivo pagamento total do débito, qual seja o montante de R$ 80.000,000 (oitenta mil reais), como é sabido, tais bens encontram-se alugados e rendendo frutos financeiros ao Réu; 
IV. Protestar em provar o alegado por todos os meios de provas em direito admitidos, estando já em poder do título executivo extrajudicial devidamente assinado pelo devedor, acostado aos autos; 
V. Deixar expresso a possibilidade para audiência de mediação e conciliação; 
VI. Honorários advocatícios em 20% sobre o valor da causa. 
VII. O deferimento do pedido de justiça gratuita, visto que o mesmo é pobre no sentido jurídico do termo.
	Dar-se-á o valor da causa em R$ 80.000,00 (oitenta mil reais).
	
Nestes termos, pede e espera deferimento. 
Fortaleza-Ce, segunda-feira, 06 de março de 2017.
MAXSUEL GOMES
OAB/CE XX.XXX-X

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