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CENTRO UNIVERSITÁRIO INTERNACIONAL – UNINTER CENTRO ASSOCIADO AO POLO DE FRANCISCO BELTRÃO LICENCIATURAS ADENEI APARECIDO DA COSTA PINHEIRO RÔMULO AFONSO SANTOS RIBEIRO FILOSOFIA E SUAS PERSPECTIVAS AO LONGO DO TEMPO: breves contribuições aos olhares da educação CURITIBA-PR 2015 ADENEI APARECIDO DA COSTA PINHEIRO – 1210789 RÔMULO AFONSO SANTOS RIBEIRO– 1251111 FILOSOFIA E SUAS PERSPECTIVAS AO LONGO DO TEMPO: breves contribuições aos olhares da educação Trabalho relacionado às disciplinas de Fundamentos Filosóficos da Educação e Ética da UTA Fundamentos da Educação do Centro Universitário Internacional como apoio a construção do conhecimento sob a ótica da Filosofia enquanto ciência. Tutor: Prof. Me. Paula Giseli Algeri Gramola CURITIBA-PR 2015 Introdução Ao iniciarmos nosso diálogo sobre as correntes filosóficas ao longo do tempo, devemos ater-nos, primeiramente, a respeito da filosofia imbricada à educação. Então, qual o papel da filosofia enquanto ciência para com a educação? A filosofia, realmente, influencia os processos educativos? Filosofia e educação estão relacionadas até que ponto? Os primeiros traços dos pensamentos filosóficos surgiram na Grécia a partir do abandono do pensamento mítico-religioso para o especulativo-teórico, ou seja, Marcondes (2001, p.20) afirma que os povos da Antiguidade Clássica, por volta de VI a.C., deixaram de acreditar em mitos e explicações sobrenaturais as quais não possuíam embasamento teórico-científico e passaram a ver e explicar o mundo através da cientificidade, das teorias, da razão, do empirismo e de outras especulações as quais não fossem estipuladas obrigatoriamente, e sim pensadas, filosofadas e comprovadas. Sócrates, Platão, Aristóteles, São Tomás de Aquino, Santo Agostinho, Rosseau, Voltaire, Comte, Marx, Husserl, Kierkegaard, Saussure, Durkheim, Weber, Kant, Saviani, Freire e entre outros filósofos, pensadores e educadores que preocuparam-se em guiar os rumos dos pensamentos para uma definição teórico-científica que abarcasse não apenas os problemas do homem, da sociedade ou do mundo, mas também algo que fosse espetacular aos olhos do ser humano: a educação. Como já abordamos, as preocupações com a vida, com o ser, com o “eu”, com o mundo e com todas essas questões que despertavam nos pensamentos dos seres humanos já eram datadas mesmo antes da existência de Cristo. Não diferente, a especulações quanto a educação foi algo que norteou os pensamentos filosóficos perante, ainda, as procuras incessantes às respostas das problematizações da existência humana enquanto homo sapiens e homo faber. A Filosofia enquanto ciência procurava sistematizar e radicalizar, no sentido de fornecer embasamento, o pensamento. Não mais aceitava-se ideias, pensamentos e especulações os quais estivessem desligados e desconexos com a criticidade das teorias filosóficas. Ainda assim que tenhamos misticismo e teor sobrenatural em nosso cotidiano, abarcado pelas gerações anteriores. E a educação? Uma palavra aparentemente simples, mas que nos traz uma reflexão bastante problemática, no sentindo seu sentido teórico e, principalmente, prático. Kant (2002), diz que o homem precisa ser educado e torna-se verdadeiro homem através da educação. O ato de educar nos remete ao ensino sistematizado do conhecimento. Ao dialogarmos a filosofia com a educação perceberemos que existem relações entre elas e com as nossas vidas. Se para educar, o educador necessita se debruçar sobre as várias perspectivas do ensinamento, conhecer o processo de ensino-aprendizagem, desmascarar a concepção bancária do conhecimento, em que há um depósito de teorias pelos educadores e uma aceitação passiva das mesmas por partes dos alunos, então, deve o professor, através da filosofia, despertar a ansiedade pelo conhecimento nos alunos e incentivar a construção do conhecimento crítico e não, simplesmente, ensinar de forma conteudista as ciências que nos cercam. Ao longo da história da filosofia existiram várias formas sistematizadas de pensar, estejam certas ou erradas, cabe a nós professores assimilarmos essas formas e aplicá-las na área da educação, de forma que os alunos construam, pensem, teorizem, apliquem e sistematizem o conhecimento científico de forma a não aceitarem tudo que é imposto pela sociedade, de um modo geral, sem que haja criticidade por parte dos mesmos. Educar, atrelada a filosofia, remete-nos a despertar em nossos alunos a procura do saber. A Filosofia busca a verdade. Identificamos que a filosofia, segundo Marcondes (2001, p. 21), enquanto ciência surgiu a partir do confronto das ideias sem fundamentação dos mitos e concepções sobrenaturais as quais não tinham bases rigorosas e sistematizadas de explicação. De acordo com Vasconcelos (2012, p.10), a filosofia significa na linguagem grega “amigo da sabedoria”, ou seja, como nos remete o subtítulo filosofia em consonância com a verdade. Essa ciência procura explicar algumas questões que perduram até hoje como: Qual o sentido da vida? Qual a origem do mundo e do ser? O que é o ser? O que é ética? E moral? Uma reflexão sistemática da vida nos reflete ao pensar filosoficamente sobre todas as questões da vida, mas não de forma dogmática e imposta, e sim, de forma teórica não mais aceitável as explicações sem base científica. O ser humano, no decorrer do tempo, sentiu e sente até hoje necessidade de explicar os acontecimentos que o rodeia. Essas explicações através da cientificidade é a força motriz de cada dia do ser humano enquanto sujeito participante deste mundo. Dentre as correntes filosóficas, todas procuravam alcançar a verdade através de suas concepções imbricadas num contexto econômico, social, cultural e político. Cabe ressaltar que a filosofia dentre suas diversas vertentes, de alguma forma, procurou explicar as questões da vida e do mundo (a verdade). O que é o Naturalismo? Segundo Vasconcelos (2012, p. 59), é uma corrente filosófica que surge a esteira do Iluminismo e, em suma, confronta a natureza e a civilização. O seu maior representante é Jean-Jacques Rousseau que viveu de 1712 até 1778 e suas obras mais importantes foram Emílio ou Da educação e Contrato Social. O ponto de partida dessa corrente filosófica é que o estado natural do ser humano é bom, mas é corrompido pela sociedade. As propostas de Rousseau são que o ser humano, enquanto criança, deveria ser educado por um preceptor, o qual, guiaria o mesmo para uma educação longe das vicitudes das sociedade sugerindo até um isolamento total dos pais. E enquanto adulto deveria retornar a um estado natural para livrar-se de todos os males que a convivência com a sociedade impõe. O que é o Positivismo? O iluminismo e a Revolução Industrial inspiraram o surgimento das ideias positivistas no século XIX ao valorizarem igualmente a razão e o progresso da humanidade para níveis de desenvolvimento cada vez maiores. Dentre os positivistas mais importantes foi Augusto Comte um dos primeiros filósofos a pensar a possibilidade de uma ciência da sociedade. Ele dividiu a evolução da sociedade em três processos: teológico, metafísico e positivo. Segundo Vasconcelos (2012, p. 71), a fase teológica se empara em explicações sobrenaturais e de deuses para fundamentar acontecimentos naturais da vida. Na tentativa de superar as explicações teológicas, a sociedade passa a explicar as coisas e os acontecimentos a partir delas mesmas. E por último, a sociedade avança para um estado positivo o qual todos os fenômenos seriam explanados pela ciência. Podemos destacar também, Hebert Spencer e seu evolucionismo social e Durkheim com a sociologia aplicada ao positivismo. O que é o Materialismo Dialético? Segundo Vasconcelos (2012, p. 94), o Materialismo Dialético advém, principalmente, das contribuições de Friedrich Hegel que dizia que a realidade era interpretada dialeticamente (choque das ideias). Karl Max e Friedirich Engels foramcontemporâneos de Hegel e desenvolveram o Materialismo histórico-dialético, a partir das concepções de Hegel. Marx e Engels afirmavam que desde a antiguidade clássica haviam confrontos sociais entre classes. Esse confrontos seriam necessários a uma revolução socialista e posteriormente a superação de Estado e uma confirmação de uma sociedade sem classes. No âmbito da educação o socialismo de Marx e Engels postulam a necessidade de uma educação voltada para a classe proletariada, de forma que essa classe se desvencilhe de um ideal burguês. O que é Fenomenologia? Marcondes (2001, p. 257) relata que essa corrente filosófica surge na virada do século XIX para o XX em confronto com a psicologia. É de suma importância ressaltar que a partir do final do século XIX surgiram vários campos da ciência. Edmund Husserl foi o precursor da fenomenologia, a partir dos confrontos de ideias com os psicologistas. Essa linha de pensamento nega uma concepção de conhecimento voltada para o objetivo, haja visto, que os fenômenos (atos mentais) não são apresentados pelo objeto a ser conhecido e sim pensados a partir do conhecimento do objeto. Vasconcelos (2012, p.137) diz que o método fenomenológico está associado a uma descrição dos atos mentais correspondente às vivências intencionais. Não podendo ser confundido o ato psíquico (subjetivo) com o objeto a ser conhecido (objetivo). O que é o Existencialismo? Essa corrente filosófica surge a partir da fenomenologia. Martin Heidegger buscou desenvolver uma análise a partir dos fenômenos considerando a existência última do ser humano, ou seja, sabe-se o que é certo na vida humana é a morte. Já Kierkegaard foi influenciado pelo cristianismo e que a relação que o homem estabelece com Deus é pessoal. Vasconcelos (2012, p. 137) afirma que Sartre foi um dos maiores representantes do Existencialismo ao propor que a existência humana precede sua própria essência. Diferentemente de um objeto que a sua essência precede sua existência. As questões de liberdade e responsabilidade são trabalhadas por este filósofo. Ainda, Sartre fala que para tornar possível o conhecimento de si mesmo, só e possível aos olhos dos outros. Ou seja, a liberdade de um ser humano é limitada pela relação com outro ser humano. Aos olhares da educação, o existencialismo nos remete a formação do indivíduo para uma vida de livres escolhas a partir da liberdade e responsabilidade, pensada a partir da relação com o outro (ser humano). O que é o Estruturalismo? Vasconcelos (2012, p. 138) diz que o estruturalismo surgiu em contrapartida ao existencialismo, desacreditando a exacerbação formulado pelo suíço Ferdinand de Saussure (1857-1913), retomado e desenvolvido posteriormente pelo antropólogo francês Claude Lévi-Strauss. O estruturalismo se define por tomar a noção de estrutura como central em seu desenvolvimento teórico e metodológico. Uma estrutura é um sistema, um conjunto de relações definidas por regras, um todo organizado segundo princípios básicos, de tal forma que os elementos que constituem este todo só podem ser entendidos como partes do todo, a partir das relações em que se encontram com os outros elementos que compõem o todo. Nesse sentido, o todo é sempre mais do que a simples soma de suas partes, já que a estrutura é constitutiva do todo, é o que lhe dá unidade. Para Saussure, por exemplo, a língua é um sistema de diferenças, em que um som, um fonema, se caracteriza por sua oposição aos demais fonemas dessa língua. A noção de diferença terá uma importância central enquanto relação básica no estruturalismo de modo geral, e para muitos dos filósofos que se inspiram nessa corrente. Outra figura importante é o Michel Foucault que pensou que as estruturas do inconsciente determinam um indivíduo ou uma comunidade historicamente localizadas podem pensar ou não. O que é o Pragmatismo? Os grandes nomes relacionados a essa corrente filosófica são os de Charles Peirce, William James e John Dewey os quais afirmam que a verdade não poderia ser alcançada apenas pelo intelecto. Para os pragmatistas afirmam que a verdade não é imutável, ou seja, a verdade muda de uma época para outra e até de uma consciência para outra. Para Vasconcelos (2012, p. 148), Dewey da ênfase no raciocínio e no espírito crítico do educando. E ainda, criou uma vertente do pragmatismo, o instrumentalismo, essa vertente afirma que o pensamento é um instrumento pelo qual nos relacionamos com o meio. Dewey se preocupa, principalmente, com a questão da formação do educando, pois, o mesmo deverá ser formado para os problemas do cotidiano. O que é filosofia analítica? Essa corrente filosófica ocasionou uma reviravolta, pois deu ênfase à linguagem como fundamento do pensamento. Vasconcelos (2012, p. 151) afirma que essa corrente dividiu-se em duas: positivismo lógico e a filosofia linguística. Uma personalidade importante desse pensamento é Wittgenstein que afirma que o pensamento e linguagem são indissociáveis, sendo que nada pode ser dito que não tenha sido pensado. O positivismo, oriundo do atomismo lógico criado por Bertrand Russell e da filosofia inovadora de Wittgenstein. A filosofia linguística, nascida de G. E. Moore, que sempre destacou a importância da análise do senso comum e da linguagem cotidiana. Para Richard Rorty, a liberdade emerge como consequência a partir da busca da procura da verdade e que algumas verdades estão ocultas pelas estruturas de dominação. �PAGE \* MERGEFORMAT�8�
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