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Centro Universitário Internacional UNINTER – Portaria do MEC Nº 688, de 25 de Maio de 2012 ESTUDO DIRIGIDO DA DISCIPLINA Gestão Estratégica e Inteligência na Segurança Privada Neste roteiro destacamos a importância para seus estudos de alguns temas diretamente relacionados ao contexto estudado nesta disciplina. Os temas sugeridos abrangem o conteúdo programático da sua disciplina nesta fase, e lhe proporcionarão maior fixação de tais assuntos, consequentemente, melhor preparo para o sistema avaliativo adotado pelo Grupo Uninter. Esse é apenas um material complementar, que juntamente com os vídeos e os slides das aulas compõem o referencial teórico que irá embasar o seu aprendizado. Utilize-os da melhor maneira possível. Bons estudos! *este material destina-se exclusivamente para estudo aos alunos do Curso de Tecnologia em Gestão de Segurança Privada junto ao Grupo Uninter A atividade de inteligência acompanha a evolução histórica da humanidade, pois a busca por informações e pelo conhecimento remontam os primórdios da civilização. A necessidade em obter informações é parte importante da atividade de inteligência, o intuito desta busca é a sua sobrevivência, segurança e principalmente a manutenção das relações de poder dentro do grupo social. A necessidade de conhecimento é intrínseca ao ser humano, pois somente por meio dele é possível sobreviver, sendo assim, o que o homem primitivo deveria obrigatoriamente Centro Universitário Internacional UNINTER – Portaria do MEC Nº 688, de 25 de Maio de 2012 conhecer todos os perigos que o cercavam, como o frio, os animais perigosos, a maneira de se saciar a fome e de proteger. De acordo com o que está publicado no site da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN), temos que no Brasil, a Inteligência de Estado desenvolveu-se durante o regime republicano, em especial a partir de 1927, e fez parte da história do país, em maior ou menor intensidade, tanto nos períodos democráticos quanto nas fases de exceção. A atividade de Inteligência caracteriza-se, considerando os seguintes elementos: pela identificação de fatos e situações que representem obstáculos ou oportunidades aos interesses nacionais. O levantamento e o processamento de dados e a análise de informações ajudam os decisores governamentais a superar obstáculos ou a aproveitar oportunidades. Com base na análise da sucessão dos diferentes órgãos de Inteligência da histórica republicana, identifica-se quatro fases da atividade no Brasil: Fase Embrionária (1927 a 1964): Correspondeu à construção das primeiras estruturas governamentais voltadas para a análise de dados e para a produção de conhecimentos. Fase da Bipolaridade (1964 a 1990): A atividade esteve atrelada, de forma direta, ao contexto da Guerra Fria, de características notoriamente ideológicas. Fase de Transição (1990 a 1999): Com a redemocratização, a atividade de Inteligência passou por processo de reavaliação e autocrítica para se adequar a novos contextos governamentais de atuação. Fase Contemporânea (1999 até hoje): É marcada pelo expressivo avanço da atividade no País – tanto pela consolidação da atuação da ABIN quanto pela expansão do Sistema Brasileiro de Inteligência (SISBIN). O Sistema Brasileiro de Inteligência (SISBIN) foi instituído pela Lei nº 9.883, no dia 07 de dezembro de 1999, com objetivo de integrar e coordenar as ações de planejamento e execução da atividade de inteligência no País. Compete ao SISBIN, com base nos temas de interesse definidos pela Política Nacional de Inteligência, a obtenção e análise de dados Centro Universitário Internacional UNINTER – Portaria do MEC Nº 688, de 25 de Maio de 2012 e informações voltados para a produção e difusão de conhecimentos dentro e fora do território nacional sobre fatos e situações de imediata ou potencial influência sobre o processo decisório nacional e a ação governamental e sobre a salvaguarda e a segurança da sociedade e do Estado brasileiro. Além dos órgãos e entidades federais que direta ou indiretamente possam produzir conhecimentos sobre assuntos de interesse para a atividade de inteligência e daqueles responsáveis pela defesa externa, relações exteriores e segurança interna, também podem integrar o SISBIN órgãos das Unidades da Federação, mediante convênios e ajustes específicos, devendo, nesses casos, ser ouvida a Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência do Congresso Nacional (CCAI). O Subsistema de Inteligência de Segurança Pública (SISP) foi instituído pelo Decreto 3.695/2000 com a finalidade de coordenar e integrar as atividades de Inteligência de Segurança Pública em todo o País, bem como suprir os governos federal e estaduais de informações que subsidiem a tomada de decisões nesta área. Cabendo aos órgãos que o compõem o Subsistema de Inteligência de Segurança Pública (SISP), a missão de identificar, acompanhar e avaliar ameaças reais ou potenciais de segurança pública e produzir conhecimentos e informações que subsidiem ações para neutralizar, coibir e reprimir atos criminosos de qualquer natureza. A Atividade de Inteligência pode ser definida, de acordo com o § 2º, do artigo 1º, da Lei 9.883, de 07 de dezembro de 1999, como a “atividade que objetiva a obtenção, análise e disseminação de conhecimentos dentro e fora do território nacional sobre fatos e situações de imediata ou potencial influência sobre o processo decisório e a ação governamental e sobre a salvaguarda e a segurança da sociedade e do Estado. A inteligência como organização entende a inteligência como o órgão ou o setor estruturado que possui a missão de executar todas as tarefas necessárias com a finalidade de produzir conhecimentos para subsidiar os processos decisórios. O termo “inteligência” vem sendo utilizado ao longo da história sob três aspectos: a inteligência como organização, a inteligência como processo e a inteligência como produto. Centro Universitário Internacional UNINTER – Portaria do MEC Nº 688, de 25 de Maio de 2012 A inteligência como organização entende a inteligência como o órgão ou o setor estruturado que possui a missão de executar todas as tarefas necessárias com a finalidade de produzir conhecimentos para subsidiar os processos decisórios. A inteligência como processo encara a inteligência como uma metodologia, ou seja, como o método científico utilizado para a produção de conhecimentos que servirão de base para subsidiar os processos decisórios. A inteligência como produto considera a inteligência como o resultado final do processo de análise, isto é, como o próprio conhecimento produzido. A Inteligência Competitiva ou Empresarial deve ser entendida como a atividade proativa voltada para a produção de informações com a finalidade de subsidiar a tomada de decisão, estratégica ou operacional, dentro das empresas. Trata-se de um processo sistemático e estruturado no âmbito empresarial com a finalidade de reduzir riscos, proteger ativos, levantar oportunidades e garantir vantagem competitiva no mundo dos negócios. O Núcleo de Inteligência Competitiva da Universidade de Brasília define a Inteligência Competitiva, como sendo o processo sistemático de coleta e análise de informações sobre a atividade dos concorrentes e tendências gerais do ambiente econômico, social, tecnológico, científico, mercadológico e regulatório, para ajudar na conquista dos objetivos institucionais da empresa pública ou privada. Dependendo do objeto de estudo e da área de atuação, definem-se diversas categorias ou espécies de inteligência, como, por exemplo, inteligência de estado, inteligênciamilitar, inteligência criminal, inteligência de segurança pública, inteligência policial, inteligência penitenciária, inteligência prisional, inteligência competitiva, dentre outras tantas hoje existentes. Sobre as categorias ou espécies de inteligência: Inteligência de Estado: Consiste na “atividade que objetiva a obtenção, análise e disseminação de conhecimentos dentro e fora do território nacional sobre fatos e situações de imediata ou potencial influência sobre o processo decisório e a ação governamental e sobre a salvaguarda e a segurança da sociedade e do Estado. Centro Universitário Internacional UNINTER – Portaria do MEC Nº 688, de 25 de Maio de 2012 Inteligência Militar: pode ser definida como a atividade militar especializada exercida permanentemente com a finalidade de produzir conhecimentos para subsidiar o processo decisório no âmbito das forças armadas. Inteligência Criminal, Inteligência de Segurança Pública e Inteligência Policial: em linhas gerais é a atividade técnico-especializada, exercida permanentemente, com a finalidade de obter, analisar e produzir conhecimentos, em nível político, estratégico, tático e operacional, visando à prevenção e a repressão de crimes. Inteligência Penitenciária e Inteligência Prisional: são atividades desenvolvidas no âmbito dos estabelecimentos penitenciários com o objetivo de detectar eventos anormais no interior das unidades prisionais e subsidiar os órgãos de segurança pública, com conhecimentos úteis e oportunos voltados para o combate preventivo e repressivo da criminalidade. Inteligência Competitiva ou Empresarial: deve ser entendida como a atividade proativa voltada para a produção de informações com a finalidade de subsidiar a tomada de decisão, estratégica ou operacional, dentro das empresas. Os Princípios Gerais da Atividade de Inteligência, que são as vigas mestras que dão sustentação a atividade, tanto na iniciativa privada, como no âmbito estatal, pois, sendo uma atividade típica de Estado, perfeitamente aplicável a iniciativa privada, a Atividade de Inteligência deve se pautar tanto por estes princípios, como pelos princípios norteadores do Artigo 37, caput, da Constituição Federal de 1988. Os princípios norteadores do Artigo 37, caput, da Constituição Federal de 1988, são: Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência. Quanto aos princípios gerais da Atividade de Inteligência e os Princípios Constitucionais: Em estreita relação com os princípios constitucionais: Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência, a Atividade de Inteligência possui, além destes, outros princípios, como por exemplo: proatividade, objetividade, oportunidade, compartimentação e outros. Centro Universitário Internacional UNINTER – Portaria do MEC Nº 688, de 25 de Maio de 2012 Fazendo uma análise de tais princípios e cotejando com os princípios constitucionais aludidos, vemos que alguns se repetem, como o da legalidade e da impessoalidade, que recebe o nome de imparcialidade e os outros também estão inseridos, por via direta ou transversa, não fugindo, em momento algum, das vigas mestras que alicerçam o agir de toda a Administração Pública, seja ela Municipal, Estadual, Distrital ou Federal. Para a iniciativa privada, ao contrário do Estado, que só pode agir de acordo com o que a Lei prescreve, é lícito fazer tudo o que a lei não vede, nos precisos ensinamentos de Hely Lopes Meirelles. Entretanto, quando falamos em atividade de inteligência, ao particular é oportuno que se observe o regramento legal sobre a atividade, para poder utilizá-la, com as adaptações necessárias. A ética na Atividade de Inteligência é totalmente permeada, como não poderia ser diferente, pelo respeito aos princípios da Legalidade, Impessoalidade ou Imparcialidade e Moralidade. O profissional da área de inteligência deverá pautar o seu agir com irrestrita discrição, isenção de ânimo, sempre colocando o interesse da instituição e da sociedade em primeiro plano. Sobre os ramos da Atividade de Inteligência (Inteligência e Contra Inteligência), sua umbilical ligação, bem como mencionaremos também o ELO - Elementos de Operações, que atua como suporte, tanto para a primeira como para a segunda, auxiliando na proteção do conhecimento produzido, bem como nas ações de busca do dado negado. Quanto aos ramos Atividade de Inteligência, Níveis de Assessoramento e Fontes: A Inteligência é o ramo que produz o conhecimento e a contra inteligência é o ramo que atua na salvaguarda, proteção desse mesmo conhecimento, bem como do pessoal, instalações, materiais, redes, computadores etc. Centro Universitário Internacional UNINTER – Portaria do MEC Nº 688, de 25 de Maio de 2012 O Elemento de Operações (ELO) tem como missão auxiliar no ciclo de produção do conhecimento, agindo, de forma especializada, para buscar o dado negado ou coletar o dado necessário a produção do conhecimento. As fontes em que a atividade de inteligência busca para reunir dados e produzir o conhecimento quando demandada pelo tomador de decisões, a saber: humana, documentos, internet, banco de dados etc. O processo de produção de conhecimento, tanto na Administração Pública, como na iniciativa privada, deve ser especializado e diferenciado, pois, por meio dele, o analista será capaz de transformar simples dados em conhecimentos (saber estratégico) úteis, oportunos e confiáveis. A produção de conhecimento de inteligência tanto na Administração Pública, como na segurança privada, poderá ocorrer basicamente em quatro situações: para cumprir o disposto em um Plano de Inteligência; para atender à solicitação de um outro setor de inteligência congênere; para atender uma demanda específica solicitada por algum dos gestores da empresa; e por iniciativa do próprio setor de inteligência. A atividade de inteligência tem como linha mestra a produção de conhecimento para assessorar os tomadores de decisões, seja na Administração Pública, como na atividade empresarial. Nesta linha, temos que inteligência é toda informação coletada, organizada ou analisada para atender as demandas de um tomador de decisões qualquer (CEPIK, 2003). Sobre a Produção de Conhecimento de Inteligência de acordo com a DNISP Inteligência de Segurança Pública é um exercício sistema de ações especializadas, sendo exigido que seus profissionais adotem uma linguagem também especializada, que, se não representará uma ruptura com o processo de comunicação utilizado pela sociedade, deve garantir relações de comunicações nas quais não ocorram distorções ou incompreensões. Centro Universitário Internacional UNINTER – Portaria do MEC Nº 688, de 25 de Maio de 2012 De forma simplista, podemos afirmar que o dado é a “pedra bruta” do profissional de inteligência que precisa ser trabalhada e lapidada. Lembrando a diferença entre dado e conhecimento: o conhecimento, por sua vez, é o produto final que resulta do trabalho de análise e interpretação desenvolvido pelo profissional de inteligência Para a atividade de inteligência a verdade significa a plena concordância entre o fato (objeto de estudo) e o conteúdo do pensamento do sujeito, ou seja, a plena conformidade entre aquilo que se pensa e a realidade das coisas. Referente a concepção da verdade e seu antagonista para a Atividade de Inteligência: verifica-se que na atividade de inteligência o contrário da verdade não é a mentira, mas sim o erro, uma vez que na relação entre o pensamento e o fato que está sendo analisado nem sempre ocorrerá uma concordância plena, pois a mente poderá encontrarobstáculos que a impedem de formar uma imagem perfeita acerca do objeto (fato ou situação), isto é, o analista nem sempre consegue estar seguro acerca da própria existência do fato ou situação, tampouco dos seus desdobramentos. Em relação à verdade, a mente humana pode apresentar-se sob quatro diferentes estados: certeza, opinião, dúvida e ignorância. Conhecer cada um destes estados da mente diante da verdade torna-se imprescindível para a atividade de inteligência, na medida em que trarão consequências diretas sobre o tipo de conhecimento produzido pelo analista. Em relação ao estado de ignorância em relação a verdade: trata-se do estado em que a mente sequer consegue formar qualquer imagem acerca de uma realidade específica. Caracteriza-se pelo típico “não sei”. É impossível produzir conhecimento sob o estado da ignorância Quanto ao Estados da mente diante da verdade: Certeza: Neste caso o analista não tem o mínimo receio de poder estar enganado quanto à verdade acerca de um fato, situação ou seus desdobramentos lógicos. Centro Universitário Internacional UNINTER – Portaria do MEC Nº 688, de 25 de Maio de 2012 Opinião: A concordância parcial entre o pensamento e o fato significa, na prática, que o analista acaba aceitando o fato como provavelmente verdadeiro, mas pela insuficiência de evidências fica receoso em atestar a sua verdade plena. Dúvida: Nestas situações, aconselha-se que o analista interrompa temporariamente o trabalho intelectual e reinicie a busca por outras evidências que lhe permitirão concluir sobre a adequação ou não do objeto com a realidade. Ignorância: Trata-se do estado em que a mente sequer consegue formar qualquer imagem acerca de uma realidade específica. Caracteriza-se pelo típico “não sei”. Os Processos Intelectuais e tipos de conhecimento o estudo de fatos ou situações ocorre por meio de diferentes processos intelectuais, que se caracterizam por diferentes graus de complexidade. Raciocínio é a operação intelectual por meio do qual a mente a partir de dois ou mais juízos conhecidos alcança outros que deles decorrem logicamente. A doutrina se baseia em três fatores para diferenciar os tipos de conhecimento produzidos pela atividade inteligência, sendo eles os seguintes: os estados sob os quais a mente humana pode se colocar diante da verdade (certeza, opinião, dúvida e ignorância); os processos intelectuais necessários à produção do conhecimento (juízo e raciocínio); a temporalidade considerada no estudo do objeto (passado, presente e futuro)” A partir da combinação destes três fatores, os tipos de conhecimento são: informe, informação, apreciação e estimativa. Sobre o tipo de conhecimento denominado: Informe: É o conhecimento através do qual o analista expressa o seu estado de certeza ou opinião em relação à verdade, acerca de fato ou situação passado e/ou presente. Resulta da simples formulação de juízos. Centro Universitário Internacional UNINTER – Portaria do MEC Nº 688, de 25 de Maio de 2012 Informação: é o conhecimento através do qual o analista, elaborando raciocínios, expressa o seu estado de certeza em relação à verdade, acerca de fato ou situação passado e/ou presente. No conhecimento informação o analista vai além da simples narrativa. Interpreta fatos e situações, estabelecendo relações entre eles. Para uma elaboração especializada de conhecimento, tanto no âmbito da Inteligência Estatal ou na iniciativa privada, a Doutrina recorre a pressupostos científicos previamente definidos, denominados de Ciclo de Produção de Conhecimento (CPC), o qual adota preceitos específicos para conhecimentos diferentes, por exemplo, a metodologia que permite a produção do conhecimento Informe difere do conhecimento Estimativa, só para citar um exemplo. A Metodologia de Produção de Conhecimento abarca as seguintes fases: a. Planejamento; b. Reunião de dados e/ou conhecimentos; c. Processamento; d. Formalização e Difusão; e. f. Arquivamento. O planejamento tem por objetivo direcionar, organizar e racionalizar o trabalho do analista. Trata-se de uma fase indispensável, que trará reflexos diretos na qualidade do conhecimento produzido. Nesta fase o analista, após fazer uma breve análise acerca das necessidades do tomador de decisão e do contexto dentro do qual estas necessidades estão inseridas, deverá, de forma clara e objetiva, sistematizar o seu trabalho, da seguinte forma: definir e delimitar o assunto que será estudado; delimitar a faixa de tempo; definir o usuário do conhecimento; determinar a finalidade do conhecimento; determinar o prazo disponível para a elaboração do trabalho; definir os aspectos essenciais acerca do assunto que será estudado; definir medidas extraordinárias; e definir medidas de segurança. A definição das medidas de segurança, já no planejamento, o analista deverá identificar e prever quais as medidas de segurança necessárias para proteger as ações que compreendem todo o processo de produção do conhecimento, levando-se em Centro Universitário Internacional UNINTER – Portaria do MEC Nº 688, de 25 de Maio de 2012 consideração a sensibilidade do assunto tratado e os possíveis impactos de um eventual vazamento sobre os ativos estratégicos da empresa no ambiente interno e externo. A Definição dos Aspectos Essenciais, em termos práticos, o analista deverá listar os aspectos ou aquilo que precisa conhecer e abordar para que possa extrair conclusões que lhe permitam responder as perguntas que traduzem as necessidades de conhecimento do tomador de decisão. Tal lista deve ser flexível, podendo sofrer ampliações ou restrições ao longo do estudo. As definições dos aspectos essenciais: Após listar os aspectos essenciais em relação ao assunto, o analista deverá verificar e separar os aspectos essenciais conhecidos dos aspectos essenciais a conhecer. Os aspectos essenciais conhecidos são aqueles para os quais já se tenha respostas antes do desencadeamento de qualquer medida voltada à reunião de dados. Note- se, que neste ponto, o analista deve ter atenção e separar, dentre os aspectos essenciais conhecidos, as respostas completas das incompletas e as que expressam certeza daquelas que expressam opinião ou dúvida. Os aspectos essenciais a conhecer, por sua vez, são aqueles para os quais o analista não tenha qualquer resposta, bem como aqueles que ainda precisam de confirmação ou complementação. Na fase de Reunião de Dados, o analista irá realizar um trabalho direcionado a coletar e/ou buscar os dados para lastrear a produção do conhecimento demandado, para se atender o tomador de decisão. Caso o analista precise de algum dado protegido (negado) poderá demandar ainda o Elemento de Operações (ELO) para auxiliar na busca de tal dado negado. A fase do processamento compreende exatamente a fase intelectual do processo de elaboração do conhecimento de inteligência. Nesta fase o analista deverá passar por quatro etapas, sendo elas: Avaliação; Análise; Integração e Interpretação. Na etapa da avaliação: Centro Universitário Internacional UNINTER – Portaria do MEC Nº 688, de 25 de Maio de 2012 Nesta etapa cabe ao analista, considerando os objetivos específicos do estudo, determinar o valor dos dados e conhecimentos obtidos na fase da reunião, isto é, deverá avaliar a pertinência e a credibilidade de cada dado ou conhecimento que pretende utilizar no seu trabalho. Para aferição da credibilidade do dado ou conhecimento o analista deverá utilizar-se de uma técnica especifica de avaliação dados, que lhe permitirá avaliar a idoneidade fontee a veracidade do conteúdo. Com relação à Técnica de Avaliação de Dados: A avaliação do conteúdo tem por objetivo estabelecer o grau de veracidade do conteúdo do dado ou conhecimento. Para tanto, três aspectos deverão ser analisados, sendo eles: Coerência; Compatibilidade e Semelhança: Para se verificar a coerência analisa-se o dado isolado, ou seja, confrontam-se, apenas, as partes que formam o próprio dado que está sendo avaliado. O analista olha apenas para “dentro” do dado. Na avaliação da compatibilidade o analista deverá olhar para fora, a fim de verificar se o dado é compatível com aquilo que já se sabe sobre o assunto estudado. O foco aqui é verificar se o dado se harmoniza com outros fatos ou situações já conhecidos a respeito do objeto de estudo. Haverá semelhança quando o dado for confirmado por outras fontes, ou seja, existem dados de outras fontes com o mesmo conteúdo do dado que está sendo avaliado. Na etapa da interpretação, o analista deverá identificar e avaliar as ligações existentes entre os dados, as relações de causa e feito, os graus de motricidade e dependência de um dado em relação aos outros, bem como encontrar padrões e apontar tendências, a fim de esclarecer as particularidades e preencher as lacunas relacionadas aos aspectos essenciais do assunto estudado, conforme o tipo e as características do conhecimento que será produzido, ou seja, nesta etapa deve-se procurar entender, a partir de um ponto no passado, como determinado fato chegou à situação que se encontra hoje e quais foram os fatores de influência que modelaram a realidade atual ou interferiram nesse processo evolutivo. Centro Universitário Internacional UNINTER – Portaria do MEC Nº 688, de 25 de Maio de 2012 Contra Inteligência é a atividade que objetiva prevenir, detectar, obstruir e neutralizar a inteligência adversa e ações de qualquer natureza que constituam ameaça à salvaguarda de dados, informações, e conhecimentos de interesse da sociedade e do Estado, bem como das áreas e dos meios que os retenham ou em que transitem. Atividade de Contra Inteligência é o ramo da Atividade de Inteligência de Segurança Pública que se destina a proteger a atividade de inteligência e a instituição a que pertence, mediante a produção de conhecimento e implementação de ações voltadas à salvaguarda de dos e conhecimentos sigilosos, além da identificação e neutralização das ações adversas de qualquer natureza. A atividade de Contra Inteligência, como ramo da Atividade de Inteligência, divide-se em três vertentes, a saber: Segurança Orgânica, Segurança Ativa e Segurança de Assuntos Internos. Sobre a Segurança Orgânica (SEGOR) na atividade de contra inteligência, é importante notar que, a segurança orgânica é o conjunto de medidas preventivas integradas, destinadas a proteger o pessoal, a documentação, as instalações, o material, as comunicações, telemática, informática e as operações, com vistas a garantir o funcionamento da instituição e prevenir e obstruir as ações adversas de qualquer natureza. A segurança ativa constitui-se no conjunto de medidas proativas (ofensivas) executadas pelo contra inteligência com a finalidade de detectar, avaliar e neutralizar ações adversas que se contraponham aos interesses da empresa. Referente aos assuntos que permeiam a Segurança Ativa (SEGAT): A contraespionagem deve ser pensada e implementada com objetivo detectar, avaliar e neutralizar ações adversas que pretendam ter acesso a pessoas, dados e conhecimentos sigilosos relacionados às atividades de segurança privada da empresa, em seus diferentes níveis. A contras sabotagem empresarial, por sua vez, deve direcionar esforços para detectar, avaliar e neutralizar ações adversas de sabotagem, isto é, ações executadas sobre pessoas, documentos, materiais, equipamentos e instalações com Centro Universitário Internacional UNINTER – Portaria do MEC Nº 688, de 25 de Maio de 2012 a intenção de interromper o funcionamento das atividades de segurança privada desenvolvidas pela empresa. Segurança de Assuntos Internos é o conjunto de medidas destinadas a produção de conhecimento que visam assessorar as ações de correição das instituições de segurança pública ou da iniciativa privada A contrapropaganda tem como finalidade detectar, avaliar e neutralizar a propaganda adversa, ou seja, aquela veiculada de forma maliciosa com a finalidade de influenciar ou provocar opiniões, emoções, e comportamentos negativos do público ou funcionários em relação à empresa. De acordo com a Doutrina Nacional de Inteligência de Segurança Pública (DNISP) Operação de Inteligência é: Conjunto de ações de coleta e de busca, executada quando os dados a serem obtidos estão protegidos por rígidas medidas de segurança e as dificuldades e/ou riscos são grandes para as AI, exigindo um planejamento minucioso, um esforço concentrado e o emprego de técnicas especializadas, com pessoal e material especializados. Urge destacar que a maioria dos dados necessários para a produção do conhecimento, via de regra, estão em fontes abertas, entretanto, em algumas ocasiões precisam ser confirmados com outras fontes para se atestar a sua autenticidade. O dado protegido ou negado, se revestem de especial importância, constituindo-se num fator diferenciador que possibilita a produção de conhecimentos úteis e privilegiados. Há dois tipos básicos de Operações de Inteligência, a saber: Operações Exploratórias e Operações Sistemáticas. Sobre as Operações Exploratórias, é a obtenção eventual de um dado específico em um determinado momento. Centro Universitário Internacional UNINTER – Portaria do MEC Nº 688, de 25 de Maio de 2012 Sobre as Operações de Inteligência- Termos Técnicos, abordaremos alguns conceitos técnicos do Elemento de Operações do Órgão de Inteligência, inseridos no contexto de Ação de Busca, que é limitada, planejada e executada com o emprego de técnicas e meios sigilosos, com vistas a obtenção de dados específicos de interesse da Atividade de Inteligência, quanto as operações de inteligência em termos técnicos é importante saber: Ambiente Operacional: É a área onde se desenvolvem as Atividades Operacionais de Inteligência. Pode se referir a um ambiente social, instalação, edifício, praça, rua, condomínio, favela, bairro, cidade, estado ou o país. Infiltrado: É o indivíduo envolvido na busca de informações que não pertence ao OI, mas, foi por ele recrutado e preparado para desenvolver operações de busca, dentro de organizações ou facções que seja membro ou que nela seja inserido Colaborador: Pessoa que por diferentes razões e motivações, colabora com a Operação de Inteligência, em especial com o Elemento de Operações, sem ter sido treinado ou preparado para tal. Ações de Busca são ações limitadas, planejadas e executadas com o emprego de técnicas e meios sigilosos, com vistas à obtenção de dados específicos de interesse da AI- Atividade de Inteligência. São ações de Busca: Reconhecimento (RECON), Vigilância (VIG), Recrutamento Operacional, Infiltração, Desinformação, Provocação, Entrevista, Entrada, Interceptação de Sinais. A infiltração consiste em colocar alguém, de forma dissimulada, junto a uma pessoa ou dentro de uma organização para que ela passe a coletar dados de interesse. As ações de Busca envolvem: A vigilância é a técnica que consiste em manter uma ou mais pessoas ou um local sob observação, com a finalidade de levantar informações de interesse para a atividade de inteligência, como por exemplo, as características, a rotina e quem são os frequentadores de um local,ou as atividades, os hábitos e os vínculos de uma pessoa, etc. O recrutamento operacional é um processo composto por diversas fases, que deve ser conduzido por agentes altamente especializados, cuja finalidade consiste em Centro Universitário Internacional UNINTER – Portaria do MEC Nº 688, de 25 de Maio de 2012 identificar e convencer uma pessoa a trabalhar para a Inteligência repassando sistematicamente dados e informações de interesse para a atividade. A interceptação de sinais traduz-se no monitoramento do fluxo de comunicações, incluídas aqui a interceptação telefônica, interceptação telemática, interceptação de correspondências e a utilização de escutas ambientais. As técnicas operacionais podem ser definidas como métodos e procedimentos empregados pelos agentes de operações de inteligência no curso das ações de busca com o objetivo de viabilizar a busca sigilosa do dado negado ou potencializar habilidades com a finalidade de facilitar a apreensão e a transmissão da informação protegida. As técnicas operacionais mais utilizadas na atividade de inteligência são: Estória-Cobertura: Não passa de uma forma de esconder (dissimular) a real identidade dos agentes, de instalações ou organizações com intuito de facilitar a obtenção de informações e proteger o pessoal envolvido, bem como preservar o sigilo e a segurança da própria operação de inteligência. Disfarce: Consiste na descaracterização dos aspectos físicos de uma pessoa ou alteração das características de algum local, com intuito de impedir a sua identificação, atual ou futura, ou viabilizar o emprego de uma estória-cobertura. Observação, Memorização e Descrição: Como o próprio nome sugere é a técnica operacional através da qual o agente utilizando o máximo dos seus sentidos procura observar, apreender e transmitir o máximo de informações e detalhes sobre pessoas, coisas, fatos ou locais. Comunicação Sigilosa: Consiste no emprego de formas e processos especiais de comunicação, previamente combinados, com o fim de transmitir mensagens ou repassar materiais de forma velada durante o curso de uma operação de inteligência. Geralmente, se operacionaliza a comunicação sigilosa pela interposição de mecanismos ou canais intermediários de transmissão, como por exemplo, a utilização de uma terceira pessoa (“inocente”) como canal intermediário de transmissão, a utilização de caixas Centro Universitário Internacional UNINTER – Portaria do MEC Nº 688, de 25 de Maio de 2012 mortas, ou seja, locais previamente combinados onde as mensagens devem ser deixadas e retiradas.
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