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PONTÍFICA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS Engenharia Química - 7° Período Relatório de Operações Unitárias I Processo de Moagem Professora: Carolina Maria Alunos: Fabiana Kraft Henrique Lara Larissa Gomes Coelho Belo Horizonte 05 de setembro de 2015 1.INTRODUÇÃO Após a britagem, a moagem é o último estágio do processo da redução granulométrica na cominuição de minérios, sendo chamada de fragmentação fina. Neste processo, as partículas são reduzidas pela combinação de impacto, compressão, abrasão e atrito, a um tamanho adequado, que geralmente é concentrado nos processos seguintes. Por ser responsável pela fragmentação mais fina do minério, a moagem é o processo com custo mais elevado dentro da cominuição e é considerada uma operação importante para o bom desempenho de uma instalação de tratamento de minérios, já que na maioria das vezes é através dela que se consegue uma boa liberação das partículas. Para realizar a moagem são necessários os equipamentos chamados moinhos. Existem vários tipos como: moinho cilíndrico (barras, bolas ou seixos), moinho de martelos entre outros. E o que determina sua escolha são as características próprias dos minérios e o tamanho que o material deve chegar. De modo geral, o rendimento da moagem é influenciado pelas características da própria matéria-prima: dimensão e forma das partículas, dureza, homogênea ou heterogênea, umidade, sensibilidade à variação de temperatura, entre outros. Para esta pratica utiliza-se o moinho de discos, que é o moinho com dois discos com ressaltos internos, sendo um fixo e outro móvel, dotado de movimento excêntrico. O material sofre impacto e o atrito do disco móvel, que com seu movimento excêntrico fragmenta e força o material para a periferia, caindo depois em uma câmara coletora. A granulometria da descarga é dada pelo ajuste da abertura entre os discos na parte periférica. E normalmente é empregado para pulverizar amostras, sem que haja a contaminação com ferro devido ao desgaste dos discos. (CETEM, 2010) 2.OBJETIVOS A partir do processo de moagem circuito aberto com moinho de disco, obter o grau de redução de duas amostras. Calculo do rendimento e eficiência da moagem. 3. DESENVOLVIMENTO O moinho de discos surgiu baseado na estrutura usada em moinhos de farinha, onde uma pedra circular se movimenta sobre a outra, fragmentando o material. O moinho de discos reduz o tamanho da partícula pelo cisalhamento, a partir do movimento de rotação entre duas superfícies a altas velocidades e a distância ajustável uma da outra. O equipamento é constituído de calha de alimentação, discos moedores e descarga. O material é alimentado para o centro do disco estacionário, direto para a câmara de fragmentação. O disco giratório quebra o material por força de atrito até que fique fino o suficiente para sair pela fenda nas extremidades dos discos. O material fragmentado é então alimentado em uma câmara coletora. O moinho de disco pode ser de disco simples ( onde um disco gira em uma base), disco duplo (dois discos interconectados giram em direções opostas) e disco vibratório (vibração a alta velocidade para separar os materiais). As aplicações do moinho de discos estão na área de agricultura para moer milho e grãos; processos de mineração para liberar o minério de interesse; processos químicos para facilitar contato entre reagentes; plantas de reciclagem para fragmentar papel, plásticos e outros. FIGURA 1 – Moinhos de disco Fonte: elaborado pelos autores com base em Moodle UFSC O grau de redução da partícula após cominuição é calculado por meio da equação abaixo, identificando, assim, a proporção de redução de tamanho: (1) 4.PARTE EXPERIMENTAL 4.1 Equipamentos e materiais utilizados Material utilizado: Minério (magnesita) Equipamentos utilizados: Balança semi-analítica; Peneiras Moinho de disco Agitador de peneiras 4.2 Procedimento Experimental Formaram-se dois grupos, cada um responsável pela moagem de uma amostra, sendo uma de magnesita e a outra de talco, geradas pelos grupos anteriormente, no processo de britagem. Primeiramente, levou-se a amostra para o moinho de disco. FIGURA 2 – Moinho de disco Fonte: elaborado pelos autores (2015) Em seguida, organizaram-se as peneiras em ordem de maior para menor abertura até o fundo e as pesou. O material produzido na moagem foi então depositado na peneira superior. O conjunto foi tampado e colocado no agitador de peneiras que promoveu a movimentação do material. Após cerca de quatro minutos, o conjunto de peneiras foi retirado e cada parte foi pesada individualmente. FIGURA 3 – Sequenciamento de peneiras Fonte: elaborado pelos autores (2015) RESULTADOS E DISCUSSÃO Apresenta-se abaixo na tabela 1 e 2 os dados dos experimentos realizados pelos grupos e os gráficos 1 e 2 referente à esses dados. TABELA 1: Dados experimentais da moagem do grupo (Magnesita) Massa Inicial Total (g) Peneira #Tyler Abertura mm/μm Massa peneira (g) Massa retida (g) Retida simples (%) Retida acumulada (%) Passante Acumulada (%) 1 3/8 9,5 432,6 1,2 0,23 0,23 99,77 522,2 2 4 4,75 408,4 75,4 14,44 14,67 85,33 3 9 2,00 313,3 174,3 33,38 48,05 51,95 4 14 1,18 319,2 36,4 6,97 55,02 44,98 5 35 425 294,3 68,2 13,06 68,08 31,92 6 100 150 279,4 110,9 21,24 89,32 10,68 7 200 75 280,0 23,8 4,56 93,88 6,12 Fundo - - 408,2 11,3 2,16 96,04 3,96 GRÁFICO 1 - %passante acumulada vs. Aberturas (mm) para dados da tabela 1 TABELA 2: Dados experimentais da moagem do grupo (Talco) Massa Inicial Total (g) Peneira #Tyler Abertura mm/μm Massa peneira (g) Massa retida (g) Retida simples (%) Retida acumulada (%) Passante Acumulada (%) 1 3/8 9,5 406,0 2,0 0,40 0,40 99,60 496,0 2 4 4,75 402,0 160,0 32,26 32,66 67,34 3 8 2,36 390,0 140,0 28,23 60,89 39,11 4 9 2,00 400,0 18,0 3,63 64,52 35,48 5 28 600 330,0 66,0 13,31 77,83 22,17 6 35 425 290,0 6,0 1,21 79,04 20,96 7 100 150 274,0 38,0 7,66 86,70 13,30 8 200 75 300,0 18,0 3,63 90,33 9,67 Fundo - - 370,0 12,0 2,42 92,75 7,25 GRÁFICO 2 - %passante acumulada vs. Aberturas (mm) para dados da tabela 2 Na alimentação, o tamanho das partículas de Magnesita correspondente a 80% passante foi de 8,98 mm e para as partículas de Talco foi de 9,52 mm. Para obter o d80 de cada gráfico, foram feitas interpolações. Obteve-se d80=4,31mm para a Magnesita e d80=6,62mm para o Talco. Isso significa que o diâmetro equivalente da malha deverá ser desse tamanho para que 80% dos materiais passem pela peneira e que a granulometria do talco é maior que a da Magnesita. Logo, segundo (1), para a Magnesita o grau de redução é: . E para o Talco: . Portanto, a Magnesita teve uma maior redução, sendo assim, mais eficiente. A massa total retida para Magnesita foi de 501,5g e, ao comparar-se com a massa inicial de 522,2g, observa-se uma perda de 20,7g (4,0%). Para o talco, a massa total retida foi de 460,0g e, ao comparar-se com a massa inicial de 496,0g, observa-se uma perda de 30,0g (6,0%). Pôde-se observar que, após a moagem dos materiais, ocorreu uma grande perda de massa, pois durante o processo de moagem a abertura para depositar o material foi obstruída. Para reabrir a abertura foi necessário retirar grande parte do material e, durante essa operação, parte transbordou e caiu do equipamento e outra parte ficouretida no recipiente de contenção. Essas perdas, além de ocorrerem principalmente devido a porções perdidas no processo de moagem, também são contabilizadas ao transferir o material para as peneiras. Em relação ao grau de redução pode-se observar que foi próximo o que demonstra que talco e Magnesita são minérios com propriedades físicas semelhantes, por exemplo, a baixa dureza. A dureza do talco é 1 e a da Magnesita é entre 3,5 e 4,5 em escala de Mohs. (Machado, 2000) CONCLUSÃO O processo de moagem decorrente do uso do moinho de discos resultou na fragmentação de duas amostras, uma de Magnesita e outra de talco, com grau de redução 2,08 e 1,44, respectivamente. As perdas contabilizadas para cada material foram 4,0% para a Magnesita, o que equivale a 20,7g, e 6,0% para o talco, o que representa 30,0g. A principal causa das perdas foi a alimentação do moinho, que sofreu obstrução na calha. Além disso, perdas de transposição de recipientes e por peneiramento também podem ser citadas. As propriedades dos dois materiais utilizados revelam que ambos apresentam dureza baixa e que, dessa forma, são mais facilmente fragmentados pelo mecanismo de cisalhamento do moinho de discos. REFERÊNCIAS - Ferreira, Manoel Robério Fernandes. Apostila de Laboratório de Minérios, Agosto 2013; - Cetem, Tratamento de Minérios, 5ª edição; - MACHADO, F.B.; MOREIRA, C.A.; ZANARDO, A; ANDRE, A.C.;GODOY, A.M.; FERREIRA, J. A.; GALEMBECK, T.; NARDY, A.J.R.; ARTUR, A.C.; OLIVEIRA, M.A.F.de. Enciclopédia Multimídia de Minerais. [on-line].ISBN: 85-89082-11-3 Disponível na Internet via < http://www.rc.unesp.br/museudpm>. Arquivo capturado em 9 set. 2015. - Depto De Eng. Química e de Eng. De Alimentos Fragmentação de sólidos . Disponível em: <https://moodle.ufsc.br/pluginfile.php/772362/mod_resource/content/0/OPERACOES/fragmentacao_de_solidos.pdf> Acesso em: 9 set. 2015.
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