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Case de Direito das Sucessões

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SINOPSE DO CASE DE DIREITO DAS SUCESSÕES1 
Corina Seltinha de F. C. S. S. Gomes 2 
Anna Valéria de Miranda Araújo3 
 
1 DESCRIÇÃO DO CASO 
 
“Há um mês, Uarinis (58) surpreendeu a família, quando, após 43 anos de 
casado com Zenóbia (64), comunica a todos que irá sair de casa, pois esta apaixonado por 
Stelinha (22), antiga namorada do seu neto Gretório (25), que nesse momento lhe defere 
um soco e o empurra da escada, quase o matando. 
Há três dias, enquanto esperava o uber que o levaria ao aeroporto para uma 
viagem de negócios, Uarinis é novamente agredido fisicamente por seu neto Gretório, e só 
com a intervenção do motorista consegue se desvencilhar deste e parte ao aeroporto, 
abalado com todo o ocorrido, mas resolve elaborar seu testamento durante o voo, tendo 
como testemunha seus amigos e companheiros de viagem (Clodoaldo, Heitor e 
Magnoeudo). 
Dois dias depois e já de volta a São Luis, Uarinis reconhece a sua assinatura 
bem como das testemunhas Clodoaldo e Heitor. Marca um encontro com Magnouedo 
entregando-lhe o testamento para que este, após reconhecer sua assinatura, o guardasse. À 
noite, convida Heitor para um chope e ao atravessarem a rua são atropelados e mortos. 
Conteúdo do testamento: Deixa para Clivânia, sua prima, autorização para uso 
do sêmen que se encontra no Laboratório de genética e Fertilização Vida que Segue Feliz, 
para que ela possa realizar o sonho de ter um filho, deixa o apartamento da rua Segóvia n. 
15 para o futuro filho da Clivânia, reconhece Aparecido (21) como seu filho, deserda 
Gregório pelas agressões sofridas e deixa para Stelinha o apartamento na rua dos amores nº 
22 
Patrimônio em nome de Uarinis: Apartamento na Rua Segóvia n º 15, no valor 
de R$ 100.000,00 adquirido em 25/05/2004, Casa na Rua das Flores nº 555, no valor de 
R$ 500.000,00 adquirido em 01/04/2010, Carro no valor de $ 120.000,00 adquirido em 
 
1 Case apresentado à disciplina de Direito das Sucessões, da Unidade de Ensino Superior Dom Bosco 
- UNDB. 
2 Alunos do 7º período, do curso de Direito, da UNDB. 
3 Professor (a): Ma. 
2 
 
maio/2017. Patrimônio em nome de Zenóbia: Apartamento na Rua dos Amores nº 22, no 
valor de R$ 200.000,00 adquirido em 2010, darro no valor de $ 160.000,00 adquirido em 
dezembro/2017 
 Parentes: Zenóbia (esposa), 73 anos Dalziza (filha), 15 anos Almstron (filho) 
43 Gretório (neto) 25 
 
2.1 Questões a serem analisadas: 
 
a) Como será a sucessão de Uarimis? E quais os bens sucessíveis? Quem 
são os herdeiros e/ou legatário? Qual a quota sucessória de cada herdeiro? 
 
2.2 Argumentos capazes de fundamentar cada decisão: 
 
2.2.1 Como será a sucessão de Uarimis? E quais os bens sucessíveis? Quem são os 
herdeiros e/ou legatário? Qual a quota sucessória de cada herdeiro? 
 
Ao analisar o art. 1.553 do Código Civil (2002) onde diz que “o menor que não 
atingiu a idade núbil poderá, depois de completá-la, confirmar seu casamento, com a 
autorização de seus representantes legais, se necessária, ou com suprimento judicial”, e o 
art. 1.641, III, do mesmo código, onde diz que “é obrigatório o regime da separação de 
bens no casamento (...) de todos os que dependerem, para casar, de suprimento judicial”, a 
impossibilidade de meação no património de Uranis, pois no seu casamento com Zenóbia, 
ele tinha 15 anos, não tendo a idade núbia e sem suprimento legal para o casamento, tal 
matrimonio configura-se como separação total obrigatória. 
No que tange ao tipo de testamento, podemos dizer que é particular, pois no 
art. 1.876 do Código Civil (2002), que “O testamento particular pode ser escrito de próprio 
punho ou mediante processo mecânico”, conforme foi feito por Uranis, a próprio punho, e 
no § 1o explica que “se escrito de próprio punho, são requisitos essenciais à sua validade 
seja lido e assinado por quem o escreveu, na presença de pelo menos três testemunhas, que 
o devem subscrever”, que foram os companheiros de viagem de Uranis: Clodoaldo, Heitor 
e Magnoeudo. O fato de Magnoeudo ter morrido não invalida o testamento, pois segundo o 
disposto em lei: 
3 
 
Art. 1.878. Se as testemunhas forem contestes sobre o fato da disposição, ou, 
ao menos, sobre a sua leitura perante elas, e se reconhecerem as próprias 
assinaturas, assim como a do testador, o testamento será confirmado. 
Parágrafo único. Se faltarem testemunhas, por morte ou ausência, e se pelo 
menos uma delas o reconhecer, o testamento poderá ser confirmado, se, a 
critério do juiz, houver prova suficiente de sua veracidade. (BRASIL, 2002) 
 
De modo que ainda haviam duas testemunhas vivas para comprovar que aquele 
era de Uranis 
O princípio da saisine como regra geral do direito hereditário repousa na defesa 
e na proteção do patrimônio nas mãos dos herdeiros do de cujus, até a efetiva 
materialização por intermédio do procedimento de inventário, assim, Venosa (2013) define 
a saisine como: “o direito que têm os herdeiros de entrar na posse dos bens que constituem 
a herança”. E a vocação hereditária é a convocação legal de alguém para que venha receber 
a herança ou a parte que lhe cabe. Tal chamamento obedecerá a ordem estipulada pelo 
Código Civil, conforme veremos em item apropriado. No entendimento de Silvio 
Rodrigues (2008), a ordem de vocação hereditária é uma relação preferencial estabelecida 
pela lei, das pessoas que são chamadas a suceder ao finado. Respeitando tais dispostos, a 
seguir apresenta-se a partilha de bens. 
Temos inicialmente que ressaltar inicialmente, que o apartamento na Rua dos 
Amores nº 22 deixado para Stelinha em testamento, esse bem era da esposa de Uranis, num 
casamento com regime de separação obrigatória de bens, não podendo ele deixar um bem 
que não o pertence em seu testamento, havendo uma revogação parcial, prevista no art. 
1.970, Código Civil (2002):“A revogação do testamento pode ser total ou parcial”, de 
modo que retirada a cláusula contestada acima, permanecendo incólumes as demais. 
Quanto ao resto disposto, será entregue conforme o desejo do de cujus aos 
legatários: Clivânia (que segundo o art. 1.800, § 4o, Código Civil (2002) tem o prazo de 
dois anos para conceber o filho, caso contrário “os bens reservados, salvo disposição em 
contrário do testador, caberão aos herdeiros legítimos”) e o futuro filho de Clivania e 
Uranis. 
Vale ressaltar a licitude da deserdação de Gretório, com base no art. 1.814, I, 
Código Civil (2002), onde “autorizam a deserdação dos descendentes por seus 
ascendentes” em caso de ofensa física, pois o Neto agrediu o avô fisicamente diversas 
vezes e com testemunhas da agressão. 
Ainda há o reconhecimento de Aparecido, onde na ordem da vocação 
hereditária configurando-o como herdeiro necessário (e deve ser tratado como igual sem 
4 
 
discriminação, observando o art. 1.596 do Código Civil de 2002), além de seus outros 
filhos Dalziza e Almstron, conforme visto em lei (art. 1.829, I, Código Civil, 2002). E 
ainda, após executado o desejado no testamento, deve-se partilhar o património de R$ 
620.000 mil (referentes a Casa na Rua das Flores nº 555, no valor de R$ 500.000,00 e o 
carro no valor de $ 120.000,00) igualmente entre os herdeiros necessários, 
observando o art. 1.835 onde diz que “na linha descendente, os filhos sucedem por cabeça 
(...)”, portanto cada um ficará com 1/3 do património disponível (sendo 1/3 Dalziza, 1/3 
para Aparecido e 1/3 para Almstron). 
 
3 CRITÉRIOS E VALORES 
 
No presente trabalho foram utilizados o princípio do saisine, a ordem de 
vocação hereditária, os efeitos do testamento e o Código Civil. 
 
 
5 
 
REFERÊNCIAS 
 
BRASIL, CódigoCivil. Lei 10.406, de 10 de janeiro de 2002. 1a edição. São Paulo: 
Revista dos Tribunais, 2002. 
 
RODRIGUES, Silvio. Direito Civil: Direitos das Sucessões. 26. ed. São Paulo: Saraiva, 
2008. 
 
VENOSA, Silvio de Salvo. Direito Civil. -13.ed. - São Paulo: Atlas, 2013.

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