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UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ- UVA CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGIA- CCET CURSO DE LICENCIATURA EM QUÍMICA DISCIPLINA: FÍSICO-QUÍMICA EXPERIMENTAL II PROFESSORES: WALBER HENRIQUE E SARA BRAGA CONCENTRAÇÃO MICELAR CRÍTICA DO DODECILSULFATO DE SÓDIO ELIELSON SOUZA ARAÚJO SOBRAL- CE ABRIL DE 2018 ELIELSON SOUZA ARAUJO CONCENTRAÇÃO MICELAR CRÍTICA DO DODECILSULFATO DE SÓDIO Relatório da prática de Concentração Micelar Critica do Dodecilsulfato de Sódio apresentado ao curso de Licenciatura em Química referente à disciplina de Físico- Químca Experimental II, sob a orientação dos Professores Walber Henrique e Sara Braga. SOBRAL- CE ABRIL DE 2018 SUMÁRIO 1- INTRODUÇÃO ................................................................................... 3 2- OBJETIVO ......................................................................................... 5 3- METODOLOGIAS EXPERIMENTAIS ................................................ 5 3.1 MATERAIS ....................................................................................... 5 3.2 REAGENTES ................................................................................... 5 4- PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS .............................................. 5 5- RESULTADOS E DISCUSSÃO ......................................................... 6 6- CONCLUSÃO .................................................................................... 9 7- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................ 10 3 1- INTRODUÇÃO Tensoativo, ou surfactante, é uma molécula que apresenta em sua cadeia uma parte com a propriedade polar ligada a outra parte apolar, dessa forma, essa molécula é polar e apolar ao mesmo tempo. A parte com característica apolar geralmente é formada por hidrocarbonetos e a parte polar é constituída de elementos que apresentam concentração de cargas elétricas. Os tensoativos podem ser classificados em aniônicos, catiônicos, anfóteros e não iônicos. Chama-se de aniônicos aqueles que apresentam grupamentos carregados negativamente na parte hidrofílica, sendo, portanto, muito solúveis em água. Os catiônicos possuem grupamentos carregados positivamente, são os que ao se ionizarem em água, não se solubilizam. “Os anfóteros são os que possuem em sua estrutura”, pois, as mesmas estão dispersas por vários átomos de oxigênio espalhados por uma cadeia polimérica, são os chamados não iônicos. Um tensoativo, por apresentar características hidrofílica e lipofílica, não consegue serem estáveis na sua dissolução, por isso, quando o mesmo é adicionado à água suas moléculas tentam se arranjar de modo a minimizar a repulsão entre grupos hidrofóbicos e a água, os grupos polares ficam na solução aquosa, e os grupos apolares ficam na interface, para minimizar o contato com a água. Em solução aquosa, as moléculas surfactantes que apresentam afinidade podem se encontrar, esses encontros podem se dar de tal modo que suas partes hidrofóbicas acabam se unindo. Como essas partes das moléculas não apresentam estabilidade em água existe a tendência de essas moléculas se agruparem. Essa organização encontra mais moléculas que se somam ao grupo, gerando uma estrutura que é organizada pela proximidade de suas partes hidrofóbicas e expõe as partes hidrofílicas ao meio aquoso. Essas estruturas crescem e se organizam. Esse tipo de estrutura é chamado de micela. Para cada tipo de tensoativo existe uma concentração na qual se dá início à formação de micelas. Essa concentração, portanto, é uma característica físico- química do tensoativo utilizado e é chamada de concentração micelar crítica (CMC). 4 É possível determinar a concentração micelar crítica medindo-se a tensão superficial do líquido a diferentes concentrações do surfactante e construindo um gráfico da tensão superficial versus a concentração molar, ou ainda medir a condutividade da solução a diferentes concentrações do surfactante e construir um gráfico correspondente. A condutimetria mede a condutividade elétrica de soluções através da análise de iões. Como os surfactantes se comportam antes da formação de micelas, como partículas elétricas livres, a condutividade dos mesmos a diferentes concentrações, pode determinar a CMC. A relação será linear, então, obtêm-se uma reta que expressa essa relação - condutividade e concentração molar. Como a partir da concentração micelar crítica, a adição de moléculas de surfactantes leva à formação de micelas e a quantidade de partículas livres adicionadas se reduz drasticamente, a reta terá uma inclinação menor (ver figura 1.1), então, a concentração micelar crítica poderá ser determinado pelo encontro dessas duas retas. FIGURA 01- Condutividade elétrica versus concentração molar do SDS. FONTE: RIZZATI; ZANETE; MELLO/ 2009. 5 2- OBJETIVO Este trabalho sugeriu trabalhar com o dodecil sulfato de sódio (SDS) – surfactante aniônico, molécula de 12 átomos de carbonos ligados a um grupo sulfato – o objetivo foi determinar a concentração micelar crítica (CMC) do mesmo com o auxílio do condutivímetro. 3- METODOLOGIAS EXPERIMENTAIS 3.1 MATERAIS Pipeta volumétrica de 50 mL; Condutivímetro micro processado; Erlenmeyer de 125 mL; Suporte universal; Béqueres de 250 e 500 mL; Pisseta; Pera de sucção; Bureta de 50 mL; Barra magnética; Balão volumétrico de 100 mL; Agitador magnético. 3.2 REAGENTES Água destilada; Solução de SDS 30 mmol/L (dodecilsulfato de sódio). 4- PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS Preparar o volume de 100 mL de solução do dodecilsulfato de sódio (SDS) à concentração de 30 mM (30 milimolar, ou seja, 30. 10 – 3 mol.L– 1); 6 Calibrar o condutivímetro com emprego de uma solução padrão de KCl; Transferir parte da solução estoque de SDS, preparada acima, para o interior de uma bureta de 50 mL de volume e adicionar o SDS de 2 a 2 mL até totalizar 40 mL, sob agitação. Ler a condutância da solução depois de cada adição e calcular a concentração em cada caso. Por meio dos valores obtidos construa um gráfico, tendo a condutividade equivalente em função das concentrações molares do SDS. 5- RESULTADOS E DISCUSSÃO Para a obtenção dos dados foi usado à técnica da condutimetria, na qual se anotou os valores obtidos à medida que um novo volume de SDS era adicionado à solução de água. Considerou a condutividade da mesma, 4,25 μS.cm-1, a uma temperatura de 26,6 °C. Na tabela a seguir (Tabela 01) são demonstrados os valores obtidos no experimento de condutividade e concentração da amostra. Tabela 01. Valores de volumes adicionados e volumes das amostras e condutividades. Medida Volume adicionado (mL) Condutividade (µS/cm-1) Volume final da amostra (mL) Concentração molar da amostra (mmol/L) 0 4,25 50 0 1ª 2 78,18-4,25= 73,93 52 1,15 2ª 4 154,8-4,25= 150,55 54 2,23 3ª 6 220,1-4,25= 215,85 56 3,21 4ª 8 280,1-4,25= 275,85 58 4,13 5ª 10 322,7-4,25= 318,45 60 5 6ª 12 376,2-4,25= 371,95 62 5,80 7 7ª 14 418,3-4,25= 414,05 64 6,56 8ª 16 456,4-4,25= 452,15 66 7,27 9ª 18 494,9-4,25= 490,65 68 7,94 10ª 20 522,2-4,25= 517,95 70 8,57 11ª 22 547,6-4,25= 543,35 72 9,16 12ª 24 568,8-4,25= 564,55 74 9,72 13ª26 591,3-4,25= 587,05 76 10,26 14ª 28 609,1-4,25= 604,85 78 10,76 15ª 30 625,1-4,25= 620,85 80 11,25 16ª 32 643,8-4,25= 639,55 82 11,70 17ª 34 655,7-4,25= 651,45 84 12,146 18ª 36 667,3-4,25= 663,05 86 12,55 19ª 38 683,1-4,25= 678,85 88 12,95 20ª 40 696,3-4,25= 692,05 90 13,34 No início do experimento foi feita a leitura da condutividade apenas dá água, e em seguida foi-se adicionado dois mL de SDS e medindo a condutividade para cada volume adicionado. Desse valor de condutividade foi subtraído o valor da água, que está na segunda coluna da tabela. Para obtenção da concentração final (Cf) fez-se uso da fórmula: Vi Ci = Vf Cf. Onde, Vi e Ci são, respectivamente, volume e concentração inicial, e Vf Cf são volume e concentração final. Em seguida, com os valores encontrados de concentração e condutividade, foi utilizado o programa software Origin para a elaboração do gráfico e traçar as duas retas, e no mesmo programa obter-se as equações das retas e com essas duas equações foi-se obtido o valor da Concentração Micelar Crítica. 8 Para obter a CMC foi necessário igualar as duas equações das retas: Y1= 15,12244 + 60,66177 x R²= 0,99762 Y2= 214,15211 + 35,9985x R²= 0,99725 Igualando-se as duas equações obtêm-se: Y1=Y2 15,12244 + 60,66177 x = 214,15211 + 35,9985x Gráfico 01. FONTE: Autoria Própria/2018. 9 É possível observar que “em baixas concentrações os surfactantes (ou monômeros de surfactantes) encontram-se em equilíbrio na solução e adsorvidos nas interfaces. Com o aumento da concentração, a adsorção aumenta, saturando a superfície da solução. Neste ponto, a adição de surfactantes provoca agregação da parte hidrofóbica das moléculas resultando em micelas. Acima da CMC não existe um aumento significativo no número de surfactantes isolados” (RIZZATTI e ZANETTE, 2009, p. 520). Nota-se que a condutividade elétrica, a partir do momento em que chega na CMC, não apresenta um aumento tão acentuado, como aconteceu no início da prática, isso por que ao formar as micelas, o número de surfactantes diminui e, consequentemente, estes conduzem menos. O ponto de encontro entre as duas retas corresponde à concentração micelar crítica (CMC), onde, através da leitura do gráfico é possível estimar o valor do mesmo. A concentração micelar critica do SDS obtida foi de aproximadamente 8,069 mmol/L-1. Na literatura é conhecido um valor de CMC para o mesmo em água de 8,1 mmol/L-1. Dessa forma, comparando os valores, podemos concluir que houve uma diferença pequena entre o valor teórico e experimental, pode-se justificar essa diferença com as condições no qual o experimento foi realizado. Isso pode ser explicado pelas condições em que o experimento foi realizado, como variação de temperatura e calibragem incorreta do condutivímetro. 6- CONCLUSÃO Em suma, a utilização do condutivímetro é um método válido para determinação da concentração micelar crítica de surfactantes. A técnica consiste em medir a condução elétrica de soluções iônicas, a diferentes concentrações. Pode-se observar que a condutividade elétrica, a partir da CMC, tem uma diminuição no seu acréscimo. Estabeleceu-se uma relação entre a condutividade e a concentração molar a partir de um gráfico, encontrou-se então a CMC pelo encontro das retas. E os valores encontrados na prática não diferirem muito com o da literatura, podemos afirmar que a mesma foi eficiente para aprendizagem do conteúdo. Sendo assim, os resultados aqui apresentados foram satisfatórios. 10 7- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ATKINS, P.; PAULA, J. Físico-Química. 8ª. Ed. Rio de Janeiro: LTC, 2008. MORAES, S.L.; REZENDE, M.O.O. Determinação da concentração micelar crítica de ácidos húmicos por medidas de condutividade e espectroscopia. In: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-40422004000500004. Química Nova. Nº 5, nov. 2004, pag. 701-705. RANGEL, R.N. Práticas de Físico-Química. 3ª. Ed. São Paulo: Edgar Blucher, 2006. RIZZATTI, I.M.; ZANETTE, D.; MELLO, L.C. Determinação Potenciométrica da Concentração Micelar Crítica de Surfactantes: Uma Nova Aplicação Metodológica no Ensino de Química. In: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-4042200900020004 .Química Nova. Nº 32, set. 2009, pag. 518-521. DAMASCENO, Ticiane; AGOSTINHO, Maria. DETERMINAÇÃO DA CONCENTRAÇÃO MICELAR CRÍTICA DE SDS EM ÁGUA A PARTIR DE MEDIDAS DE CONDUTIVIDADE: uma proposta de experimento para laboratório de graduação. In: https://uspdigital.usp.br/siicusp/cdOnlineTrabalhoVisualizarResumo?numeroInscrica oTrabalho=2919&numeroEdicao=18. Acesso em 04/04/2018. 11
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