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Noções básicas do sistema nervoso e dos sentidos Professora Aline Passeri Dias Disciplina: Psicologia da Percepção Relembrando... Percepção Sensação Atenção Fatores que influenciam a percepção (internos e externos) O campo de estudo da Percepção (psicofísica, psicologia experimental, gestalt) “Erros” de percepção – vídeo As bases sensoriais da percepção Mecanismos neurofisiológicos envolvidos na percepção: neurônios e transmissão neural; neurotransmissores; regiões do sistema nervoso central que participam da percepção. Como o sistema nervoso funciona para que possamos dar sentido ao mundo. Importante: a experiência perceptiva vai muito além dos mecanismos neurofisiológicos. O Neurônio Os neurônios (ou células nervosas) são os elementos básicos do sistema nervoso e os principais processadores e transmissores das informações utilizadas pelo corpo. O sistema nervoso tem cerca de 100 bilhões de neurônios. Contribuições da neurociência cognitiva – possibilidade de ver o cérebro em ação permitiu compreender melhor os processos perceptivos e quais áreas do cérebro estão envolvidas. Também permitiu descobertas importantes ao longo das últimas décadas, como o conceito de plasticidade neuronal. O Neurônio Plasticidade neuronal (neuroplasticidade): capacidade que os neurônios têm de formar novas conexões a cada momento - Aprendizagem e assimilação de informações. Há evidências de que novas células neuronais são geradas em algumas estruturas cerebrais até a vida adulta (ex: hipocampo – uma das regiões responsáveis pela memória) Há períodos da vida mais críticos para a plasticidade neuronal acontecer. O cérebro corresponde a 2% do peso do corpo e consome mais de 20% dos recursos energéticos do organismo. Nos bebês recém-nascidos, essas porcentagens são bem mais elevadas: 12% do peso do corpo e 60% dos recursos energéticos. O Neurônio Cada neurônio é uma célula individual e trabalha como uma unidade básica de comunicação dentro do sistema nervoso. O Neurônio Estrutura: Corpo celular: acomoda o núcleo e as organelas celulares Axônio: uma prolongação única, revestida de mielina (camada lipídica que atua na condução dos impulsos nervosos) e responsável por conduzir os impulsos Dendritos: ramificações tanto do corpo celular quanto do axônio; realizam a comunicação entre os neurônios, por meio das sinapses. O Neurônio Neurônios sensoriais: transmitem informações dos receptores sensoriais (ambiente externo) para o sistema nervoso Servem como células receptoras dos órgãos sensoriais, reagindo a formas específicas de energia física do ambiente, tais como luz, pressão ou substâncias químicas. Transmissão Neural Subjacente a todo comportamento sensorial está a comunicação das informações. Estas, na forma de sinais neurais, são conduzidas ao longo dos neurônios, através de uma complexa interação de alterações químicas e elétricas. A transmissão neural - Sinapses Sinapse: é o ponto de contato entre dois neurônios Através da sinapse, um neurônio libera substâncias (neurotransmissores) que vão influenciar o funcionamento dos neurônios seguintes. Transmissão Neural Os neurônios podem estar ativos ou inativos (sem estimulação). Quando um neurônio está em estado inativo = potencial de repouso. Esse potencial de repouso se altera quando o neurônio é excitado por um estímulo ou pelo axônio de outro neurônio. Cada neurônio tem um nível mínimo de estimulação que deve ser atingida para que ele dispare e transmita o impulso – limiar neural. Quando a carga elétrica atinge esse limiar, ocorre um potencial de ação e envia-se um impulso. Quanto mais forte o estímulo, maior a frequência de potenciais de ação. Adaptação A duração de uma sensação é determinada pelo período durante o qual os potenciais de ação são gerados. Quando a duração persiste por um tempo mais prolongado, os receptores sensoriais ficarão menos responsivos ao estímulo. A adaptação é o decréscimo da experiência sensorial devido à exposição contínua a um estímulo imutável. Adaptação O estímulo também pode se tornar indetectável. Fenômeno comum a todas as modalidades sensoriais, embora algumas se adaptem mais rapidamente que outras. Ex: tato (roupa no corpo) x sensação de dor Desse modo, a adaptação representa redução na sensibilidade dos estímulos constantes e foco nas mudanças informativas do ambiente (benefício importante!) Os Neurotransmissores São substâncias químicas produzidas e liberadas pelos neurônios. Quando um potencial de ação dispara uma sinapse excitatória, lança-se uma substância neurotransmissora com o papel de estimular o neurônio pela fenda sináptica. Essas substâncias se difundem pela fenda sináptica, excitando ou inibindo o neurônio pós-sináptico. Neurotransmissores Excitatórios - Exemplos Acetilcolina – atua na atenção, ativação da memória, além de outras funções. Deficiências na secreção desse neurotransmissor são associadas com disfunções no aprendizado e memória, como aquelas vistas na doença de Alzheimer. Norepinefrina – contribui para o estado de alerta e de ativação. Neurotransmissores Inibitórios - Exemplos Ácido Gama-Aminobutírico (GABA) – arrefece (“esfria”) o disparo de neurotransmissores, ajudando assim a controlar a precisão do controle muscular. Sem ele a atividade muscular torna-se errática, descoordenada ou convulsiva. É o maior neurotransmissor inibitório e é encontrado em altas concentrações no cérebro e na medula espinhal. Endorfina – lentifica ou bloqueia os sinais neurais condutores da dor. É um opiáceo que, como as drogas heroína e morfina, modula a dor, reduz o estresse, etc. Drogas que aumentam os efeitos de um neurotransmissor As drogas que aumentam os efeitos de um neurotransmissor chamam-se agonistas. Substâncias como a cocaína e a anfetamina agem como agonistas, prolongam a ação da norepinefrina, promovendo os efeitos psicológicos altamente estimuladores dessas drogas. O álcool atua como um agonista do Ácido Gama-Aminobutírico (GABA), levando ao relaxamento e sedação do organismo. Drogas que inibem os efeitos de um neurotransmissor As drogas que inibem os efeitos de um neurotransmissor chamam-se antagonistas. Em geral, elas bloqueiam o acesso ou a ligação dos agonistas a seus receptores. Um grupo muito utilizado de antagonistas é o dos beta- bloqueadores, como o propranolol. Esses antagonistas bloqueiam ou diminuem a resposta excitatória cardiovascular aos hormônios do estresse - adrenalina e noradrenalina; esses antagonistas são utilizados no tratamento da pressão sanguínea alta, angina e certos ritmos cardíacos anormais. O Sistema Sensorial Os sentidos exercem uma tarefa importante que consiste em manter o cérebro permanentemente informado sobre o mundo que o rodeia. Também têm a função de manter a vigília, a formação da imagem corporal e de controle dos movimentos. O Sistema Sensorial É formado por receptores sensoriais – estruturas especializadas na percepção de estímulos do ambiente e do interior do corpo. O ser humano sofre constantemente um bombardeio por uma multiplicidade de estímulos. Nossos receptores não são capazes de ser sensibilizados pela maioria desses estímulos, já que eles não dispõem de estruturas de resposta a todas as frequências sonoras, à luz ultravioleta, aos campos magnéticos e elétricos, à maioria dos odores e sabores etc. O Sistema Sensorial O sistema nervoso é uma estrutura altamente conectada com capacidadede processar informações coletadas no organismo e no ambiente, analisá-las e associá-las. Várias regiões do SNC estão envolvidas nos mecanismos da sensação e percepção. As regiões cerebrais específicas de cada sistema sensorial relacionam-se às áreas de projeção corticais primárias. Como a sensação acontece no sistema nervoso? Exemplo: temos o globo ocular (olho) e o nervo óptico que continua por trás do olho. Esses nervos se encontram e vão para a região occiptal. Dentro do olho, temos as células visuais sensitivas que funcionariam como mini câmeras. Vão captando a mensagem e levam pelo nervo óptico para a região occiptal. Como a sensação acontece no sistema nervoso? Os lobos occipitais processam os estímulos visuais, daí também serem conhecidos por córtex visual. Possuem várias subáreas que processam os dados visuais recebidos do exterior. As informações são direcionadas para a área de visão secundária, onde são comparadas com dados anteriores, permitindo assim o indivíduo identificar, por exemplo, um gato, uma moto ou uma maçã. O significado do que vemos, porém, é dado por outras áreas do cérebro, que se comunicam com a área visual, considerando as experiências passadas e nossas expectativas. Isso faz com que o mesmo objeto não seja percepcionado da mesma forma por diferentes indivíduos O Sistema Sensorial A seleção natural faz com que cada espécie se adapte aos aspectos ambientais, obtendo ou modificando estruturas sensoriais e suas respectivas funções. Exemplo: morcegos – os mecanismos de visão tornaram-se quase inúteis por viverem em ambientes quase sem luz. No entanto, desenvolveram estruturas auditivas peculiares, bem como a emissão e recepção de sons para localização. Exemplo 2: guaxinim usa ao sensibilidade das maõs para conseguir comida em águas rasas. A área do cérebro desse animal que recebe informações fornecidas pelo tato das mãos é mais desenvolvida que a área responsável pela visão e olfato.
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