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Manejo Reprodutivo para IA e IATF: manipulação do ciclo estral Prof. Thiago Fernandes Amaral UNA Bom Despacho thiagoamaral@prof.una.br Roteiro da apresentação 1. Introdução; 2. Revisão da fisiologia reprodutiva; 3. Biotécnicas da reprodução: IA; IATF; COLOCAR FOTOS DE DIFERENTES SISTEMAS DE PRODUÇÃO... CONFINAMENTO x RAÇA... PASTO x RAÇA Independente do sistema, vacas leiteiras de alta produção apresentam baixa eficiência reprodutiva e, esta constitui-se em um dos fatores que mais influenciam o sucesso econômico do empreendimento. INTRODUÇÃO INTRODUÇÃO • produção de leite • grandes rebanhos e confinamentos • detecção de estro • anestro • baixas taxas de concepção • fases luteais irregulares • taxas mortalidade embrionária Butler, 1998. PARA REFLETIR!!! • A fertilidade de fato declinou? (LeBlanc, 2012). • Quanto da queda nos índices reprodutivos pode ser atribuída ao aumento na produção de leite? • Devemos analisar o sistema englobando: manejo nutricional, instalações, mão de obra, tamanhos de rebanho e grau de confinamento, taxas detecção de estro • Herdabilidade de fertilidade - 5% • Características produtivas - 25% - 50% 7 FASE DE CRIA Fêmeas Touros Bezerros mamando MATRIZES Identificação e desmama RECRIA aleitamento TOURO / IA Fonte: Embrapa • Manejo é o conjunto de práticas destinadas a maximizar a produção animal; • Entende-se por Manejo Reprodutivo de Fêmeas Bovinas de Corte o conjunto de práticas que objetivam garantir a eficiência reprodutiva do rebanho. Manejo Reprodutivo em Fêmeas de Corte • Redução da idade ao primeiro parto; • Aumento da taxa de reconcepção; Manejo Reprodutivo e Eficiência Reprodutiva em Fêmeas de Corte Do ponto de vista biológico eficiência reprodutiva em vacas de corte baseia-se no número de bezerros desmamados por vaca exposta, em uma base anual. Manejo Reprodutivo e Eficiência Reprodutiva em Fêmeas de Corte • Reprodução: principal pilar da cadeia produtiva da carne bovina, produz a matéria-prima da indústria: BEZERRO QUANTIDADE E QUALIDADE DOS BEZERROS DESMAMADOS A eficiência reprodutiva é um dos principais fatores limitante da eficiência produtiva em gado de corte Eficiência reprodutiva: base para produtividade e lucratividade da atividade leiteira e de corte Objetivos do manejo reprodutivo: Retorno precoce à atividade ovariana luteal cíclica Concepção Parição Início de nova lactação Sistemas de produção: Elite (?) Extensivo Intensivo Eficiência Reprodutiva e Produtividade Fato 1: O que o pecuarista necessita? - Produção contínua com produtividade - Exploração do potencial dos animais - Ganhar dinheiro - Qualidade de vida pessoal e familiar Fato 2: O que a vaca necessita? - Adaptação ao ambiente - Condição sanitária adequada - Condição nutricional adequada - água - volumoso de boa qualidade - minerais - Conforto e bem estar animal Fato 1 + Fato 2 + Gerência = Atividade rentável Alvos permanentes no manejo reprodutivo Aumentar chances de estro nos animais em fase reprodutiva Desafios início da puberdade retorno à atividade reprodutiva pós-parto estro: boa observação e aproveitamento Diminuir intervalo parto ---> concepção Aumentar produtividade individual e do rebanho Descarte adequado Aumentando a eficiência reprodutiva Possibilitando ganho genético Eficiência reprodutiva Fazenda Sanidade FIV Genética Touro Nutrição Época EM Lotes Doenças Acasalamento Biotecnologias Mão-de-obra IA Protocolos $ TE Animais IATF Sistema Calendário Indicadores Zootécnicos Metas % anestro % prenha Gerais Roteiro da apresentação 1. Introdução; 2. Revisão da fisiologia reprodutiva; 3. Biotécnicas da reprodução: IA; IATF; FISIOLOGIA DA REPRODUÇÃO • Estrógeno; • Progesterona; • PGF2α (prostaglandina); • FSH/LH • Ativina/Inibina/IGF-1 • Folículos; • Corpo lúteo. FISIOLOGIA DA REPRODUÇÃO Secreção de GnRH Secreção de FSH e LH Secreção de Estrógeno, Inibina, Ativina Secreção de Progesterona Dia 0 Dia 9 Dia 21 P4 LH E2 P4 LH Dia 16 E2 LH PGF2α Crescimento folicular ovariano Na fêmea está tudo ok?! Fotos: Arquivo pessoal E com o touro, tudo ok?! Biotécnicas da Reprodução, 2002 Fertilização e desenvolvimento embrionário Gonçalves et al., 2002 Mórula Blastocisto Inicial Blastocisto Expandido Blastocisto Blastocisto Eclodido Borges, 2007 Fotos: Borges, 2007 Mórula Blastocisto Expandido Blastocisto Fotos: Varago, 2008 Foto: A M Pinho Feto e anexos alongados Concentração plásmatica de progesterona e concentração uterina de IFN-τ, 16 dias após IA e, em diferentes qualidades de embriões (Mann et al., 1999) Senger, 2003 Reconhecimento materno da gestação Senger, 2003 Prevenção da luteólise, via secreção de IFN-τ, pelo concepto X X X X X IFN age nas células endometrias, inibindo a expressão de receptores de oxitocina e conseqüente,diminuição de sínetese de prostaglandina. Roteiro da apresentação 1. Introdução; 2. Revisão da fisiologia reprodutiva; 3. Biotécnicas da reprodução: IA; IATF; Inseminação Artificial (IA) É a deposição mecânica do sêmen no aparelho reprodutor da fêmea com equipamento apropriado. Evolução vendas sêmen 2010/2012 Fonte: ASBIA 2013 Evolução vendas raças leiteiras Fonte: ASBIA 2013 Participação dos estados nas vendas - Melhoramento zootécnico (potencial genético) - Uniformização dos rebanhos - Facilita os cruzamentos - Uso após a morte - Reprodutores com lesões adquiridas - Menor transmissão de doenças - Controle sanitário e ginecológico - Uso por pequenas propriedades - Menor custo aquisição/manutenção de animais - Qualificação da mão de obra rural - Redução de acidentes Desvantagens da Inseminação Artificial • Necessidade da detecção de cio • Armazenamento do sêmen (disponibilidade de nitrogênio liquido) • Mão de obra não qualificada • Utilização de técnica incorreta • Vaca também entra em cio fins de semana e feriados Demonstração e detecção do cio Sinais de cio • Fatores que influem na intensidade e/ou expressão do cio: • número de animais em cio • tamanho do grupo • tipo de instalação • tipo de piso • temperatura ambiente • período de observação Atividade Terra Concreto Horas em cio 13,8 9,4 Nº de montas 7,0 3,2 Nº de aceitações 6,3 2,9 Britt et al., 1986 FAZ. FIGUEIREDO – Cristalina/GO Demonstração e detecção do cio Estrategias para detecção de estro Profissional treinado para observação dos sinais de estro: • Inquietação • Inchaço e vermelhidão de vulva • Descarga vaginal de muco cristalino • Fêmea monta em outras • Fêmea deixa ser montada Uso de sensor de pressão– alta eficiência e acurácia Giz ou tinta na cauda Rufião Dosagem de P4 no leite (Sturman et al., 2000) Pinho, 2002 Buçal marcador para Rufião Pinho, 2002 Auxílio do rufião na detecção de estro KAMAR Estrotect: eficiência de 92,5% na detecção de cio (Bonato et al., 2012) PEDÔMETRO 87% na detecção de cio (Roelofs et al. 2005). Superior a 90% Fazenda Rholander /PR GIZ MARCADOR Acurácia de 80% na detecção de cio (Roelofs et al., 2010). A detecção do cio é fator limitante para o emprego da I.A. A baixa taxa de ciclicidade no pós parto é fator limitante para o emprego da I.A. I.A EM TEMPO FIXO (IATF) COM SINCRONIZAÇÃO DA OVULAÇÃO • SEM A DETECÇÃO DO CIO • INDUÇÃO DA OVULAÇÃO HORMÔNIOS UTILIZADOS PARA CONTROLE DA REPRODUÇÃO (1) Prostaglandinas (2) Progesterona/progestágenos (3) Estrógenos (4) GnRH/LH/hCG (5) FSH e eCG MANIPULAÇÃO DO CICLO ESTRAL Sincronização da emergência folicular GnRH Estradiol Progesterona Aspiração Folicular Controle da regressão do CL PGF2a Progestágeno/ Progesterona Indução da Ovulação GnRH Estradiol hCG LH Estradiol Análogos da Prostaglandina F2a Principal: Cloprostenol Sódico; Promove luteólise; Necessita de um CL Sem resposta do 5 – 6 dia do ciclo estral Hormônios mais utilizados Momento de ovulação após PGF2a PGF2a 2 4 6 8 0 P4 Dia 2 Dia 6 Variação da ovulação Dia 0 • Liberação de LH promovendo ovulação de um folículo dominante; • Em vacas em anestro, estimula a primeira ovulação pós- parto, podendo normalizar a ciclicidade; • Como provoca a ovulação do FD, promove também a sincronização da emergência de nova onda folicular. Análogos do GnRH Hormônios mais utilizados Hormônios mais utilizados Estrógenos • Diferentes Estrógenos utilizados: – Cipionato de Estradiol; – Valerato de Estradiol; – Benzoato de Estradiol. Funções: • Fisiologicamente, promove regressão de folículos subordinados ao suprimir a secreção de FSH; • Fisiologicamente, estimula pico de produção de GnRH e secreção pré-ovulatória de LH e ovulação; • Farmacologicamente, juntamente com P4, induz sincronização de recrutamento folicular. Hormônios mais utilizados Estrógenos • De acordo com a dose, podem estimular a manifestação clínica de cio, mas não necessariamente seguido de ovulação. Hormônios mais utilizados Estrógenos Progestágenos • Usados desde a década de 70, por vários dias, mas sem muito sucesso (MGA); • Meados da década de 80, foi desenvolvido um implante vaginal de liberação controlada de progesterona (CIDR), que permitiu ótimas taxas de sincronização. Hormônios mais utilizados • Funções: Mimetiza a ação de um corpo lúteo; Normaliza a ciclicidade de vacas no pós-parto; A retirada do implante, por outro lado, promove queda brusca na concentração de P4, de forma semelhante ao observado na luteólise. Progestágenos Hormônios mais utilizados • Implante de progesterona • reposição estoques LH • aumenta a freqüência de pulsos de LH, • crescimento folicular e a produção de estrógeno, • pico pré-ovulatório de LH, • ovulação • fertilidade dos ciclos estrais de vacas em anestro (Day et al., 2004). Protocolo Ovsynch • Primeiro protocolo empregado em larga escala que permitiu a inseminação em tempo fixo. Associação de hormônios 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 GnRH GnRH IATF PGF2a Protocolo CIDR-Synch Associação de hormônios 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 GnRH GnRH IATF PGF2a Dispositivo intravaginal com P4 Protocolo CIDR-Synch modificado Associação de hormônios 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 ou 11 GnRH IATF PGF2a Dispositivo intravaginal com P4 BE 30 horas pós BE Protocolo Heatsynch GnRH ECP Observação de cio e IA PGF2a Associação de hormônios IATF 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Norgestomet + VE GnRH IATF PGF2a Retirada do Implante Crestar Associação de hormônios 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 Benzoato Estradiol BE PGF2a Dispositivo intravaginal com P4 Observação de cio e IA Associação de hormônios IATF 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Gonadotrofina Coriônica equina - eCG • Hormônio produzido durante a gestação da égua; • Ações semelhantes às do FSH e LH; • Estimula o crescimento do FD; • Em doses altas pode provocar superovulação. Benzoato Estradiol BE PGF2a + 300 UI eCG Dispositivo intravaginal com P4 IATF 30 hs pós BE Associação de hormônios 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Dinâmica folicular durante o tratamento com dispositivo intravaginal de progesterona PGF2a 2 6 10 14 Dia 9 Dia 8 mm Dia 0 Dia 4,3 BE + P4 BE Ov: 45h P4 Levantamento ginecológico Seleção das fêmeas Escore Ovários Útero 1 Pequenos e firmes, sem estruturas, Flácido 2 Folículos médios Tônus diminuído 3 Folículos grandes, considerada “maciez” palpação, presença de corpo albicans Tônus normal 4 Corpo lúteo Tônus aumentado 5 Corpo lúteo Túrgido Palpação transretal Tratamento Prenhez Inicio EM Prenhez Meio EM Prenhez Fim EM IATF + Touro 53% 69,5% 92,3% IATF + IA + Touro IA convencional 8% 33,8% 84,1% Touro 594 vacas Nelore, lactantes, 55 a 70 dias pós-parto (Penteado et al., 2005) • 85% das vacas de IATF pariram antes da EM subsequente • Apenas 59% das vacas de IA ou Touro, já tinham parido Retorno a ciclicidade Tratamento Dias para AOLC % gestação I - Vacas amamentando 41,5 2,2a 28,6a II - Vacas amamentando + implante de P4 + BE 31,3 3,6b 35,7a III - Vacas desmamadas 18,6 1,9c 88,9b IV - Vacas desmamadas + implante de P4 + BE 12,9 1,8d 88,9b Intervalo (dias) para a retomada da atividade ovariana cíclica (AOLC) e porcentagem de gestação aos 50 dias após término da estação de monta, de vacas submetidas à associação de terapias hormonais e manejo de amamentação a, b Médias seguidas de letras distintas, na mesma coluna, diferem entre si (P<0,04). P4 = progesterona; BE = benzoato de estradiol. Adaptado de De Castro et al. (2006). Levantamento ginecológico Seleção das fêmeas Ultrassonografia Folículos médios, menor que 10mm Presença de corpo lúteo Folículo maior que 10mm Levantamento ginecológico Seleção das fêmeas Ultrassonografia Taxa de ovulação e gestação aos 30 dias de vacas da raça Gir Leiteiro em anestro pós- parto e submetidas (T2 e T4) ou não (T1 e T3) a tratamento com progesterona e estradiol Tratamento Ovulou Não ovulou Taxa de Gestação Não Gestantes 1 16% (4/25) ª 84% (21/25) ª 0% (0/25) x 100% (25/25)x 2 60% (15/25) b 40% (10/25) b 20% (5/25) x 80% (20/25) x 3 28% (7/25) ª 72% (18/25) ª 16% (4/25) x 84% (21/25) x 4 88% (22/25) c 12% (3/25) c 52% (13/25) z 48% (12/25) z a,b,x,z letras diferentes na mesma coluna diferem estatisticamente (p<0,05) pelo teste do qui-quadrado Escala de prioridade na utilização de nutrientes Ordem de Importância Condição Fisiológica 1 Metabolismo basal 2 Atividade 3 Crescimento 4 Reserva de energia 5 Gestação 6 Lactação 7 Reserva adicional de energia 8 Ciclos estrais e inicio de gestação 9 Reservas excedentes de energia Adaptado de Short e Adams 1998 ALIMENTAÇÃO ANIMAL Escore de Condição Corporal - ECC - 1 a 5 Barata e eficiente em “dizer” qual a realidade nutricional dos animais Proporção de tecido gorduroso em relação aos demais tecidos do corpo - “capa de gordura” ECC 1,0 ECC 3,0 Escore de Condição Corporal - ECC - 1 a 5 Barata e eficiente em “dizer” qual a realidade nutricional dos animais Proporção de tecido gorduroso em relação aos demais tecidos do corpo - “capa de gordura” ECC 4,0 Escore de Condição Corporal - ECC - 1 a 5 Barata e eficiente em “dizer” qual a realidade nutricional dos animais Proporção de tecido gorduroso em relação aos demais tecidos do corpo - “capa de gordura” ECC 5,0 Para lembrar Escada dos Nutrientes 9 degraus Escore de Condição Corporal Condição Corporal
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