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SENSOPERCEPÇÃO Psicopatologia

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SENSOPERCEPÇÃO E SUAS ALTERAÇÕES
Todas as informações do ambiente, necessárias à sobrevivência do indivíduo, chegam até o organismo por meio das sensações. 
Define-se SENSAÇÃO como o fenômeno elementar gerado por estímulos físicos, químicos ou biológicos variados, originados FORA ou DENTRO do organismo, que produzem alterações nos órgãos receptores, estimulando-os. Por PERCEPÇÃO entende-se a tomada de consciência pelo indivíduo, do estímulo sensorial.
A SENSAÇÃO portanto, é considerada um fenômeno passivo; estímulos físicos (luz, som, pressão) ou químicos atuam sobre sistemas de recepção do organismo. Já a PERCEPÇÃO seria um fenômeno ativo; o sistema nervoso e a mente do sujeito constroem um percepto por meio da síntese dos estímulos sensoriais, estímulos esses confrontados com experiências passadas registradas na memória e com o contexto sociocultural em que vive o sujeito e que atribui significado às experiências. 
DELIMITAÇÃO DOS CONCEITOS DE IMAGEM E DE REPRESENTAÇÃO
O elemento básico do processo de sensopercepção é a IMAGEM PERCEPTIVA REAL, ou simplesmente IMAGEM. A imagem se caracteriza pelas seguintes qualidades:
NITIDEZ: imagem nítida; contornos precisos.
CORPOREIDADE: imagem viva; corpórea; tem luz, brilho e cores vivas.
ESTABILIDADE: é estável; não muda de um momento para outro.
EXTROJEÇÃO: a imagem provém do espaço externo e também é percebida neste espaço.
INFLUENCIABILIDADE VOLUNTÁRIA: o indivíduo não consegue alterar voluntariamente a imagem percebida.
COMPLETITUDE: desenho completo e determinado, com todos os detalhes diante do observador.
É preciso distinguir o fenômeno IMAGEM do fenômeno REPRESENTAÇÃO. Ao contrário da imagem perceptiva real, a imagem representativa ou mnêmica (representação) se caracteriza por ser apenas uma REVIVESCÊNCIA DE UMA IMAGEM SENSORIAL determinada, sem que esteja presente o objeto original que a produziu. 
REPRESENTAÇÃO é a REAPRESENTAÇÃO de uma imagem na consciência, sem a presença real, externa, do objeto que, em um primeiro momento, gerou uma imagem sensorial.
DELIMITAÇÃO DOS CONCEITOS DE IMAGEM E DE REPRESENTAÇÃO
A imagem representativa ou mnêmica (representação) se caracteriza por:
POUCA NITIDEZ: os contornos geralmente são borrados.
POUCA CORPOREIDADE: a representação não tem a vida de uma imagem real.
INSTABILIDADE: a representação aparece e desaparece facilmente do campo da consciência.
INTROJEÇÃO: a representação é percebida no espaço interno.
INCOMPLETUDE: demonstra um desenho indeterminado, apresentando-se geralmente incompleta e poucos detalhes.
SUBTIPOS DE IMAGEM REPRESENTATIVA
IMAGEM EIDÉTICA: é a evocação de uma imagem guardada na memória, ou seja, de uma representação, de forma muito precisa, com características semelhantes à percepção.
PAREIDOLIAS: são imagens visualizadas voluntariamente a partir de estímulos imprecisos do ambiente.
É uma atividade psíquica, geralmente voluntária, que consiste na evocação de imagens percebidas no passado (imagem mnêmica) ou na criação de novas imagens (imagem criada). [...] Geralmente ocorre na ausência de estímulos sensoriais.
IMAGINAÇÃO
FANTASIA
Produção imaginativa, produto minimamente organizado da imaginação. 
ALTERAÇÕES QUANTITATIVAS DA SENSOPERCEPÇÃO
Nas alterações quantitativas, as imagens perceptivas têm intensidade anormal, para mais ou para menos, configurando HIPERESTESIAS, HIPERPATIAS, HIPOESTESIAS, ANESTESIAS e ANALGESIAS
HIPERESTESIA
Condição na qual as percepções encontram-se anormalmente aumentadas em sua intensidade ou duração. Os sons são ouvidos de maneira muito amplificada; um ruído parece um estrondo; as imagens visuais e as cores tornam-se mais vivas e intensas. Ocorre em intoxicações por alucinógenos, como o LSD.
HIPERPATIA
Quando uma sensação desagradável (geralmente queimação dolorosa) é produzida por um leve estímulo da pele. Ocorre tipicamente nas síndromes talâmicas.
HIPOESTESIA
É observada em alguns pacientes depressivos, nos quais o mundo circundante é percebido como mais escuro; as cores tornam-se mais pálidas e sem brilho; os alimentos não têm mais sabor; e os odores perdem sua intensidade.
ANESTESIAS TÁTEIS
Implicam a perda da sensação tátil em determinada área da pele.
ANALGESIAS
Perda das sensações dolorosas.
PARESTESIAS e DISESTESIAS
Referem-se a alterações da sensopercepção, sobretudo do sentido tátil e doloroso, associados mais freqüentemente a doenças neurológicas. PARESTESIAS são sensações táteis desagradáveis (embora não sentidas propriamente como dor), em geral espontâneas, descritas [...] como “formigamentos, adormecimentos, picadas [...]”. DISESTESIAS táteis são sensações anômalas, em geral dolorosas, desencadeadas por estímulos externos; assim ao estimular a pele do paciente com calor, este refere sensação de frio.
ALTERAÇÕES QUALITATIVAS DA SENSOPERCEPÇÃO
Compreendem: as ILUSÕES, ALUCINAÇÕES, ALUCINOSE e a PSEUDO-ALUCINAÇÃO.
Se caracteriza pela percepção deformada, alterada, de um objeto real e presente. Na ilusão há sempre um objeto externo real, gerador do processo de sensopercepção, mas tal percepção é deformada, adulterada, por fatores patológicos diversos. A ilusão é a percepção deformada de um objeto real e presente.
ILUSÃO
As ilusões ocorrem basicamente em três condições:
ILUSÃO
Estados de REBAIXAMENTO DO NÍVEL DE CONSCIÊNCIA: por turvação da consciência, a percepção torna-se imprecisa, fazendo com que os estímulos sejam percebidos de forma deformada.
Estados de FADIGA GRAVE ou de INATENÇÃO MARCANTE: podem ocorrer ilusões transitórias e sem muita importância clínica.
Alguns ESTADOS AFETIVOS: por sua acentuada intensidade, o afeto deforma o processo de sensopercepção, gerando as chamadas ILUSÕES CATATÍMICAS.
TIPOS DE ILUSÃO
As mais comuns são as VISUAIS, nas quais o paciente geralmente vê pessoas, monstros, animais, entre outras coisas, a partir de estímulos visuais como móveis, roupas, objetos [...]. Também não são raras as AUDITIVAS, nas quais, a partir de estímulos sonoros inespecíficos, o paciente ouve o seu nome, palavras significativas ou chamamentos.
Define-se como a percepção de um objeto, sem que este esteja presente, sem o estímulo sensorial respectivo. Alucinação é a percepção clara e definida de um objeto (voz, ruído, imagem) sem a presença do objeto estimulante real.
ALUCINAÇÃO
ALUCINAÇÃO AUDITIVA
Tipo de alucinação mais freqüente nos transtornos mentais. Podem ser divididas em SIMPLES e COMPLEXAS. 
ALUCINAÇÕES AUDITIVAS SIMPLES
São aquelas nas quais se ouve apenas ruídos primários. Elas são menos freqüentes que as alucinações auditivas complexas.
ALUCINAÇÕES AUDITIVAS COMPLEXAS
A forma de alucinação auditiva complexa mais freqüente e significativa em psicopatologia é a ALUCINAÇÃO AUDIOVERBAL, na qual o paciente escuta vozes sem qualquer estímulo real. São vozes que geralmente o ameaçam ou insultam. 
Fenômenos muito próximos das alucinações auditivas, característicos da esquizofrenia, são aqueles referidos como SONORIZAÇÃO DO PENSAMENTO, ECO DO PENSAMENTO e PUBLICAÇÃO DO PENSAMENTO.
ALUCINAÇÃO AUDITIVA
SONORIZAÇÃO DO PENSAMENTO: muito próxima ao ECO DO PENSAMENTO, é experimentada como vivência sensorial de ouvir o pensamento, no momento mesmo em que este está sendo pensado (sonorização) ou de forma repetida (como eco do pensamento). Existem dois tipos básicos de sonorização do pensamento:
I. SONORIZAÇÃO DO PRÓPRIO PENSAMENTO: fenômeno do tipo alucinatório [...] O paciente reconhece claramente que está ouvindo seus próprios pensamentos, escuta-os no exato momento em que os pensa.
ALUCINAÇÃO AUDITIVA
PUBLICAÇÃO DO PENSAMENTO: o paciente tem a nítida sensação de que as pessoas ouvem o que ele pensa no exato momento em que está pensando.
ALUCINAÇÃO AUDITIVA
II. SONORIZAÇÃO DE PENSAMENTOS COMO VIVÊNCIA ALUCINATÓRIO-DELIRANTE: experiência na qual o indivíduo ouve pensamentos que foram introduzidos em sua cabeça por alguém estranho, sendo agora ouvidos por ele.
[...] É descrita como a audição de tons musicais, ritmos, harmonias e melodias sem o correspondente estímulo auditivoexterno. [...] Podem ser contínuas ou intermitentes [...].
ALUCINAÇÕES MUSICAIS
ALUCINAÇÕES VISUAIS
São visões nítidas que o paciente experimenta, sem a presença de estímulos visuais. [...] Podem ser SIMPLES ou COMPLEXAS.
ALUCINAÇÕES VISUAIS
ALUCINAÇÕES VISUAIS SIMPLES: também denominadas de FOTOPSIAS. Nelas, o indivíduo vê cores, bolas e pontos brilhantes. Os chamados ESCOTOMAS, de interesse maior para a oftalmologia, são pontos cegos ou manchas no campo visual. [...] Ocorrem mais freqüentemente em pacientes com doenças oculares, [...] no abuso de álcool, na enxaqueca [...].
ALUCINAÇÕES VISUAIS
ALUCINAÇÕES VISUAIS COMPLEXAS: ou CONFIGURADAS incluem figuras ou imagens de pessoas (vivas ou mortas, familiares ou desconhecidas), de partes do corpo (órgãos genitais, caveiras, [...]), de entidades (demônio, fantasma, [...]), de objetos inanimados, animais ou crianças. Ainda podem incluir: 
ALUCINAÇÕES CENOGRÁFICAS: visões de cenas completas (ex.: quarto pegando fogo). 
ALUCINAÇÃO LILIPUTIANA: na qual o indivíduo vê cenas com personagens diminutos, minúsculos, entre os objetos e pessoas reais de sua casa.
O paciente sente espetadas, choques ou insetos ou pequenos animais correndo sobre sua pele. As alucinações táteis com pequenos animais ou insetos geralmente ocorrem associadas ao DELÍRIO DE INFESTAÇÃO.
ALUCINAÇÕES TÁTEIS
ALUCINAÇÕES OLFATIVAS e GUSTATIVAS
São relativamente raras. Em geral, manifestam-se como o “sentir” o odor de coisas podres, de cadáver, de fezes, de pano queimado, etc. [...] Nas alucinações gustativas os pacientes sentem na boca, o sabor de ácido, de sangue, de urina, etc. Ocorrem muitas vezes associadas a alucinações olfativas.
Alguns pacientes apresentam sensações incomuns e claramente anormais em diferentes partes do corpo, como sentir o cérebro encolhendo ou o fígado despedaçando (Síndrome de Cotard, nas depressões graves) ou perceber uma víbora dentro do abdome. Essas sensações são denominadas de ALUCINAÇÕES CENESTÉSICAS.
ALUCINAÇÕES CENESTÉSICAS e CINESTÉSICAS
ALUCINAÇÕES CENESTÉSICAS e CINESTÉSICAS
As ALUCINAÇÕES CINESTÉSICAS são vivenciadas pelo paciente como sensações alteradas de movimentos do corpo, como sentir o corpo afundando, as pernas encolhendo ou um braço se elevando.
Verdadeiras alucinações desencadeadas por estímulos sensoriais. A ALUCINAÇÃO FUNCIONAL difere da ILUSÃO, pois enquanto esta (ilusão) é a deformação de uma percepção de um objeto real e presente, aquela (alucinação funcional) é uma alucinação (ausência do objeto) apenas desencadeada por um estímulo real. Exemplo: Abrir o chuveiro ou a torneira da pia e começar a ouvir vozes.
ALUCINAÇÕES FUNCIONAIS
ALUCINAÇÕES COMBINADAS (ou SINESTESIAS)
São experiências alucinatórias nas quais ocorrem alucinações de várias modalidades sensoriais (auditivas, visuais, táteis, etc.) ao mesmo tempo.
São alucinações experimentadas fora do campo sensoperceptivo usual, como quando o indivíduo vê uma imagem às suas costas ou atrás de uma parede. É um fenômeno raro, associado normalmente à psicoses.
ALUCINAÇÕES EXTRACAMPINAS
Em geral é uma alucinação visual (que também pode apresentar componentes táteis e cenestésicos) na qual o indivíduo enxerga a si mesmo, vê o seu corpo, como se estivesse fora dele, contemplando-o.
ALUCINAÇÃO AUTOSCÓPICA
A sensação de que há um EU dentro do próprio corpo e um EU fora dele é denominada [...] FENÔMENO DO DUPLO.
Um fenômeno muito próximo ao fenômeno do duplo é a SENSAÇÃO DE UMA PRESENÇA. Nesse caso, o indivíduo tem a nítida sensação que um ser invisível o acompanha.
ALUCINAÇÃO AUTOSCÓPICA
HIPNAGÓGICAS: são alucinações auditivas, visuais ou táteis, relacionadas à transição sono-vigília. (Aparecem quando o indivíduo está adormecendo [...] Não são sempre fenômenos patológicos). 
HIPNOPÔMPICAS: ocorrem na fase em que o indivíduo está despertando.
ALUCINAÇÕES HIPNAGÓGICAS e HIPNOPÔMPICAS
[...] Observada nas fases iniciais de muitos quadros psicóticos, na qual o mundo, como um todo, é percebido alterado, bizarro, difícil de definir pelo doente. O mundo parece que se transformou, ou parece morto, sem vida, vazio, ou ainda sinistramente estranho. Não se trata de “erro de julgamento; [...] o mundo é percebido de outra forma, a visão do mundo é que está alterada [...].”
ESTRANHEZA DO MUNDO PERCEBIDO
ALUCINOSES
A alucinação denominada ALUCINOSE é o fenômeno pelo qual o paciente percebe tal alucinação como estranha à sua pessoa. [...] Na ALUCINOSE, embora o doente veja a imagem ou ouça a voz ou o ruído, falta a crença que comumente o alucinado tem em sua alucinação. O indivíduo permanece consciente de que aquilo é um fenômeno estranho, patológico, não tem nada a ver com a sua pessoa, estabelecendo distanciamento entre o sintoma e si.
Experiência alucinatória, em geral visual, tipicamente vívida e brilhante, incluindo cenas, pessoas, animais e figuras geométricas. Ocorre mais comumente no final do dia, junto com obnubilação da consciência podendo aparecer associada à sonhos vívidos.
ALUCINOSE PENDULAR
ALTERAÇÕES da REPRESENTAÇÃO ou das IMAGENS REPRESENTATIVAS
A PSEUDO-ALUCINAÇÃO é um fenômeno que, embora se pareça com a alucinação, dela se afasta por não apresentar os aspectos vivos e corpóreos de uma imagem perceptiva real. Apresenta mais as características de uma imagem representativa.

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